sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Como criar filhos em tempos modernos?


To game or not to game, that is the question. Este é um dos meus maiores dilemas nos últimos tempos. Juro que evitei ao máximo que meu filho ficasse viciado em games, tanto que ele nunca teve nenhum game aqui em casa até ganhar o Nintendo DS da avó no natal passado (e ainda por cima vermelho, pra combinar com a temporada natalina).

Como era de se esperar, desde então abriu-se um novo mundo e sua vida mudou para sempre! Não apenas o menino carrega o Nintendo pra cima e pra baixo como conseguiu a façanha de me convencer a comprar um Playstation 2 pra ele (pro Playstation 3 eu não tenho dinheiro então nem adianta chorar). Mas deixa eu explicar isso direitinho antes que vocês digam que eu pirei de vez.

Eu tive um grande motivo (ou uma ótima desculpa) pra dar o Playstation de presente. Pela primeira vez desde que ele entrou na escola especial (isso já faz três anos), ele teve ótimo progresso e obteve notas excelentes (é praticamente o melhor da turma). Considerando-se que no segundo ano da escola ele não aprendeu absolutamente nada (foi um ano horrível, como contei por aqui), fiquei aliviada ao ver que ainda vai dar pra tirar o atraso. E decidi dar de presente o Playstation como recompensa pelos esforços.

O problema é que desde que ele ganhou o treco, tá difícil tirar o menino da frente da tela de tv (o que, diga-se de passagem é mais um motivo pra ir às aulas de kungfu). Tenho certeza que muitas outras mães vivem este mesmo drama diariamente em casa. Mas eu tentei ao máximo evitar o problema. Até que inevitavelmente chega o dia em que seu filho começa a resmungar que é o único na escola (e no bairro) que ainda não tem game...considerando-se que Liam completa 11 anos em abril, eu até que consegui enrolar por muito tempo!

Quando vejo crianças de 5 ou 6 anos jogando games, eu fico assustada. Não por ser jurrásica (sou mesmo) mas porque esta geração game me preocupa. Crianças que lêem cada vez menos e passam cada vez mais horas diante da tela do computador ou da tv....Nunca existiram tantas crianças obesas como hoje em dia (nos EUA já é uma epidemia, aqui na Europa estamos chegando lá). E nem vou falar nas pesquisas feitas sobre a relação entre distúrtbios de déficit de atenção e os games.

Eu acho que muitos pais não se preocupam como deviam, porque é mais fácil deixar a criança quieta ali com o game e ir fazer suas tarefas. Mas eu me preocupo - e muito. Eu presto atenção nos games que ele joga (já ouviram falar de Grand Theft Auto? faz um sucesso estrondoso com os meninos de 8 a 12 anos mas aqui em casa não entra de jeito nenhum). Uma das soluções que encontrei é instalar o Playstation na sala, assim posso ter maior supervisão (muitos pais deixam no quarto da criança, aqui não rola). A outra solução é limitar o tempo de game. Esta semana estou deixando mais porque são férias escolares, semana que vem ele volta às aulas e as coisas voltam ao normal.

Pra quem acha que estou exagerando e que não é tão ruim assim, leia o artigo a seguir. Quem quiser compartilhar experiências e dicas, é só comentar!

_______________________________________________

Reports from around the world suggest that gaming addiction is real and on the rise. With nearly 8 in 10 youths (81%) playing video games, including 94% of all boys playing, this certainly raises concerns
about video game addiction.

Video game playing time differs by age as well as gender. The average 8- to 12 year-old now plays 13 hours of video games per week, whilethe average 13- to 18 year old plays 14 hours of video games per week.

Time matters because 8 to 18-year-olds who spend more time playing video games are more likely to:
- perrform more poorly in school,
- get into physical fights
- be physically heavier due to lack of physical excercise.

Fanatic gamers who were surveyed:
- were receiving lower grades in schools than their peers,
- were more likely to have video game systems in their bedrooms (65%),
- were spending much more time playing games each week (averaging 24.5 hours per week), - were also more likely to have been diagnosed with an attention deficit problem.

These are just some of the results of a new survey of 1,178 U.S. children and teenagers (ages 8 to 18) conducted online by Harris Interactive® between January 17 to 23, 2007. This study is the first
to document a national prevalence rate of pathological video game use among youth.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Seu filho (não) fala português?

Este é um daqueles posts que eu estou pra escrever há séculos. Mas que só de pensar dá preguiça...e se for pra ser sincera, uma certa raiva. Raiva porque cansei de ouvir a pergunta acima e o olhar chocado quando eu respondo que não, meu filho não fala português (ainda não).

Então finalmente decidi  escrever sobre essa questão, nem que seja a título de esclarecimento. Além de informar outros pais no mesmo barco. Pra começar, eu queria dizer que cada criança é diferente, que meninos e meninas são diferentes quanto ao desenvolvimento da fala. E mais: que bilinguismo e trilinguismo são questões bem diferentes. No caso do meu filho, foi trilinguismo. O que vejo muito pouco por aqui pois a grande maioria das mães brasileiras que conheço é casada com holandês. E assim elas falam tranquilamente português com as crias e deixam o holandês pro pai (e pro resto da família holandesa, o que convenhamos é uma mão na roda).

