segunda-feira, abril 18, 2011
Peixe fora d'água
Ando com pouca ou nenhuma vontade de escrever por aqui, combinei comigo mesma que 10 posts por mês está de bom tamanho. É que eu prefiro qualidade do que quantidade (e escrever por escrever não é comigo). No mais, aprendi com o passar dos anos que ninguém tem tempo pros problemas, dúvidas e questionamentos dos outros. O tempo é curto e as pessoas querem mais é festa, alegria e gargalhadas. Não há mais tempo para assuntos sérios. Não tenho nenhuma ilusão quanto a isso.
Vivemos em uma sociedade em que tudo é para satisfação imediata, aqui e agora. Fast food, dias correndo pra cá e pra lá, amizades que se fazem e se desfazem com a rapidez em que perfis são criados e deletados. Ou isso ou estou ficando velha porque não tenho mais conseguido acompanhar este ritmo desenfreado à minha volta. E pensando bem, nem quero.
Eu prefiro as relações maduras e temperadas pelos anos, como os vinhos mais velhos que é preciso saber degustar. Eu prefiro as amizades em que as pessoas se conhecem há tempo bastante pra não ter de contar sua estória de novo toda vez. Talvez seja uma certa preguiça emocional da minha parte ou outro distúrbio qualquer. Mas é assim que me sinto na maioria das vezes.
Eu me sinto um peixe fora dágua neste mundo moderno com suas redes sociais, sites de relacionamento, Twitter (eu, que até tenho aprendido a usar este treco, rsrsrs), Blackberry apps, etc. A sensação que eu tenho é de que hoje em dia grande parte dos relacionamentos são virtuais! E isso me assusta porque são regras de comportamento que desconheço - ou das quais simplesmente discordo. As pessoas passam dias inteiros atrás dos computadores, cada um no seu canto. E marcar um encontro está cada vez mais difícil.
Aqui na Holanda - ou pelo menos no meu caso - ainda tem o agravante de que os amigos moram em cidades diferentes, cada um tem sua agenda cheia com emprego e família pra cuidar. Antigamente (olha eu de novo me sentindo jurássica) era tão mais fácil encontrar os amigos - e nem telefone celular existia! Quanto mais email, internet...Digam lá se não há algo de irônico em tudo isso?
Agora fica a pergunta: e vocês, com que frequência tem encontros de verdade, daqueles ao vivo e a cores? Quanto a mim, confesso que ando cada vez mais caseira e sem saco pra companhia dos outros...Shame on me.
Peixe fora d'água
Ando com pouca ou nenhuma vontade de escrever por aqui, combinei comigo mesma que 10 posts por mês está de bom tamanho. É que eu prefiro qualidade do que quantidade (e escrever por escrever não é comigo). No mais, aprendi com o passar dos anos que ninguém tem tempo pros problemas, dúvidas e questionamentos dos outros. O tempo é curto e as pessoas querem mais é festa, alegria e gargalhadas. Não há mais tempo para assuntos sérios. Não tenho nenhuma ilusão quanto a isso.
Vivemos em uma sociedade em que tudo é para satisfação imediata, aqui e agora. Fast food, dias correndo pra cá e pra lá, amizades que se fazem e se desfazem com a rapidez em que perfis são criados e deletados. Ou isso ou estou ficando velha porque não tenho mais conseguido acompanhar este ritmo desenfreado à minha volta. E pensando bem, nem quero.
Eu prefiro as relações maduras e temperadas pelos anos, como os vinhos mais velhos que é preciso saber degustar. Eu prefiro as amizades em que as pessoas se conhecem há tempo bastante pra não ter de contar sua estória de novo toda vez. Talvez seja uma certa preguiça emocional da minha parte ou outro distúrbio qualquer. Mas é assim que me sinto na maioria das vezes.
Eu me sinto um peixe fora dágua neste mundo moderno com suas redes sociais, sites de relacionamento, Twitter (eu, que até tenho aprendido a usar este treco, rsrsrs), Blackberry apps, etc. A sensação que eu tenho é de que hoje em dia grande parte dos relacionamentos são virtuais! E isso me assusta porque são regras de comportamento que desconheço - ou das quais simplesmente discordo. As pessoas passam dias inteiros atrás dos computadores, cada um no seu canto. E marcar um encontro está cada vez mais difícil.
