terça-feira, junho 28, 2011

Amizades que vem e que vão



Ontem me vieram à mente alguns pensamentos e decidi escrever este post antes que ele virasse mais um post mental (como costuma acontecer com uma certa regularidade). Estava divagando sobre as amizades que vem e que vão quando me lembrei de um artigo que li outro dia. O artigo afirmava que nosso círculo de amizades muda (ou se renova) a cada 7 anos.

E revendo rapidamente meus 17 anos de Holanda, percebi que é assim que tem sido comigo. Fiz algumas amizades cujo convívio durou por alguns anos, até que por obras do destino ou da vida, essas pessoas foram desaparecendo. De algumas delas, sinto falta até hoje. Outras se foram sem deixar vestígios. Com algumas tive muitas trocas e aprendi alguma coisa, e espero que elas também tenham aprendido algo comigo.

No mais, amizade é via de mão dupla e não adianta forçar a barra. Pra complicar a minha estória, eu vivi períodos de crise e depressão em que me afastei conscientemente de tudo e de todos. Durante esse (longo) período, não foram poucos que tentaram estabelecer algum tipo de contato. Mas a vida que eu vivia não me permitiu retribuir essas amizades de forma apropriada. Porque eu não tinha nada a oferecer naqueles momentos de crise e por isso, optei por me afastar.

Só sei que muitos passaram e poucos ficaram. E espero ainda encontrar um novo círculo de amizades, que reflita mais a pessoa que sou hoje. O que nem sempre é fácil quando a gente se sente diferente e em alguns aspectos desconectado do mundo lá fora. A maioria das amizades que vejo hoje em dia são feitas nas redes sociais (e verdade seja dita, eu mesma fiz algumas que permanecem até hoje). E como não tenho Facebook e raramente entro no Orkut, me sinto um peixe fora d'água neste mundo moderno em que as pessoas adicionam e deletam amizades com uma velocidade inacreditável. Como já comentei antes por aqui, se é pra ter amizades deste tipo, prefiro ficar sozinha (posso até estar errada, mas esta é a minha opinião). O que obviamente, não me torna a pessoa mais sociável do mundo. Enfim, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...




No final das contas, sábios mesmo são os orientais, que sabem desde sempre que na vida tudo muda e nada permanece. E é esta sabedoria milenar que tenho tentado assimilar na minha vida nos últimos tempos. E nem dá pra ser diferente, porque com o passar dos anos, inevitavelmente muitas pessoas  vem e vão em nossas vidas.




Dedicado a L., de cuja amizade sinto falta.

sábado, junho 25, 2011

Dias chuvosos etc.




Esta semana choveu praticamente todos os dias e o verão passou longe. Dizem as más línguas (neste caso, os meteorologistas) que a partir de amanhã teremos dias de verão e muito calor, com temperaturas chegando aos 30graus na segunda. Então fico aqui literalmente esperando dias melhores.

Enquanto issso não acontece, venho curtindo os hobbies de sempre (livros e scrapbooking). Esta semana mesmo fiz dois trabalhos lindos de scrap: uma casinha de pássaros (que agora é ocupada pelas babuskas, hehehe) e uma série de cartões florais. Enfim, morrer de tédio felizmente eu não morro.

Também terminei de ler The Snap,  livro que vendeu horrores por ai  e que gerou uma certa polêmica entre os leitores da amazon.co.uk...Pra quem não sabe, eu tenho o (mau) hábito de ler as resenhas de livros mas nem tudo ali dá pra levar à sério (como foi o caso deste livro). Mas o livro é assunto pra outro post, então aguardem!

No mais, hoje é sábado e eu decidi não ir pra casa do namorado porque ele tem visita de um sobrinho que ficará o fim-de-semana e prefiro deixá-los à vontade, digamos assim. Explicando melhor: eles quase não se encontram e quando se encontram, o assunto é inevitavelmente música e computadores! E eu fico boiando 90% das vezes...Até brincamos que o tal sobrinho podia ser filho dele, de tão parecidos que são. E amanhã tem o tumultuado ParkPop em Haia, com expectativa de mais de 200.000 visitantes (e me desculpem os fãs mas eu nem gosto de Jamie Cullum). ParkPop é um dos maiores shows gratuitos de toda a Europa. O festival é realizado anualmente no Zuiderpark, que fica do lado da casa do F. (razão da visita do sobrinho).

Enfim, dei uma de "anti-social" este fim-de-semana e disse pra eles se divertirem que eu prefiro ficar por aqui mesmo. Nada pessoal (eu até gosto do rapaz) mas pegar um trem neste dia chuvoso me desanimou, ainda mais porque não vou mesmo ao festival...Estou ficando velha!!! As vantagens de ter uma relação madura é que não nos sentimos na menor obrigação de fazer o que não queremos - nem ele, nem eu. E sabem de uma coisa? É assim que eu gosto. Este negócio de casalzinho que nunca desgruda me dá nervoso, rsrsrsrs.

Bom fim-de-semana pra todos!




Ps. Não se esqueçam de dar uma passada no meu blog de scrapbooking. Visitas são sempre bem-vindas.

Você achou que eu estava brincando?

O menino e o lagarto


Quem não acredita  na estória dos lagartos, ai vão as fotos que tirei ontem! Meu filho não tem UM, mas TRÊS lagartos dentro de casa. Confesso que eu ainda não tive coragem de pegar nos bichos mas o Liam carrega eles como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ai ai ai...

No terrário tem até CAVEIRA!

Tá olhando o quê?

Não é brinquedo não, é de verdade!


PS. Agora me digam lá: não está um gato este menino?!!

quarta-feira, junho 22, 2011

To my other half



Dear F.

