domingo, novembro 28, 2010

Uma mulher de 30 e poucos anos


Recentemente, a Pri do blog Devaneios e Metaformoses indicou uma série de tv que me deixou curiosa. A começar porque Pri é uma daquelas blogueiras com quem mais tenho afinidade. Uma afinidade natural, em que nos reconhecemos sem esforços uma na outra. Talvez por pensarmos tão parecido, e mais provavelmente pelas experiências que a vida colocou em nossos caminhos. Pra início de conversa porque ela também é divorciada, tem uma filha e um relacionamento pós-divórcio.

Voltando ao seriado em questão, aviso ao desavisados que embora a protagonista seja uma mulher de 32 anos, Being Erica nada tem a ver com Sex and the City e seriados afins! Sim, Érica é uma mulher inteligente, tentando sobreviver suas aventuras amorosas e lutando pra se estabelecer profissionalmente. Mas a semelhança termina aí. Porque o aprendizado de Érica é bem outro.

Com a ajuda de um terapeuta nada convencional, Érica tenta reconciliar os erros do passado e aceitar-se a si mesma. Ela tem a oportunidade única de reavaliar seu passado, rever arrependimentos, reviver situações passadas e last but not least tirar suas próprias conclusões. O interessante é observar que mesmo voltando ao passado, ela muitas vezes se surpreende ao descobrir que não apenas não consegue resolver a situação de uma forma melhor, como até piora a situação propriamente dita. Quem assistiu ao filme The Butterfly Effect talvez possa ter idéia do que estou falando. Food for thought.

Nessa fascinante - e muitas vezes dolorosa - jornada de volta ao passado, uma das principais lições a serem aprendidas é a aceitação de si mesma. Aceitar o fato de que foram exatamente essas escolhas que a tornaram a pessoa que ela é hoje.  Desnecessário dizer, esta é uma das questões mais presentes na minha vida nos últimos anos...então é praticamente impossível eu não me identificar com esta mulher de 32 anos.

Being Erica é um seriado que não apenas diverte como faz pensar. Enfim, eu recomendo!

sábado, novembro 27, 2010

Meu cantinho favorito




Hoje nevou pela primeira vez aqui em Amsterdã e estou em casa de molho resfriada. Mas não vim aqui pra reclamar e sim para convidá-los a uma rápida visita à minha casa! Esta é a minha mesa de computador, já devidamente decorada em clima natalino. A decoração de estrelas fui eu mesma que fiz (o surto criativo continua) e admito que ficou uma gracinha! Simplesmente decorei estrelinhas de madeira (um saquinho com 4 custa 1euro na Kruidvaat, pra quem gostou da idéia e mora por aqui) com papel decorado e pequenos botões, usei um elástico rosa como cordão e voilà! O toque final ficou por conta da fitinha usada em decoração de árvore de natal (nas cores branca e prateada).

O cervo branco ao lado do computador eu comprei na Bijenkorf, minha loja de departamentos favorita aqui na Holanda. Foi paixão à primeira vista quando vi nas prateleiras. Não deu mesmo pra resistir - só não comprei o rosa porque achei viadagem demais, rsrsrs.




Agora vou voltar pra debaixo das cobertas e assistir uma overdose de Third Rock from the Sun.  Porque sim, rir é o melhor remédio. Um bom fim-de-semana para todos!

terça-feira, novembro 23, 2010

Depressão e ignorância



O  título deste post ia ser Depressão e Falta de Informação. Mas achei que o outro título atrairia mais leitores, então agora que já chamei sua atenção, vamos ao que interessa!

Eu só queria dizer que fico impressionada com a falta de informação do público geral quanto à depressão. Já falei sobre a doença aqui no blog porque convivi anos com ela, li muito sobre o assunto e até hoje me policio (um dia de cada vez é o meu lema).

E confesso que até hoje fico surpresa ao ver gente educada falando que depressão é fraqueza. Queridos amigos e leitores, em pleno século XXI, com tantos artigos e livros publicados sobre o assunto, não é possível que tenha gente que ainda acredite nisso! Fico triste porque isso significa que o depressivo acaba sofrendo duplamente: com a doença (sim, depressão é doença e das sérias) e com o preconceito. Gente que nunca viveu isso na pele nem viu um membro da família sofrer e que acredita que depressão seja uma questão de escolha, força de vontade...ou sei lá o que mais.

Eu tive três depressões sérias que marcaram a minha vida em muitos aspectos. Me tratei, me conheci melhor e hoje sou uma pessoa mais sábia por causa disso. O que muita gente não sabe é que depois de uma primeira depressão, o risco de ter um segundo episódio é maior (principalmente se a primeira não for tratada, como foi o meu caso). Depois de uma segunda depressão, o risco de uma terceira é maior ainda. Depois de uma terceira, o psiquiatra geralmente recomenda medicamento de manutenção - o que significa que eu vou tomar antidepressivos a vida inteira. Não tenho a menor vergonha de dizer isso porque depressão é doença e como toda doença, deve (e pode) ser tratada.


Pra finalizar, recomendo um título excelente (que espero que vocês NUNCA precisem ler): O Demônio do Meio-Dia, Uma Anatomia da Depressão de Andrew Solomon. Quem quiser mais dicas, é só entrar em contato.

A Pri é psicóloga e escreveu um texto tão bom sobre o assunto que eu resolvi indicar a leitura pra vocês: Sobre as doenças psicológicas e psiquiátricas





PS. Este post é dedicado a todos que tiveram a sorte de nunca terem convivido com a depressão.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Totoro, Totoro!



Hoje à tarde finalmente assisti a um dos mais famosos anime de todos os tempos: My Neighbor Totoro (1988). E não tenho palavras pra dizer como este filme é adorável! Simplesmente imperdível.