Aqui na Holanda - ou pelo menos no meu caso - ainda tem o agravante de que os amigos moram em cidades diferentes, cada um tem sua agenda cheia com emprego e família pra cuidar. Antigamente (olha eu de novo me sentindo jurássica) era tão mais fácil encontrar os amigos - e nem telefone celular existia! Quanto mais email, internet...Digam lá se não há algo de irônico em tudo isso?
Agora fica a pergunta: e vocês, com que frequência tem encontros de verdade, daqueles ao vivo e a cores? Quanto a mim, confesso que ando cada vez mais caseira e sem saco pra companhia dos outros...Shame on me.
1:21 PM
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desabafos
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6 comentários:
- Line disse...
-
Olha, acho que você tem toda razão! Irônico, mas parece que a tecnologia tem nos afastado cada vez mais. Também encontro uma certa dificuldade em "penetrar" na agenda das pessoas e marcar alguma coisa. A impressão que tenho é de que as pessoas estão ocupadas demais para com coisas muito mais importantes do que simplesmente tomar um café e bater um papo.
Eu não acesso FB todos os dias, não tenho mais Orkut e nem sei como o tal de twitter funciona (e acho que também nem quero saber).
Saudade da vidinha pacata e intimista da minha cidade do interior. Saudade de poder conversar sobre tudo sem ter que ficar medindo palavras ou pisando em ovos. Enfim, se você está jurássica, então eu também estou! rs
Beijos! - 1:43 PM
- Anônimo disse...
-
"Eu me sinto um peixe fora dágua neste mundo moderno com suas redes sociais, sites de relacionamento, Twitter, etc."
Don't! I absolutely HATE any kind of virtual "friendship" crap! I am not (and never WILL be) a member of Twitter or Facebook and the like -- give me real people to be around and enjoy life with instead!
Trazom - 2:18 PM
- Pri S. disse...
-
Enquanto eu lia, só ia rindo... rs Tirando a parte sobre a frequência de postagens, no resto eu me identifico com tudo!
Eu venho numa fase de escrever quase que diariamente. Por necessidade. Pra manter a sanidade em algum nível. Escrever é um pouco minha terapia. Mas como meu marido disse outro dia, eu preciso urgentemente de um hobbie para não me obrigar a pensar, deixar a energia fluir. Sou de fases: hoje escrevo todo dia, amanhã passo um mês sem aparecer.
Bem, eu não sou a pessoa mais indicada para comentar esse seu post. O estilo de vida que escolhi após os 30 me levou a ficar mais distante geograficamente das pessoas que eram do meu convívio. Portanto, encontros de verdade, pessoalmente, são extremamente raros agora. E não, eu não fiz amizades por aqui. Por várias razões (que até merecem um post). Uma delas foi mudar de cidade 4 vezes nos últimos 4 anos.
E eu confesso que às vezes me sinto um ET. Sou difícil, não compartilho do modo de ser superficial, às vezes meio fútil e sem conteúdo que eu vejo nas relações por aí. E também cansei um pouquinho de me decepcionar. Ter que lidar com o egoísmo alheio. Deixar de fazer coisas por si mesmo pra agradar terceiros é a maior furada...
Há tempos que me sinto um peixe fora d'água em vários sentidos. Isso ainda costuma me trazer sensações contraditórias: fico pensando se a louca sou eu ou se o mundo está doido. Na lógica aqui deste mundo, a maioria vende e a louca seria eu. Mas eu ainda sou louca o suficiente pra achar que essa lógica pode não ter lógica nenhuma... rs
Bjos! - 4:00 PM
- Beth Blue disse...
-
Querida Pri, lendo seu comentário, me deu uma pena de morarmos tãaaaaaaaaaaao longe. A gente ia se entender muito bem, né? Duas loucas mas fora isso...Assino embaixo de suas palavras:
Isso ainda costuma me trazer sensações contraditórias: fico pensando se a louca sou eu ou se o mundo está doido. - 4:05 PM
- Marina disse...
-
haha oi Beth! Adorei o post, mas nem sei de qual lado eu tô hehehe
Se por um lado eu sou 100% a favor de relacionamentos "reais" (e 100% contra pessoas que não largam o celular enquanto conversam com alguém, grrrr), eu tô amando meus relacionamentos "virtuais" também!
