quarta-feira, setembro 18, 2013

Blue Jasmine, o novo Woody Allen



Assisti recentemente Blue Jasmine do meu querido e neurótico Woody Alleen e admito que gostei muito. Tudo bem que sou fã do diretor há mais de 20 anos mas alguns filmes certamente me marcam mais do que outros. Ainda mais este filme com a atuação maravilhosa de uma das minhas atrizes favoritas: Cate Blanchett (Heaven, Babel, Notes on a Scandal, The Curious Case of Benjamin Button, Elizabeth The Golden Age, entre os meus filmes favoritos). 

Blue Jasmine é em muitos aspectos, um exemplar típico de um dos diretores mais "prolixos" do cinema americano. E o roteiro inevitavelmente me fez lembrar de outro filme dele: Melinda and Melinda. Um título menos conhecido de Woody Alleen mas que certamente vale a pena conferir.

Em Blue Jasmine, acompanhamos a trajetória de glória e decadência de Jasmine, uma bela mulher que abandona os estudos (!) para se casar com um homem rico e maravilhoso - tipo "príncipe dos contos de fadas", bom demais pra ser verdade. Ele oferece a ela uma vida luxuosa e confortável, até o momento em que é preso por sonegar impostos e outros crimes relacionados.

A partir deste momento, a vida que Jasmine conhecia deixa de existir e ela, desorientada e sem dinheiro, resolve bater na porta da irmã, que mora do outro lado do país. Jasmine voa de primeira classe (por mera força do hábito) de Nova York para São Francisco e se hospeda "temporariamente" na casa da irmã Ginger. Na verdade ambas foram adotadas por um casal e, portanto, não são irmãs de sangue no sentido literal da palavra. E suas vidas não podiam ser mais diferentes. A irmã é uma pessoa simples e honesta que trabalha num supermercado e nunca conheceu nenhum luxo na vida, com ótima atuação de Sally Hawkins, a atriz inglesa de Happy-Go-Lucky (que eu comentei aqui). E Jasmine nunca trabalhou na vida, desfrutando de uma vida de socialite em NY.

Claro que a partir daí surgirão conflitos porque ao mesmo tempo que a vida de Jasmine vira de cabeça pra baixo, sua chegada na casa da irmã também irá afetar a vida de Ginger em vários aspectos. É como uma colisão de dois mundos: o mundo privilegiado de uma socialite de NY e o mundo do proletariado, que sobrevive da melhor maneira possível num dia-a-dia cheio de batalhas.

Mas o que eu gostei mesmo no filme foi ver a atuação de Cate Blanchett, num papel clássico de heroína que perde tudo (lembram de Sunset Boulevard?) e é forçada a começar de novo, sem saber nem como ou por onde. É dolorido ver suas tentativas frustradas de se adaptar à nova situação. E incrível imaginar que existem neste mundo mulheres como ela, que colocam literalmente suas vidas nas mãos desses "príncipes". São as famosas "caçadoras de tesouros", em maior ou menor grau. No caso de Jasmine, acredito que tenha sido mais inocência do que qualquer outra coisa. Vivendo e aprendendo!

Enfim, confiram. Diversão (e reflexão) garantida!



terça-feira, setembro 17, 2013

Quartier Lointain

Ontem finalmente conseguir assistir um filme que estava na fila de espera há tempos: Quartier Lointain, baseado na estória em quadrinhos (ou manga pra quem entende do assunto) do cartunista japonês Jirō Taniguchi. O nome em inglês é A Distant Neighourhood e a estória em quadrinhos foi escrita em 1998. Tanto os quadrinhos como o filme (2010) foram muito bem recebidos pelo público e pela crítica especializada.

Quartier Lointain conta a estória de Thomas, um cartunista que mora em Paris com sua família (esposa e duas filhas adolescentes) e que, por uma daquelas obras do destino, trem acaba parando, durante uma viagem de trem, na estação da cidadezinha onde cresceu. Da última vez em que esteve lá há 20 anos, ele foi para o enterro de sua mãe. Já que está mesmo na cidade, Thomas decide visitar o túmulo da mãe no cemitério e algo (muito) estranho acontece. Subitamente, ele tem uma espécie de "desmaio" e quando acorda de novo, está de volta à sua adolescência - ou mais especificamente, seus 14 anos. O ano em que seu pai abandonou a família para nunca mais voltar. E depois disso, sua mãe nunca mais conseguiu se reestabelecer e vivia esperando seu retorno (que nunca aconteceu). Alguns anos depois, a mãe morre de tristeza ou cansaço da vida (a "interpretação" fica por conta de quem lê o livro ou assiste o filme).