O filme é de Hayao Miyazaki, um dos mais badalados diretores japoneses. Eu como adoro animação, sou suspeita pra falar mas digo assim mesmo: a animação japonesa não fica devendo nada à animação da Disney ou da Pixar.  Muito pelo contrário. Anime é uma das melhores coisas que o Japão tem produzido nos últimas décadas. Quem não conhece, não sabe o que está perdendo!

Me empolguei tanto com Totoro que acabei fazendo uma sessão dupla e assisti ainda Kiki's Delivery Service. Outro filme que é uma gracinha, ele conta a estória de uma bruxinha japonesa aprendendo a se virar sozinha. Mas Totoro é melhor, um clássico da animação japonesa. Não é à toa que ele foi escolhido para ilustrar o logotipo dos Studios Ghibli!

Ainda do mesmo diretor, assisti e recomendo Spirited Away (2001), Howl's Moving Castle (2004) e Ponyo (2008). Ponyo é o filme mais recente do diretor, assisti com meu filho no cinema e comentei aqui.


Spirited Away
Howl's Moving Castle
Kiki's Delivery Service

terça-feira, novembro 16, 2010

Mente quem diz que nunca sentiu


Estava eu circulando pela blogosfera quando me bateu uma inveja enorme de certas blogueiras - não delas especificamente, mas das viagens que elas fizeram. E para os apressadinhos eu já aviso: mente quem diz que NUNCA sentiu inveja. Porque convenhamos, inveja é um sentimento humano. Pensando bem, mais humano impossível.

Enfim, eu sempre amei viajar. Mas por questões puramente pessoais que prefiro não comentar aqui, tenho viajado muito menos do que gostaria nesses últimos anos. O meu único (e maior) consolo é que moro na Europa, e os lugares não irão fugir de mim. Não, não estou aqui de passagem. Nem tenho planos de voltar ao Brasil a curto ou médio prazo.

E claro, quem acaba de chegar na Europa para estudar ou trabalhar, está mais do que certo em visitar o maior número possível de países! Eu mesma tive esta fase, e foi a fase em que mais viajei...Sim, estou falando dos meus primeiros cinco anos. Porque depois que tive filho e a vida mudou da água pro vinho, precisei lidar com outras questões (bem) mais importantes. Na verdade, estou lidando com algumas dessas questões até hoje. Mas esta é a MINHA vida. Com seus dias bons e ruins. Com erros e acertos.  Com escolhas precipitadas sem conhecimento prévio. Muitas vezes, sem planejamento. 

Uma das GRANDES lições que aprendi nos últimos anos - e depois dos 40 esta lição é inevitável porque a vida nos alcança - é que é preciso algum tipo de planejamento nesta vida. E se eu disser que vim pra Amsterdã de mala e cuia (sem dinheiro, marido ou emprego). E que até minha gravidez não foi planejada, vocês podem ter uma idéia do que estou falando. Eu sempre fui uma pessoa espontânea. Daquelas que vive o momento sem pensar no futuro. Mas o futuro um dia chega. E a gente tem de aprender a lidar com as consequências das escolhas no passado. Eu estou aprendendo até hoje, a duras penas.

Mas agora chega de tristeza!!! Quando pàro pra pensar em tudo que eu já fiz nesta vida, eu não posso reclamar. Eu já me casei, separei e hoje tenho uma relação estável quando tanta gente vive sozinha (e não, não há nada de errado nisso!). Eu já tive meu filho quando muitas mulheres não podem ter filhos. Eu saí do meu país e moro na Europa há 17 anos. O que para muitos é apenas um sonho.


Então fica combinado assim: vamos ser felizes com o que a gente tem e não com o que falta na vida da gente. Are you IN or are you OUT?

segunda-feira, novembro 15, 2010

Mais um selinho!




Tive a honra de ganhar mais um selinho, desta vez do leitor fiel e também blogueiro Kilson. Todo selo sempre tem algo de especial e este Prêmio Dardos não podia ser diferente! Ele vai para os blogueiros que divulgam valores culturais, éticos, literários e pessoais através de seus blogs. Pessoas que demonstram sua criatividade através de suas palavras.

Em suma, o Prêmio Dardos é um ato de reconhecimento do valor de cada indivíduo e de sua participação na blogosfera. Porque todo mundo tem algo a compartilhar, mesmo que nem todo mundo saiba escrever direito, rsrsrsrs. E o mais legal é que a gente sempre aprende algo com os outros.

Seguindo a regra, vou indicar algumas blogueiras cuja contribuição considero especial. Até porque, elas já fazem parte especial da minha vida (embora algumas ainda nem saibam disso).

* Anita, do blog Greetings from Holland
* Eve, do blog Rindo de Mim Mesma
* Lia, do blog Quero Morar em uma Livraria
* Liana, do blog Ela é americana 
* Maria Valéria, do blog Com toda a Minha Alma
* Pri, do blog Devaneios e metamorfoses
* Tânia, do blog Elos e Nós

domingo, novembro 14, 2010

Surto criativo, parte II



Pois é, eu fico um tempão sem mexer no meu material de scrapbooking, mas quando começo não paro mais! Fiquei tão satisfeita com minhas árvores de natal que voltei ontem na loja pra comprar dois corações! Aproveitei restos de um dos meus papéis favoritos e voilà! Super fáceis de fazer, os corações podem ser pendurados na porta do quarto ou armário. E também são um presente original.

Pra quem não sabe o que é scrapbooking, trata-se de um dos hobbies mais populares nos EUA e também aqui na Holanda nos últimos anos. Originalmente, scrapbooking consiste em criar layouts para suas fotos. Páginas, mini-álbuns e por aí vai. Eu, como sempre fui apaixonada por PAPEL, vivo buscando dicas de projetos para (re)aproveitar restos de material. Como para fazer cartões, decorar caixinhas, molduras para fotos e outras peças de decoração.