No meu caso, há alguns anos desisti de falar português com meu filho aqui na Holanda e fui muito criticada (por essas mesmas mães de crianças bilingues). Tomei a decisão por recomendação da própria escola, e porque era o melhor para o meu filho (que na época já tinha sessões com uma fonoaudióloga). Em casa falávamos inglês e como nem a mãe nem o pai são holandeses, o holandês dele já chegou capenga na escola. Até os três anos eu ainda tentava falar em português com ele. Mas ele teve um grande atraso no desenvolvimento da fala, além de outros problemas (autismo, como quem lê este blog bem sabe).

O que me surpreende mersmo é ver como as pessoas são rápidas em criticar. E pior ainda, em generalizar uma questão tão complexa (e eu estudei línguas estrangeiras a vida toda então sei do que estou falando). Aquele discurso copiado de dizer que criança aprende várias línguas facilmente, que quanto mais cedo melhor, etc etc etc. Na prática a estória é bem diferente, a começar porque algumas crianças tem mais facilidade (talento) pras línguas - em geral meninas, como já comprovado em inúmeros estudos. Sem falar na situação específica de cada família. Meu filho por exemplo nunca foi ao Brasil porque não tenho família lá (digo pai, mãe e irmãos).

Outra coisa que me surpreende são essas mães que obrigam seus filhos (nascidos aqui) a falar o português a todo custo, jogar capoeira, tocar batuque e comer feijão com arroz todo dia (acho que vocês entendem onde quero chegar). Sem falar nas visitas anuais ao Brasil (que eu até compreendo, pra quem tem família). Porque o Brasil pode ser o meu país, mas meu filho nasceu na Holanda e o país dele é aqui - quer eu goste ou não!

Eu sou da opinião que a gente deve fazer o que é melhor para os nossos filhos e não o que é melhor (ou mais conveniente) pra gente!  E o melhor para o meu filho é falar bem o holandês e o inglês (sua segunda língua). Por que? Antes de mais nada, porque ele nasceu e estuda aqui e precisa de proficiência na língua para ser bem-sucedido em sua carreira escolar. E o inglês é e continua sendo a língua mais importante do mundo, ensinado em escolas ao redor do mundo (e aqui não é diferente). Sim, eu pesei muito os prós e os contras antes de tomar a minha decisão.

Pra encerrar o assunto, queria sugerir um post de uma mãe brasileira na Alemanha, que foi o que me levou a escrever este post aqui no meu blog. Leiam o post, leiam os comentários e tirem suas próprias conclusões: Bilinguismo e dificuldade na fala.

sábado, fevereiro 19, 2011

Dicas de sites: scrapbooking!


Série Cupcake

Cartão e marcador de livros



Quem visita este blog deve ter percebido há tempos que eu adoro scrapboooking (veja marcador ao lado). Pois hoje resolvi compartilhar com vocês meus sites favoritos. As scrappers de plantão já devem conhecer alguns desses sites, mas a dica sempre vale pra quem está descobrindo este hobby maravilhoso. Quem sabe alguém se inspira e resolve me acompanhar nesta aventura?

Portais favoritos, com ótimas galerias de membros:
1. Two peas in a bucket
2. Cherry on top

Inspiração no Flicker:
1. Devilish Scrapalicious
2. Scrapbooking Maniacs
3. Scrap-happens
4. Paper Craft
5. EtsyPaper

Minhas linhas de produtos favoritas:
1. Cosmo Cricket
2. Crate Paper 
3. echo park paper
4. Imaginisce
5. October afternoon



Série Babushka



PS. Os cartões foram feitos por mim, claro. Outro dia até me disseram pra abrir uma lojinha no Etsy, rsrsrs.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Kungfu para principiantes






A grande novidade é que meu filho começou aulas de kungfu! Estávamos há tempos procurando uma atividade esportiva para ele, que nunca foi aficcionado por futebol por exemplo (só joga mesmo na escola). Teve umas aulas de judô mas nunca se entusiasmou. Para minha surpresa, ele teve duas aulas grátis de kungfu e se apaixonou! Não sei quanto tempo essa paixão vai durar mas espero que a moda pegue.

Depois que ele parou o atelier de pintura (mas continua desenhando muito bem e eu  me dou o direito de ser coruja) eu andava procurando um esporte pra ele. Afinal de contas, um menino de 10 anos precisa de algum tipo de esporte pra canalizar a energia. Achei algumas escolas aqui em Amsterdã que trabalham especialmente com turmas de crianças. E fiquei muito satisfeita com o trabalho realizado. Kungfu é mais do que uma simples arte marcial! Ele desenvolve a disciplina, a concentração, a autoconfiança. As crianças aprendem sobre normas e valores sociais em um ambiente informal. Enfim, tudo que uma mãe poderia desejar para seu filho.