Fiz algumas amigas legais e conheci gente bacana, mas acho que pra mim o maior valor dessas redes é não de me afastar das pessoas daqui, mas de estar mais perto das pessoas do lado de "lá". Ver fotos do final de semana da minha mãe, conversar com amigos que estão no Brasil e morro de saudades... Acho que o segredo é usar essas redes pra se "aproximar dos que estão longe" e não se "distanciar dos que estão perto"!!! (o problema é achar o equilíbrio hehe)
beijo! - 10:53 AM
- Marina disse...
-
Beth, vc me inspirou a escrever um post sobre o assunto hehe. Posso escrever lá no blog e citar seu post?
Até - 11:06 AM
6 comentários:
Olha, acho que você tem toda razão! Irônico, mas parece que a tecnologia tem nos afastado cada vez mais. Também encontro uma certa dificuldade em "penetrar" na agenda das pessoas e marcar alguma coisa. A impressão que tenho é de que as pessoas estão ocupadas demais para com coisas muito mais importantes do que simplesmente tomar um café e bater um papo.
Eu não acesso FB todos os dias, não tenho mais Orkut e nem sei como o tal de twitter funciona (e acho que também nem quero saber).
Saudade da vidinha pacata e intimista da minha cidade do interior. Saudade de poder conversar sobre tudo sem ter que ficar medindo palavras ou pisando em ovos. Enfim, se você está jurássica, então eu também estou! rs
Beijos!
"Eu me sinto um peixe fora dágua neste mundo moderno com suas redes sociais, sites de relacionamento, Twitter, etc."
Don't! I absolutely HATE any kind of virtual "friendship" crap! I am not (and never WILL be) a member of Twitter or Facebook and the like -- give me real people to be around and enjoy life with instead!
Trazom
Enquanto eu lia, só ia rindo... rs Tirando a parte sobre a frequência de postagens, no resto eu me identifico com tudo!
Eu venho numa fase de escrever quase que diariamente. Por necessidade. Pra manter a sanidade em algum nível. Escrever é um pouco minha terapia. Mas como meu marido disse outro dia, eu preciso urgentemente de um hobbie para não me obrigar a pensar, deixar a energia fluir. Sou de fases: hoje escrevo todo dia, amanhã passo um mês sem aparecer.
Bem, eu não sou a pessoa mais indicada para comentar esse seu post. O estilo de vida que escolhi após os 30 me levou a ficar mais distante geograficamente das pessoas que eram do meu convívio. Portanto, encontros de verdade, pessoalmente, são extremamente raros agora. E não, eu não fiz amizades por aqui. Por várias razões (que até merecem um post). Uma delas foi mudar de cidade 4 vezes nos últimos 4 anos.
E eu confesso que às vezes me sinto um ET. Sou difícil, não compartilho do modo de ser superficial, às vezes meio fútil e sem conteúdo que eu vejo nas relações por aí. E também cansei um pouquinho de me decepcionar. Ter que lidar com o egoísmo alheio. Deixar de fazer coisas por si mesmo pra agradar terceiros é a maior furada...
Há tempos que me sinto um peixe fora d'água em vários sentidos. Isso ainda costuma me trazer sensações contraditórias: fico pensando se a louca sou eu ou se o mundo está doido. Na lógica aqui deste mundo, a maioria vende e a louca seria eu. Mas eu ainda sou louca o suficiente pra achar que essa lógica pode não ter lógica nenhuma... rs
Bjos!
Querida Pri, lendo seu comentário, me deu uma pena de morarmos tãaaaaaaaaaaao longe. A gente ia se entender muito bem, né? Duas loucas mas fora isso...Assino embaixo de suas palavras:
Isso ainda costuma me trazer sensações contraditórias: fico pensando se a louca sou eu ou se o mundo está doido.
haha oi Beth! Adorei o post, mas nem sei de qual lado eu tô hehehe
Se por um lado eu sou 100% a favor de relacionamentos "reais" (e 100% contra pessoas que não largam o celular enquanto conversam com alguém, grrrr), eu tô amando meus relacionamentos "virtuais" também!
Fiz algumas amigas legais e conheci gente bacana, mas acho que pra mim o maior valor dessas redes é não de me afastar das pessoas daqui, mas de estar mais perto das pessoas do lado de "lá". Ver fotos do final de semana da minha mãe, conversar com amigos que estão no Brasil e morro de saudades... Acho que o segredo é usar essas redes pra se "aproximar dos que estão longe" e não se "distanciar dos que estão perto"!!! (o problema é achar o equilíbrio hehe)
beijo!
Beth, vc me inspirou a escrever um post sobre o assunto hehe. Posso escrever lá no blog e citar seu post?
Até
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