E eu já tenho outro projeto em mente, vou fazer uma espécie de guirlanda de natal (slinger em holandês) com cinco árvores em um mesmo cordão, depois volto pra mostrar como ficou!!! A idéia é usar como decoração de natal pela casa afora. A guirlanda pode ser pendurada em prateleiras na sala ou cozinha, ou mesmo numa árvore de natal.




Pra finalizar, o link a seguir tem 1001 dicas para interessados em adquirir um novo hobby: http://www.scrapbookingtop50.com









PS. Por falar em cartões, por favor não se esqueçam de enviar email para mim pra eu poder dar meu endereço para a TROCA NATALINA!!!

quinta-feira, novembro 11, 2010

Troca natalina



Estava eu aqui pensando com meus botões e tive uma idéia! Aproveitando meus surtos criativos - que vem e voltam como todo surto que se preze - pensei em sugerir uma TROCA NATALINA.

A idéia é a seguinte: cada leitor que me mandar um postal da cidade ou estado onde mora, receberá um cartão de natal feito por mim!!! Não é sorteio, é uma troca. Ou se preferirem, um gesto simbólico de amizade entre blogueiros. Obviamente, os leitores fiéis também podem (e devem) participar.

Como não quero colocar meu endereço na rede, quem quiser participar envie um email para: pinheiro_elizabeth@yahoo.com. Funciona assim: você manda o email, eu envio meu endereço, você manda o postal ou cartão, e eu respondo com um cartão meu.

Então vamos lá! Está aberta a temporada de cartões.


Feitos por mim!

quarta-feira, novembro 10, 2010

Surto criativo

Eu tenho muito material de scrapbooking aqui em casa...mas nos últimos tempos tem faltado um certo grau de organização pra completar algum projeto.

Só que domingo passado achei uns penduricalhos de madeira na forma de árvores de natal (XENOS, pra quem mora aqui na Holanda) e foi só olhar pro treco que logo me veio uma idéia. Porque não decorar com restos de papel de natal, fitas e botões? Gostei tanto do resultado que decidi dar de presente pra professora do meu filho, minha tia, etc. Um presente barato, original e melhor ainda, reciclado!

Como a minha critiavidade não é pouca, no final saíram 3 estilos bem diferentes (meu favorito é o cor-de-rosa com botões vermelhos). Confiram só:



Asperger e adolescentes

Eu sei que a maioria dos meus leitores não tem interesse específico em autismo. Mas também sei que muitos chegam ao meu blog através de pesquisas no google com palavras asperger, autismo, etc. Ou seja, tem sempre gente interessada no assunto - e o tema dá muito pano pra manga.

Eu acho informação fundamental, ao menos eu sempre fui uma information junkie! E não apenas em questões relativas ao autismo, mas em termos gerais. Porque a gente não pode (ou não deveria) falar do que não conhece. Autismo é um tema recorrente no meu blog (pra quem ainda não percebeu) porque convivo diariamente com ele. E gosto de dar dicas para pessoas interessadas porque informação nunca é demais!

Mas este post é pra falar de um livro muito interessante que acabei de ler, Freaks, Geeks and Asperger Syndrome. O autor é Luke Jackson, um adolescente de 13 anos que tem a síndrome de Asperger e decidiu escrever um livro para compartilhar suas experiências. Um livro duplamente especial: por oferecer uma visão em primeira mão de quem sofre do distúrbio, e por falar sobre autismo na adolescência (mais especificamente, Asperger). Pra ser sincera (sem ser esnobe), peguei a versão em holandês aqui na biblioteca, e infelizmente não sei dizer se o livro já foi traduzido para o português...

Enfim, altamente recomendado para pais e educadores que lidem com crianças e adolescentes autistas.





PS. Para obter uma lista de mais livros sobre o assunto, leia aqui (em inglês). Os três primeiros  listados eu já li e recomendo.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Pegando leve



Não sei se é a sabedoria que finalmente bate à minha porta (e anos de terapia) mas percebo um movimento diferente na minha vida. É que nos últimos tempos decidi deixar os problemas de lado (o que não é o mesmo que ignorá-los) e tentar pegar leve. Ou seja, eu tenho tentado. Sim, porque problemas sempre existirão então só nos restam duas opções. Ou a gente surta e afunda nos problemas de uma vez por todas (e eu sou ótima nisso). Ou a gente levanta a cabeça e segue em frente.

Mas eu sou humana e tenho meus dias bons e ruins. E estou aprendendo a aceitar ambos de forma mais tranquila, sem muito drama. Acredito que a blogosfera tenha tido um papel essencial nessa estória, porque tem me feito ver que existem pessoas lá fora exatamente como eu. Pessoas que como eu lutam com seus problemas reais e imaginários. Mentes inquietas com muita estória pra contar. E acima de tudo, muita vontade de compartilhar suas experiências.

No meu caso, escrever tem servido pra aprender a relativar (se é que este verbo existe). Porque eu escrevo e edito depois, um vício da antiga profissão. E ao editar, sou confrontada novamente com minhas palavras. E meus sentimentos. Pensando bem, relativar tem sido um exercício diário. Porque a vida nem sempre é como a gente quer - muito menos como a gente sonhou - mas sempre tem gente em situação pior. E quando a coisa está feia, eu confesso que sou feliz por comparação.

No mais, uma das principais lições que aprendi em terapia é que a gente deve (tentar) mudar os pensamentos antes que eles se expressem em sentimentos. Porque quando isso acontece, o estrago já foi feito e é mais difícil reverter a situação. É como cortar o mal pela raiz. A gente aprende a pensar direito, literalmente. Estou falando de terapia cognitiva, uma das mais usadas no tratamento da depressão. E à medida em que damos forma aos nossos pensamentos, criamos novos sentimentos. E o bem-estar é inevitável, mais cedo ou mais tarde. Favor não confundir com aquelas pessoas eternamente otimistas que nunca se permitem chorar, muito menos sofrer. Alegria e tristeza fazem parte da experiência humana, caros amigos.