Pensando bem, eu é que ando precisando de uma aula dessas, hehehe. Prometi pra mim mesma voltar a nadar em breve. Parei há mais de ano e desde então minha condição física piorou muito, engordei e a cabeça quase surtou. Vocês conhecem aquele ditado: Mens sana in corpore sano? Há um grande fundo de verdade nisso.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

O reencontro, 18 anos depois

Sábado foi um dia muito especial para mim. Reencontrei uma grande amiga de infância, com a qual havia perdido contato há 18 anos...a última vez que a vi, foi no batizado da filha dela, ainda bebê. Éramos melhores amigas, nos conhecemos desde a primeira série do primário, frequentamos a mesma escola (e a mesma turma) até a oitava série. Depois ambas mudamos de escola, mas ainda mantivemos contato. Ela começou a faculdade de Informática, eu comecei Turismo. Mais tarde ela mudou pra Medicina e eu mudei pra Letras. Ela casou-se e mudou pra São Paulo. Teve uma filha (para cujo batizado fui convidada). E eu fui pra Dublin, e depois Amsterdã.

Outubro passado, depois de muitas e muitas buscas, eu finalmente a encontrei no orkut! Só que, como muita gente, ela havia migrado pro Facebook e deixado o orkut abandonado. Em meados de dezembro, ela decidiu entrar só pra deletar o orkut...e encontrou a minha mensagem!

Desde então trocamos e-mails e no sábado, nos encontramos ao vivo e a cores aqui em Amsterdã, onde ainda tive o prazer de ser a sua guia local. Conversamos horas sem parar, colocamos parte das fofocas em dia (18 anos é tempo pra caramba). Parecia até cena de filme: ela que mês passado nem sabia que eu tinha tido um filho, conheceu o Liam neste fim-de-semana. E eu revi a bebêzinha dela, hoje uma moça enorme e linda, prestes a completar 18 anos! Passamos a tarde juntas, passeamos por alguns pontos da cidade e mais tarde jantamos todos os SEIS num restaurante chinês: ela, o marido, a filha Verônica, eu, meu namorado e meu filho. Um reencontro inesquecível e o primeiro de muitos encontros que virão.

Uma daquelas boas surpresas da vida. E por coincidência, nos reencontramos justamente quando ela estava de passagens marcadas pra Paris- msterdã-Londres! E mais coincidência ainda, no ano que eu finalmente visitarei o Brasil depois de 12 anos sem, ir à terrinha. Claro que já combinamos que irei me hospedar por uns dias na casa dela! Enfim, nosso próximo encontro será no Rio. Regado a muitos chopps, hehehe.

A vida nos surpreende quando menos esperamos. E isso é muito bom.


PS. E viva o orkut!

For My Valentine...




A few words for you today (and everyday)
Thanks for being part of my life.
Thanks for making me laugh.
Thanks for helping me through the bad days.
Thanks for loving my son like you do.
Thanks for making my life so much better.
Thanks...for everything.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Um pacote especial, de Teresópolis!


E não é que o gatinho da Alice cruzou os oceanos e veio parar aqui em casa? Foi mais uma daquelas minhas idéias (como a troca natalina) das quais me orgulho. Este foi enviado de Teresópolis pela Pri, do blog Devaneios e Metamorfoses. E nem tenho palavras pra agradecer tanto carinho...e tanto chocolate! Eu que já gostava da Pri de graça, depois desses bonbons gosto ainda mais, rsrsrsrs. E o gato é uma fofura e é todo meu (e a Tânia vai morrer de inveja, hehehe)...Na verdade, foi presente da filha da Pri, que até mandou um bilhetinho. Tal mãe, tal filha.

Pri, você fez o meu dia! Ainda mais depois de uma semana difícil como esta que acabou... No mundo corrido de hoje, poucas pessoas param pra escrever um cartão, preparar uma encomenda e levar ao correio. E que alívio saber que em tempos de Facebook e Twitter, ainda existem amizades verdadeiras.

Aguarde meu pacote em breve, ainda tenho de fazer um scrap ou outro mas está quase pronto! Diga-se de passagem, essas trocas me fazem lembrar de um filme que eu adorava: 84 Charing Cross Road. Só que agora na versão 2011. Alguém mais se habilita?

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

The Job Center: a verdade nua e crua

Agora que o trajeto acabou, eu vou contar a verdade nua e crua. Porque eu não sou boba e tirei minhas próprias conclusões nessas seis semanas de Job Center. Sentem direitinho porque aí vai:



* 80% das pessoas procurando emprego são ESTRANGEIRAS. E veja bem, não me refiro a EUROPEUS e outros cidadãos de primeiro mundo. Me refiro aos cidadãos de segunda classe (terceiro mundo). À minha volta a maioria esmagadora era gente do Suriname e das Antilhas (para os desinformados, ex-colônias holandesas). Soma-se aqui e ali um do Iraque, Paquistão, Chile, Egito, Brasil (esta que vos escreve).

*  80% das pessoas trabalhando no treinamento e nas funções de gerência são HOLANDESES (com nome e sobrenome holandês, tudo bonitinho). O pessoal que nos deu o treinamento, todo pessoal que trabalha nos escritórios. Com exceção do pessoal de limpeza, claro.

