quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Madurodam



Esta semana é férias escolares aqui na Holanda e tenho andado pra lá e pra cá feito barata tonta com meu filho - só quem tem criança em casa pra saber a correria que a vida da gente se transforma quando essas crianças entram de férias (eles entram de férias e a gente trabalha dobrado). Então, antes que eu me esqueça, queria dizer que fim-de-semana passado fomos eu, Liam e F. visitar Madurodam, em Haia.

Eu já tinha estado lá duas vezes com o Liam mas ele adora e então prometi que iríamos com o F. um dia desses. E como promessa é dívida (ainda mais se tratando de crianças, vejam bem), lá fomos nós! Liam é acima de tudo apaixonado pelos trens miniatura que circulam pelo parque. Sem falar na miniatura do aeroporto Schiphol, com aviões circulando pelas pistas (só falta voarem de verdade, rsrsrrs). E eu adoro rever aquelas casinhas que mais se parecem com casas de boneca (as da foto acima são réplicas de Amsterdã). O parque é composto de réplicas de pontos turísticos e destaques arquitetônicos das principais cidades holandesas. Entre eles: Mauritshuis (Haia), Praça Dam e Rijksmuseum (Amsterdã), Schiphol, Euromast (Roterdã), a bela e imponente Mariakerk em Utrecht, etc.

Fica mais uma dica de programa - recomendado especialmente para quem visita a Holanda com crianças a tiracolo!

Ethan Hawke


Depois de falar da Julie Delpy, agora vou falar do parceiro dela nos filmes Before Sunrise e Before Sunset. É que pra quem não sabe, além de ator o cara ainda é escritor - e dos bons! Ele já tem dois livros publicados: The Hottest State: A Novel (1996) e Ash Wednesday (2002).

Pois ontem passeando com a Anna pelo centro e fuxicando meu (nosso) sebo favorito, ela achou nas prateleiras o romance Ash Wednesday dele pra mim (isso porque ela já tinha um em casa). Por uma dessas coincidências da vida - que a minha vida anda cheia nos últimos tempos - F. já tinha comentado que o livro era muito bom e tinha até uma versão holandesa em casa. Mas eu não me animei a ler em holandês, até leio mas prefiro ler no original sempre que possível!

Só sei que comecei a ler o livro e ele é de fato muito bem escrito (e a descrição psicológica dos personagens melhor ainda). Sem querer ser preconceituosa e já sendo, um livro desta qualidade não é exatamente o que se costuma esperar de um ator de filmes de Hollywood. Fica aqui a recomendação para os fãs de carteirinha de Before Sunrise e Before Sunset. Não percam!




PS. O livro Ash Wednesday foi publicado em 2003 pela Ediouro com o título Quarta-feira de Cinzas, só não sei dizer se a edição está esgotada.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Sessão de cinema: Juno

Além dos filmes citados no post aqui embaixo, este fim-de-semana assistimos ainda Juno, um filme que eu estava curiosíssima pra conferir e que vem fazendo furor nas telas e na mídia americana. Ele já vem sendo considerado por alguns como o novo Little Miss Sunshine, mas na minha opinião, qualquer semelhança é mera coincidência (mesmo). Sim, são dois filmes alternativos com roteiros originais e muito bem cuidados e é claro, protagonistas instigantes. Mas a comparação pára por ai (na dúvida, assista aos dois).

Juno é uma estória cativante (pra não dizer hilária) que surpreende o expectador sem apelar para os clichês da adolescência. Diálogos curtos e recheados de sarcasmo, com ácidas críticas ao conservador american-way-of-life retratado em tantos outros filmes. Acima de tudo, diálogos inteligentes que vão direto ao ponto, exatamente como a personagem principal, a adolescente de 16 anos. Porque fiquem avisados: Juno é uma garota de atitude! Daquelas que sabe o que quer da vida ou ao menos pensa que sabe do alto dos seus 16 anos. E ela está se lixando pra opinião alheia e pros comentários maldosos à sua volta (let them eat cake). Assim sendo, um belo dia ela engravida e, apesar das más línguas e do pânico inicial da descoberta, decide assumir a gravidez e arrumar um casal para adotar o bebê. A barriga vai crescendo e Juno continua frequentando a escola, onde vai se tornando cada vez mais uma espécie de anti-herói da turma mais conformada (o que me lembra outro filme alternativo que gosto muito, Ghost World). Ela não se deixa abater e circula de barrigão e cabeça erguida, sem o menor problema.

