sábado, junho 30, 2012

Mais filmes recentes

Dark Shadows




Claro que eu tinha de assistir o novo filme do Tim Burton. Tem gente que acha ele um diretor chato eu esquisito, pra mim Tim Burton é um daqueles gênios malucos, quase um visionário. E com um estilo único e muito original. Claro que eu sou suspeita pra falar dos filmes dele porque é um dos meus diretores de cinema favoritos ( junto com Woody Allen, Wes Anderson, Michael Gondry e outros). E sim, claro que eu sou parcial ao dizer que gostei do filme porque pra mim filme ruim de Tim Burton ainda é filme bom! Ao menos se formos comparar com muita porcaria pelas salas de cinema.

Dito isso, o filme é simplesmente hilário. Não chega a ser tão bom como o clássico Edward Scissorhands, o belíssimo Big Fish ou mesmo o dramático Sweeney Todd (que é quase uma ópera). Mas é diversão de primeira categoria. Cenários e costumes de encher os olhos, a conhecida atmosfera gótica e sinistra de seus filmes (e personagens), uma trilha sonoro muito bem escolhida (com direito a participação especial de Alice Cooper).


On the Road



O novo e esperado filme de Walter Salles, um dos mais bem sucedidos diretores do cinema brasileiro (e que na verdade, dispensa apresentações né?). Baseado no livro homônimo (e anotações) de Jack Kerouac, um dos ícones do movimento beatnik. Eu confesso que estudei o movimento nos tempos de Faculdade de Letras (literatura americana) mas na época, a minha viagem era outra. Mas depois de assistir duas horas e meia de filme, fiquei super curiosa pra saber mais sobre a estória por trás desses personagens.

E por falar em duas horas e meia de filme (é isso mesmo), um dos sinais de que um filme é bom é quando você assiste sentado a mais de duas horas de filme e nem vê o tempo passar! Juro que foi assim em On the Road. Os críticos de cinema podem dizer o que quiserem (e ainda são pagos para isso) mas eu achei o ritmo bem homogêneo ou seja, o filme não fica lento ou chato. Ele tem uma consistência e é quase como se você estivesse acompanhando literalmente as aventuras da tela. Comigo pelo menos foi assim.

Aproveitei o embalo e assisti em casa Diários de Motocicleta...Bem interessante a estória de Che Guevara antes de se tornar Che Guevara! Explicando melhor, o filme conta a viagem pela América Latina feita por Ernesto e seu amigo Alberto Granado (que faleceu ano passado). É nessa viagem que ele descobre o seu chamado, que é lutar pela união dos povos da América Latina. Enfim, bem interessante. E engraçado como o filme tem muitas semelhanças com On the Road. Ambos contam as trajetórias de dois revolucionários (cada um à sua maneira) que um dia decidiram colocar o pé na estrada.


Moonrise Kingdom



Este é o mais recente filme do diretor americano Wes Anderson. Um dos diretores mais originais (e esquisitos) que eu conheço. Ele fez entre outros dois filmes que gosto muito: The Royal Tenenbaums e Fantastic Mr. Fox. The Royal Tenenbaums é uma das famílias mais absurdas (leia-se dysfunctional) do cinema americano. E Fantastic Mr. Fox ganhou até prêmio de animação de tão bem feito que é. São dois filmes bem diferentes mas ambos valem (muito) a pena. The Darjeeling Limited também é dele, não é dos melhores mas também não chega a ser ruim. E foi filmado parcialmente na Índia, o que já faz o filme interessante o bastante pra eu assistir.

Voltando ao filme em questão, assisti Moonrise Kingdom com meu filho e quando a sessão terminou o menino disse: mãe, este é o filme mais estranho que já vi em toda a minha vida! E não é pra menos: uma verdadeira coleção de personagens estranhos cada um com suas esquisitices, diálogos inusitados, fotografia como só mesmo Wes Anderson sabe fazer (e que eu adoro). Na minha opinião, não chega a ser tão bom quanto The Royal Tenenbaums mas é bem interessante - com destaque para a fotografia, já que o filme se passa em 1965 e não podia ser, digamos assim, mais vintage.

No mais, cada vez tenho mais certeza de que o cinema de Wes Anderson é apenas para iniciados...Não é qualquer um que sabe apreciar (ou mesmo entender) as "esquisitices" tão características do diretor. Mas são justamente essas esquisitices que fazem dele um dos diretores mais originais do cinema americano. Um daqueles diretores que você ama ou odeia. Eu fico com o primeiro time!


Top 5 - 52x5 momentos pra compartilhar: SEMANA 25





Semana 25 - Tenho aflição de:
1) Cobras (tenho verdadeiro pavor)
2) Ratazanas (ratos e camundongos já acostumei, meu filho já teve ambos)
3) Barulho de giz no quadro negro
4) Acampar, rsrsrsr (prefiro mil vezes um hotelzinho)
5) Ônibus ou metrô lotado, que mal dá pra entrar ou sair!