* 90% das vagas oferecidas nos bancos de dados de emprego e agências EXIGEM papel. Pode ser um papelzinho qualquer - nem estou falando de diploma universitário - mas tem de ter papel. Então vou tentar arrumar o meu papelzinho...a última notícia do meu gerente é que não estou autorizada a fazer o curso de 1 ano (QUE EU MESMA IRIA PAGAR) porque oficialmente devo estar 100% disponível para começar a trabalhar amanhã. Assunto pra outro post que não estou com a menor vontade de escrever (e nem vou).

* Do meu grupo que começou em dezembro (cerca de 15 pessoas) o único que conseguiu emprego foi um HOLANDÊS. O que significa ainda que o percentual de sucesso deste trajeto é de menos de 10%.

* Para finalizar, a África do Sul foi colonizada pelos holandeses. Que por sua vez instituíram o famoso sistema de apartheid. Entenderam ou querem que eu faça um desenho?

Esta é a verdade nua e crua..e que ouvi da boca de muita gente com sobrenome estrangeiro (mesmo com CV bom, você sempre será o segundo candidato). Se estou com raiva? Não exatamente, estou mais é desiludida mesmo. E prometo não falar mais no assunto. Porque ninguém merece, né?

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Aviso aos navegantes



Amanhã é o meu último dia de Job Center, foram ao todo seis semanas (com os olhos colados na tela do computador de 9.30 às 12.30). É que quando você recebe dinheiro da prefeitura (uma espécie de seguro-desemprego) volta e meia é solicitado a seguir estes trajetos "miraculosos". E não, eu não consegui emprego. Nem imaginei que conseguiria tendo em vista a crise do mercado atual...A verdade nua e crua é que se os holandeses (e europeus) estão sem emprego, o que dizer dos outros imigrantes. Escrevi e reescrevi muitas cartas solicitando emprego (sollicitatiebrief) porque aqui não basta ter um CV bonito. A carta que acompanha precisa ser muito bem redigida porque caso contrário, eles nem se dão ao trabalho de olhar o respectivo CV. E se você passar nessa triagem inicial, geralmente tem ainda duas entrevistas pela frente. Durma-se com um barulho desses.

Apesar dos pesares, confesso que aprendi muito. Além de ter confirmado muitas coisas que eu já sabia. E uma das principais coisas é que hoje em dia não adianta falar holandês fluente e ter diploma universitário brasileiro se você não tem papel aqui! Em outras palavras, é muito difícil as portas se abrirem pra quem não tem NENHUM diploma de instituições de ensino holandesas. Nem me refiro a cursos universitários, um diploma de curso técnico profissionalizante já dá pro gasto. Ou isso ou você tem muita sorte de sair do Brasil com contrato assinado (o que geralmente acontece pra quem ainda não chegou na casa dos 30 porque depois dessa idade as empresas pensam duas vezes antes de investir) - como eu mesma tive na época em que me mudei pra Irlanda em 1993. Tempos áureos aqueles.

Com o passar dos anos, está cada vez mais difícil construir uma vida decente aqui na Holanda. Quando falo em vida decente não quero dizer apenas um salário decente pra pagar as contas no final do mês. Me refiro a fazer parte de um sistema, ter emprego, contatos profissionais e perspectivas de futuro. Dito isso, quando recebo emails de gente pedindo conselhos sobre vir morar na Holanda, 90% dos casos eu simplesmente digo pra ficarem no Brasil mesmo porque não vale a pena...a menos que você não tenha absolutamente NADA a perder! A vida de imigrante não é pra qualquer um e nem tudo são flores.

A lição mais importante foi descobrir que não estou sozinha, que tem muita gente no mesmo barco. Gente boa, gente com nível universitário correndo atrás de emprego. Gente que por questões estritamente pessoais (problemas conjugais, financeiros, de saúde física ou mental, etc) vive hoje um período delicado na vida. Como eu, que aos 45 anos estou tentando mudar de área. Enfim, muita gente em períodos de transição, a maioria acima dos 40 anos. Então fiquem avisados: a crise de meia-idade existe. Para uns mais do que para outros, claro.

Agora chega de choramingar (pra frente é que se anda)! Mas depois não digam que eu não avisei.



PS. Ou vai ver é falta de sorte mesmo!

domingo, fevereiro 06, 2011

Crise e criatividade

Meu cantinho criativo

Só vim pra dizer que a vida anda incerta mas ao menos os medicamentos estão fazendo efeito e tem me ajudado a seguir em frente - senão com um sorriso nos lábios, com a cabeça erguida. Não está fácil mas a gente sobrevive da melhor maneira possível. E em períodos de crise e muita incerteza, eu encontrei meu refúgio.

É apenas um cantinho na cozinha, uma mesa, umas prateleiras e uma gaveta cheia de papéis. Mas é aqui que me sinto feliz. É aqui que tenho minhas idéias, crio meus cartões e otras cositas más. Esqueço o mundo lá fora, nem que seja por alguns minutos.

Em tempos de crise, encontrei a minha válvula de escape e a minha criatividade está em alta. O que pensando bem, faz sentido porque é na CRISE que está a OPORTUNIDADE.