O problema começa mesmo é quando Juno descobre que não podemos planejar tudo e que alguns detalhes independem da nossa vontade (mesmo que tenhamos a maior boa vontade do mundo). Em busca de pais adotivos, ela se vê obrigada a questionar o amor e as relações adultas. E acaba encontrando o amor onde menos estava procurando...Mas o resto eu não conto pra não estragar a surpresa. Assistam!

domingo, fevereiro 17, 2008

3 x Julie Delpy


Neste fim-de-semana, eu e F. aproveitamos o clima de dia dos namorados (aqui na Holanda se comemora o Dia dos Namorados em 14 de fevereiro, como nos EUA) pra rever dois de nossos filmes favoritos: Before Sunrise (1995) e Before Sunset (2004). Dois cult movies imperdíveis com Julie Delpy e Ethan Hawke nos papéis principais. Duas pequenas grandes obras sobre o amor - acima de tudo, o amor platônico. Aquele amor que não chega a se concretizar e que por isso passamos a idealizar e a imaginar o que teria sido se...No primeiro filme, um jovem americano e uma francesa se conhecem durante uma viagem de trem e depois de uma conversa decidem passar algumas horas memoráveis em Viena. Muitas conversas e revelações depois, ambos se separam e cada um segue seu caminho. Ela de volta à Paris e ele de volta aos EUA. No segundo filme, ele está de passagem por Paris para o lançamento de seu livro e ela vem procurá-lo na livraria. 9 anos depois daquele encontro em Viena, os dois retomam a conversa como se nunca tivessem se separado. E eu só sei dizer que se esses dois filmes já eram especiais pra mim antes, hoje são mais especiais ainda (motivo pelo qual decidi dá-los de presente de aniversário ao F. dezembro passado). É que foi praticamente o que aconteceu comigo e o F. Em vez de Viena e Paris, Dublin e Amsterdã. Em vez de 9, 13 anos. A gente se conheceu em Dublin em 94 (quando ele era casado), eu vim morar na Holanda e nos vimos rapidamente em 96 (quando ambos estávamos casados). 11 anos depois nos reencontramos por obra do acaso (sincronicidade, destino, serendipity, you name it...) em Amsterdã. Como já comentei aqui no blog antes, nos esbarramos na rua numa sexta-feira à tarde (detalhe: ele nem mora aqui). Desta vez ambos solteiros (como eu, ele também se divorciou depois de 10 anos de casamento), eu com um filho de 7 anos. Falando assim ninguém acredita.

Mas voltando à Julie Delpy do título deste post: hoje fomos ao cinema assistir 2 Days in Paris (2007), filme escrito e dirigido pela atriz francesa e que estava na minha lista há semanas. O filme lembra muito aquelas comédias de Woody Allen no estilo Annie Hall (Noivo Neurótico, Nova Neurótica) e tem algumas cenas de rolar de rir! Os diálogos são ágeis e muito bem escritos, e muitos dos expectadores irão se reconhecer na tela em um ou outro momento do filme. E quem nunca se apaixonou, brigou no meio da rua ou fez cena de ciúme (com ou sem motivo, é claro) que atire a primeira pedra!

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Scheveningen, 15 graus.


Falando assim brasileiro não acredita, mas aqui na Holanda quando se aproxima o final do inverno, o primeiro sinal de primavera leva as pessoas em massa pra rua. Juro que não estou brincando! Mas só mesmo quem vive no norte europeu pra entender este fenômeno, que nem a palavra euforia é suficiente para descrever. Sim, porque é só o serviço meteorológico anunciar que vai fazer sol no fim-de-semana e temperaturas de 15 graus pras pessoas correrem pra praia!!! Parece mentira mas não é (15 graus no inverno já é praticamente considerado primavera). Este primeiro passeio na praia em pleno final de inverno é uma tradição local. Assim sendo, eu e F. não resistimos e também fomos passear no calçadão da maior (e mais turística) praia holandesa: Scheveningen. A praia fica em Haia (onde tenho passado meus fins-de-semana, pra quem pegou o bonde andando) e concentra um número enorme de restaurantes, bares e hotéis de beira-mar, além de um casino e várias salas de cinema. A temporada mesmo só começa em meados de abril, mas holandês de verdade (e brasileiro que mora há mais de 10 anos por essas bandas, rsrsrs) não espera tanto tempo e vai pra praia em pleno inverno mesmo! De casaco e cachecol mas vai. Pra nós brasileiros acostumados com o verão tropical, a paisagem é no mínimo inusitada - o que não deixa de ser divertido!