No meu caso, tenho me policiado quase que diariamente...acho que anos de terapia estão finalmente começando a dar frutos. Esta é uma tarefa diária para mentes inquietas como a minha. Porque minha tendência natural é o sofrimento e a melancolia (mas eu escondo isso muito bem). Não sou a pessoa mais otimista do mundo, talvez pelas estradas tortuosas que percorri por essa vida.

Mas agora chega de UMBIGO. O importante é que escolhi viver um dia de cada vez. E tem dias que isso já é trabalho (mais do que) suficiente.

Parafraseando eu mesma

Caramba!!! Fui reler alguns posts antigos (pra ver se aprendi mesmo a lição) e me deparei com este escrito há mais de 3 anos e que me descreve tão perfeitamente:

Tô cansada...
Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

quarta-feira, novembro 03, 2010

De volta à programação normal

Depois do último post  - bem que eu disse que política não se discute - voltemos à programação normal deste canal, hehehe.

Mas antes disso, quero falar sobre a falta de comentários (e silêncio de muitas blogueiras queridas) no post sobre as eleições. E me permitam a sinceridade, fiquei triste e desapontada com a falta total de reação das minhas leitoras mais assíduas. Mas entendo perfeitamente e respeito a opinião de cada uma delas. Assim como entendo que o blog é meu e aqui eu escrevo o que eu quiser!

Em termos de política, respeito pela opinião alheia é fundamental. Claro que eu adoraria ter podido compartilhar minha imensa alegria com vocês...como já compartilhei tantas alegrias e tristezas neste espaço. Não foi o caso desta vez mas tudo bem, estou acostumada com essas coisas. E digo mais: o amor e a amizade verdadeiros sabem relegar essas diferenças inevitáveis de opinião.

Vivo isso na minha própria relação com o F., nossas maiores discussões foram e continuam sendo sobre...política e questões sociais! Brigamos, fico triste e depois a gente deixa pra lá e segue em frente. Porque amar é isso. O que não significa que seja fácil, né?

Enfim, voltemos à programação normal.

A internet e os vícios

 



Agora conta pra mim...qual o seu vício favorito?

segunda-feira, novembro 01, 2010

Política não se discute



Mas eu simplesmente não posso deixar este momento histórico passar em branco. Não apenas uma vitória do PT (e do povo brasileiro), como a primeira presidente mulher na história do Brasil.

Bom demais pra ser verdade, principalmente quando observo de perto a situação política na Holanda, e no resto da Europa.  Um continente inteiro virando para a direita, partidos xenófobos no poder (Holanda, Bélgica, Dinamarca e por ai vai). Isso sem falar nas ameaças de terrorismo cada vez mais presentes, xenofobia cada dia mais normal e muito mal-estar entre os imigrantes. Enfim: medo, muito medo do futuro. E eu que moro aqui no velho continente há 17 anos ando com vontade de emigrar....de novo!

Quanto às eleições brasileiras, nem vou dizer mais nada. Até porque, o Brasil está hoje nas manchetes mundiais:


RIO - Os principais jornais do mundo repercutem a vitória da primeira presidente que o Brasil já teve. A vitória de Dilma Rousseff teve como foco o fato de a candidata eleita ser a "herdeira" e "protegida" de Luiz Inácio Lula da Silva. O espanhol El País destacou em seu site que o presidente Lula "sempre deixou claro que a vitória de sua candidata era uma vitória dele próprio". A página ainda ressaltou que ela terá a tarefa de comandar o país que melhor representa o crescimento de novas potências mundiais.

Um dos mais importantes jornais do mundo, o New York Times destacou que a "ex-guerrilheira" Dilma foi vitoriosa após a promessa de "seguir com as políticas que tiraram milhões da pobreza" e tornaram o Brasil "uma das mais quentes economias do mundo". O diário americano lembrou que a presidente eleita fez parte de um governo que tirou cerca de 10% da população da extrema pobreza, "um legado grande demais para Serra superar".

O Wall Street Journal, bússola do mercado financeiro, publicou que a vitória da petista foi "selada pela ampla prosperidade econômica" e pela popularidade de seu "predecessor e mentor", Lula. Também classifica Dilma como uma "burocrata" relativamente desconhecida.

O The Washington Post seguiu a linha do Wall Street Journal, considerando que o resultado das eleições demonstram a lealdade do povo ao atual presidente.

O La Repubblica afirmou que a "pupila" do presidente Lula se elegeu dentro de sondagens que "sempre deram no mínimo 10% de margem". O jornal italiano não explorou a eleição brasileira, usando inclusive uma imagem antiga de Dilma.

Entre os periódicos franceses, o Le Monde não esconde sua simpatia e coloca a candidata petista como uma "sobrevivente de um câncer" e herdeira política do presidente "mais popular" da história do Brasil. O Le Figaro, mais crítico, destaca no título que a campanha foi "deletéria" (degradante), dizendo que o país está a "fogo e sangue" após a disputa.

O jornal britânico The Guardian destaca a história de Dilma como "ex-rebelde marxista" e a negativa do partido verde em apoiar a candidata do governo, o que lhe daria uma maioria "instantânea". O passado de luta armada da petista também foi lembrado pelo The Times.

O argentino La Nación escreveu em sua edição online que a petista "arrasou com 55,05%" dos votos. Chamada de "eleita de Lula", a vitória de Dilma foi classificada como "a boa notícia do Brasil" por um analista político do jornal.

O Clarín, por sua vez, optou por ressaltar o fato de o país ter escolhido sua primeira presidente mulher com um "contundente triunfo".

O português Diário de Notícias destaca na capa a altíssima abstenção destas eleições. "Apesar do voto ser obrigatório no Brasil, a abstenção ronda os 21%." O também português Correio da Manhã destacou que "mesmo antes do resultado oficial, Dilma já falava como presidente e disse que irá governar para todos os brasileiros".