Uma das grandes tiradas da estória é que Thomas volta à sua adolescência mas com a consciência e conhecimentos de sua vida adulta. Assim, já sabendo o que acontecerá nos anos futuros, ele tenta a todo custo "corrigir" o passado e evitar suas consequências devastadoras. Ele se aproxima do pai e o segue por toda parte, além de tentar convencê-lo a não ir embora. No final das contas, seus esforços são em vão porque o pai decide partir assim mesmo! O que nos faz pensar se é mesmo possível mudar o passado, principalmente quando ele envolve outras pessoas e seus desejos e vontades.

Os quadrinhos são traduzidos na tela de cinema em um clima nostálgico, com decoração e sets típicos dos anos 70 (inclusive os famosos LPs da minha infância e adolescência). Thomas tem a chance de voltar à sua adolescência dos anos 70 numa cidadezinha do interior da França e nós participamos de sua vida diária, na escola, em casa dançando com a mãe e com a irmã caçula, o primeiro amor, os companheiros da adolescência, etc. Enfim, nostalgia pura! Eu recomendo.


terça-feira, setembro 10, 2013

Outono/inverno



Todo ano a mesma coisa: chega setembro, as folhas começam a cair das árvores, os dias começam a ficar mais curtos, temos menos horas de sol e mais dias chuvosos. É o fim dos meses de verão, outono chegando e o longo e tenebroso inverno cada vez mais perto...

E eu me sinto totalmente bipolar quando percebo o quanto o clima me afeta emocional e mentalmente. Eu moro na Holanda há quase 20 anos e até hoje tento me acostumar com o inverno. Pra deixar bem claro, não me refiro ao inverno como nas paisagens da Europa Central (Suíça, Alemanha e Itália) e sim o inverno no Norte da Europa (Inglaterra, Irlanda, Holanda e partes da Escandinávia). É o tal clima oceânico, que provoca temporadas de chuva, garoa e muita ventania! Enfim, nada de paisagens brancas cobertas de neve (aqui até neva, mas bem menos do que na Alemanha por ex.) mas ao invés disso, dias cinzentos e chuvosos. E se no verão eu passo mais tempo andando e pedalando pelas ruas, no inverno a tendência é ficar em casa...

Depois de um bom verão com muitos dias de praia (que eu tive a chance de curtir) e pouca chuva, esta semana a previsão é de chuva para a semana inteira (a natureza agradece, a grama aqui está seca há semanas). Quanto a mim, já começo a tomar as medidas necessárias para encarar mais uma mudança de estação. Porque quem mora no Brasil não sabe o que são as quatro estações do ano, nem mesmo na região sul (embora o inverno lá possa ser rigoroso e até tenha neve na Serra Gaúcha). Ainda mais eu que sempre morei no Rio e podia ir à praia praticamente o ano inteiro!

Mas tudo tem dois lados e no outono/inverno a gente pode se ocupar com um monte de coisas legais! Eu mesma percebo que praticamente não leio no verão mas logo que chega setembro eu começo a ler um livro atrás do outro! No inverno então, leio em média um livro por semana. E sim, também é a época do ano para novas temporadas das séries de tv favoritas e de assistir muitos filmes. É a época em que a gente se enrosca debaixo de uma coberta gostosa com uma xícara de chá ou café e um bom livro como companhia.

E é aí que mora o perigo porque eu estou fazendo a reeducação alimentar e agora já percebi que terei de fazer algumas alterações "sutis" na dieta: por exemplo, se chove a semana inteira e não dá pra andar de bicicleta, nadar 2x semana e comer um lanche a menos! Já perdi quase 5 kgs (!) mas o caminho é longo e cheio de tentações...então o negócio é antecipar as dificuldades. Também vou comprar em breve uma corda de pular - podem rir mas li nuns sites que é um ótimo exercício aeróbico, usado por maratonistas e até mesmo lutadores de box para manter a capacidade física!!! Assim posso pular corda em casa mesmo nos dias chuvosos em que não me animo a pegar a bicicleta.