Feliz Ano Novo !



Para os desinformados, quinta-feira passada os chineses em todo o mundo comemoraram oficialmente a chegada do ano novo, mas como era no meio da semana, as comemorações ficaram pro fim-de-semana (pelo menos aqui na Holanda). Sábado tive a oportunidade de assistir em Haia (e totalmente de graça) a um espetáculo tradicional de kung fu do Shaolin Legend Group, patrocinado pela prefeitura da cidade. Depois aproveitamos o belo dia de sol para darmos umas voltas pela Chinatown logo ali atrás do Spuiplein e da prefeitura. É que Haia tem a maior concentração de imigrantes chineses da Holanda (e como você, eu também não sabia...) e a festa na rua é animadíssima, com direito a dragões coloridos (a alegria da garotada) e muitos fogos de artifício. Eu já tinha participado de festa semelhante na Chinatown aqui de Amsterdã (Nieuwmarkt) mas em Haia a organização é bem melhor! Só pelo espetáculo dos mestres Shaolin já valeu a pena sair de casa.

Aproveitamos o clima de festa e decidimos emendar no restaurante Dim Daily, que oferece fusion kitchen a preços convidativos (o restaurante abriu há menos de um ano em Haia e é muito movimentado). Comi uns noodles japoneses com lula e molho de soja...delicioso! E de entrada ainda um frango com tempero especial enrolado em folhas de bambu...huuuuuuuuuuuuuuum, me deu água na boca de novo!

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Coisa de criança


Quanto mais velha eu fico, mais eu adoro essas coisinhas de criança que a gente vê nas lojas. Nem Freud explica! Volta e meia trago uma coisinha pra casa. Se tiver bolinhas e listras coloridas, melhor ainda. E aqui na Holanda uma loja que eu adoro é a HEMA. Ela é meio uma Lojas Americanas mas também vende designs exclusivos - desde objetos de decoração como relógios de parede e abajours até porcelana. Agora digam-me lá, dá pra resistir a esta fofíssima série de bichos?

Ontem voltei pra casa com uma linda latinha (redonda) da série acima, ideal pra guardar balas e outras guloseimas do meu filho. Eu tinha uma velha de plástico que estava mesmo pedindo pra ser substituída. Desculpas à parte, confesso que provavelmente gostei mais da latinha do que o Liam - que está mais preocupado com o conteúdo da lata! rsrsrs

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Sobre o apego, o medo e os relacionamentos


Não deu pra ficar calada. É que um amigo comentou no blog dele que hoje em dia, o negócio é a gente não se apegar a nada nem a ninguém. Ele acaba de viver uma grande desilusão amorosa e é bastante compreensível que pense assim...eu mesma já passei por isso depois do meu casamento. Porque a gente sofre e a primeira reação do ser humano é evitar aquilo que causou tanta dor. Então a gente foge de relacionamentos como o diabo da cruz, a gente se esconde num buraco e ai de quem tentar tirar a gente de lá antes da hora. E a gente tenta (com todas as nossas forças) acreditar que somos auto-suficientes, que não precisamos de nada nem de ninguém...E por um tempo, isso até funciona.

Mas a vida é feita de ciclos. Tudo na vida tem seu tempo e a gente precisa viver certas coisas, não adianta fugir da raia. A gente pode até adiar algumas decisões, a gente pode empurrar a sujeira pra debaixo do tapete e fingir que está tudo bem. Mas a vida não pára e a gente um dia decide que é hora de mudar. E mudar dói, dói muito. Só que o que vem depois é muitas vezes tão inacreditavelmente melhor que a gente se pergunta porque diabos não mudou antes! Porque diabos não tomou aquela decisão antes, porque não arriscou em vez de se esconder. E a gente quase não se perdoa por ter jogado fora tanto tempo...Mas é que, na nossa cegueira temporária, a gente não sabia que as coisas podiam melhorar. Dentro da nossa cabeça o cenário era de um deserto insólito e sem perspectivas. Só um buraco negro e nós acuados lá dentro. Assustador? Sem dúvida. Mas nem tudo está perdido.