(publicado no Jornal do Brasil)
Tecnologia do Blogger.

Uma mulher de 30 e poucos anos


Recentemente, a Pri do blog Devaneios e Metaformoses indicou uma série de tv que me deixou curiosa. A começar porque Pri é uma daquelas blogueiras com quem mais tenho afinidade. Uma afinidade natural, em que nos reconhecemos sem esforços uma na outra. Talvez por pensarmos tão parecido, e mais provavelmente pelas experiências que a vida colocou em nossos caminhos. Pra início de conversa porque ela também é divorciada, tem uma filha e um relacionamento pós-divórcio.

Voltando ao seriado em questão, aviso ao desavisados que embora a protagonista seja uma mulher de 32 anos, Being Erica nada tem a ver com Sex and the City e seriados afins! Sim, Érica é uma mulher inteligente, tentando sobreviver suas aventuras amorosas e lutando pra se estabelecer profissionalmente. Mas a semelhança termina aí. Porque o aprendizado de Érica é bem outro.

Com a ajuda de um terapeuta nada convencional, Érica tenta reconciliar os erros do passado e aceitar-se a si mesma. Ela tem a oportunidade única de reavaliar seu passado, rever arrependimentos, reviver situações passadas e last but not least tirar suas próprias conclusões. O interessante é observar que mesmo voltando ao passado, ela muitas vezes se surpreende ao descobrir que não apenas não consegue resolver a situação de uma forma melhor, como até piora a situação propriamente dita. Quem assistiu ao filme The Butterfly Effect talvez possa ter idéia do que estou falando. Food for thought.

Nessa fascinante - e muitas vezes dolorosa - jornada de volta ao passado, uma das principais lições a serem aprendidas é a aceitação de si mesma. Aceitar o fato de que foram exatamente essas escolhas que a tornaram a pessoa que ela é hoje.  Desnecessário dizer, esta é uma das questões mais presentes na minha vida nos últimos anos...então é praticamente impossível eu não me identificar com esta mulher de 32 anos.

Being Erica é um seriado que não apenas diverte como faz pensar. Enfim, eu recomendo!

Meu cantinho favorito




Hoje nevou pela primeira vez aqui em Amsterdã e estou em casa de molho resfriada. Mas não vim aqui pra reclamar e sim para convidá-los a uma rápida visita à minha casa! Esta é a minha mesa de computador, já devidamente decorada em clima natalino. A decoração de estrelas fui eu mesma que fiz (o surto criativo continua) e admito que ficou uma gracinha! Simplesmente decorei estrelinhas de madeira (um saquinho com 4 custa 1euro na Kruidvaat, pra quem gostou da idéia e mora por aqui) com papel decorado e pequenos botões, usei um elástico rosa como cordão e voilà! O toque final ficou por conta da fitinha usada em decoração de árvore de natal (nas cores branca e prateada).

O cervo branco ao lado do computador eu comprei na Bijenkorf, minha loja de departamentos favorita aqui na Holanda. Foi paixão à primeira vista quando vi nas prateleiras. Não deu mesmo pra resistir - só não comprei o rosa porque achei viadagem demais, rsrsrs.




Agora vou voltar pra debaixo das cobertas e assistir uma overdose de Third Rock from the Sun.  Porque sim, rir é o melhor remédio. Um bom fim-de-semana para todos!

Depressão e ignorância



O  título deste post ia ser Depressão e Falta de Informação. Mas achei que o outro título atrairia mais leitores, então agora que já chamei sua atenção, vamos ao que interessa!

Eu só queria dizer que fico impressionada com a falta de informação do público geral quanto à depressão. Já falei sobre a doença aqui no blog porque convivi anos com ela, li muito sobre o assunto e até hoje me policio (um dia de cada vez é o meu lema).

E confesso que até hoje fico surpresa ao ver gente educada falando que depressão é fraqueza. Queridos amigos e leitores, em pleno século XXI, com tantos artigos e livros publicados sobre o assunto, não é possível que tenha gente que ainda acredite nisso! Fico triste porque isso significa que o depressivo acaba sofrendo duplamente: com a doença (sim, depressão é doença e das sérias) e com o preconceito. Gente que nunca viveu isso na pele nem viu um membro da família sofrer e que acredita que depressão seja uma questão de escolha, força de vontade...ou sei lá o que mais.

Eu tive três depressões sérias que marcaram a minha vida em muitos aspectos. Me tratei, me conheci melhor e hoje sou uma pessoa mais sábia por causa disso. O que muita gente não sabe é que depois de uma primeira depressão, o risco de ter um segundo episódio é maior (principalmente se a primeira não for tratada, como foi o meu caso). Depois de uma segunda depressão, o risco de uma terceira é maior ainda. Depois de uma terceira, o psiquiatra geralmente recomenda medicamento de manutenção - o que significa que eu vou tomar antidepressivos a vida inteira. Não tenho a menor vergonha de dizer isso porque depressão é doença e como toda doença, deve (e pode) ser tratada.


Pra finalizar, recomendo um título excelente (que espero que vocês NUNCA precisem ler): O Demônio do Meio-Dia, Uma Anatomia da Depressão de Andrew Solomon. Quem quiser mais dicas, é só entrar em contato.

A Pri é psicóloga e escreveu um texto tão bom sobre o assunto que eu resolvi indicar a leitura pra vocês: Sobre as doenças psicológicas e psiquiátricas





PS. Este post é dedicado a todos que tiveram a sorte de nunca terem convivido com a depressão.

Totoro, Totoro!



Hoje à tarde finalmente assisti a um dos mais famosos anime de todos os tempos: My Neighbor Totoro (1988). E não tenho palavras pra dizer como este filme é adorável! Simplesmente imperdível.