Moral da estória: a gente vai se adaptando, um dia de cada vez!






quarta-feira, setembro 04, 2013

A dieta: minhas dicas


Minha salada favorita: tomate, mozzarela e manjericão

Então vamos lá, já que estou mesmo motivada (é agora ou nunca), vou dar algumas dicas básicas de quem está a fim de encarar uma dieta.

1. Esqueça dietas! A palavra de ordem é reeducação alimentar. Dieta não resolve o problema, você passa fome por algumas semanas (ou meses), chega ao peso desejado e resolve voltar a comer como antes - resultado, engorda tudo de novo (e mais um pouco). Eu felizmente nunca fui vítima de dietas da moda mas fui dois meses no Weight Watchers aqui na Holanda e pra mim não funcionou! Pra gente organizada que adora fazer contas e listinhas e contar pontos em TODAS as refeições, ótimo. Não é o meu caso, não tenho saco!

2. Reeducação alimentar é pra vida toda (a diferença básica entre reeducação alimentar e dietas "milagrosas"). E ela deve seguir de mãos dadas com algum tipo de atividade física porque só comer direito não basta (mas já é um bom começo).

Knackebrood com cottage cheese, pepino e alfafa

3. No quesito atividade física - eu que não sou nem pretendo virar atleta - só tenho um conselho pra dar: escolha uma atividade (esporte) que te dê prazer e comece aos poucos. Eu infelizmente não curto esportes (sempre odiei academia, sou rata de biblioteca). Mas amo nadar e me agarro à natação com unhas e garras porque é o meu esporte.

4. Pra quem está fora de forma como eu, não adianta se animar e sair fazendo esportes todos os dias da semana feito louco! Vá com calma porque na pior das hipóteses, você pode acabar com uma lesão séria - e eu sei do que estou falando porque tive uma hérnia de disco e ninguém merece (tive até de operar e foram seis meses de descanso obrigatório). É melhor começar 3x por semana. Eu, por exemplo, comecei a nadar 1x semana (acabei de voltar da piscina cheia de energia e cá estou eu conversando com vocês). Além disso, ando de bicicleta 2 x semana (numa velocidade suficiente pra contar como exercício de cardio). Comecei há 3 semanas e é pesado - mas cada semana fica mais fácil. Semana que vem (a quarta semana), pretendo passar a nadar 2x semana. Vamos ver!

5. Ainda no quesito esporte, comece fazendo caminhadas ou andando de bicicleta. Suba escadas em vez de pegar o elevador. Nadar também é um esporte completo, recomendado principalmente pra quem está muito acima do peso (como eu) porque é um esporte de pouco impacto. Melhora a condição física em geral, e a capacidade respiratória em particular (ótima dica para quem sofre de asma ou bronquite, por ex.)

6. Agora vamos à alimentação. Primeira dica: não passe fome. Nunca. Não é preciso passar fome (e é aí que muitas dietas falham). O que é preciso é aprender a escolher o que se come. E, em alguns casos, reaprender a comer (é o meu caso, veja este post). E de preferência, busque a ajuda de uma dietista (nutricionista) nos primeiros meses, até você "pegar o embalo".

Knackebrood com cottage cheese e geléia de morango

6. Importante: faça seis refeições por dia. Isso mesmo: seis refeições, eu disse que não é pra passar fome! Três refeições principais: café da manhã, almoço e jantar. E mais três lanches light (frutas ou salada de frutas, iogurte grego, activia, iogurte de beber, cottage cheese e outras snacks light.)