Só digo isso porque eu vivi uma estória muito, muito triste e também decidi que nunca mais iria me envolver com ninguém. Que o melhor mesmo era ficar sozinha (e ai de quem tentasse me convencer do contrário)! Afinal, quem precisa de afeto, quem precisa de amor? Só que o destino obviamente tinha outros planos para mim (e sou grata até hoje por isso, não vou mentir). E eu tive a oportunidade de amar de novo e amar de verdade. Apesar do medo, apesar da dor. E convenhamos, cada um de nós carrega consigo uma bagagem emocional, por onde quer que ande. E com o passar do tempo (e alguma sorte) ela vai ficando mais leve, à medida em que aprendemos com os nossos erros e voltamos a acreditar em nós mesmos e na possibilidade de sermos felizes. É ai que, quando menos esperamos, a felicidade volta a se instalar em nossas vidas.

Então, pra encerrar este assunto, eu só queria dizer duas coisas pro meu amigo. A primeira é: tudo a seu tempo. E a segunda é: uma vida sem afeto não vale a pena ser vivida...e a gente pode até fingir que vale, mas amar e ser amado é uma das condições básicas para o ser humano ser feliz. A nós só nos resta aceitar a dor e deixar as lágrimas rolarem pelo rosto até secarem. Nos fortalecer e começar de novo, sem pressa. O que não podemos permitir é deixar que o medo nos paralise e tome conta de nós. Porque se deixarmos, estaremos vivendo uma vida pela metade.

PS. Antônio, estas tulipas são pra você.

Sobre diagnósticos


Se é que alguém andou acompanhando minhas especulações tempos atrás...Segundo diagnóstico recente eu não sou bipolar coisa nenhuma, sou é borderline! O diagnóstico não é oficial, e nem tampouco definitivo...E eu na verdade nunca cheguei a ser diagnosticada como bipolar mas como tenho uma amiga que recebeu este diagnóstico ano passado, acabei entrando na viagem dela (é que somos mesmo muito parecidas). A verdade é que tenho duas amigas bipolares e elas juram de pés juntos que também sou bipolar. Aí a gente acaba se confundindo mesmo, fazer o quê!

Mas entre bipolar e borderline, sou acima de tudo eu mesma, sempre! Cheguei à (óbvia) conclusão de que sempre serei mais do que um rótulo (felizmente meus amigos sempre souberam disso e F. também). Complicada, sem dúvida. Temperamental, claro. Mente inquieta, sempre. A boa notícia é que voltei à terapia, e desta vez farei terapia cognitiva. No mais, a gente vai levando. E sabem de uma coisa? Não estou ligando muito pra esses rótulos porque hoje em dia todo mundo é bipolar, borderline, ADHD, autista e por ai vai (vai ver Caetano estava certo: de perto ninguém é normal).

Meu filho mesmo - depois de uma bateria exaustiva de testes e muita especulação - foi oficialmente diagnosticado ano passado como tendo um grau leve de autismo. Não chega a ser debilitante mas algumas das características típicas do autismo estão lá, não há como negar. No caso dele (não vou entrar em detalhes) é verdade mesmo, tanto que ele mudou para uma escola especial e o desempenho nesta escola melhorou 100%. Em vez de classes com 30 alunos, classes reduzidas com 12 alunos...mais atenção para cada aluno, melhor concentração, melhor rendimento escolar. Ele deixou de ser inseguro e medroso e hoje em dia é uma criança segura, confiante e alegre. E quando antes tinha dificuldade em acompanhar a aula (devido a problemas de concentração, até porque a escola antiga era mesmo caótica), hoje ele já é o melhor aluno da sua turma!

Mas quem não entendeu nada do que escrevi aqui encima, não precisa se desesperar! Os distúrbios de personalidade são difíceis de diagnosticar - até porque, no tempo da minha mãe essas classificações ainda não existiam. Algumas pessoas eram simplesmente tidas como excêntricas (sabe aquele tio esquisito) ou difíceis de lidar e pronto, estava explicado! Na maioria das vezes, dizia-se que fulano tinha um temperamento forte (e na pior das hipóteses, insuportável). Só que nos últimos tempos as coisas mudarem e se você não prestar atenção, mais cedo ou mais tarde acaba recebendo um rótulo!

E claro, receber um rótulo tem dois lados. O lado bom é que com o diagnóstico correto fica mais fácil estabelecer o tipo de tratamento a ser seguido. O lado ruim é que o paciente corre o risco de se identificar com o rótulo de tal forma que passa a viver a vida de forma limitada. No final das contas, cabe ao paciente tirar proveito do lado bom e descartar o ruim. Como tudo na vida, diga-se de passagem.

domingo, fevereiro 03, 2008

Cappuccino girl, that´s right!

You Are a Cappuccino

You're fun, outgoing, and you love to try anything new.
However, you tend to have strong opinions on what you like.
You are a total girly girly at heart - and prefer your coffee with good conversation.
You're the type that seems complex to outsiders, but in reality, you are easy to please
Tecnologia do Blogger.