E assim vamos vivendo, caros amigos. Um dia de cada vez.
Tecnologia do Blogger.

Como criar filhos em tempos modernos?


To game or not to game, that is the question. Este é um dos meus maiores dilemas nos últimos tempos. Juro que evitei ao máximo que meu filho ficasse viciado em games, tanto que ele nunca teve nenhum game aqui em casa até ganhar o Nintendo DS da avó no natal passado (e ainda por cima vermelho, pra combinar com a temporada natalina).

Como era de se esperar, desde então abriu-se um novo mundo e sua vida mudou para sempre! Não apenas o menino carrega o Nintendo pra cima e pra baixo como conseguiu a façanha de me convencer a comprar um Playstation 2 pra ele (pro Playstation 3 eu não tenho dinheiro então nem adianta chorar). Mas deixa eu explicar isso direitinho antes que vocês digam que eu pirei de vez.

Eu tive um grande motivo (ou uma ótima desculpa) pra dar o Playstation de presente. Pela primeira vez desde que ele entrou na escola especial (isso já faz três anos), ele teve ótimo progresso e obteve notas excelentes (é praticamente o melhor da turma). Considerando-se que no segundo ano da escola ele não aprendeu absolutamente nada (foi um ano horrível, como contei por aqui), fiquei aliviada ao ver que ainda vai dar pra tirar o atraso. E decidi dar de presente o Playstation como recompensa pelos esforços.

O problema é que desde que ele ganhou o treco, tá difícil tirar o menino da frente da tela de tv (o que, diga-se de passagem é mais um motivo pra ir às aulas de kungfu). Tenho certeza que muitas outras mães vivem este mesmo drama diariamente em casa. Mas eu tentei ao máximo evitar o problema. Até que inevitavelmente chega o dia em que seu filho começa a resmungar que é o único na escola (e no bairro) que ainda não tem game...considerando-se que Liam completa 11 anos em abril, eu até que consegui enrolar por muito tempo!

Quando vejo crianças de 5 ou 6 anos jogando games, eu fico assustada. Não por ser jurrásica (sou mesmo) mas porque esta geração game me preocupa. Crianças que lêem cada vez menos e passam cada vez mais horas diante da tela do computador ou da tv....Nunca existiram tantas crianças obesas como hoje em dia (nos EUA já é uma epidemia, aqui na Europa estamos chegando lá). E nem vou falar nas pesquisas feitas sobre a relação entre distúrtbios de déficit de atenção e os games.

Eu acho que muitos pais não se preocupam como deviam, porque é mais fácil deixar a criança quieta ali com o game e ir fazer suas tarefas. Mas eu me preocupo - e muito. Eu presto atenção nos games que ele joga (já ouviram falar de Grand Theft Auto? faz um sucesso estrondoso com os meninos de 8 a 12 anos mas aqui em casa não entra de jeito nenhum). Uma das soluções que encontrei é instalar o Playstation na sala, assim posso ter maior supervisão (muitos pais deixam no quarto da criança, aqui não rola). A outra solução é limitar o tempo de game. Esta semana estou deixando mais porque são férias escolares, semana que vem ele volta às aulas e as coisas voltam ao normal.

Pra quem acha que estou exagerando e que não é tão ruim assim, leia o artigo a seguir. Quem quiser compartilhar experiências e dicas, é só comentar!

_______________________________________________

Reports from around the world suggest that gaming addiction is real and on the rise. With nearly 8 in 10 youths (81%) playing video games, including 94% of all boys playing, this certainly raises concerns
about video game addiction.

Video game playing time differs by age as well as gender. The average 8- to 12 year-old now plays 13 hours of video games per week, whilethe average 13- to 18 year old plays 14 hours of video games per week.

Time matters because 8 to 18-year-olds who spend more time playing video games are more likely to:
- perrform more poorly in school,
- get into physical fights
- be physically heavier due to lack of physical excercise.

Fanatic gamers who were surveyed:
- were receiving lower grades in schools than their peers,
- were more likely to have video game systems in their bedrooms (65%),
- were spending much more time playing games each week (averaging 24.5 hours per week), - were also more likely to have been diagnosed with an attention deficit problem.

These are just some of the results of a new survey of 1,178 U.S. children and teenagers (ages 8 to 18) conducted online by Harris Interactive® between January 17 to 23, 2007. This study is the first
to document a national prevalence rate of pathological video game use among youth.

Seu filho (não) fala português?

Este é um daqueles posts que eu estou pra escrever há séculos. Mas que só de pensar dá preguiça...e se for pra ser sincera, uma certa raiva. Raiva porque cansei de ouvir a pergunta acima e o olhar chocado quando eu respondo que não, meu filho não fala português (ainda não).

Então finalmente decidi  escrever sobre essa questão, nem que seja a título de esclarecimento. Além de informar outros pais no mesmo barco. Pra começar, eu queria dizer que cada criança é diferente, que meninos e meninas são diferentes quanto ao desenvolvimento da fala. E mais: que bilinguismo e trilinguismo são questões bem diferentes. No caso do meu filho, foi trilinguismo. O que vejo muito pouco por aqui pois a grande maioria das mães brasileiras que conheço é casada com holandês. E assim elas falam tranquilamente português com as crias e deixam o holandês pro pai (e pro resto da família holandesa, o que convenhamos é uma mão na roda).