Pelo amor de Deus, né?

sábado, junho 23, 2012

Cinema belga: The Invader (2011)


 
Em termos de Cinema Europeu, o Cinema Belga é sem sombra de dúvida um dos mais engajados socialmente (assim como o cinema inglês de Ken Loach, Mike Leigh e Michael Winterbottom, entre outros). A começar pelos famosos irmãos Dardenne, que produziram alguns dos melhores filmes do cinema belga das últimas duas décadas. Entre eles, os premiados La promesse, Rosetta, L´Enfant e ano passado, o festejado Le gamin au vélo (este último ainda preciso ver, os outros vi todos).

Mas este post é sobre o filme The Invader, que finalmente conferi ontem. Este é o primeiro filme do videomaker e artista Nicolas Provost e já veio muito elogiado pela crítica. Um filme forte, com imagens ainda mais fortes. O protagonista é um jovem africano ilegal que tenta sobreviver a todo custo em Bruxelas. O filme lida com aspectos sérios da realidade de muitos imigrantes nas grandes capitais européias, a comecar pela exploração no trabalho (os sans papier trabalham em condições péssimas que beiram a escravidão humana no séc. XXI). Exploração de uns, total indiferença da parte de outros. Como as inúmeras cenas em que o africano Amadou caminha ao léu pelas ruas de Bruxelas sem ser percebido pela multidão, como se fosse literalmente invisível (o que na verdade ele é mesmo por não fazer parte do sistema). Um João ninguém em busca de uma solução que não existe...

O filme é bastante realista e é preciso estomago para aturar algumas cenas. Mas também é muito bem dirigido, sendo que as imagens dizem mais do que os diálogos (que aliás são poucos). Enfim, vale a pena conferir!

sexta-feira, junho 22, 2012

Urucubaca da era digital

Não é Halloween (outubro) nem muito menos meu Inferno Astral (novembro) mas cá entre nós, acho que anda rolando uma urucubaca aqui em casa!!! Meu laptop está mais lento do que nunca e vive dando pane, o cursor pirou de vez (quem sabe é o mouse?) e fica pulando pela tela até que sou obrigada a reiniciar (Restart) o computador. Só que Restart não funciona então coloco o dito cujo em Standby antes de ligar o laptop de novo. Aí comeca todo o drama de novo! Tenho a nítida sensação de que fui hackeada...Sensação bastante desagradável, diga-se de passagem. Ainda mais levando em conta que o meu suporte técnico era o ex-namorado...

Como se não bastasse o laptop, meu iPad também anda aprontando (eu disse que era urucubaca). Estou eu lá confortavelmente olhando blogs, Facebook, Shelfari, Pinterest etc. quando de repente, sem avisar, o iPad fecha todas as páginas (não mais de 3 ao mesmo tempo) e volta pra tela de ícones. E isso acontece umas 4 ou 5 vezes em menos de uma hora...até que eu largo o iPad de lado e decido ler um livro! Sem falar nos conhecidos bugs do app do Facebook (no momento não consigo postar fotos do Álbum de Fotos no meu timeline).

Ou seja, dois problemas diferentes...e ambos estão me tirando do sério neste momento! Não consigo mais postar no Facebook (o que nem chega a ser um drama, cá entre nós). E não consigo ou demoro horas pra conseguir postar uma titica qualquer no meu blog (o que pra mim sim é um drama).

Enfim, isso é que eu chamo de urucubaca da era digital! Só espero que passe logo.

Top 5 - 52x5 Momentos pra compartilhar: SEMANA 24


Esta semana foi outra semana difícil de escolher 5 itens, então a escolha acabou sendo meio aleatória, como os primeiros casais que me vieram à cabeça...


Semana 24 - Casais favoritos (filmes, livros, séries de tv)
1) Clementine e Joel (Eternal Sunshine of the Spotless Mind)
2) Celine e Jesse (Before Sunrise e Before Sunset)
3) Emma e Dexter (One Day, livro e filme)
4) Samantha e Jack Malone (Without a Trace)
5) Dharma e Greg (série de tv com o mesmo nome)


segunda-feira, junho 18, 2012

Jeffrey Eugenides

Eu ando numa fase devoradora de livros e já li dois livros depois deste mas não posso deixar de comentar sobre The Marriage Plot. A começar porque era uma das leituras mais comentadas do ano e o livro é realmente muito bom. Pra quem ainda não conhece, Jeffrey Eugenides começou sua carreira literária com o belo The Virgin Suicides (1993), um debut literário que cativou críticos e leitores e acabou nas telas de cinema, sob a direção primorosa de Sofia Coppola.

Nove anos depois, ele lançou seu aguardado segundo romance Middlesex (2002). E mais uma vez, não decepcionou. Ssucesso de crítica e de público, o livro até ganhou o renomado Pulitzer Prize. Não sei porque cargas d´água ainda não li...mas depois de ter lido The Marriage Plot, preciso urgentemente ler Middlesex!