I am glad you found me! 4 years have gone by since we bumped into each other in a street. And we have been together ever since.  You brought a lot of good things to my life and today I can't imagine my life without you...we've come a long way, baby.

Happy anniversary to us!

xxx
B.

quarta-feira, junho 15, 2011

Mania de magreza

WARNING: READ AT YOUR OWN RISK.


Hoje eu preciso contar uma coisa que me tira do sério. É esta obsessão por magreza das mulheres brasileiras...sinceramente, eu sempre fico chocada quando vejo mulher magra reclamando que engordou uns quilinhos. E dá-lhe dieta, malhação, guaraná diet e por ai vai...

Como se ser magra fosse a coisa mais importante da vida. Como se a gente só pudesse ser feliz num manequim 38 (ou 36 que pra mim é manequim infantil, tá?). Eu falo isso porque já tenho idade (e estrada) suficiente pra saber distinguir o que é frescura e o que é excesso de peso. Eu mesma estou ao menos 30 kilos acima do meu peso ideal, e nunca comento meu peso aqui mas desta vez farei uma exceção. Caros amigos, eu passei dos 100kgs e nunca pesei tanto na minha vida. Foram 17 anos de Holanda, 1 gravidez e 2 depressões que quase me derrubarram. Resultado: engordei mais de 30 kilos desde que cheguei feliz da vida na Holanda com meu manequim 42.

Manequeim 42 sim porque felizmente - ao contrário de muitas mulheres brasileiras que vivem obcecadas com aqueles corpos magérrimos das revistas de moda - eu sempre achei 42 o manequim ideal! Por concidência, foi feita uma pesquisa aqui entre as mulheres holandesas e a conclusão a que chegaram é que a mulher (daqui) se considera a mais feliz vestindo manequim 42...nem 38, nem 46 mas 42 gente! E eu assino embaixo.

Mas não se iludam, (claro que ) não estou feliz com meu peso - e tenho razões para não estar. Tenho vivido há anos uma batalha com meu excesso de peso. Dois fatores que afetam diretamente os números na balança são a ansiedade (eu como quando estou ansiosa) e a depressão (eu como quando estou deprimida, como a maiora das mulheres, diga-se de passagem...são poucas as que emagrecem). Já tinha conseguido perder uns 13 kilos dois anos atrás, voltei a usar jeans 46 e estava super animada...foi então que tive uma hérnia de disco que me deixou de repouso por meses. Perdi o pique e dai em diante comecei a engordar tudo de novo.


Então o que me tira do sério é ver gente magra que reclama porque engordou uns quilinhos! Sem querer ser chata (e já sendo), eu acho que as mulheres deviam desencanar e aprender a colocar mais energia nas coisas mais importantes da vida. Se a meta principal da sua vida é ser magra...bem, deixa pra lá (boca fechada não entra mosca).

E pra quem leu até aqui, eu digo mais...Conheço um monte de mulher magra sem namorado no Brasil. E por quê? Tirando o fato óbvio de que a maioria dos homens brasileiros não parece mesmo estar a fim de compromisso sério, elas talvez estejam tão obcecadas com a aparência que esquecem de cuidar daquela beleza interior que faz toda a diferença. Como diz um velho e sábio ditado, beleza não põe mesa. E não põe mesmo, digo isso por experiência própria. Eu tenho um namorado que me ama (apesar do meu peso) e que quer sim que eu emagreça não pra ele mas pra mim - por questões de saúde mais do que questões estéticas. E semana que vem iremos comemorar 4 anos de namoro. Sim, amigos, as gordas também amam (e são amadas).

Podem acreditar: é preciso muito mais do que um corpinho enxuto pra se manter um relacionamento. Porque no final das contas, homem que é homem de verdade gosta mesmo é de conteúdo (a forma é apenas um acréscimo). Mulher gorda, mulher magra...o que vale é ter personalidade e algo a oferecer. Mulher que sai pra jantar e vive de dieta, mulher que vive reclamando do peso e da calça apertada...bem, esse tipo de mulher acaba cansando (já ouvi isso de vários homens, juro por Deus).

Homem que presta  - porque de cafajeste e homen machista eu passo longe - gosta mesmo é de mulher inteligente, independente e de preferência, com senso de humor. E agora vou falar (já que hoje estou mesmo com a macaca): por essas e outras que eu prefiro os homens europeus.


PS.  Este não é um post light nem muito menos bonitinho...mas é a minha realidade diária. Me desculpem se incomodei alguém. E não, não estou de TPM, eu sou chata mesmo.

sábado, junho 11, 2011

Autismo não é coisa de menina!


Esta semana saiu um artigo muito interessante para quem, como eu, convive diariamente com o autismo. Então aproveitei para colocar um link para o artigo aqui no blog, antes que eu me esqueça. Só lamento informar que o tal artigo é em inglês mas de qualquer forma, vale a pena. A começar porque traz as informações científicas mais recentes sobre o autismo. Sim, porque ele foi publicado na Scientific American.

Uma das questões interessantes é que eles confirmaram mais uma vez o que muitos já sabiam. Autismo não é coisa de menina! Para cada menina com autismo, existem quatro meninos. E isso eu mesma vejo na escola especial do meu filho...a turma dele por exemplo, tem 10 meninos e apenas uma menina! Agora imaginem o assédio, hehehe...

Enfim, o autismo é uma questão bastante complexa e ainda há muito a ser pesquisado. A começar porque existem vários graus do distúrbio (não gosto de usar o termo doença). Algumas crianças tem sérios problemas cognitivos e de aprendizado, outras são super caladas e raramente se comunicam com os outros (nem fazem questão). Aquela imagem clássica do autista que ficou tão conhecida com o filme Rain Man.