No meu caso, há alguns anos desisti de falar português com meu filho aqui na Holanda e fui muito criticada (por essas mesmas mães de crianças bilingues). Tomei a decisão por recomendação da própria escola, e porque era o melhor para o meu filho (que na época já tinha sessões com uma fonoaudióloga). Em casa falávamos inglês e como nem a mãe nem o pai são holandeses, o holandês dele já chegou capenga na escola. Até os três anos eu ainda tentava falar em português com ele. Mas ele teve um grande atraso no desenvolvimento da fala, além de outros problemas (autismo, como quem lê este blog bem sabe).

O que me surpreende mersmo é ver como as pessoas são rápidas em criticar. E pior ainda, em generalizar uma questão tão complexa (e eu estudei línguas estrangeiras a vida toda então sei do que estou falando). Aquele discurso copiado de dizer que criança aprende várias línguas facilmente, que quanto mais cedo melhor, etc etc etc. Na prática a estória é bem diferente, a começar porque algumas crianças tem mais facilidade (talento) pras línguas - em geral meninas, como já comprovado em inúmeros estudos. Sem falar na situação específica de cada família. Meu filho por exemplo nunca foi ao Brasil porque não tenho família lá (digo pai, mãe e irmãos).

Outra coisa que me surpreende são essas mães que obrigam seus filhos (nascidos aqui) a falar o português a todo custo, jogar capoeira, tocar batuque e comer feijão com arroz todo dia (acho que vocês entendem onde quero chegar). Sem falar nas visitas anuais ao Brasil (que eu até compreendo, pra quem tem família). Porque o Brasil pode ser o meu país, mas meu filho nasceu na Holanda e o país dele é aqui - quer eu goste ou não!

Eu sou da opinião que a gente deve fazer o que é melhor para os nossos filhos e não o que é melhor (ou mais conveniente) pra gente!  E o melhor para o meu filho é falar bem o holandês e o inglês (sua segunda língua). Por que? Antes de mais nada, porque ele nasceu e estuda aqui e precisa de proficiência na língua para ser bem-sucedido em sua carreira escolar. E o inglês é e continua sendo a língua mais importante do mundo, ensinado em escolas ao redor do mundo (e aqui não é diferente). Sim, eu pesei muito os prós e os contras antes de tomar a minha decisão.

Pra encerrar o assunto, queria sugerir um post de uma mãe brasileira na Alemanha, que foi o que me levou a escrever este post aqui no meu blog. Leiam o post, leiam os comentários e tirem suas próprias conclusões: Bilinguismo e dificuldade na fala.

Dicas de sites: scrapbooking!


Série Cupcake

Cartão e marcador de livros



Quem visita este blog deve ter percebido há tempos que eu adoro scrapboooking (veja marcador ao lado). Pois hoje resolvi compartilhar com vocês meus sites favoritos. As scrappers de plantão já devem conhecer alguns desses sites, mas a dica sempre vale pra quem está descobrindo este hobby maravilhoso. Quem sabe alguém se inspira e resolve me acompanhar nesta aventura?

Portais favoritos, com ótimas galerias de membros:
1. Two peas in a bucket
2. Cherry on top

Inspiração no Flicker:
1. Devilish Scrapalicious
2. Scrapbooking Maniacs
3. Scrap-happens
4. Paper Craft
5. EtsyPaper

Minhas linhas de produtos favoritas:
1. Cosmo Cricket
2. Crate Paper 
3. echo park paper
4. Imaginisce
5. October afternoon



Série Babushka



PS. Os cartões foram feitos por mim, claro. Outro dia até me disseram pra abrir uma lojinha no Etsy, rsrsrs.

Kungfu para principiantes






A grande novidade é que meu filho começou aulas de kungfu! Estávamos há tempos procurando uma atividade esportiva para ele, que nunca foi aficcionado por futebol por exemplo (só joga mesmo na escola). Teve umas aulas de judô mas nunca se entusiasmou. Para minha surpresa, ele teve duas aulas grátis de kungfu e se apaixonou! Não sei quanto tempo essa paixão vai durar mas espero que a moda pegue.

Depois que ele parou o atelier de pintura (mas continua desenhando muito bem e eu  me dou o direito de ser coruja) eu andava procurando um esporte pra ele. Afinal de contas, um menino de 10 anos precisa de algum tipo de esporte pra canalizar a energia. Achei algumas escolas aqui em Amsterdã que trabalham especialmente com turmas de crianças. E fiquei muito satisfeita com o trabalho realizado. Kungfu é mais do que uma simples arte marcial! Ele desenvolve a disciplina, a concentração, a autoconfiança. As crianças aprendem sobre normas e valores sociais em um ambiente informal. Enfim, tudo que uma mãe poderia desejar para seu filho.

Pensando bem, eu é que ando precisando de uma aula dessas, hehehe. Prometi pra mim mesma voltar a nadar em breve. Parei há mais de ano e desde então minha condição física piorou muito, engordei e a cabeça quase surtou. Vocês conhecem aquele ditado: Mens sana in corpore sano? Há um grande fundo de verdade nisso.

