sexta-feira, outubro 31, 2008

Pra terminar o mês


Este mês de outubro teria tudo pra ser um mês ruim. Pouco trabalho, pouquíssima grana, viagem à Paris cancelada e crise aguda de hérnia (quem acompanha este blog já soube dos detalhes picantes). Um mês de descanso forçado, muitos filmes e muitos livros (pelo menos isso). Mudança de estação, os longos dias de verão se despedindo e dando lugar aos dias de outono com as folhas caindo das árvores. Outubro sempre foi um mês esquisito pra mim, uma certa melancolia no ar e a proximidade de mais um inverno. Sempre foi assim desde que me mudei para a Europa. Porque no Brasil - ou pelo menos no Rio onde sempre morei - a gente mal percebia as mudanças de estação.

Mas voltando ao assunto deste post, ontem fui na terapia cognitiva e a minha terapeuta olhou pra mim e disse: você parece bem melhor do que há duas semanas. Mais calma, mais tranquila. E ela está certa: com a crise de hérnia e a chegada do outono eu decidi que não ia deixar me levar...e não, não irei ficar deprimida este inverno (como aliás não fiquei inverno passado, graças à companhia do meu cobertor de orelhas).

Mas que tem sido uma luta diária, isso tem. Todos os dias quando acordo, eu conto mentalmente as minhas benções (como escrevi aqui recentemente). Porque a verdade é que, se não faltam motivos pra ficar deprimida, também não faltam motivos para ser feliz! É tudo uma questão de percepção. Ou escolha talvez. Embora eu acredite que em alguns momentos da vida a gente não tem a opção de ficar ou não deprimido (e quem sobreviveu uma depressão séria sabe bem disso). Mas depois de três episódios e tomando doses diárias de antidepressivos há cinco anos, a coisa muda. A gente aprende a reconhecer rapidamente os (primeiros) sintomas de uma possível recaída e vai logo tomando medidas para não cair (de novo) no buraco negro. Porque sair do buraco é bem mais complicado. No meu caso, a terapia que acompanha o medicamento tem sido a combinação ideal. E mais cedo ou mais tarde, a gente acaba tendo de tomar uma decisão. A decisão de ser feliz. E não é fácil, meus amigos...porque na vida tenho aprendido que ser feliz é uma ARTE.


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PS. Escolhi a ilustração da Emily Strange por duas razões. A primeira é porque hoje é dia de Halloween. A segunda é porque adoro esta menina...

Goya´s Ghosts

Tenho assistido um bocado de filmes este mês mas não posso deixar de comentar aqui sobre Goya´s Ghosts. O filme, dirigido por Milos Forman (Amadeus), retrata um dos períodos mais turbulentos da história espanhola, a Santa Inquisição e a Guerra Civil Espanhola. Vale observar que, como Saliere é quase o personagem principal de Amadeus, aqui o foco principal é a musa do pintor Goya, e não o pintor propriamente dito.

O filme é interessante principalmente do ponto de vista visual. Diga-se de passagem, quem gostou do recente The Other Boleyn Girl provavelmente vai gostar deste aqui também - até porque a bela Natalie Portman atua nos dois filmes, com ótimas atuações em ambos. OK, eu sou suspeita pra falar porque sou fã da atriz. Fora a Natalie, quem rouba mesmo grande parte das cenas é o ator Javier Bardem com seu padre Lorenzo.

Os críticos de cinema ficaram divididos e muitos acharam que o filme poderia ter sido (bem) melhor, vindo de um diretor como Milos Forman. Mas eu como não sou crítica de cinema, acho que o filme vale a pena. Confira você mesmo!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Handmade cards




Com o descanso forçado das últimas semanas, acabei (re)descobrindo um hobby que andei paquerando ano passado...Scrapbooking, só que desta vez parti para os scrap cards, como os das fotos acima. Para os leigos, são cartões feitos à mão usando material de scrapbooking. A variedade de materiais nas lojas de hobby é impressionante - pra não dizer assustadora mesmo! O limite é a sua imaginação...ou o seu bolso, claro. Aqui estão as minhas primeiras criações...Modéstia à parte, fiquei bastante satisfeita com os resultados! A de corações foi a primeira série que fiz, são dez cartões ao todo, todos diferentes! Depois peguei uma caixa de cartolina do lixo (literalmente) e fiz os dois cartões reciclados. Pra terminar, decidi fazer uns cartões de natal. Eu sei que ainda estamos em outubro mas aqui os dias já andam com cara de dezembro...frios e escuros.