Madurodam



Esta semana é férias escolares aqui na Holanda e tenho andado pra lá e pra cá feito barata tonta com meu filho - só quem tem criança em casa pra saber a correria que a vida da gente se transforma quando essas crianças entram de férias (eles entram de férias e a gente trabalha dobrado). Então, antes que eu me esqueça, queria dizer que fim-de-semana passado fomos eu, Liam e F. visitar Madurodam, em Haia.

Eu já tinha estado lá duas vezes com o Liam mas ele adora e então prometi que iríamos com o F. um dia desses. E como promessa é dívida (ainda mais se tratando de crianças, vejam bem), lá fomos nós! Liam é acima de tudo apaixonado pelos trens miniatura que circulam pelo parque. Sem falar na miniatura do aeroporto Schiphol, com aviões circulando pelas pistas (só falta voarem de verdade, rsrsrrs). E eu adoro rever aquelas casinhas que mais se parecem com casas de boneca (as da foto acima são réplicas de Amsterdã). O parque é composto de réplicas de pontos turísticos e destaques arquitetônicos das principais cidades holandesas. Entre eles: Mauritshuis (Haia), Praça Dam e Rijksmuseum (Amsterdã), Schiphol, Euromast (Roterdã), a bela e imponente Mariakerk em Utrecht, etc.

Fica mais uma dica de programa - recomendado especialmente para quem visita a Holanda com crianças a tiracolo!

Ethan Hawke


Depois de falar da Julie Delpy, agora vou falar do parceiro dela nos filmes Before Sunrise e Before Sunset. É que pra quem não sabe, além de ator o cara ainda é escritor - e dos bons! Ele já tem dois livros publicados: The Hottest State: A Novel (1996) e Ash Wednesday (2002).

Pois ontem passeando com a Anna pelo centro e fuxicando meu (nosso) sebo favorito, ela achou nas prateleiras o romance Ash Wednesday dele pra mim (isso porque ela já tinha um em casa). Por uma dessas coincidências da vida - que a minha vida anda cheia nos últimos tempos - F. já tinha comentado que o livro era muito bom e tinha até uma versão holandesa em casa. Mas eu não me animei a ler em holandês, até leio mas prefiro ler no original sempre que possível!

Só sei que comecei a ler o livro e ele é de fato muito bem escrito (e a descrição psicológica dos personagens melhor ainda). Sem querer ser preconceituosa e já sendo, um livro desta qualidade não é exatamente o que se costuma esperar de um ator de filmes de Hollywood. Fica aqui a recomendação para os fãs de carteirinha de Before Sunrise e Before Sunset. Não percam!




PS. O livro Ash Wednesday foi publicado em 2003 pela Ediouro com o título Quarta-feira de Cinzas, só não sei dizer se a edição está esgotada.

Sessão de cinema: Juno

Além dos filmes citados no post aqui embaixo, este fim-de-semana assistimos ainda Juno, um filme que eu estava curiosíssima pra conferir e que vem fazendo furor nas telas e na mídia americana. Ele já vem sendo considerado por alguns como o novo Little Miss Sunshine, mas na minha opinião, qualquer semelhança é mera coincidência (mesmo). Sim, são dois filmes alternativos com roteiros originais e muito bem cuidados e é claro, protagonistas instigantes. Mas a comparação pára por ai (na dúvida, assista aos dois).

Juno é uma estória cativante (pra não dizer hilária) que surpreende o expectador sem apelar para os clichês da adolescência. Diálogos curtos e recheados de sarcasmo, com ácidas críticas ao conservador american-way-of-life retratado em tantos outros filmes. Acima de tudo, diálogos inteligentes que vão direto ao ponto, exatamente como a personagem principal, a adolescente de 16 anos. Porque fiquem avisados: Juno é uma garota de atitude! Daquelas que sabe o que quer da vida ou ao menos pensa que sabe do alto dos seus 16 anos. E ela está se lixando pra opinião alheia e pros comentários maldosos à sua volta (let them eat cake). Assim sendo, um belo dia ela engravida e, apesar das más línguas e do pânico inicial da descoberta, decide assumir a gravidez e arrumar um casal para adotar o bebê. A barriga vai crescendo e Juno continua frequentando a escola, onde vai se tornando cada vez mais uma espécie de anti-herói da turma mais conformada (o que me lembra outro filme alternativo que gosto muito, Ghost World). Ela não se deixa abater e circula de barrigão e cabeça erguida, sem o menor problema.