Voltando ao título em questão, em The Marriage Plot acompanhamos a estória de três personagens: Madeleine, Leonard e Mitchell. Eles estudam na Brown University, Madeleine está se especializando em Literatura (Jane Austen e seus contemporaneos), Leonard em Ciências (microbiologia) e Mitchell é um estudante de Teologia interessado em descobrir o sentido da vida. Mitchell também nutre uma paixão não correspondida por Madeleine, que por sua vez se apaixona por Leonard. Por uma daquelas obras do destino, Leonard e Madeleine acabam tendo uma relação tempestuosa e num ímpeto de paixão, os dois acabam se casando - para tristeza de Mitchell, que tinha planos de um dia fazer de Madeleine sua esposa! Mas isso é apenas o começo do fim, ainda vem muita estória pela frente!

No mais, se engana quem pensa que o livro é apenas um triângulo amoroso. A estória acompanha as buscas e batalhas individuais de cada um dos personagens e é exatamente isso que torna o livro tão interessante. Leonard luta acima de tudo contra a depressão bipolar e vários capítulos são destinados a doença dele e como ela afeta seu casamento e seus estudos. Nesses capítulos, Madeleine tem um papel secundário embora com o passar do tempo ela se veja obrigada a tomar uma decisão. Mitchell resolve levar sua busca adiante e inicia viagem cheia de descobertas, começando por um tour pela Europa e terminando com uma estadia de 8 meses na Ìndia, seu destino principal. Lá ele entra em contato com si mesmo e com sua religiosidade e trabalha como voluntário numas das casas para doentes terminais de ninguém menos que Madre Teresa!

Enfim, uma estória cativante de três jovens descobrindo a vida e a si mesmo. Lidando de formas diferentes com seus desafios e batalhas interiores. Jeffrey Eugenides descreve os personagens de tal forma que o leitor acaba ficando amigo dos personagens...Eu mesma fiquei até triste ao terminar o livro porque sabia que iria sentir saudades dos personagens. Sinal de que o livro é muito bom, né?


PS. The Marriage Plot foi publicado este ano no Brasil pela Ed. Companhia das Letras. O nome do título traduzido é A Trama do Casamento.

quinta-feira, junho 14, 2012

E a amizade, hein?



Esta foi uma semana muito conturbada para mim mas já estou me recuperando porque como diz o velho e sábio ditado: há males que vem para o bem. E se me permitem mais um clichê: o que não me mata me fortalece.

Clichês à parte, esta semana perdi dois "amigos". Não eram só amigos de Facebook não, eram amigos que conhecia há anos e que pensei que me conhecessem...Enfim, aprendi uma lição que na verdade, eu já sabia. Amigo de verdade a gente nunca perde. Quando perde, é porque não era amigo. Porque amigo de verdade não classifica a gente apenas como sendo isso ou aquilo mas nos conhece como um todo. Quando o amigo insiste em só ver um lado seu, algo está muito errado. Então quando o tal amigo insiste que você é negativa (e nem se dá ao trabalho de ler a sua timeline no Facebook onde você fala de livros, filmes, política, economia, blogs, assuntos criativos, etc etc etc...a lista é infinita) e só consegue ver isso e não a pessoa inteira...tem algo MUITO errado. Porque eu mesma sou a primeira a admitir, sou negativa sim (eu não nasci com genes "bons" e felicidade pra mim é aprendizado de vida inteira, desculpem aí). E tenho passado poucas e boas nesta vida (pimenta nos olhos dos outros é refresco, hoje estou cheia de clichês).

Mas também sou:  comunicativa, inteligente, sociável (com quem me trata bem), antenada, criativa, honesta, sincera, autêntica...Sacaram?!! Tenho meus momentos bons e meus momentos ruins. Agora convenhamos, quando tudo que o outro vê é negatividade, eu acho que a amizade já está muito desgastada...Porque eu sou muito mais do que isso viu gente? E amigo que é amigo mesmo não apenas conhece como aceita nossos defeitos e nossas qualidades. Ninguém é perfeito, né?

E não, eu não acho que amigo é alguém que só coloca a mão na sua cabeça (como os dois que se foram disseram pra mim, eles que nem sequer conhecem meus outros amigos). Amigo dá bronca também! Agora convenhamos, amigo que só dá bronca, que só vê defeitos em você e nas suas atitudes, amizade que minimiza a sua dor e diz na cara que você só faz drama (e ainda te chama de drama queen)...peraí né? Ninguém precisa de um amigo destes. E assim você descobre que aquele amigo que você tanto admirava nem gosta tanto assim de você! Uma troca de palavras, ressentimentos e decepção. Felizmente a tristeza passa, mas a decepção...não sei dizer ainda. Mas que a gente aprende, aprende.

Moral da estória: amizade verdadeira é a coisa mais difícil de se encontrar nos tempos de hoje. Hoje em dia as amizades estão cada vez mais descartáveis. Não gostou, joga fora. Falou bobagem, unfriend. As easy as that. Acredito até que o conceito de amizade mudou com o passar dos anos e com o surgimento das redes virtuais. Hoje em dia você é amigo de todo mundo e não é amigo de ninguém.

