O que eu gosto mesmo neste mundo dos blogs é ver que não estou sozinha. É ver que tem gente por este mundo afora que sente e pensa como eu. E assim eu não me sinto tão estranha e com a (eterna) sensação de estar sempre nadando contra a corrente. Porque blogueiro que se preza também tem suas crises. A começar pelo famoso
writer´s block. Bloqueio de escrita não é só coisa pra escritor, sabiam? Porque se for pensar bem, toda blogueira tem um pouco de escritora. Toda blogueira precisa escrever, precisa das palavras para interagir com os outros (não necessariamente seus leitores mas já é um bom começo). E chega um dia que ela se questiona se vale a pena se expor, se o preço a ser pago vale a pena.
A gente passa a maior parte do tempo buscando o equilíbrio, tentando conciliar nossa necessidade de escrever com o grau inevitável de exposição (não se iludam, tudo na vida tem seu preço). Eu mesma já passei por todas as fases. No inicio do blog eu era aquela pessoa ingenua e escrevia como quem escreve um diário, pra mim mesma (bons tempos aqueles). Até que os seguidores começaram a chegar (embora eu ainda tenha relativamente poucos em comparação com algumas estrelas da blogosfera), a gente começa a pensar duas vezes antes de fazer mais aquele desabafo. A gente começa a pensar duas vezes antes de se expor para desconhecidos. A gente se questiona se vale mesmo a pena arriscar mais uma polêmica. Em outras palavras, a gente vira macaco velho...
E aí vem a famosa crise: desistir do blog? fechar o blog apenas para convidados? Eu passei por essa crise no ano passado, ainda passo em dias ruins. Até que leio um post do tipo desabafo de uma amiga blogueira. As duas últimas foram a minha querida Priscila do
Devaneios e Metamorfoses (que escreveu
este post que poderia ter sido escrito por mim, sem tirar nem por). E a minha blogueira
nerd favorita, a Luana do
Hunfs, que assim como muitos, cansou (
aqui). E ambas estão cobertas de razão. E eu me sinto menos sozinha e grata a elas por terem compartilhado.
Quem lê este blog - são poucos mas são leitores fiéis - sabe que eu tenho uma relação de amor e ódio com uma certa rede social. Porque eu acho muito dificil ser genuíno quando existem regras rígidas de comportamento. Regras sobre o que pode e o que não pode ser dito. Como a regra implícita de que não se deve falar de problemas (afinal, todo mundo é feliz o tempo todo). Não se pode falar, não se pode desabafar, reclamar muito menos. E bola pra frente que atrás vem gente!
E é justamente aí que entra o papel dos blogs. Porque em um blog, quem faz a regra é o blogueiro que escreve. Se ele quer escrever um post pessoal, escreve e pronto! Se ele vai ou não arcar com as consequências, o problema é dele. Se ele quer postar fotos bonitinhas e textos inspiracionais, tá bom também. Tem público pra todo tipo de blog (e não apenas para os populares blogs de viagem). E é justamente isso que eu admiro na blogosfera: sua
diversidade. Porque sinceramente, nem todo mundo curte ver todo santo dia fotos de pessoas sorrindo em suas viagens, ou grupos de pessoas se divertindo em uma festa ou restaurante, o novo carro ou o que fulano jantou ontem. Muitos de nós sabemos (e aceitamos) que a vida é muito mais do que isso. Nós queremos ir além e descobrir (desvendar) a realidade por trás destas paisagens. Mas há um preço a ser pago.
Moral da estória:
ter blog pessoal não é para os fracos. Porque ser autêntico no mundo de hoje é uma das tarefas mais difíceis que uma pessoa irá (ou não) realizar em sua vida. Boa sorte para quem decidiu embarcar nesta viagem. E muita coragem pra continuar sendo quem você é, independentemente do que os outros acham ou deixam de achar!
Quanto a mim, só sei ser eu mesma.