O reencontro, 18 anos depois

Sábado foi um dia muito especial para mim. Reencontrei uma grande amiga de infância, com a qual havia perdido contato há 18 anos...a última vez que a vi, foi no batizado da filha dela, ainda bebê. Éramos melhores amigas, nos conhecemos desde a primeira série do primário, frequentamos a mesma escola (e a mesma turma) até a oitava série. Depois ambas mudamos de escola, mas ainda mantivemos contato. Ela começou a faculdade de Informática, eu comecei Turismo. Mais tarde ela mudou pra Medicina e eu mudei pra Letras. Ela casou-se e mudou pra São Paulo. Teve uma filha (para cujo batizado fui convidada). E eu fui pra Dublin, e depois Amsterdã.

Outubro passado, depois de muitas e muitas buscas, eu finalmente a encontrei no orkut! Só que, como muita gente, ela havia migrado pro Facebook e deixado o orkut abandonado. Em meados de dezembro, ela decidiu entrar só pra deletar o orkut...e encontrou a minha mensagem!

Desde então trocamos e-mails e no sábado, nos encontramos ao vivo e a cores aqui em Amsterdã, onde ainda tive o prazer de ser a sua guia local. Conversamos horas sem parar, colocamos parte das fofocas em dia (18 anos é tempo pra caramba). Parecia até cena de filme: ela que mês passado nem sabia que eu tinha tido um filho, conheceu o Liam neste fim-de-semana. E eu revi a bebêzinha dela, hoje uma moça enorme e linda, prestes a completar 18 anos! Passamos a tarde juntas, passeamos por alguns pontos da cidade e mais tarde jantamos todos os SEIS num restaurante chinês: ela, o marido, a filha Verônica, eu, meu namorado e meu filho. Um reencontro inesquecível e o primeiro de muitos encontros que virão.

Uma daquelas boas surpresas da vida. E por coincidência, nos reencontramos justamente quando ela estava de passagens marcadas pra Paris- msterdã-Londres! E mais coincidência ainda, no ano que eu finalmente visitarei o Brasil depois de 12 anos sem, ir à terrinha. Claro que já combinamos que irei me hospedar por uns dias na casa dela! Enfim, nosso próximo encontro será no Rio. Regado a muitos chopps, hehehe.

A vida nos surpreende quando menos esperamos. E isso é muito bom.


PS. E viva o orkut!

For My Valentine...




A few words for you today (and everyday)
Thanks for being part of my life.
Thanks for making me laugh.
Thanks for helping me through the bad days.
Thanks for loving my son like you do.
Thanks for making my life so much better.
Thanks...for everything.

Um pacote especial, de Teresópolis!


E não é que o gatinho da Alice cruzou os oceanos e veio parar aqui em casa? Foi mais uma daquelas minhas idéias (como a troca natalina) das quais me orgulho. Este foi enviado de Teresópolis pela Pri, do blog Devaneios e Metamorfoses. E nem tenho palavras pra agradecer tanto carinho...e tanto chocolate! Eu que já gostava da Pri de graça, depois desses bonbons gosto ainda mais, rsrsrsrs. E o gato é uma fofura e é todo meu (e a Tânia vai morrer de inveja, hehehe)...Na verdade, foi presente da filha da Pri, que até mandou um bilhetinho. Tal mãe, tal filha.

Pri, você fez o meu dia! Ainda mais depois de uma semana difícil como esta que acabou... No mundo corrido de hoje, poucas pessoas param pra escrever um cartão, preparar uma encomenda e levar ao correio. E que alívio saber que em tempos de Facebook e Twitter, ainda existem amizades verdadeiras.

Aguarde meu pacote em breve, ainda tenho de fazer um scrap ou outro mas está quase pronto! Diga-se de passagem, essas trocas me fazem lembrar de um filme que eu adorava: 84 Charing Cross Road. Só que agora na versão 2011. Alguém mais se habilita?

The Job Center: a verdade nua e crua

Agora que o trajeto acabou, eu vou contar a verdade nua e crua. Porque eu não sou boba e tirei minhas próprias conclusões nessas seis semanas de Job Center. Sentem direitinho porque aí vai:



* 80% das pessoas procurando emprego são ESTRANGEIRAS. E veja bem, não me refiro a EUROPEUS e outros cidadãos de primeiro mundo. Me refiro aos cidadãos de segunda classe (terceiro mundo). À minha volta a maioria esmagadora era gente do Suriname e das Antilhas (para os desinformados, ex-colônias holandesas). Soma-se aqui e ali um do Iraque, Paquistão, Chile, Egito, Brasil (esta que vos escreve).

*  80% das pessoas trabalhando no treinamento e nas funções de gerência são HOLANDESES (com nome e sobrenome holandês, tudo bonitinho). O pessoal que nos deu o treinamento, todo pessoal que trabalha nos escritórios. Com exceção do pessoal de limpeza, claro.