O filme é de Hayao Miyazaki, um dos mais badalados diretores japoneses. Eu como adoro animação, sou suspeita pra falar mas digo assim mesmo: a animação japonesa não fica devendo nada à animação da Disney ou da Pixar.  Muito pelo contrário. Anime é uma das melhores coisas que o Japão tem produzido nos últimas décadas. Quem não conhece, não sabe o que está perdendo!

Me empolguei tanto com Totoro que acabei fazendo uma sessão dupla e assisti ainda Kiki's Delivery Service. Outro filme que é uma gracinha, ele conta a estória de uma bruxinha japonesa aprendendo a se virar sozinha. Mas Totoro é melhor, um clássico da animação japonesa. Não é à toa que ele foi escolhido para ilustrar o logotipo dos Studios Ghibli!

Ainda do mesmo diretor, assisti e recomendo Spirited Away (2001), Howl's Moving Castle (2004) e Ponyo (2008). Ponyo é o filme mais recente do diretor, assisti com meu filho no cinema e comentei aqui.


Spirited Away
Howl's Moving Castle
Kiki's Delivery Service

Mente quem diz que nunca sentiu


Estava eu circulando pela blogosfera quando me bateu uma inveja enorme de certas blogueiras - não delas especificamente, mas das viagens que elas fizeram. E para os apressadinhos eu já aviso: mente quem diz que NUNCA sentiu inveja. Porque convenhamos, inveja é um sentimento humano. Pensando bem, mais humano impossível.

Enfim, eu sempre amei viajar. Mas por questões puramente pessoais que prefiro não comentar aqui, tenho viajado muito menos do que gostaria nesses últimos anos. O meu único (e maior) consolo é que moro na Europa, e os lugares não irão fugir de mim. Não, não estou aqui de passagem. Nem tenho planos de voltar ao Brasil a curto ou médio prazo.

E claro, quem acaba de chegar na Europa para estudar ou trabalhar, está mais do que certo em visitar o maior número possível de países! Eu mesma tive esta fase, e foi a fase em que mais viajei...Sim, estou falando dos meus primeiros cinco anos. Porque depois que tive filho e a vida mudou da água pro vinho, precisei lidar com outras questões (bem) mais importantes. Na verdade, estou lidando com algumas dessas questões até hoje. Mas esta é a MINHA vida. Com seus dias bons e ruins. Com erros e acertos.  Com escolhas precipitadas sem conhecimento prévio. Muitas vezes, sem planejamento. 

Uma das GRANDES lições que aprendi nos últimos anos - e depois dos 40 esta lição é inevitável porque a vida nos alcança - é que é preciso algum tipo de planejamento nesta vida. E se eu disser que vim pra Amsterdã de mala e cuia (sem dinheiro, marido ou emprego). E que até minha gravidez não foi planejada, vocês podem ter uma idéia do que estou falando. Eu sempre fui uma pessoa espontânea. Daquelas que vive o momento sem pensar no futuro. Mas o futuro um dia chega. E a gente tem de aprender a lidar com as consequências das escolhas no passado. Eu estou aprendendo até hoje, a duras penas.

Mas agora chega de tristeza!!! Quando pàro pra pensar em tudo que eu já fiz nesta vida, eu não posso reclamar. Eu já me casei, separei e hoje tenho uma relação estável quando tanta gente vive sozinha (e não, não há nada de errado nisso!). Eu já tive meu filho quando muitas mulheres não podem ter filhos. Eu saí do meu país e moro na Europa há 17 anos. O que para muitos é apenas um sonho.


Então fica combinado assim: vamos ser felizes com o que a gente tem e não com o que falta na vida da gente. Are you IN or are you OUT?

Mais um selinho!




Tive a honra de ganhar mais um selinho, desta vez do leitor fiel e também blogueiro Kilson. Todo selo sempre tem algo de especial e este Prêmio Dardos não podia ser diferente! Ele vai para os blogueiros que divulgam valores culturais, éticos, literários e pessoais através de seus blogs. Pessoas que demonstram sua criatividade através de suas palavras.

Em suma, o Prêmio Dardos é um ato de reconhecimento do valor de cada indivíduo e de sua participação na blogosfera. Porque todo mundo tem algo a compartilhar, mesmo que nem todo mundo saiba escrever direito, rsrsrsrs. E o mais legal é que a gente sempre aprende algo com os outros.

Seguindo a regra, vou indicar algumas blogueiras cuja contribuição considero especial. Até porque, elas já fazem parte especial da minha vida (embora algumas ainda nem saibam disso).

* Anita, do blog Greetings from Holland
* Eve, do blog Rindo de Mim Mesma
* Lia, do blog Quero Morar em uma Livraria
* Liana, do blog Ela é americana 
* Maria Valéria, do blog Com toda a Minha Alma
* Pri, do blog Devaneios e metamorfoses
* Tânia, do blog Elos e Nós

Surto criativo, parte II



Pois é, eu fico um tempão sem mexer no meu material de scrapbooking, mas quando começo não paro mais! Fiquei tão satisfeita com minhas árvores de natal que voltei ontem na loja pra comprar dois corações! Aproveitei restos de um dos meus papéis favoritos e voilà! Super fáceis de fazer, os corações podem ser pendurados na porta do quarto ou armário. E também são um presente original.

Pra quem não sabe o que é scrapbooking, trata-se de um dos hobbies mais populares nos EUA e também aqui na Holanda nos últimos anos. Originalmente, scrapbooking consiste em criar layouts para suas fotos. Páginas, mini-álbuns e por aí vai. Eu, como sempre fui apaixonada por PAPEL, vivo buscando dicas de projetos para (re)aproveitar restos de material. Como para fazer cartões, decorar caixinhas, molduras para fotos e outras peças de decoração.