Nota: O knackebrood das duas fotos acima é um tipo de cracker original da Suécia mas muito popular aqui na Holanda. Não sei se é fácil de encontrar nos supermercados do Brasil mas aqui tem vários tipos. E é uma ótima opção de lanche, em vez de pão. E por falar em pão, mais uma dica: evite pão branco, compre pão integral. Eu já comia pão integral há tempos e mudei para o pão de spelt. Spelt é um grão que substitui o grão de trigo e anda fazendo o maior sucesso por aqui. Dizem as más línguas que é bem mais saudável do que o pão feito com trigo. Eu comprei e gostei!
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Blue Jasmine, o novo Woody Allen



Assisti recentemente Blue Jasmine do meu querido e neurótico Woody Alleen e admito que gostei muito. Tudo bem que sou fã do diretor há mais de 20 anos mas alguns filmes certamente me marcam mais do que outros. Ainda mais este filme com a atuação maravilhosa de uma das minhas atrizes favoritas: Cate Blanchett (Heaven, Babel, Notes on a Scandal, The Curious Case of Benjamin Button, Elizabeth The Golden Age, entre os meus filmes favoritos). 

Blue Jasmine é em muitos aspectos, um exemplar típico de um dos diretores mais "prolixos" do cinema americano. E o roteiro inevitavelmente me fez lembrar de outro filme dele: Melinda and Melinda. Um título menos conhecido de Woody Alleen mas que certamente vale a pena conferir.

Em Blue Jasmine, acompanhamos a trajetória de glória e decadência de Jasmine, uma bela mulher que abandona os estudos (!) para se casar com um homem rico e maravilhoso - tipo "príncipe dos contos de fadas", bom demais pra ser verdade. Ele oferece a ela uma vida luxuosa e confortável, até o momento em que é preso por sonegar impostos e outros crimes relacionados.

A partir deste momento, a vida que Jasmine conhecia deixa de existir e ela, desorientada e sem dinheiro, resolve bater na porta da irmã, que mora do outro lado do país. Jasmine voa de primeira classe (por mera força do hábito) de Nova York para São Francisco e se hospeda "temporariamente" na casa da irmã Ginger. Na verdade ambas foram adotadas por um casal e, portanto, não são irmãs de sangue no sentido literal da palavra. E suas vidas não podiam ser mais diferentes. A irmã é uma pessoa simples e honesta que trabalha num supermercado e nunca conheceu nenhum luxo na vida, com ótima atuação de Sally Hawkins, a atriz inglesa de Happy-Go-Lucky (que eu comentei aqui). E Jasmine nunca trabalhou na vida, desfrutando de uma vida de socialite em NY.

Claro que a partir daí surgirão conflitos porque ao mesmo tempo que a vida de Jasmine vira de cabeça pra baixo, sua chegada na casa da irmã também irá afetar a vida de Ginger em vários aspectos. É como uma colisão de dois mundos: o mundo privilegiado de uma socialite de NY e o mundo do proletariado, que sobrevive da melhor maneira possível num dia-a-dia cheio de batalhas.

Mas o que eu gostei mesmo no filme foi ver a atuação de Cate Blanchett, num papel clássico de heroína que perde tudo (lembram de Sunset Boulevard?) e é forçada a começar de novo, sem saber nem como ou por onde. É dolorido ver suas tentativas frustradas de se adaptar à nova situação. E incrível imaginar que existem neste mundo mulheres como ela, que colocam literalmente suas vidas nas mãos desses "príncipes". São as famosas "caçadoras de tesouros", em maior ou menor grau. No caso de Jasmine, acredito que tenha sido mais inocência do que qualquer outra coisa. Vivendo e aprendendo!

Enfim, confiram. Diversão (e reflexão) garantida!



Quartier Lointain

Ontem finalmente conseguir assistir um filme que estava na fila de espera há tempos: Quartier Lointain, baseado na estória em quadrinhos (ou manga pra quem entende do assunto) do cartunista japonês Jirō Taniguchi. O nome em inglês é A Distant Neighourhood e a estória em quadrinhos foi escrita em 1998. Tanto os quadrinhos como o filme (2010) foram muito bem recebidos pelo público e pela crítica especializada.

Quartier Lointain conta a estória de Thomas, um cartunista que mora em Paris com sua família (esposa e duas filhas adolescentes) e que, por uma daquelas obras do destino, trem acaba parando, durante uma viagem de trem, na estação da cidadezinha onde cresceu. Da última vez em que esteve lá há 20 anos, ele foi para o enterro de sua mãe. Já que está mesmo na cidade, Thomas decide visitar o túmulo da mãe no cemitério e algo (muito) estranho acontece. Subitamente, ele tem uma espécie de "desmaio" e quando acorda de novo, está de volta à sua adolescência - ou mais especificamente, seus 14 anos. O ano em que seu pai abandonou a família para nunca mais voltar. E depois disso, sua mãe nunca mais conseguiu se reestabelecer e vivia esperando seu retorno (que nunca aconteceu). Alguns anos depois, a mãe morre de tristeza ou cansaço da vida (a "interpretação" fica por conta de quem lê o livro ou assiste o filme).