Mas felizmente nem tudo é tristeza (eu sei ser positiva também), tenho amigos de longa data. Amigos de mais de vinte anos, alguns quase trinta! Amigos que me conhecem, me aceitam e pra quem não preciso constantemente me explicar ou pior ainda, me desculpar por ser quem sou.

No final das contas, um amigo é alguém que gosta de você. E não tem tesouro maior neste mundo em que vivemos do que um amigo verdadeiro. Coisa rara nesses dias.

Top 5 - 52x5 momentos pra compartilhar: SEMANA 23


Semana 23 - Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo...
1) A fome que ainda existe em alguns continentes. Enquanto nas manchetes de jornais você lê sobre a epidemia de crianças e adultos obesos nos países ricos...sem comentários.
2) As pseudo-conquistas das mulheres de hoje, com suas jornadas duplas (triplas) de trabalho. A mulher que além de cuidar da casa e dos filhos, ainda trabalha fora e às vezes faz tantas ou mais horas do que o marido que chega em casa esperando a janta pronta. Como se não bastasse, ela ainda tem de estar sempre bela e cheirosa (filhos idem) quando o marido chega em casa. E claro, sempre de bom humor porque mulher mal-humorada é feio, né? Não pode.
3) O machismo enrustido de certos povos. E  nem me refiro somente ao velho e conhecido machismo dos brasileiros porque há outras formas de machismo...aqui na Holanda por ex., os salários dos homens são mais altos do que os das mulheres, e existem pouquíssimas mulheres em cargos executivos...acreditem (sim, eu li até mesmo nos jornais locais)
4) A velocidade das relações e da vida em geral (é tudo pra ontem, não gostou joga fora) 
5) As "amizades" descartáveis de hoje em dia...O que é algo que até hoje me surpreende neste mundo de redes sociais em que vivemos. Não gostou? Unfriend. Fast-food generation.

quarta-feira, junho 06, 2012

Top 5 - 52x2 Momentos pra compartilhar: SEMANA 22






Semana 22 - O que não pode faltar na minha geladeira...
1) leite (meu filho bebe quase 1 litro por dia)
2) iogurte de beber Optimel ou Vifit (este é pra mim)
3) queijo (não vivo sem)
4) ice tea ou suco de frutas tropicais (manga, açaí, goiaba)
5) pepino, uso sempre em saladas e sanduíches






sábado, junho 02, 2012

The Sense of an Ending

Pra começar o mês de junho, um livro que acabei de ler...em maio! Trata-se do novo livro do conhecido escritor inglês Julian Barnes, que ganhou o Man Booker Prize em 2011. Enfim, mais um daqueles livros que estava na minha extensa Lista de desejos e finalmente consegui ler. E realmente o livro é muito bom, dá pra ler em um ou dois dias porque trata-se de uma novella (termo em inglês) ou seja, um romance curto.

Mas não se iludam, embora a leitura seja rápida, você certamente demorará vários dias digerindo o livro! Comigo pelo menos foi assim. Li, reli alguns trechos que tinha marcado durante a leitura (hábito que cultivo desde meus tempos de faculdade) e ainda estou digerindo.

O tema principal é a Memória e mais especificamente, nossas lembranças do passado. E como o livro mesmo mostra, a memória é coisa complicada porque sempre será subjetiva. Nós sempre iremos reconstruir nosso passado com base no que lembramos dele e na nossa interpretação dos fatos ocorridos. Aí é que a coisa complica porque, pra início de conversa,  não somos mais quem éramos no passado. E com o passar dos anos , começamos a questionar nossa memória.Alguns mais do que outros, claro.

Este é o caso de Tony Webster, o protagonista desta estória. Tony é um respeitado senhor de 60 anos, aposentado depois de longa carreira, divorciado depois de um casamento de 18 anos e pai de uma filha de 20 e poucos anos. Um belo dia, ele recebe uma carta oficial de um advogado que o leva de volta ao passado. Mais especificamente, 40 anos atrás, nos seus tempos universitários.

Na época, ele tem uma curta relação com Veronica Ford e depois que ela começa a namorar Adrian, um dos amigos de Tony, ele fica enfurecido e acaba mais tarde escrevendo uma carta cheia de raiva para o casal . Daquelas cartas que a gente escreve e se arrepende de ter enviado ou na melhor das hipóteses, que a gente escreve e depois desiste de colocar no correio (atire a primeira pedra quem nunca fez isso). Pois a carta de Tony parece ter sido uma espécie de praga que acabou se realizando no desencadear da estória. O leitor só compreenderá o que acontece realmente nas últimas páginas do livro! Porque o grande mistério, o pequeno grande detalhe da estória, escapou totalmente a Tony. E como ele é o narrador da estória, acabamos interpretando a estória com base na memória dele.