O problema começa mesmo é quando Juno descobre que não podemos planejar tudo e que alguns detalhes independem da nossa vontade (mesmo que tenhamos a maior boa vontade do mundo). Em busca de pais adotivos, ela se vê obrigada a questionar o amor e as relações adultas. E acaba encontrando o amor onde menos estava procurando...Mas o resto eu não conto pra não estragar a surpresa. Assistam!

3 x Julie Delpy


Neste fim-de-semana, eu e F. aproveitamos o clima de dia dos namorados (aqui na Holanda se comemora o Dia dos Namorados em 14 de fevereiro, como nos EUA) pra rever dois de nossos filmes favoritos: Before Sunrise (1995) e Before Sunset (2004). Dois cult movies imperdíveis com Julie Delpy e Ethan Hawke nos papéis principais. Duas pequenas grandes obras sobre o amor - acima de tudo, o amor platônico. Aquele amor que não chega a se concretizar e que por isso passamos a idealizar e a imaginar o que teria sido se...No primeiro filme, um jovem americano e uma francesa se conhecem durante uma viagem de trem e depois de uma conversa decidem passar algumas horas memoráveis em Viena. Muitas conversas e revelações depois, ambos se separam e cada um segue seu caminho. Ela de volta à Paris e ele de volta aos EUA. No segundo filme, ele está de passagem por Paris para o lançamento de seu livro e ela vem procurá-lo na livraria. 9 anos depois daquele encontro em Viena, os dois retomam a conversa como se nunca tivessem se separado. E eu só sei dizer que se esses dois filmes já eram especiais pra mim antes, hoje são mais especiais ainda (motivo pelo qual decidi dá-los de presente de aniversário ao F. dezembro passado). É que foi praticamente o que aconteceu comigo e o F. Em vez de Viena e Paris, Dublin e Amsterdã. Em vez de 9, 13 anos. A gente se conheceu em Dublin em 94 (quando ele era casado), eu vim morar na Holanda e nos vimos rapidamente em 96 (quando ambos estávamos casados). 11 anos depois nos reencontramos por obra do acaso (sincronicidade, destino, serendipity, you name it...) em Amsterdã. Como já comentei aqui no blog antes, nos esbarramos na rua numa sexta-feira à tarde (detalhe: ele nem mora aqui). Desta vez ambos solteiros (como eu, ele também se divorciou depois de 10 anos de casamento), eu com um filho de 7 anos. Falando assim ninguém acredita.

Mas voltando à Julie Delpy do título deste post: hoje fomos ao cinema assistir 2 Days in Paris (2007), filme escrito e dirigido pela atriz francesa e que estava na minha lista há semanas. O filme lembra muito aquelas comédias de Woody Allen no estilo Annie Hall (Noivo Neurótico, Nova Neurótica) e tem algumas cenas de rolar de rir! Os diálogos são ágeis e muito bem escritos, e muitos dos expectadores irão se reconhecer na tela em um ou outro momento do filme. E quem nunca se apaixonou, brigou no meio da rua ou fez cena de ciúme (com ou sem motivo, é claro) que atire a primeira pedra!

Scheveningen, 15 graus.


Falando assim brasileiro não acredita, mas aqui na Holanda quando se aproxima o final do inverno, o primeiro sinal de primavera leva as pessoas em massa pra rua. Juro que não estou brincando! Mas só mesmo quem vive no norte europeu pra entender este fenômeno, que nem a palavra euforia é suficiente para descrever. Sim, porque é só o serviço meteorológico anunciar que vai fazer sol no fim-de-semana e temperaturas de 15 graus pras pessoas correrem pra praia!!! Parece mentira mas não é (15 graus no inverno já é praticamente considerado primavera). Este primeiro passeio na praia em pleno final de inverno é uma tradição local. Assim sendo, eu e F. não resistimos e também fomos passear no calçadão da maior (e mais turística) praia holandesa: Scheveningen. A praia fica em Haia (onde tenho passado meus fins-de-semana, pra quem pegou o bonde andando) e concentra um número enorme de restaurantes, bares e hotéis de beira-mar, além de um casino e várias salas de cinema. A temporada mesmo só começa em meados de abril, mas holandês de verdade (e brasileiro que mora há mais de 10 anos por essas bandas, rsrsrs) não espera tanto tempo e vai pra praia em pleno inverno mesmo! De casaco e cachecol mas vai. Pra nós brasileiros acostumados com o verão tropical, a paisagem é no mínimo inusitada - o que não deixa de ser divertido!