Mas o autismo é um espectro - como costumo dizer e repetir - e existe de tudo um pouco. Como meu filho, que é muito social e super comunicativo (tagarela como a mãe) e não tem problemas de aprendizado (e sim dificuldade de concentração).  À primeira vista, uma criança "normal" mas é só ele abrir a bocar e começar a falar de sua última obsessão (no caso, lagartos de todos os tipos e tamanhos) para que os mais observadores percebam que há algo de "estranho". Ele é capaz de falar um dia inteiro somente de lagartos (eu bem sei como é isso, já teve a fase dos dinossauros, das baleias, dos tubarões). E acumula uma quantidade absurda de informações (que ele pesquisa na net). E digo mais, não importa se você se interessa pelo assunto em questão porque ele vai falar de lagartos quer você queira ou não! Com alguma sorte, esta verdadeira coleção de informações servirá para alguma coisa no futuro (mãe sempre torce pela cria). Semana passada mesmo ele falou na classe sobre baardagame e levou até um "espécime" pra mostrar pros coleguinhas. Resultado: agora o apelido dele em toda a escola é menino- lagarto!




Em suma, existem crianças autistas de todos os tipos e personalidades, embora todas tenham algumas características em comum. Uma das mais importantes é a falta de empatia. Mas o que ainda falta descobrir é a origem do autismo, como ele se desenvolve nos genes, por exemplo. Como o diagnóstico de crianças com autismo tem aumentado enormemente nos últimos anos, vem sendo realizadas cada vez mais pesquisas para tentar decifrar este "enigma". E eu procuro me informar o melhor possível, claro.

Pra quem deseja saber mais, recomendo o site The Thinking Person's Guide to Autism, com muitas informações e dicas, foruns de usuários, dicas de livros e filmes, etc.

Quanto aos livros, este mesmo site oferece uma ótima lista de leitura, veja aqui.  Eu mesma já comentei sobre alguns livros que li no blog e deverei escrever um novo post atualizado em breve.

quinta-feira, junho 09, 2011

Da blogosfera para a vida real (com dicas de Amsterdã)

Val na entrada do Museu Van Gogh

Passei os últimos dois dias passeando por Amsterdã com uma velha amiga da blogosfera, a Maria Valéria. Na verdade, nos conhecemos desde os tempos da comunidade Mulheres de 30, no orkut (onde fiz amizades que preservo até os dias de hoje). E sempre tivemos muitas afinidades. É muito legal conhecer ao vivo e a cores uma amizade virtual. Melhor ainda quando a pessoa em questão pensa como a gente e entende o que estamos falando sem que precisemos explicar muito. Pois a Val é uma dessas pessoas. Como era de se esperar, assunto é que não faltou.

Como sempre, fiz a guia local (já tenho passeios que faço praticamente no piloto automático, meus pés já andam sozinhos pelas ruas da cidade, hehehe). Ontem começamos o dia visitando o Museu Van Gogh e o Museumplein (praça dos museus). Passeamos pela charmosa Spui, onde visitamos o imperdível Begijnhof. Dali fomos andando para o bairro dos estudantes, onde ficam os prédios da Universidade de Amsterdã (entre eles o Centro de Informações). No caminho, paramos para sentar em um dos meus cafés favoritos: De Jaren. Este foi o primeiro café que visitei quando me mudei para Amsterdã 17 anos atrás e é praticamente uma instituição da cidade, muito frequentado pelos estudantes universitários (e raramente frequentado por turistas). Enfim, uma dica de local então anotem aí!

De Begijnhof
Feira de livros (às sextas) no Spui
De Waag
 Do café seguimos pelo Amstel (que aliás é um rio e não um canal, como muitos pensam). Passamos pelo Mercado das Pulgas no Waterlooplein. Algumas barracas já estavam fechando mas é sempre um passeio interessante. Em seguida, passamos pelo Nieuwmarkt, onde já tínhamos estado no dia anterior. Aviso aos navegantes: uma das praças mais legais da cidade, bem longe da muvuca de turistas que são as praças Rembrandtplein e Leidseplein. O charme do Nieuwmarkt é sem dúvida De Waag, um dos monumentos históricos mais antigos da cidade (leia mais aqui). As mesas do terraço são muito concorridas nos dias de verão (ideal para tomar cerveja com os amigos). E no inverno, tem o café-restaurante, onde pode-se jantar ou simplesmente tomar um café ou chocolate quente!
  
Café De Jaren (interior)
Café de Jaren (o concorrido deck de frente para a água)
Hoje de manhã ela fez o passeio de barco (que costumo recomendar aos amigos que querem ver a cidade a partir da água). Depois tomamos um tram e fomos passear no bairro Pijp (que os turistas costumam ignorar). Ali fica a maior feira de rua de Amsterdã, o AlbertCuyp. Almoçamos bagels no Bagels and Beans, uma franquia espalhada por toda cidade. E ainda tivemos tempo de tomar chá de menta preparado ao estilo marroquino no café Bazar. Um point muito frequentado pelos holandeses com decoração original e comida árabe. Um pedaço do norte da África em Amsterdã - me lembrei obviamente da viagem à Tunísia no ano passado!

Outro passeio que fizemos no primeiro dia foi o Bloemenmarkt, o famoso Mercado das Flores (que os japoneses e americanos tanto adoram). Embora seja um dos pontos turísticos mais visitados na cidade, confesso que é sempre gostoso andar por aqueles estandes cheios de flores e sementes de todos os tipos. E tem ainda a bela Munttoren (Muntplein), logo ali no final do mercado.