 Enfim, uma leitura surpreendente para leitores inteligentes...e capazes de prestar atenção nos detalhes, que escaparam totalmente do protagonista! Não falo mais para não estragar, anotem a dica.
Tecnologia do Blogger.

Mais filmes recentes

Dark Shadows




Claro que eu tinha de assistir o novo filme do Tim Burton. Tem gente que acha ele um diretor chato eu esquisito, pra mim Tim Burton é um daqueles gênios malucos, quase um visionário. E com um estilo único e muito original. Claro que eu sou suspeita pra falar dos filmes dele porque é um dos meus diretores de cinema favoritos ( junto com Woody Allen, Wes Anderson, Michael Gondry e outros). E sim, claro que eu sou parcial ao dizer que gostei do filme porque pra mim filme ruim de Tim Burton ainda é filme bom! Ao menos se formos comparar com muita porcaria pelas salas de cinema.

Dito isso, o filme é simplesmente hilário. Não chega a ser tão bom como o clássico Edward Scissorhands, o belíssimo Big Fish ou mesmo o dramático Sweeney Todd (que é quase uma ópera). Mas é diversão de primeira categoria. Cenários e costumes de encher os olhos, a conhecida atmosfera gótica e sinistra de seus filmes (e personagens), uma trilha sonoro muito bem escolhida (com direito a participação especial de Alice Cooper).


On the Road



O novo e esperado filme de Walter Salles, um dos mais bem sucedidos diretores do cinema brasileiro (e que na verdade, dispensa apresentações né?). Baseado no livro homônimo (e anotações) de Jack Kerouac, um dos ícones do movimento beatnik. Eu confesso que estudei o movimento nos tempos de Faculdade de Letras (literatura americana) mas na época, a minha viagem era outra. Mas depois de assistir duas horas e meia de filme, fiquei super curiosa pra saber mais sobre a estória por trás desses personagens.

E por falar em duas horas e meia de filme (é isso mesmo), um dos sinais de que um filme é bom é quando você assiste sentado a mais de duas horas de filme e nem vê o tempo passar! Juro que foi assim em On the Road. Os críticos de cinema podem dizer o que quiserem (e ainda são pagos para isso) mas eu achei o ritmo bem homogêneo ou seja, o filme não fica lento ou chato. Ele tem uma consistência e é quase como se você estivesse acompanhando literalmente as aventuras da tela. Comigo pelo menos foi assim.

Aproveitei o embalo e assisti em casa Diários de Motocicleta...Bem interessante a estória de Che Guevara antes de se tornar Che Guevara! Explicando melhor, o filme conta a viagem pela América Latina feita por Ernesto e seu amigo Alberto Granado (que faleceu ano passado). É nessa viagem que ele descobre o seu chamado, que é lutar pela união dos povos da América Latina. Enfim, bem interessante. E engraçado como o filme tem muitas semelhanças com On the Road. Ambos contam as trajetórias de dois revolucionários (cada um à sua maneira) que um dia decidiram colocar o pé na estrada.


Moonrise Kingdom



Este é o mais recente filme do diretor americano Wes Anderson. Um dos diretores mais originais (e esquisitos) que eu conheço. Ele fez entre outros dois filmes que gosto muito: The Royal Tenenbaums e Fantastic Mr. Fox. The Royal Tenenbaums é uma das famílias mais absurdas (leia-se dysfunctional) do cinema americano. E Fantastic Mr. Fox ganhou até prêmio de animação de tão bem feito que é. São dois filmes bem diferentes mas ambos valem (muito) a pena. The Darjeeling Limited também é dele, não é dos melhores mas também não chega a ser ruim. E foi filmado parcialmente na Índia, o que já faz o filme interessante o bastante pra eu assistir.

Voltando ao filme em questão, assisti Moonrise Kingdom com meu filho e quando a sessão terminou o menino disse: mãe, este é o filme mais estranho que já vi em toda a minha vida! E não é pra menos: uma verdadeira coleção de personagens estranhos cada um com suas esquisitices, diálogos inusitados, fotografia como só mesmo Wes Anderson sabe fazer (e que eu adoro). Na minha opinião, não chega a ser tão bom quanto The Royal Tenenbaums mas é bem interessante - com destaque para a fotografia, já que o filme se passa em 1965 e não podia ser, digamos assim, mais vintage.

No mais, cada vez tenho mais certeza de que o cinema de Wes Anderson é apenas para iniciados...Não é qualquer um que sabe apreciar (ou mesmo entender) as "esquisitices" tão características do diretor. Mas são justamente essas esquisitices que fazem dele um dos diretores mais originais do cinema americano. Um daqueles diretores que você ama ou odeia. Eu fico com o primeiro time!


Top 5 - 52x5 momentos pra compartilhar: SEMANA 25





Semana 25 - Tenho aflição de:
1) Cobras (tenho verdadeiro pavor)
2) Ratazanas (ratos e camundongos já acostumei, meu filho já teve ambos)
3) Barulho de giz no quadro negro
4) Acampar, rsrsrsr (prefiro mil vezes um hotelzinho)
5) Ônibus ou metrô lotado, que mal dá pra entrar ou sair!