Feliz Ano Novo !



Para os desinformados, quinta-feira passada os chineses em todo o mundo comemoraram oficialmente a chegada do ano novo, mas como era no meio da semana, as comemorações ficaram pro fim-de-semana (pelo menos aqui na Holanda). Sábado tive a oportunidade de assistir em Haia (e totalmente de graça) a um espetáculo tradicional de kung fu do Shaolin Legend Group, patrocinado pela prefeitura da cidade. Depois aproveitamos o belo dia de sol para darmos umas voltas pela Chinatown logo ali atrás do Spuiplein e da prefeitura. É que Haia tem a maior concentração de imigrantes chineses da Holanda (e como você, eu também não sabia...) e a festa na rua é animadíssima, com direito a dragões coloridos (a alegria da garotada) e muitos fogos de artifício. Eu já tinha participado de festa semelhante na Chinatown aqui de Amsterdã (Nieuwmarkt) mas em Haia a organização é bem melhor! Só pelo espetáculo dos mestres Shaolin já valeu a pena sair de casa.

Aproveitamos o clima de festa e decidimos emendar no restaurante Dim Daily, que oferece fusion kitchen a preços convidativos (o restaurante abriu há menos de um ano em Haia e é muito movimentado). Comi uns noodles japoneses com lula e molho de soja...delicioso! E de entrada ainda um frango com tempero especial enrolado em folhas de bambu...huuuuuuuuuuuuuuum, me deu água na boca de novo!

Coisa de criança


Quanto mais velha eu fico, mais eu adoro essas coisinhas de criança que a gente vê nas lojas. Nem Freud explica! Volta e meia trago uma coisinha pra casa. Se tiver bolinhas e listras coloridas, melhor ainda. E aqui na Holanda uma loja que eu adoro é a HEMA. Ela é meio uma Lojas Americanas mas também vende designs exclusivos - desde objetos de decoração como relógios de parede e abajours até porcelana. Agora digam-me lá, dá pra resistir a esta fofíssima série de bichos?

Ontem voltei pra casa com uma linda latinha (redonda) da série acima, ideal pra guardar balas e outras guloseimas do meu filho. Eu tinha uma velha de plástico que estava mesmo pedindo pra ser substituída. Desculpas à parte, confesso que provavelmente gostei mais da latinha do que o Liam - que está mais preocupado com o conteúdo da lata! rsrsrs

Sobre o apego, o medo e os relacionamentos


Não deu pra ficar calada. É que um amigo comentou no blog dele que hoje em dia, o negócio é a gente não se apegar a nada nem a ninguém. Ele acaba de viver uma grande desilusão amorosa e é bastante compreensível que pense assim...eu mesma já passei por isso depois do meu casamento. Porque a gente sofre e a primeira reação do ser humano é evitar aquilo que causou tanta dor. Então a gente foge de relacionamentos como o diabo da cruz, a gente se esconde num buraco e ai de quem tentar tirar a gente de lá antes da hora. E a gente tenta (com todas as nossas forças) acreditar que somos auto-suficientes, que não precisamos de nada nem de ninguém...E por um tempo, isso até funciona.

Mas a vida é feita de ciclos. Tudo na vida tem seu tempo e a gente precisa viver certas coisas, não adianta fugir da raia. A gente pode até adiar algumas decisões, a gente pode empurrar a sujeira pra debaixo do tapete e fingir que está tudo bem. Mas a vida não pára e a gente um dia decide que é hora de mudar. E mudar dói, dói muito. Só que o que vem depois é muitas vezes tão inacreditavelmente melhor que a gente se pergunta porque diabos não mudou antes! Porque diabos não tomou aquela decisão antes, porque não arriscou em vez de se esconder. E a gente quase não se perdoa por ter jogado fora tanto tempo...Mas é que, na nossa cegueira temporária, a gente não sabia que as coisas podiam melhorar. Dentro da nossa cabeça o cenário era de um deserto insólito e sem perspectivas. Só um buraco negro e nós acuados lá dentro. Assustador? Sem dúvida. Mas nem tudo está perdido.