Quanto ao manjado Bairro da Luz Vermelha, felizmente a Val não fez a menor questão de conhecer então desta vez fui poupada (já estive zilhões de vezes ali com visitas, até meu filho já andou por aqueles becos). Também não visitamos nenhum coffee shop, que eu prefiro deixar pros turistas ingleses e italianos - se bem que tem muito brasileiro que não deixa de fazer uma visita. Verdade seja dita: é um grande alívio quando uma visita entende que Amsterdã tem muito mais a oferecer do que drogas e prostitutas.

Este roteiro inclui alguns dos meus lugares favoritos em Amsterdã. Enfim, a Amsterdã dos locais, como descrita em guias como o Lonely Planet. Altamente recomendado para aqueles que gostam de roteiros independentes, off the beaten track.


Munttoren (atrás do Mercado das Flores)
Not my cup of tea...






PS. As fotos a Val irá postar no blog dela, quando retornar ao Brasil.

segunda-feira, junho 06, 2011

Você pensa que viver na Europa é moleza?



Quanto mais tempo moro na Europa, mais percebo como as pessoas aí no Brasil não tem a menor idéia de como é a vida da gente por aqui. Em geral, todo mundo pensa que morar na Europa é sinônimo de ganhar na loteria. Que quem mora ma Europa tem muito dinheiro. Que viver aqui é um luxo e  por ai vai.

Pois eu vou dizer só uma coisa: é tudo mentira (ou quase tudo)! A vida aqui não é nada fácil como se pensa, a começar pela necessidade de se adaptar a uma cultura totalmente diferente da brasileira (esse problema eu já superei há anos). E claro, aprender a língua local (que também não é mais problema pra mim). Quanto a arrumar um emprego na sua área e se realizar profissionalmente, eu prefiro nem comentar (alguns tem até essa sorte mas são poucos).

Mas o que eu não consigo me acostumar até hoje é esta estória de ter de cuidar da casa - no meu caso, praticamente sozinha! Ou seja: fazer faxina, compras de supermercado, cozinhar...e ainda criar filho (autista). Por falar em criar filho, eu ainda tenho a ajuda do ex-marido (guarda alternada) e por isso tiro o chapéu pra todas as mães solteiras que criam seus filhos sozinhas! Depois não venham me dizer que a mulher é o sexo frágil.

Eu não nasci pra ser dona-de-casa (tem até quem goste). Nunca aprendi a lavar pisos ou vidraças no Brasil, e nos dez anos que fui casada quem lavava era o ex-marido. Era ele também que lavava banheiro, pintava paredes, pendurava cortina etc. Enfim, acabou a moleza e hoje em dia tenho de fazer tudo sozinha. A outra opção - pra quem pode, veja bem - é pagar 10 a 12 euros por hora para uma faxineira. Eu conheço até várias brasileiras ilegais aqui que ganham a vida fazendo faxina. E vou contar um segredo, algumas chegam a faturar 2000 euros por mês...caiu da cadeira?

A verdade é que nem sei fazer faxina, no Brasil eu mal arrumava o meu quarto!  Minhas roupas eram passadas e lavadas na casa de meus pais, comida pronta quando chegava da faculdade e todas essas regalias que a gente só aprende a valorizar quando vai morar do outro lado do mundo. Como muitas mulheres brasileiras que conheço aqui, aprendi a cozinhar na marra! Porque no Brasil eu cozinhava por "hobbie",  pizza, lasanha ou um pavê no fim-de-semana. Vocês conhecem bem essa estória.

Detalhe é que meus pais nem eram ricos não! Eles eram classe média baixa, meu pai vivia endividado e a única herança que me deixaram foi a minha educação. Mas como Brasil é Brasil e a minha mãe tinha (sérios) problemas cardíacos, tínhamos uma diarista 3 vezes por semana. Ela limpava, lavava e passava roupa, cozinhava pra dois dias e até bolo de fubá à tarde fazia. Enfim, o sonho de consumo de qualquer dona-de-casa européia.

Agora me desculpem o desabafo mas é que hoje passei horas limpando a casa! Quem mora na Europa (ou EUA) certamente vai se identificar muito com este post.

quinta-feira, junho 02, 2011

Um dos meus atores favoritos

Secret Window

Confesso que Johnny Depp é um dos meus atores favoritos de todos os tempos - e não apenas por ele ser um gato! Recentemente assisti com F. a um filme menos conhecido dele, mas não porisso menos intrigante. O filme se chama Secret Window (2004) e baseia-se numa estória de Stephen King. Roteiro interessante com ótimo interpretação de Depp, que vive um escritor isolado em uma cabana e que começa a sofrer de, digamos assim, sérios problemas psicológicos (não digo mais pra não estragar). O personagem e o enredo lembram um pouco o filme The Ninth Gate (Roman Polanski), mas achei Secret Window melhor.

De qualquer forma, inevitavelmente Johnny Depp é mais conhecido por filmes comerciais como Pirates of the Caribbean da Disney Studios (não assisti nenhum deles, confesso que tenho um sério problema com blockbusters). Ou The Tourist ou ainda, o celebrado Alice in Wonderland (que não assisti nem pretendo porque sou chata mesmo). Por falar em Tim Burton, eu amo o diretor mas não consegui me empolgar com Charlie and the Chocolate Factory...simplesmente porque a versão original é um clássico da minha infância (como comentei aqui).

Agora vocês estarão se perguntando: mas afinal, de que filmes ela gosta do ator favorito? Então vou aproveitar a oportunidade para fazer uma volta ao passado e listar meus favoritos. Por coincidência ou não, inclui filmes que fizeram muito sucesso e outros menos conhecidos. Ai vai:

Do ótimo Tim Burton (2007)
A estória por trás de Peter Pan (2004)
Porque amo chocolate e porque ele está irresistível neste filme (2000)
Sleepy Hollow (1999), mais um Tim Burton
Benny and Joon (1993)
Edward Scissorhands (1990), um dos clássicos de Tim Burton


Agora passo a bola pra vocês: quais seus atores e filmes favoritos?!!
Tecnologia do Blogger.