Pelo amor de Deus, né?

Cinema belga: The Invader (2011)


 
Em termos de Cinema Europeu, o Cinema Belga é sem sombra de dúvida um dos mais engajados socialmente (assim como o cinema inglês de Ken Loach, Mike Leigh e Michael Winterbottom, entre outros). A começar pelos famosos irmãos Dardenne, que produziram alguns dos melhores filmes do cinema belga das últimas duas décadas. Entre eles, os premiados La promesse, Rosetta, L´Enfant e ano passado, o festejado Le gamin au vélo (este último ainda preciso ver, os outros vi todos).

Mas este post é sobre o filme The Invader, que finalmente conferi ontem. Este é o primeiro filme do videomaker e artista Nicolas Provost e já veio muito elogiado pela crítica. Um filme forte, com imagens ainda mais fortes. O protagonista é um jovem africano ilegal que tenta sobreviver a todo custo em Bruxelas. O filme lida com aspectos sérios da realidade de muitos imigrantes nas grandes capitais européias, a comecar pela exploração no trabalho (os sans papier trabalham em condições péssimas que beiram a escravidão humana no séc. XXI). Exploração de uns, total indiferença da parte de outros. Como as inúmeras cenas em que o africano Amadou caminha ao léu pelas ruas de Bruxelas sem ser percebido pela multidão, como se fosse literalmente invisível (o que na verdade ele é mesmo por não fazer parte do sistema). Um João ninguém em busca de uma solução que não existe...

O filme é bastante realista e é preciso estomago para aturar algumas cenas. Mas também é muito bem dirigido, sendo que as imagens dizem mais do que os diálogos (que aliás são poucos). Enfim, vale a pena conferir!

Urucubaca da era digital

Não é Halloween (outubro) nem muito menos meu Inferno Astral (novembro) mas cá entre nós, acho que anda rolando uma urucubaca aqui em casa!!! Meu laptop está mais lento do que nunca e vive dando pane, o cursor pirou de vez (quem sabe é o mouse?) e fica pulando pela tela até que sou obrigada a reiniciar (Restart) o computador. Só que Restart não funciona então coloco o dito cujo em Standby antes de ligar o laptop de novo. Aí comeca todo o drama de novo! Tenho a nítida sensação de que fui hackeada...Sensação bastante desagradável, diga-se de passagem. Ainda mais levando em conta que o meu suporte técnico era o ex-namorado...

Como se não bastasse o laptop, meu iPad também anda aprontando (eu disse que era urucubaca). Estou eu lá confortavelmente olhando blogs, Facebook, Shelfari, Pinterest etc. quando de repente, sem avisar, o iPad fecha todas as páginas (não mais de 3 ao mesmo tempo) e volta pra tela de ícones. E isso acontece umas 4 ou 5 vezes em menos de uma hora...até que eu largo o iPad de lado e decido ler um livro! Sem falar nos conhecidos bugs do app do Facebook (no momento não consigo postar fotos do Álbum de Fotos no meu timeline).

Ou seja, dois problemas diferentes...e ambos estão me tirando do sério neste momento! Não consigo mais postar no Facebook (o que nem chega a ser um drama, cá entre nós). E não consigo ou demoro horas pra conseguir postar uma titica qualquer no meu blog (o que pra mim sim é um drama).

Enfim, isso é que eu chamo de urucubaca da era digital! Só espero que passe logo.

Top 5 - 52x5 Momentos pra compartilhar: SEMANA 24


Esta semana foi outra semana difícil de escolher 5 itens, então a escolha acabou sendo meio aleatória, como os primeiros casais que me vieram à cabeça...


Semana 24 - Casais favoritos (filmes, livros, séries de tv)
1) Clementine e Joel (Eternal Sunshine of the Spotless Mind)
2) Celine e Jesse (Before Sunrise e Before Sunset)
3) Emma e Dexter (One Day, livro e filme)
4) Samantha e Jack Malone (Without a Trace)
5) Dharma e Greg (série de tv com o mesmo nome)


Jeffrey Eugenides

Eu ando numa fase devoradora de livros e já li dois livros depois deste mas não posso deixar de comentar sobre The Marriage Plot. A começar porque era uma das leituras mais comentadas do ano e o livro é realmente muito bom. Pra quem ainda não conhece, Jeffrey Eugenides começou sua carreira literária com o belo The Virgin Suicides (1993), um debut literário que cativou críticos e leitores e acabou nas telas de cinema, sob a direção primorosa de Sofia Coppola.

Nove anos depois, ele lançou seu aguardado segundo romance Middlesex (2002). E mais uma vez, não decepcionou. Ssucesso de crítica e de público, o livro até ganhou o renomado Pulitzer Prize. Não sei porque cargas d´água ainda não li...mas depois de ter lido The Marriage Plot, preciso urgentemente ler Middlesex!