Só digo isso porque eu vivi uma estória muito, muito triste e também decidi que nunca mais iria me envolver com ninguém. Que o melhor mesmo era ficar sozinha (e ai de quem tentasse me convencer do contrário)! Afinal, quem precisa de afeto, quem precisa de amor? Só que o destino obviamente tinha outros planos para mim (e sou grata até hoje por isso, não vou mentir). E eu tive a oportunidade de amar de novo e amar de verdade. Apesar do medo, apesar da dor. E convenhamos, cada um de nós carrega consigo uma bagagem emocional, por onde quer que ande. E com o passar do tempo (e alguma sorte) ela vai ficando mais leve, à medida em que aprendemos com os nossos erros e voltamos a acreditar em nós mesmos e na possibilidade de sermos felizes. É ai que, quando menos esperamos, a felicidade volta a se instalar em nossas vidas.

Então, pra encerrar este assunto, eu só queria dizer duas coisas pro meu amigo. A primeira é: tudo a seu tempo. E a segunda é: uma vida sem afeto não vale a pena ser vivida...e a gente pode até fingir que vale, mas amar e ser amado é uma das condições básicas para o ser humano ser feliz. A nós só nos resta aceitar a dor e deixar as lágrimas rolarem pelo rosto até secarem. Nos fortalecer e começar de novo, sem pressa. O que não podemos permitir é deixar que o medo nos paralise e tome conta de nós. Porque se deixarmos, estaremos vivendo uma vida pela metade.

PS. Antônio, estas tulipas são pra você.

Sobre diagnósticos


Se é que alguém andou acompanhando minhas especulações tempos atrás...Segundo diagnóstico recente eu não sou bipolar coisa nenhuma, sou é borderline! O diagnóstico não é oficial, e nem tampouco definitivo...E eu na verdade nunca cheguei a ser diagnosticada como bipolar mas como tenho uma amiga que recebeu este diagnóstico ano passado, acabei entrando na viagem dela (é que somos mesmo muito parecidas). A verdade é que tenho duas amigas bipolares e elas juram de pés juntos que também sou bipolar. Aí a gente acaba se confundindo mesmo, fazer o quê!

Mas entre bipolar e borderline, sou acima de tudo eu mesma, sempre! Cheguei à (óbvia) conclusão de que sempre serei mais do que um rótulo (felizmente meus amigos sempre souberam disso e F. também). Complicada, sem dúvida. Temperamental, claro. Mente inquieta, sempre. A boa notícia é que voltei à terapia, e desta vez farei terapia cognitiva. No mais, a gente vai levando. E sabem de uma coisa? Não estou ligando muito pra esses rótulos porque hoje em dia todo mundo é bipolar, borderline, ADHD, autista e por ai vai (vai ver Caetano estava certo: de perto ninguém é normal).

Meu filho mesmo - depois de uma bateria exaustiva de testes e muita especulação - foi oficialmente diagnosticado ano passado como tendo um grau leve de autismo. Não chega a ser debilitante mas algumas das características típicas do autismo estão lá, não há como negar. No caso dele (não vou entrar em detalhes) é verdade mesmo, tanto que ele mudou para uma escola especial e o desempenho nesta escola melhorou 100%. Em vez de classes com 30 alunos, classes reduzidas com 12 alunos...mais atenção para cada aluno, melhor concentração, melhor rendimento escolar. Ele deixou de ser inseguro e medroso e hoje em dia é uma criança segura, confiante e alegre. E quando antes tinha dificuldade em acompanhar a aula (devido a problemas de concentração, até porque a escola antiga era mesmo caótica), hoje ele já é o melhor aluno da sua turma!

Mas quem não entendeu nada do que escrevi aqui encima, não precisa se desesperar! Os distúrbios de personalidade são difíceis de diagnosticar - até porque, no tempo da minha mãe essas classificações ainda não existiam. Algumas pessoas eram simplesmente tidas como excêntricas (sabe aquele tio esquisito) ou difíceis de lidar e pronto, estava explicado! Na maioria das vezes, dizia-se que fulano tinha um temperamento forte (e na pior das hipóteses, insuportável). Só que nos últimos tempos as coisas mudarem e se você não prestar atenção, mais cedo ou mais tarde acaba recebendo um rótulo!

E claro, receber um rótulo tem dois lados. O lado bom é que com o diagnóstico correto fica mais fácil estabelecer o tipo de tratamento a ser seguido. O lado ruim é que o paciente corre o risco de se identificar com o rótulo de tal forma que passa a viver a vida de forma limitada. No final das contas, cabe ao paciente tirar proveito do lado bom e descartar o ruim. Como tudo na vida, diga-se de passagem.

Cappuccino girl, that´s right!

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You are a total girly girly at heart - and prefer your coffee with good conversation.
You're the type that seems complex to outsiders, but in reality, you are easy to please