E eu já tenho outro projeto em mente, vou fazer uma espécie de guirlanda de natal (slinger em holandês) com cinco árvores em um mesmo cordão, depois volto pra mostrar como ficou!!! A idéia é usar como decoração de natal pela casa afora. A guirlanda pode ser pendurada em prateleiras na sala ou cozinha, ou mesmo numa árvore de natal.




Pra finalizar, o link a seguir tem 1001 dicas para interessados em adquirir um novo hobby: http://www.scrapbookingtop50.com









PS. Por falar em cartões, por favor não se esqueçam de enviar email para mim pra eu poder dar meu endereço para a TROCA NATALINA!!!

Troca natalina



Estava eu aqui pensando com meus botões e tive uma idéia! Aproveitando meus surtos criativos - que vem e voltam como todo surto que se preze - pensei em sugerir uma TROCA NATALINA.

A idéia é a seguinte: cada leitor que me mandar um postal da cidade ou estado onde mora, receberá um cartão de natal feito por mim!!! Não é sorteio, é uma troca. Ou se preferirem, um gesto simbólico de amizade entre blogueiros. Obviamente, os leitores fiéis também podem (e devem) participar.

Como não quero colocar meu endereço na rede, quem quiser participar envie um email para: pinheiro_elizabeth@yahoo.com. Funciona assim: você manda o email, eu envio meu endereço, você manda o postal ou cartão, e eu respondo com um cartão meu.

Então vamos lá! Está aberta a temporada de cartões.


Feitos por mim!

Surto criativo

Eu tenho muito material de scrapbooking aqui em casa...mas nos últimos tempos tem faltado um certo grau de organização pra completar algum projeto.

Só que domingo passado achei uns penduricalhos de madeira na forma de árvores de natal (XENOS, pra quem mora aqui na Holanda) e foi só olhar pro treco que logo me veio uma idéia. Porque não decorar com restos de papel de natal, fitas e botões? Gostei tanto do resultado que decidi dar de presente pra professora do meu filho, minha tia, etc. Um presente barato, original e melhor ainda, reciclado!

Como a minha critiavidade não é pouca, no final saíram 3 estilos bem diferentes (meu favorito é o cor-de-rosa com botões vermelhos). Confiram só:



Asperger e adolescentes

Eu sei que a maioria dos meus leitores não tem interesse específico em autismo. Mas também sei que muitos chegam ao meu blog através de pesquisas no google com palavras asperger, autismo, etc. Ou seja, tem sempre gente interessada no assunto - e o tema dá muito pano pra manga.

Eu acho informação fundamental, ao menos eu sempre fui uma information junkie! E não apenas em questões relativas ao autismo, mas em termos gerais. Porque a gente não pode (ou não deveria) falar do que não conhece. Autismo é um tema recorrente no meu blog (pra quem ainda não percebeu) porque convivo diariamente com ele. E gosto de dar dicas para pessoas interessadas porque informação nunca é demais!

Mas este post é pra falar de um livro muito interessante que acabei de ler, Freaks, Geeks and Asperger Syndrome. O autor é Luke Jackson, um adolescente de 13 anos que tem a síndrome de Asperger e decidiu escrever um livro para compartilhar suas experiências. Um livro duplamente especial: por oferecer uma visão em primeira mão de quem sofre do distúrbio, e por falar sobre autismo na adolescência (mais especificamente, Asperger). Pra ser sincera (sem ser esnobe), peguei a versão em holandês aqui na biblioteca, e infelizmente não sei dizer se o livro já foi traduzido para o português...

Enfim, altamente recomendado para pais e educadores que lidem com crianças e adolescentes autistas.





PS. Para obter uma lista de mais livros sobre o assunto, leia aqui (em inglês). Os três primeiros  listados eu já li e recomendo.

Pegando leve



Não sei se é a sabedoria que finalmente bate à minha porta (e anos de terapia) mas percebo um movimento diferente na minha vida. É que nos últimos tempos decidi deixar os problemas de lado (o que não é o mesmo que ignorá-los) e tentar pegar leve. Ou seja, eu tenho tentado. Sim, porque problemas sempre existirão então só nos restam duas opções. Ou a gente surta e afunda nos problemas de uma vez por todas (e eu sou ótima nisso). Ou a gente levanta a cabeça e segue em frente.

Mas eu sou humana e tenho meus dias bons e ruins. E estou aprendendo a aceitar ambos de forma mais tranquila, sem muito drama. Acredito que a blogosfera tenha tido um papel essencial nessa estória, porque tem me feito ver que existem pessoas lá fora exatamente como eu. Pessoas que como eu lutam com seus problemas reais e imaginários. Mentes inquietas com muita estória pra contar. E acima de tudo, muita vontade de compartilhar suas experiências.

No meu caso, escrever tem servido pra aprender a relativar (se é que este verbo existe). Porque eu escrevo e edito depois, um vício da antiga profissão. E ao editar, sou confrontada novamente com minhas palavras. E meus sentimentos. Pensando bem, relativar tem sido um exercício diário. Porque a vida nem sempre é como a gente quer - muito menos como a gente sonhou - mas sempre tem gente em situação pior. E quando a coisa está feia, eu confesso que sou feliz por comparação.

No mais, uma das principais lições que aprendi em terapia é que a gente deve (tentar) mudar os pensamentos antes que eles se expressem em sentimentos. Porque quando isso acontece, o estrago já foi feito e é mais difícil reverter a situação. É como cortar o mal pela raiz. A gente aprende a pensar direito, literalmente. Estou falando de terapia cognitiva, uma das mais usadas no tratamento da depressão. E à medida em que damos forma aos nossos pensamentos, criamos novos sentimentos. E o bem-estar é inevitável, mais cedo ou mais tarde. Favor não confundir com aquelas pessoas eternamente otimistas que nunca se permitem chorar, muito menos sofrer. Alegria e tristeza fazem parte da experiência humana, caros amigos.