Uma das grandes tiradas da estória é que Thomas volta à sua adolescência mas com a consciência e conhecimentos de sua vida adulta. Assim, já sabendo o que acontecerá nos anos futuros, ele tenta a todo custo "corrigir" o passado e evitar suas consequências devastadoras. Ele se aproxima do pai e o segue por toda parte, além de tentar convencê-lo a não ir embora. No final das contas, seus esforços são em vão porque o pai decide partir assim mesmo! O que nos faz pensar se é mesmo possível mudar o passado, principalmente quando ele envolve outras pessoas e seus desejos e vontades.

Os quadrinhos são traduzidos na tela de cinema em um clima nostálgico, com decoração e sets típicos dos anos 70 (inclusive os famosos LPs da minha infância e adolescência). Thomas tem a chance de voltar à sua adolescência dos anos 70 numa cidadezinha do interior da França e nós participamos de sua vida diária, na escola, em casa dançando com a mãe e com a irmã caçula, o primeiro amor, os companheiros da adolescência, etc. Enfim, nostalgia pura! Eu recomendo.


Outono/inverno



Todo ano a mesma coisa: chega setembro, as folhas começam a cair das árvores, os dias começam a ficar mais curtos, temos menos horas de sol e mais dias chuvosos. É o fim dos meses de verão, outono chegando e o longo e tenebroso inverno cada vez mais perto...

E eu me sinto totalmente bipolar quando percebo o quanto o clima me afeta emocional e mentalmente. Eu moro na Holanda há quase 20 anos e até hoje tento me acostumar com o inverno. Pra deixar bem claro, não me refiro ao inverno como nas paisagens da Europa Central (Suíça, Alemanha e Itália) e sim o inverno no Norte da Europa (Inglaterra, Irlanda, Holanda e partes da Escandinávia). É o tal clima oceânico, que provoca temporadas de chuva, garoa e muita ventania! Enfim, nada de paisagens brancas cobertas de neve (aqui até neva, mas bem menos do que na Alemanha por ex.) mas ao invés disso, dias cinzentos e chuvosos. E se no verão eu passo mais tempo andando e pedalando pelas ruas, no inverno a tendência é ficar em casa...

Depois de um bom verão com muitos dias de praia (que eu tive a chance de curtir) e pouca chuva, esta semana a previsão é de chuva para a semana inteira (a natureza agradece, a grama aqui está seca há semanas). Quanto a mim, já começo a tomar as medidas necessárias para encarar mais uma mudança de estação. Porque quem mora no Brasil não sabe o que são as quatro estações do ano, nem mesmo na região sul (embora o inverno lá possa ser rigoroso e até tenha neve na Serra Gaúcha). Ainda mais eu que sempre morei no Rio e podia ir à praia praticamente o ano inteiro!

Mas tudo tem dois lados e no outono/inverno a gente pode se ocupar com um monte de coisas legais! Eu mesma percebo que praticamente não leio no verão mas logo que chega setembro eu começo a ler um livro atrás do outro! No inverno então, leio em média um livro por semana. E sim, também é a época do ano para novas temporadas das séries de tv favoritas e de assistir muitos filmes. É a época em que a gente se enrosca debaixo de uma coberta gostosa com uma xícara de chá ou café e um bom livro como companhia.

E é aí que mora o perigo porque eu estou fazendo a reeducação alimentar e agora já percebi que terei de fazer algumas alterações "sutis" na dieta: por exemplo, se chove a semana inteira e não dá pra andar de bicicleta, nadar 2x semana e comer um lanche a menos! Já perdi quase 5 kgs (!) mas o caminho é longo e cheio de tentações...então o negócio é antecipar as dificuldades. Também vou comprar em breve uma corda de pular - podem rir mas li nuns sites que é um ótimo exercício aeróbico, usado por maratonistas e até mesmo lutadores de box para manter a capacidade física!!! Assim posso pular corda em casa mesmo nos dias chuvosos em que não me animo a pegar a bicicleta.