Voltando ao título em questão, em The Marriage Plot acompanhamos a estória de três personagens: Madeleine, Leonard e Mitchell. Eles estudam na Brown University, Madeleine está se especializando em Literatura (Jane Austen e seus contemporaneos), Leonard em Ciências (microbiologia) e Mitchell é um estudante de Teologia interessado em descobrir o sentido da vida. Mitchell também nutre uma paixão não correspondida por Madeleine, que por sua vez se apaixona por Leonard. Por uma daquelas obras do destino, Leonard e Madeleine acabam tendo uma relação tempestuosa e num ímpeto de paixão, os dois acabam se casando - para tristeza de Mitchell, que tinha planos de um dia fazer de Madeleine sua esposa! Mas isso é apenas o começo do fim, ainda vem muita estória pela frente!

No mais, se engana quem pensa que o livro é apenas um triângulo amoroso. A estória acompanha as buscas e batalhas individuais de cada um dos personagens e é exatamente isso que torna o livro tão interessante. Leonard luta acima de tudo contra a depressão bipolar e vários capítulos são destinados a doença dele e como ela afeta seu casamento e seus estudos. Nesses capítulos, Madeleine tem um papel secundário embora com o passar do tempo ela se veja obrigada a tomar uma decisão. Mitchell resolve levar sua busca adiante e inicia viagem cheia de descobertas, começando por um tour pela Europa e terminando com uma estadia de 8 meses na Ìndia, seu destino principal. Lá ele entra em contato com si mesmo e com sua religiosidade e trabalha como voluntário numas das casas para doentes terminais de ninguém menos que Madre Teresa!

Enfim, uma estória cativante de três jovens descobrindo a vida e a si mesmo. Lidando de formas diferentes com seus desafios e batalhas interiores. Jeffrey Eugenides descreve os personagens de tal forma que o leitor acaba ficando amigo dos personagens...Eu mesma fiquei até triste ao terminar o livro porque sabia que iria sentir saudades dos personagens. Sinal de que o livro é muito bom, né?


PS. The Marriage Plot foi publicado este ano no Brasil pela Ed. Companhia das Letras. O nome do título traduzido é A Trama do Casamento.

E a amizade, hein?



Esta foi uma semana muito conturbada para mim mas já estou me recuperando porque como diz o velho e sábio ditado: há males que vem para o bem. E se me permitem mais um clichê: o que não me mata me fortalece.

Clichês à parte, esta semana perdi dois "amigos". Não eram só amigos de Facebook não, eram amigos que conhecia há anos e que pensei que me conhecessem...Enfim, aprendi uma lição que na verdade, eu já sabia. Amigo de verdade a gente nunca perde. Quando perde, é porque não era amigo. Porque amigo de verdade não classifica a gente apenas como sendo isso ou aquilo mas nos conhece como um todo. Quando o amigo insiste em só ver um lado seu, algo está muito errado. Então quando o tal amigo insiste que você é negativa (e nem se dá ao trabalho de ler a sua timeline no Facebook onde você fala de livros, filmes, política, economia, blogs, assuntos criativos, etc etc etc...a lista é infinita) e só consegue ver isso e não a pessoa inteira...tem algo MUITO errado. Porque eu mesma sou a primeira a admitir, sou negativa sim (eu não nasci com genes "bons" e felicidade pra mim é aprendizado de vida inteira, desculpem aí). E tenho passado poucas e boas nesta vida (pimenta nos olhos dos outros é refresco, hoje estou cheia de clichês).

Mas também sou:  comunicativa, inteligente, sociável (com quem me trata bem), antenada, criativa, honesta, sincera, autêntica...Sacaram?!! Tenho meus momentos bons e meus momentos ruins. Agora convenhamos, quando tudo que o outro vê é negatividade, eu acho que a amizade já está muito desgastada...Porque eu sou muito mais do que isso viu gente? E amigo que é amigo mesmo não apenas conhece como aceita nossos defeitos e nossas qualidades. Ninguém é perfeito, né?

E não, eu não acho que amigo é alguém que só coloca a mão na sua cabeça (como os dois que se foram disseram pra mim, eles que nem sequer conhecem meus outros amigos). Amigo dá bronca também! Agora convenhamos, amigo que só dá bronca, que só vê defeitos em você e nas suas atitudes, amizade que minimiza a sua dor e diz na cara que você só faz drama (e ainda te chama de drama queen)...peraí né? Ninguém precisa de um amigo destes. E assim você descobre que aquele amigo que você tanto admirava nem gosta tanto assim de você! Uma troca de palavras, ressentimentos e decepção. Felizmente a tristeza passa, mas a decepção...não sei dizer ainda. Mas que a gente aprende, aprende.

Moral da estória: amizade verdadeira é a coisa mais difícil de se encontrar nos tempos de hoje. Hoje em dia as amizades estão cada vez mais descartáveis. Não gostou, joga fora. Falou bobagem, unfriend. As easy as that. Acredito até que o conceito de amizade mudou com o passar dos anos e com o surgimento das redes virtuais. Hoje em dia você é amigo de todo mundo e não é amigo de ninguém.