Amizades que vem e que vão



Ontem me vieram à mente alguns pensamentos e decidi escrever este post antes que ele virasse mais um post mental (como costuma acontecer com uma certa regularidade). Estava divagando sobre as amizades que vem e que vão quando me lembrei de um artigo que li outro dia. O artigo afirmava que nosso círculo de amizades muda (ou se renova) a cada 7 anos.

E revendo rapidamente meus 17 anos de Holanda, percebi que é assim que tem sido comigo. Fiz algumas amizades cujo convívio durou por alguns anos, até que por obras do destino ou da vida, essas pessoas foram desaparecendo. De algumas delas, sinto falta até hoje. Outras se foram sem deixar vestígios. Com algumas tive muitas trocas e aprendi alguma coisa, e espero que elas também tenham aprendido algo comigo.

No mais, amizade é via de mão dupla e não adianta forçar a barra. Pra complicar a minha estória, eu vivi períodos de crise e depressão em que me afastei conscientemente de tudo e de todos. Durante esse (longo) período, não foram poucos que tentaram estabelecer algum tipo de contato. Mas a vida que eu vivia não me permitiu retribuir essas amizades de forma apropriada. Porque eu não tinha nada a oferecer naqueles momentos de crise e por isso, optei por me afastar.

Só sei que muitos passaram e poucos ficaram. E espero ainda encontrar um novo círculo de amizades, que reflita mais a pessoa que sou hoje. O que nem sempre é fácil quando a gente se sente diferente e em alguns aspectos desconectado do mundo lá fora. A maioria das amizades que vejo hoje em dia são feitas nas redes sociais (e verdade seja dita, eu mesma fiz algumas que permanecem até hoje). E como não tenho Facebook e raramente entro no Orkut, me sinto um peixe fora d'água neste mundo moderno em que as pessoas adicionam e deletam amizades com uma velocidade inacreditável. Como já comentei antes por aqui, se é pra ter amizades deste tipo, prefiro ficar sozinha (posso até estar errada, mas esta é a minha opinião). O que obviamente, não me torna a pessoa mais sociável do mundo. Enfim, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...




No final das contas, sábios mesmo são os orientais, que sabem desde sempre que na vida tudo muda e nada permanece. E é esta sabedoria milenar que tenho tentado assimilar na minha vida nos últimos tempos. E nem dá pra ser diferente, porque com o passar dos anos, inevitavelmente muitas pessoas  vem e vão em nossas vidas.




Dedicado a L., de cuja amizade sinto falta.

Dias chuvosos etc.




Esta semana choveu praticamente todos os dias e o verão passou longe. Dizem as más línguas (neste caso, os meteorologistas) que a partir de amanhã teremos dias de verão e muito calor, com temperaturas chegando aos 30graus na segunda. Então fico aqui literalmente esperando dias melhores.

Enquanto issso não acontece, venho curtindo os hobbies de sempre (livros e scrapbooking). Esta semana mesmo fiz dois trabalhos lindos de scrap: uma casinha de pássaros (que agora é ocupada pelas babuskas, hehehe) e uma série de cartões florais. Enfim, morrer de tédio felizmente eu não morro.

Também terminei de ler The Snap,  livro que vendeu horrores por ai  e que gerou uma certa polêmica entre os leitores da amazon.co.uk...Pra quem não sabe, eu tenho o (mau) hábito de ler as resenhas de livros mas nem tudo ali dá pra levar à sério (como foi o caso deste livro). Mas o livro é assunto pra outro post, então aguardem!

No mais, hoje é sábado e eu decidi não ir pra casa do namorado porque ele tem visita de um sobrinho que ficará o fim-de-semana e prefiro deixá-los à vontade, digamos assim. Explicando melhor: eles quase não se encontram e quando se encontram, o assunto é inevitavelmente música e computadores! E eu fico boiando 90% das vezes...Até brincamos que o tal sobrinho podia ser filho dele, de tão parecidos que são. E amanhã tem o tumultuado ParkPop em Haia, com expectativa de mais de 200.000 visitantes (e me desculpem os fãs mas eu nem gosto de Jamie Cullum). ParkPop é um dos maiores shows gratuitos de toda a Europa. O festival é realizado anualmente no Zuiderpark, que fica do lado da casa do F. (razão da visita do sobrinho).

Enfim, dei uma de "anti-social" este fim-de-semana e disse pra eles se divertirem que eu prefiro ficar por aqui mesmo. Nada pessoal (eu até gosto do rapaz) mas pegar um trem neste dia chuvoso me desanimou, ainda mais porque não vou mesmo ao festival...Estou ficando velha!!! As vantagens de ter uma relação madura é que não nos sentimos na menor obrigação de fazer o que não queremos - nem ele, nem eu. E sabem de uma coisa? É assim que eu gosto. Este negócio de casalzinho que nunca desgruda me dá nervoso, rsrsrsrs.

Bom fim-de-semana pra todos!




Ps. Não se esqueçam de dar uma passada no meu blog de scrapbooking. Visitas são sempre bem-vindas.

Você achou que eu estava brincando?

O menino e o lagarto


Quem não acredita  na estória dos lagartos, ai vão as fotos que tirei ontem! Meu filho não tem UM, mas TRÊS lagartos dentro de casa. Confesso que eu ainda não tive coragem de pegar nos bichos mas o Liam carrega eles como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ai ai ai...

No terrário tem até CAVEIRA!

Tá olhando o quê?

Não é brinquedo não, é de verdade!


PS. Agora me digam lá: não está um gato este menino?!!