No meu caso, tenho me policiado quase que diariamente...acho que anos de terapia estão finalmente começando a dar frutos. Esta é uma tarefa diária para mentes inquietas como a minha. Porque minha tendência natural é o sofrimento e a melancolia (mas eu escondo isso muito bem). Não sou a pessoa mais otimista do mundo, talvez pelas estradas tortuosas que percorri por essa vida.

Mas agora chega de UMBIGO. O importante é que escolhi viver um dia de cada vez. E tem dias que isso já é trabalho (mais do que) suficiente.

Parafraseando eu mesma

Caramba!!! Fui reler alguns posts antigos (pra ver se aprendi mesmo a lição) e me deparei com este escrito há mais de 3 anos e que me descreve tão perfeitamente:

Tô cansada...
Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

De volta à programação normal

Depois do último post  - bem que eu disse que política não se discute - voltemos à programação normal deste canal, hehehe.

Mas antes disso, quero falar sobre a falta de comentários (e silêncio de muitas blogueiras queridas) no post sobre as eleições. E me permitam a sinceridade, fiquei triste e desapontada com a falta total de reação das minhas leitoras mais assíduas. Mas entendo perfeitamente e respeito a opinião de cada uma delas. Assim como entendo que o blog é meu e aqui eu escrevo o que eu quiser!

Em termos de política, respeito pela opinião alheia é fundamental. Claro que eu adoraria ter podido compartilhar minha imensa alegria com vocês...como já compartilhei tantas alegrias e tristezas neste espaço. Não foi o caso desta vez mas tudo bem, estou acostumada com essas coisas. E digo mais: o amor e a amizade verdadeiros sabem relegar essas diferenças inevitáveis de opinião.

Vivo isso na minha própria relação com o F., nossas maiores discussões foram e continuam sendo sobre...política e questões sociais! Brigamos, fico triste e depois a gente deixa pra lá e segue em frente. Porque amar é isso. O que não significa que seja fácil, né?

Enfim, voltemos à programação normal.

A internet e os vícios

 



Agora conta pra mim...qual o seu vício favorito?

Política não se discute



Mas eu simplesmente não posso deixar este momento histórico passar em branco. Não apenas uma vitória do PT (e do povo brasileiro), como a primeira presidente mulher na história do Brasil.

Bom demais pra ser verdade, principalmente quando observo de perto a situação política na Holanda, e no resto da Europa.  Um continente inteiro virando para a direita, partidos xenófobos no poder (Holanda, Bélgica, Dinamarca e por ai vai). Isso sem falar nas ameaças de terrorismo cada vez mais presentes, xenofobia cada dia mais normal e muito mal-estar entre os imigrantes. Enfim: medo, muito medo do futuro. E eu que moro aqui no velho continente há 17 anos ando com vontade de emigrar....de novo!

Quanto às eleições brasileiras, nem vou dizer mais nada. Até porque, o Brasil está hoje nas manchetes mundiais:


RIO - Os principais jornais do mundo repercutem a vitória da primeira presidente que o Brasil já teve. A vitória de Dilma Rousseff teve como foco o fato de a candidata eleita ser a "herdeira" e "protegida" de Luiz Inácio Lula da Silva. O espanhol El País destacou em seu site que o presidente Lula "sempre deixou claro que a vitória de sua candidata era uma vitória dele próprio". A página ainda ressaltou que ela terá a tarefa de comandar o país que melhor representa o crescimento de novas potências mundiais.

Um dos mais importantes jornais do mundo, o New York Times destacou que a "ex-guerrilheira" Dilma foi vitoriosa após a promessa de "seguir com as políticas que tiraram milhões da pobreza" e tornaram o Brasil "uma das mais quentes economias do mundo". O diário americano lembrou que a presidente eleita fez parte de um governo que tirou cerca de 10% da população da extrema pobreza, "um legado grande demais para Serra superar".

O Wall Street Journal, bússola do mercado financeiro, publicou que a vitória da petista foi "selada pela ampla prosperidade econômica" e pela popularidade de seu "predecessor e mentor", Lula. Também classifica Dilma como uma "burocrata" relativamente desconhecida.

O The Washington Post seguiu a linha do Wall Street Journal, considerando que o resultado das eleições demonstram a lealdade do povo ao atual presidente.

O La Repubblica afirmou que a "pupila" do presidente Lula se elegeu dentro de sondagens que "sempre deram no mínimo 10% de margem". O jornal italiano não explorou a eleição brasileira, usando inclusive uma imagem antiga de Dilma.

Entre os periódicos franceses, o Le Monde não esconde sua simpatia e coloca a candidata petista como uma "sobrevivente de um câncer" e herdeira política do presidente "mais popular" da história do Brasil. O Le Figaro, mais crítico, destaca no título que a campanha foi "deletéria" (degradante), dizendo que o país está a "fogo e sangue" após a disputa.

O jornal britânico The Guardian destaca a história de Dilma como "ex-rebelde marxista" e a negativa do partido verde em apoiar a candidata do governo, o que lhe daria uma maioria "instantânea". O passado de luta armada da petista também foi lembrado pelo The Times.

O argentino La Nación escreveu em sua edição online que a petista "arrasou com 55,05%" dos votos. Chamada de "eleita de Lula", a vitória de Dilma foi classificada como "a boa notícia do Brasil" por um analista político do jornal.

O Clarín, por sua vez, optou por ressaltar o fato de o país ter escolhido sua primeira presidente mulher com um "contundente triunfo".

O português Diário de Notícias destaca na capa a altíssima abstenção destas eleições. "Apesar do voto ser obrigatório no Brasil, a abstenção ronda os 21%." O também português Correio da Manhã destacou que "mesmo antes do resultado oficial, Dilma já falava como presidente e disse que irá governar para todos os brasileiros".

(publicado no Jornal do Brasil)