Acabei de descobrir mais uma escritora maravilhosa, a indiana (residente nos EUA) Thrity Umrigar. Eu já tinha ouvido falar dela aqui e ali, então decidi conferir o livro The Space Between Us (A Distância entre Nós). E não deu outra, apaixonei-me pelo estilo da autora. O livro é muito bem escrito, com uma sensibilidade fora do comum.
Diga-se de passagem, leitura
obrigatória pra todos que convivem diariamente com aquela figura tão
conhecida da sociedade brasileira (e indiana): a empregada doméstica. É que tanto na Índia quanto no Brasil, não é
preciso ser rico pra ter acesso a estes serviços. Qualquer família de
classe média tem uma empregada doméstica. Geralmente, ela é uma
pessoa
de confiança que viu os filhos da patroa crescerem e que os brasileiros
insistem em dizer com muito orgulho que "fazem parte da família". Enfim, um dos alicerces da sociedade indiana e também da brasileira.
O interessante no livro é que, ao mesmo em que mostra a intimidade entre patroa e empregada, ele também enfatiza de forma sutil a distância entre essas duas
mulheres que convivem diariamente no mesmo espaço. Intimidade porque a empregada acompanha (mesmo que passivamente) todos os acontecimentos da família. E distância porque, apesar de ser considerada parte da família, ela é proibida de usar pratos e copos da família e tem os dela separados no armário. E não pode sentar no sofá da sala de maneira alguma, muito menos na mesa. Enfim, um quadro mais do que conhecido de muitos brasileiros, que vai deixar muita patroa
constrangida porque confronta de forma sutil as diferenças de classe tão gritantes em países como a Índia do livro e o Brasil .
Uma leitura que comove ao mesmo tempo que faz pensar. Enfim: eu recomendo!
domingo, abril 29, 2012
Tecnologia do Blogger.
Thrity Umrigar
Diga-se de passagem, leitura obrigatória pra todos que convivem diariamente com aquela figura tão conhecida da sociedade brasileira (e indiana): a empregada doméstica. É que tanto na Índia quanto no Brasil, não é preciso ser rico pra ter acesso a estes serviços. Qualquer família de classe média tem uma empregada doméstica. Geralmente, ela é uma pessoa de confiança que viu os filhos da patroa crescerem e que os brasileiros insistem em dizer com muito orgulho que "fazem parte da família". Enfim, um dos alicerces da sociedade indiana e também da brasileira.
O interessante no livro é que, ao mesmo em que mostra a intimidade entre patroa e empregada, ele também enfatiza de forma sutil a distância entre essas duas mulheres que convivem diariamente no mesmo espaço. Intimidade porque a empregada acompanha (mesmo que passivamente) todos os acontecimentos da família. E distância porque, apesar de ser considerada parte da família, ela é proibida de usar pratos e copos da família e tem os dela separados no armário. E não pode sentar no sofá da sala de maneira alguma, muito menos na mesa. Enfim, um quadro mais do que conhecido de muitos brasileiros, que vai deixar muita patroa constrangida porque confronta de forma sutil as diferenças de classe tão gritantes em países como a Índia do livro e o Brasil .
Uma leitura que comove ao mesmo tempo que faz pensar. Enfim: eu recomendo!
3:27 PM
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