To my other half



Dear F.

I am glad you found me! 4 years have gone by since we bumped into each other in a street. And we have been together ever since.  You brought a lot of good things to my life and today I can't imagine my life without you...we've come a long way, baby.

Happy anniversary to us!

xxx
B.

Mania de magreza

WARNING: READ AT YOUR OWN RISK.


Hoje eu preciso contar uma coisa que me tira do sério. É esta obsessão por magreza das mulheres brasileiras...sinceramente, eu sempre fico chocada quando vejo mulher magra reclamando que engordou uns quilinhos. E dá-lhe dieta, malhação, guaraná diet e por ai vai...

Como se ser magra fosse a coisa mais importante da vida. Como se a gente só pudesse ser feliz num manequim 38 (ou 36 que pra mim é manequim infantil, tá?). Eu falo isso porque já tenho idade (e estrada) suficiente pra saber distinguir o que é frescura e o que é excesso de peso. Eu mesma estou ao menos 30 kilos acima do meu peso ideal, e nunca comento meu peso aqui mas desta vez farei uma exceção. Caros amigos, eu passei dos 100kgs e nunca pesei tanto na minha vida. Foram 17 anos de Holanda, 1 gravidez e 2 depressões que quase me derrubarram. Resultado: engordei mais de 30 kilos desde que cheguei feliz da vida na Holanda com meu manequim 42.

Manequeim 42 sim porque felizmente - ao contrário de muitas mulheres brasileiras que vivem obcecadas com aqueles corpos magérrimos das revistas de moda - eu sempre achei 42 o manequim ideal! Por concidência, foi feita uma pesquisa aqui entre as mulheres holandesas e a conclusão a que chegaram é que a mulher (daqui) se considera a mais feliz vestindo manequim 42...nem 38, nem 46 mas 42 gente! E eu assino embaixo.

Mas não se iludam, (claro que ) não estou feliz com meu peso - e tenho razões para não estar. Tenho vivido há anos uma batalha com meu excesso de peso. Dois fatores que afetam diretamente os números na balança são a ansiedade (eu como quando estou ansiosa) e a depressão (eu como quando estou deprimida, como a maiora das mulheres, diga-se de passagem...são poucas as que emagrecem). Já tinha conseguido perder uns 13 kilos dois anos atrás, voltei a usar jeans 46 e estava super animada...foi então que tive uma hérnia de disco que me deixou de repouso por meses. Perdi o pique e dai em diante comecei a engordar tudo de novo.


Então o que me tira do sério é ver gente magra que reclama porque engordou uns quilinhos! Sem querer ser chata (e já sendo), eu acho que as mulheres deviam desencanar e aprender a colocar mais energia nas coisas mais importantes da vida. Se a meta principal da sua vida é ser magra...bem, deixa pra lá (boca fechada não entra mosca).

E pra quem leu até aqui, eu digo mais...Conheço um monte de mulher magra sem namorado no Brasil. E por quê? Tirando o fato óbvio de que a maioria dos homens brasileiros não parece mesmo estar a fim de compromisso sério, elas talvez estejam tão obcecadas com a aparência que esquecem de cuidar daquela beleza interior que faz toda a diferença. Como diz um velho e sábio ditado, beleza não põe mesa. E não põe mesmo, digo isso por experiência própria. Eu tenho um namorado que me ama (apesar do meu peso) e que quer sim que eu emagreça não pra ele mas pra mim - por questões de saúde mais do que questões estéticas. E semana que vem iremos comemorar 4 anos de namoro. Sim, amigos, as gordas também amam (e são amadas).

Podem acreditar: é preciso muito mais do que um corpinho enxuto pra se manter um relacionamento. Porque no final das contas, homem que é homem de verdade gosta mesmo é de conteúdo (a forma é apenas um acréscimo). Mulher gorda, mulher magra...o que vale é ter personalidade e algo a oferecer. Mulher que sai pra jantar e vive de dieta, mulher que vive reclamando do peso e da calça apertada...bem, esse tipo de mulher acaba cansando (já ouvi isso de vários homens, juro por Deus).

Homem que presta  - porque de cafajeste e homen machista eu passo longe - gosta mesmo é de mulher inteligente, independente e de preferência, com senso de humor. E agora vou falar (já que hoje estou mesmo com a macaca): por essas e outras que eu prefiro os homens europeus.


PS.  Este não é um post light nem muito menos bonitinho...mas é a minha realidade diária. Me desculpem se incomodei alguém. E não, não estou de TPM, eu sou chata mesmo.

Autismo não é coisa de menina!


Esta semana saiu um artigo muito interessante para quem, como eu, convive diariamente com o autismo. Então aproveitei para colocar um link para o artigo aqui no blog, antes que eu me esqueça. Só lamento informar que o tal artigo é em inglês mas de qualquer forma, vale a pena. A começar porque traz as informações científicas mais recentes sobre o autismo. Sim, porque ele foi publicado na Scientific American.

Uma das questões interessantes é que eles confirmaram mais uma vez o que muitos já sabiam. Autismo não é coisa de menina! Para cada menina com autismo, existem quatro meninos. E isso eu mesma vejo na escola especial do meu filho...a turma dele por exemplo, tem 10 meninos e apenas uma menina! Agora imaginem o assédio, hehehe...

Enfim, o autismo é uma questão bastante complexa e ainda há muito a ser pesquisado. A começar porque existem vários graus do distúrbio (não gosto de usar o termo doença). Algumas crianças tem sérios problemas cognitivos e de aprendizado, outras são super caladas e raramente se comunicam com os outros (nem fazem questão). Aquela imagem clássica do autista que ficou tão conhecida com o filme Rain Man.