Mas felizmente nem tudo é tristeza (eu sei ser positiva também), tenho amigos de longa data. Amigos de mais de vinte anos, alguns quase trinta! Amigos que me conhecem, me aceitam e pra quem não preciso constantemente me explicar ou pior ainda, me desculpar por ser quem sou.

No final das contas, um amigo é alguém que gosta de você. E não tem tesouro maior neste mundo em que vivemos do que um amigo verdadeiro. Coisa rara nesses dias.

Top 5 - 52x5 momentos pra compartilhar: SEMANA 23


Semana 23 - Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo...
1) A fome que ainda existe em alguns continentes. Enquanto nas manchetes de jornais você lê sobre a epidemia de crianças e adultos obesos nos países ricos...sem comentários.
2) As pseudo-conquistas das mulheres de hoje, com suas jornadas duplas (triplas) de trabalho. A mulher que além de cuidar da casa e dos filhos, ainda trabalha fora e às vezes faz tantas ou mais horas do que o marido que chega em casa esperando a janta pronta. Como se não bastasse, ela ainda tem de estar sempre bela e cheirosa (filhos idem) quando o marido chega em casa. E claro, sempre de bom humor porque mulher mal-humorada é feio, né? Não pode.
3) O machismo enrustido de certos povos. E  nem me refiro somente ao velho e conhecido machismo dos brasileiros porque há outras formas de machismo...aqui na Holanda por ex., os salários dos homens são mais altos do que os das mulheres, e existem pouquíssimas mulheres em cargos executivos...acreditem (sim, eu li até mesmo nos jornais locais)
4) A velocidade das relações e da vida em geral (é tudo pra ontem, não gostou joga fora) 
5) As "amizades" descartáveis de hoje em dia...O que é algo que até hoje me surpreende neste mundo de redes sociais em que vivemos. Não gostou? Unfriend. Fast-food generation.

Top 5 - 52x2 Momentos pra compartilhar: SEMANA 22






Semana 22 - O que não pode faltar na minha geladeira...
1) leite (meu filho bebe quase 1 litro por dia)
2) iogurte de beber Optimel ou Vifit (este é pra mim)
3) queijo (não vivo sem)
4) ice tea ou suco de frutas tropicais (manga, açaí, goiaba)
5) pepino, uso sempre em saladas e sanduíches






The Sense of an Ending

Pra começar o mês de junho, um livro que acabei de ler...em maio! Trata-se do novo livro do conhecido escritor inglês Julian Barnes, que ganhou o Man Booker Prize em 2011. Enfim, mais um daqueles livros que estava na minha extensa Lista de desejos e finalmente consegui ler. E realmente o livro é muito bom, dá pra ler em um ou dois dias porque trata-se de uma novella (termo em inglês) ou seja, um romance curto.

Mas não se iludam, embora a leitura seja rápida, você certamente demorará vários dias digerindo o livro! Comigo pelo menos foi assim. Li, reli alguns trechos que tinha marcado durante a leitura (hábito que cultivo desde meus tempos de faculdade) e ainda estou digerindo.

O tema principal é a Memória e mais especificamente, nossas lembranças do passado. E como o livro mesmo mostra, a memória é coisa complicada porque sempre será subjetiva. Nós sempre iremos reconstruir nosso passado com base no que lembramos dele e na nossa interpretação dos fatos ocorridos. Aí é que a coisa complica porque, pra início de conversa,  não somos mais quem éramos no passado. E com o passar dos anos , começamos a questionar nossa memória.Alguns mais do que outros, claro.

Este é o caso de Tony Webster, o protagonista desta estória. Tony é um respeitado senhor de 60 anos, aposentado depois de longa carreira, divorciado depois de um casamento de 18 anos e pai de uma filha de 20 e poucos anos. Um belo dia, ele recebe uma carta oficial de um advogado que o leva de volta ao passado. Mais especificamente, 40 anos atrás, nos seus tempos universitários.

Na época, ele tem uma curta relação com Veronica Ford e depois que ela começa a namorar Adrian, um dos amigos de Tony, ele fica enfurecido e acaba mais tarde escrevendo uma carta cheia de raiva para o casal . Daquelas cartas que a gente escreve e se arrepende de ter enviado ou na melhor das hipóteses, que a gente escreve e depois desiste de colocar no correio (atire a primeira pedra quem nunca fez isso). Pois a carta de Tony parece ter sido uma espécie de praga que acabou se realizando no desencadear da estória. O leitor só compreenderá o que acontece realmente nas últimas páginas do livro! Porque o grande mistério, o pequeno grande detalhe da estória, escapou totalmente a Tony. E como ele é o narrador da estória, acabamos interpretando a estória com base na memória dele.

 Enfim, uma leitura surpreendente para leitores inteligentes...e capazes de prestar atenção nos detalhes, que escaparam totalmente do protagonista! Não falo mais para não estragar, anotem a dica.