* 90% das vagas oferecidas nos bancos de dados de emprego e agências EXIGEM papel. Pode ser um papelzinho qualquer - nem estou falando de diploma universitário - mas tem de ter papel. Então vou tentar arrumar o meu papelzinho...a última notícia do meu gerente é que não estou autorizada a fazer o curso de 1 ano (QUE EU MESMA IRIA PAGAR) porque oficialmente devo estar 100% disponível para começar a trabalhar amanhã. Assunto pra outro post que não estou com a menor vontade de escrever (e nem vou).

* Do meu grupo que começou em dezembro (cerca de 15 pessoas) o único que conseguiu emprego foi um HOLANDÊS. O que significa ainda que o percentual de sucesso deste trajeto é de menos de 10%.

* Para finalizar, a África do Sul foi colonizada pelos holandeses. Que por sua vez instituíram o famoso sistema de apartheid. Entenderam ou querem que eu faça um desenho?

Esta é a verdade nua e crua..e que ouvi da boca de muita gente com sobrenome estrangeiro (mesmo com CV bom, você sempre será o segundo candidato). Se estou com raiva? Não exatamente, estou mais é desiludida mesmo. E prometo não falar mais no assunto. Porque ninguém merece, né?

Aviso aos navegantes



Amanhã é o meu último dia de Job Center, foram ao todo seis semanas (com os olhos colados na tela do computador de 9.30 às 12.30). É que quando você recebe dinheiro da prefeitura (uma espécie de seguro-desemprego) volta e meia é solicitado a seguir estes trajetos "miraculosos". E não, eu não consegui emprego. Nem imaginei que conseguiria tendo em vista a crise do mercado atual...A verdade nua e crua é que se os holandeses (e europeus) estão sem emprego, o que dizer dos outros imigrantes. Escrevi e reescrevi muitas cartas solicitando emprego (sollicitatiebrief) porque aqui não basta ter um CV bonito. A carta que acompanha precisa ser muito bem redigida porque caso contrário, eles nem se dão ao trabalho de olhar o respectivo CV. E se você passar nessa triagem inicial, geralmente tem ainda duas entrevistas pela frente. Durma-se com um barulho desses.

Apesar dos pesares, confesso que aprendi muito. Além de ter confirmado muitas coisas que eu já sabia. E uma das principais coisas é que hoje em dia não adianta falar holandês fluente e ter diploma universitário brasileiro se você não tem papel aqui! Em outras palavras, é muito difícil as portas se abrirem pra quem não tem NENHUM diploma de instituições de ensino holandesas. Nem me refiro a cursos universitários, um diploma de curso técnico profissionalizante já dá pro gasto. Ou isso ou você tem muita sorte de sair do Brasil com contrato assinado (o que geralmente acontece pra quem ainda não chegou na casa dos 30 porque depois dessa idade as empresas pensam duas vezes antes de investir) - como eu mesma tive na época em que me mudei pra Irlanda em 1993. Tempos áureos aqueles.

Com o passar dos anos, está cada vez mais difícil construir uma vida decente aqui na Holanda. Quando falo em vida decente não quero dizer apenas um salário decente pra pagar as contas no final do mês. Me refiro a fazer parte de um sistema, ter emprego, contatos profissionais e perspectivas de futuro. Dito isso, quando recebo emails de gente pedindo conselhos sobre vir morar na Holanda, 90% dos casos eu simplesmente digo pra ficarem no Brasil mesmo porque não vale a pena...a menos que você não tenha absolutamente NADA a perder! A vida de imigrante não é pra qualquer um e nem tudo são flores.

A lição mais importante foi descobrir que não estou sozinha, que tem muita gente no mesmo barco. Gente boa, gente com nível universitário correndo atrás de emprego. Gente que por questões estritamente pessoais (problemas conjugais, financeiros, de saúde física ou mental, etc) vive hoje um período delicado na vida. Como eu, que aos 45 anos estou tentando mudar de área. Enfim, muita gente em períodos de transição, a maioria acima dos 40 anos. Então fiquem avisados: a crise de meia-idade existe. Para uns mais do que para outros, claro.

Agora chega de choramingar (pra frente é que se anda)! Mas depois não digam que eu não avisei.



PS. Ou vai ver é falta de sorte mesmo!

Crise e criatividade

Meu cantinho criativo

Só vim pra dizer que a vida anda incerta mas ao menos os medicamentos estão fazendo efeito e tem me ajudado a seguir em frente - senão com um sorriso nos lábios, com a cabeça erguida. Não está fácil mas a gente sobrevive da melhor maneira possível. E em períodos de crise e muita incerteza, eu encontrei meu refúgio.

É apenas um cantinho na cozinha, uma mesa, umas prateleiras e uma gaveta cheia de papéis. Mas é aqui que me sinto feliz. É aqui que tenho minhas idéias, crio meus cartões e otras cositas más. Esqueço o mundo lá fora, nem que seja por alguns minutos.

Em tempos de crise, encontrei a minha válvula de escape e a minha criatividade está em alta. O que pensando bem, faz sentido porque é na CRISE que está a OPORTUNIDADE.

E assim vamos vivendo, caros amigos. Um dia de cada vez.