Não resisti e voltei...É que ontem aproveitei o Domingo de Páscoa com filho e namorado e fomos finalmente conferir "
The Book Thief". Não li necessariamente resenhas do filme (evito ler ANTES de assistir o filme), mas li e adorei o livro há uns dois anos (leia
aqui) e confesso que estava apreensiva. É que sou chata mesmo e sempre fico apreensiva quando mais uma adaptação para o cinema é feita de um dos "meus" livros. Nesse caso eu tinha visto o trailer antes e como a produção era a mesma de
Life of Pi (outro que li e admito gostei do filme), fiquei mais aliviada.
Voltando ao filme em questão, a estória se passa na Alemanha no período da Segunda Guerra Mundial, a página negra na história do país e da humanidade. A estória tem dois protagonistas.
Liesel, uma menina judia que é adotada por um casal alemão depois que o irmãozinho morre e os pais (provavelmente) são enviados para um campo de concentração. E
Max, um jovem judeu que uma noite bate na porta dos pais adotivos de Liesel pedindo abrigo. Ele está muito doente, e o casal apesar de ter pouco dinheiro, decide cuidar dele porque afinal, o pai do rapaz deu a sua vida pela do pai adotivo de Liesel em outra guerra (a Primeira Guerra Mundial). Antes de morrer, o pai de Liesel prometeu que cuidaria de seus filhos ou mulher caso algo viesse a acontecer com eles. E assim não pensa duas vezes quando Max vem pedir ajuda. Na verdade são três protagonistas, se considerarmos o narrador da estória:
A Morte. Ela mesma, este personagem que todos iremos encontrar mais cedo ou mais tarde. E e a presença dela inevitavelmente percorre todo o livro ( e filme).
Se o pano de fundo da estória é o nazismo, o filme é centrado na estória da improvável amizade de uma menina que roubava livros e um jovem judeu que amava as palavras. Quando Liesel é adotada pelos pais alemães e é enviada para a escola (ela devia ter uns 11 anos na época), ela nem sabia escrever seu nome e foi logo vítima de
bullying na escola. Pois não só ela aprendeu a ler e escrever como se transformou em uma leitora voraz que chegava a roubar livros pelo simples prazer da leitura. E mais tarde, torna-se escritora (como vemos no final do filme, mas não vou contar mais pra não estragar).
Outro momento importante na vida de Liesel é quando ela faz amizade com a mulher do prefeito. A mãe de Liesel - uma mulher aparentemente brava mas com um coração de ouro - lava e passa roupas para o prefeito da cidade, e quando um dia sua esposa descobre que Liesel adora ler, ela apresenta a biblioteca particular deles para a menina. Liesel fica fascinada com todos aqueles livros e a partir daí começa outra amizade importante na vida da menina. Ela sempre volta à mansão do prefeito para ler livros e quando um dia o prefeito decide que ela não é mais bem-vinda, ela não vê outra opção senão pegá-los emprestados escondido!
Para mim, uma das partes mais lindas do filme é quando vemos Liesel sentada ao lado de Max no porão lendo estórias para o amigo doente. O jovem está as beiras da morte e são as estórias de Liesel que o mantém vivo. Felizmente ele se recupera e quando Liesel faz aniversário, ele oferece a ela um presente simbólico que irá mudar sua vida. Um livro com páginas em branco, para ela escrever suas próprias estórias!
Enfim, The Book Thief é mais do que uma estória de judeus e nazistas - é uma estória de amizade, de sobrevivência e perseverança em tempos difíceis E também uma estória de amor pelos livros...Eu recomendo a todos que assistiram ao filme que leiam também o livro! Porque se a adaptação para o cinema ficou muito boa, o livro é muito melhor...