Mas o autismo é um espectro - como costumo dizer e repetir - e existe de tudo um pouco. Como meu filho, que é muito social e super comunicativo (tagarela como a mãe) e não tem problemas de aprendizado (e sim dificuldade de concentração).  À primeira vista, uma criança "normal" mas é só ele abrir a bocar e começar a falar de sua última obsessão (no caso, lagartos de todos os tipos e tamanhos) para que os mais observadores percebam que há algo de "estranho". Ele é capaz de falar um dia inteiro somente de lagartos (eu bem sei como é isso, já teve a fase dos dinossauros, das baleias, dos tubarões). E acumula uma quantidade absurda de informações (que ele pesquisa na net). E digo mais, não importa se você se interessa pelo assunto em questão porque ele vai falar de lagartos quer você queira ou não! Com alguma sorte, esta verdadeira coleção de informações servirá para alguma coisa no futuro (mãe sempre torce pela cria). Semana passada mesmo ele falou na classe sobre baardagame e levou até um "espécime" pra mostrar pros coleguinhas. Resultado: agora o apelido dele em toda a escola é menino- lagarto!




Em suma, existem crianças autistas de todos os tipos e personalidades, embora todas tenham algumas características em comum. Uma das mais importantes é a falta de empatia. Mas o que ainda falta descobrir é a origem do autismo, como ele se desenvolve nos genes, por exemplo. Como o diagnóstico de crianças com autismo tem aumentado enormemente nos últimos anos, vem sendo realizadas cada vez mais pesquisas para tentar decifrar este "enigma". E eu procuro me informar o melhor possível, claro.

Pra quem deseja saber mais, recomendo o site The Thinking Person's Guide to Autism, com muitas informações e dicas, foruns de usuários, dicas de livros e filmes, etc.

Quanto aos livros, este mesmo site oferece uma ótima lista de leitura, veja aqui.  Eu mesma já comentei sobre alguns livros que li no blog e deverei escrever um novo post atualizado em breve.

Da blogosfera para a vida real (com dicas de Amsterdã)

Val na entrada do Museu Van Gogh

Passei os últimos dois dias passeando por Amsterdã com uma velha amiga da blogosfera, a Maria Valéria. Na verdade, nos conhecemos desde os tempos da comunidade Mulheres de 30, no orkut (onde fiz amizades que preservo até os dias de hoje). E sempre tivemos muitas afinidades. É muito legal conhecer ao vivo e a cores uma amizade virtual. Melhor ainda quando a pessoa em questão pensa como a gente e entende o que estamos falando sem que precisemos explicar muito. Pois a Val é uma dessas pessoas. Como era de se esperar, assunto é que não faltou.

Como sempre, fiz a guia local (já tenho passeios que faço praticamente no piloto automático, meus pés já andam sozinhos pelas ruas da cidade, hehehe). Ontem começamos o dia visitando o Museu Van Gogh e o Museumplein (praça dos museus). Passeamos pela charmosa Spui, onde visitamos o imperdível Begijnhof. Dali fomos andando para o bairro dos estudantes, onde ficam os prédios da Universidade de Amsterdã (entre eles o Centro de Informações). No caminho, paramos para sentar em um dos meus cafés favoritos: De Jaren. Este foi o primeiro café que visitei quando me mudei para Amsterdã 17 anos atrás e é praticamente uma instituição da cidade, muito frequentado pelos estudantes universitários (e raramente frequentado por turistas). Enfim, uma dica de local então anotem aí!

De Begijnhof
Feira de livros (às sextas) no Spui
De Waag
 Do café seguimos pelo Amstel (que aliás é um rio e não um canal, como muitos pensam). Passamos pelo Mercado das Pulgas no Waterlooplein. Algumas barracas já estavam fechando mas é sempre um passeio interessante. Em seguida, passamos pelo Nieuwmarkt, onde já tínhamos estado no dia anterior. Aviso aos navegantes: uma das praças mais legais da cidade, bem longe da muvuca de turistas que são as praças Rembrandtplein e Leidseplein. O charme do Nieuwmarkt é sem dúvida De Waag, um dos monumentos históricos mais antigos da cidade (leia mais aqui). As mesas do terraço são muito concorridas nos dias de verão (ideal para tomar cerveja com os amigos). E no inverno, tem o café-restaurante, onde pode-se jantar ou simplesmente tomar um café ou chocolate quente!
  
Café De Jaren (interior)
Café de Jaren (o concorrido deck de frente para a água)
Hoje de manhã ela fez o passeio de barco (que costumo recomendar aos amigos que querem ver a cidade a partir da água). Depois tomamos um tram e fomos passear no bairro Pijp (que os turistas costumam ignorar). Ali fica a maior feira de rua de Amsterdã, o AlbertCuyp. Almoçamos bagels no Bagels and Beans, uma franquia espalhada por toda cidade. E ainda tivemos tempo de tomar chá de menta preparado ao estilo marroquino no café Bazar. Um point muito frequentado pelos holandeses com decoração original e comida árabe. Um pedaço do norte da África em Amsterdã - me lembrei obviamente da viagem à Tunísia no ano passado!

Outro passeio que fizemos no primeiro dia foi o Bloemenmarkt, o famoso Mercado das Flores (que os japoneses e americanos tanto adoram). Embora seja um dos pontos turísticos mais visitados na cidade, confesso que é sempre gostoso andar por aqueles estandes cheios de flores e sementes de todos os tipos. E tem ainda a bela Munttoren (Muntplein), logo ali no final do mercado.

Quanto ao manjado Bairro da Luz Vermelha, felizmente a Val não fez a menor questão de conhecer então desta vez fui poupada (já estive zilhões de vezes ali com visitas, até meu filho já andou por aqueles becos). Também não visitamos nenhum coffee shop, que eu prefiro deixar pros turistas ingleses e italianos - se bem que tem muito brasileiro que não deixa de fazer uma visita. Verdade seja dita: é um grande alívio quando uma visita entende que Amsterdã tem muito mais a oferecer do que drogas e prostitutas.