Moral da estória: a gente vai se adaptando, um dia de cada vez!






A dieta: minhas dicas


Minha salada favorita: tomate, mozzarela e manjericão

Então vamos lá, já que estou mesmo motivada (é agora ou nunca), vou dar algumas dicas básicas de quem está a fim de encarar uma dieta.

1. Esqueça dietas! A palavra de ordem é reeducação alimentar. Dieta não resolve o problema, você passa fome por algumas semanas (ou meses), chega ao peso desejado e resolve voltar a comer como antes - resultado, engorda tudo de novo (e mais um pouco). Eu felizmente nunca fui vítima de dietas da moda mas fui dois meses no Weight Watchers aqui na Holanda e pra mim não funcionou! Pra gente organizada que adora fazer contas e listinhas e contar pontos em TODAS as refeições, ótimo. Não é o meu caso, não tenho saco!

2. Reeducação alimentar é pra vida toda (a diferença básica entre reeducação alimentar e dietas "milagrosas"). E ela deve seguir de mãos dadas com algum tipo de atividade física porque só comer direito não basta (mas já é um bom começo).

Knackebrood com cottage cheese, pepino e alfafa

3. No quesito atividade física - eu que não sou nem pretendo virar atleta - só tenho um conselho pra dar: escolha uma atividade (esporte) que te dê prazer e comece aos poucos. Eu infelizmente não curto esportes (sempre odiei academia, sou rata de biblioteca). Mas amo nadar e me agarro à natação com unhas e garras porque é o meu esporte.

4. Pra quem está fora de forma como eu, não adianta se animar e sair fazendo esportes todos os dias da semana feito louco! Vá com calma porque na pior das hipóteses, você pode acabar com uma lesão séria - e eu sei do que estou falando porque tive uma hérnia de disco e ninguém merece (tive até de operar e foram seis meses de descanso obrigatório). É melhor começar 3x por semana. Eu, por exemplo, comecei a nadar 1x semana (acabei de voltar da piscina cheia de energia e cá estou eu conversando com vocês). Além disso, ando de bicicleta 2 x semana (numa velocidade suficiente pra contar como exercício de cardio). Comecei há 3 semanas e é pesado - mas cada semana fica mais fácil. Semana que vem (a quarta semana), pretendo passar a nadar 2x semana. Vamos ver!

5. Ainda no quesito esporte, comece fazendo caminhadas ou andando de bicicleta. Suba escadas em vez de pegar o elevador. Nadar também é um esporte completo, recomendado principalmente pra quem está muito acima do peso (como eu) porque é um esporte de pouco impacto. Melhora a condição física em geral, e a capacidade respiratória em particular (ótima dica para quem sofre de asma ou bronquite, por ex.)

6. Agora vamos à alimentação. Primeira dica: não passe fome. Nunca. Não é preciso passar fome (e é aí que muitas dietas falham). O que é preciso é aprender a escolher o que se come. E, em alguns casos, reaprender a comer (é o meu caso, veja este post). E de preferência, busque a ajuda de uma dietista (nutricionista) nos primeiros meses, até você "pegar o embalo".

Knackebrood com cottage cheese e geléia de morango

6. Importante: faça seis refeições por dia. Isso mesmo: seis refeições, eu disse que não é pra passar fome! Três refeições principais: café da manhã, almoço e jantar. E mais três lanches light (frutas ou salada de frutas, iogurte grego, activia, iogurte de beber, cottage cheese e outras snacks light.)



Nota: O knackebrood das duas fotos acima é um tipo de cracker original da Suécia mas muito popular aqui na Holanda. Não sei se é fácil de encontrar nos supermercados do Brasil mas aqui tem vários tipos. E é uma ótima opção de lanche, em vez de pão. E por falar em pão, mais uma dica: evite pão branco, compre pão integral. Eu já comia pão integral há tempos e mudei para o pão de spelt. Spelt é um grão que substitui o grão de trigo e anda fazendo o maior sucesso por aqui. Dizem as más línguas que é bem mais saudável do que o pão feito com trigo. Eu comprei e gostei!