Este roteiro inclui alguns dos meus lugares favoritos em Amsterdã. Enfim, a Amsterdã dos locais, como descrita em guias como o Lonely Planet. Altamente recomendado para aqueles que gostam de roteiros independentes, off the beaten track.


Munttoren (atrás do Mercado das Flores)
Not my cup of tea...






PS. As fotos a Val irá postar no blog dela, quando retornar ao Brasil.

Você pensa que viver na Europa é moleza?



Quanto mais tempo moro na Europa, mais percebo como as pessoas aí no Brasil não tem a menor idéia de como é a vida da gente por aqui. Em geral, todo mundo pensa que morar na Europa é sinônimo de ganhar na loteria. Que quem mora ma Europa tem muito dinheiro. Que viver aqui é um luxo e  por ai vai.

Pois eu vou dizer só uma coisa: é tudo mentira (ou quase tudo)! A vida aqui não é nada fácil como se pensa, a começar pela necessidade de se adaptar a uma cultura totalmente diferente da brasileira (esse problema eu já superei há anos). E claro, aprender a língua local (que também não é mais problema pra mim). Quanto a arrumar um emprego na sua área e se realizar profissionalmente, eu prefiro nem comentar (alguns tem até essa sorte mas são poucos).

Mas o que eu não consigo me acostumar até hoje é esta estória de ter de cuidar da casa - no meu caso, praticamente sozinha! Ou seja: fazer faxina, compras de supermercado, cozinhar...e ainda criar filho (autista). Por falar em criar filho, eu ainda tenho a ajuda do ex-marido (guarda alternada) e por isso tiro o chapéu pra todas as mães solteiras que criam seus filhos sozinhas! Depois não venham me dizer que a mulher é o sexo frágil.

Eu não nasci pra ser dona-de-casa (tem até quem goste). Nunca aprendi a lavar pisos ou vidraças no Brasil, e nos dez anos que fui casada quem lavava era o ex-marido. Era ele também que lavava banheiro, pintava paredes, pendurava cortina etc. Enfim, acabou a moleza e hoje em dia tenho de fazer tudo sozinha. A outra opção - pra quem pode, veja bem - é pagar 10 a 12 euros por hora para uma faxineira. Eu conheço até várias brasileiras ilegais aqui que ganham a vida fazendo faxina. E vou contar um segredo, algumas chegam a faturar 2000 euros por mês...caiu da cadeira?

A verdade é que nem sei fazer faxina, no Brasil eu mal arrumava o meu quarto!  Minhas roupas eram passadas e lavadas na casa de meus pais, comida pronta quando chegava da faculdade e todas essas regalias que a gente só aprende a valorizar quando vai morar do outro lado do mundo. Como muitas mulheres brasileiras que conheço aqui, aprendi a cozinhar na marra! Porque no Brasil eu cozinhava por "hobbie",  pizza, lasanha ou um pavê no fim-de-semana. Vocês conhecem bem essa estória.

Detalhe é que meus pais nem eram ricos não! Eles eram classe média baixa, meu pai vivia endividado e a única herança que me deixaram foi a minha educação. Mas como Brasil é Brasil e a minha mãe tinha (sérios) problemas cardíacos, tínhamos uma diarista 3 vezes por semana. Ela limpava, lavava e passava roupa, cozinhava pra dois dias e até bolo de fubá à tarde fazia. Enfim, o sonho de consumo de qualquer dona-de-casa européia.

Agora me desculpem o desabafo mas é que hoje passei horas limpando a casa! Quem mora na Europa (ou EUA) certamente vai se identificar muito com este post.

Um dos meus atores favoritos

Secret Window

Confesso que Johnny Depp é um dos meus atores favoritos de todos os tempos - e não apenas por ele ser um gato! Recentemente assisti com F. a um filme menos conhecido dele, mas não porisso menos intrigante. O filme se chama Secret Window (2004) e baseia-se numa estória de Stephen King. Roteiro interessante com ótimo interpretação de Depp, que vive um escritor isolado em uma cabana e que começa a sofrer de, digamos assim, sérios problemas psicológicos (não digo mais pra não estragar). O personagem e o enredo lembram um pouco o filme The Ninth Gate (Roman Polanski), mas achei Secret Window melhor.

De qualquer forma, inevitavelmente Johnny Depp é mais conhecido por filmes comerciais como Pirates of the Caribbean da Disney Studios (não assisti nenhum deles, confesso que tenho um sério problema com blockbusters). Ou The Tourist ou ainda, o celebrado Alice in Wonderland (que não assisti nem pretendo porque sou chata mesmo). Por falar em Tim Burton, eu amo o diretor mas não consegui me empolgar com Charlie and the Chocolate Factory...simplesmente porque a versão original é um clássico da minha infância (como comentei aqui).

Agora vocês estarão se perguntando: mas afinal, de que filmes ela gosta do ator favorito? Então vou aproveitar a oportunidade para fazer uma volta ao passado e listar meus favoritos. Por coincidência ou não, inclui filmes que fizeram muito sucesso e outros menos conhecidos. Ai vai:

Do ótimo Tim Burton (2007)
A estória por trás de Peter Pan (2004)
Porque amo chocolate e porque ele está irresistível neste filme (2000)
Sleepy Hollow (1999), mais um Tim Burton
Benny and Joon (1993)
Edward Scissorhands (1990), um dos clássicos de Tim Burton


Agora passo a bola pra vocês: quais seus atores e filmes favoritos?!!