E então, o que vocês acham?

quinta-feira, outubro 23, 2008

As pérolas de Ang Lee











Ang Lee é daqueles diretores que sempre me surpreende com seus filmes. Na minha opinião (e de muitos), um dos melhores e mais versáteis diretores da atualidade, com filmes simplesmente imperdíveis em seu variado currículo. Como Pushing Hands, The Wedding Banquet, Eat Man Drink Woman, The Ice Storm, Sense and Sensibility e Brokeback Mountain. Esse último assisti anteontem pela primeira vez. Apesar de não ser um filme recente (2005), não assisti antes porque confesso ter o mau hábito de implicar com certos filmes (silly me, I know). É que o trailer me fez lembrar bastante aqueles comerciais de Malrboro. E eu odeio filme de cowboy!

Resultado, mordi a língua porque o filme é um daqueles épicos inesquecíveis e que, de uma forma ou de outra, mexe com o expectador. Uma história de amor proibido. Acima de tudo, uma bela história de amor que em alguns aspectos da narrativa me fez lembrar The Bridges of Madison County (1995). Aquela coisa de amor platônico e acima de tudo sofrido, que não chega a se concretizar. No caso dos dois protagonistas de Brokeback Mountain, o amor até assume formas concretas mas fica sempre um gosto de quero mais, fica sempre faltando algo. E é triste ver como os preconceitos sociais - ainda mais nos anos 60 e 70 nos EUA, época retratada em grande parte do filme - afetam as vidas de alguns mais do que de outros. É assim que um dos personagens (Heath Ledger) não consegue nunca assumir sua homosexualidade e passa a vida inteira reprimindo seus sentimentos mais profundos. Com tristes consequências para os dois envolvidos, é claro. E eu fiquei torcendo o filme inteiro para que ele não deixasse aquele amor ir embora. Para que assumisse de uma vez por todas o amor que no fundo ele sabia ser o mais importante de sua vida. Mas a sociedade foi mais forte e nesta brincadeira uma história de amor que poderia ter sido perfeita acaba sendo sacrificada. No final do filme ficamos com aquele gosto amargo na boca. O que poderia ter sido se...Eu não veria como uma história de amor gay (e houve alguma controvérsia, principalmente em certos segmentos religiosos) mas acima de tudo, uma história de amor. Um amor tão natural como as montanhas que são pano-de-fundo para seus encontros fugidios.

Pra finalizar este post, só queria dizer que tenho a sorte de ser heterossexual mas tenho muitos amigos gays e sei muito bem que a vida deles nem sempre é fácil. Acreditem ou não, até aqui na Holanda tem havido uma nova onda de preconceitos, desta vez são os imigrantes muçulmanos que volta e meia espancam um homosexual nas ruas de Amsterdã ou de outra cidade holandesa. Então se em pleno séc. XXI ainda existe este preconceito arraigado em algumas partes do planeta, imagine em 1963 quando o filme começa.

Uma história de amor triste e um épico inesquecível na tradição do mestre Ang Lee.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Count your blessings


Cheguei à conclusão que o mais importante mesmo é a gente ser feliz com o que tem. É aprender a contar suas benções em vez de ficar reclamando do destino. Count your blessings como acaba de postar minha amiga Bebete. Claro que tem dias que não dá pra segurar a onda e a gente tem mesmo é que chorar, berrar e bater os pés de tanta raiva. Em dias de desespero (escuridão da alma) a gente quer mesmo é se sentir vítima do destino (desde que não dure muito, tudo bem). Eu não acredito neste negócio de ser feliz o tempo todo...odeio gente que vive com um sorriso no rosto como se na vida tudo fosse festa! Se permitir ficar triste é fundamental pra gente ficar bem de novo. É um processo natural, como o luto depois de uma perda. Qualquer psicólogo está cansado de saber que reprimir emoções é roubada e só serve pra atrair todo tipo de doença psicossomática. Então pra não ficar doente (e dizem as más línguas que câncer é doença da alma) a gente tem mesmo é de chorar quando tem vontade de chorar e pronto! Porque deixar as lágrimas rolarem no rosto até secar faz um bem danado pra alma da gente. Mas não esquecer de rir vez ou outra, claro. Porque rir é o melhor remédio.

No final das contas, não existe felicidade e sim momentos felizes. Momentos de plenitude que fazem a vida valer a pena. Apesar das dificuldades e dos sonhos desfeitos. Apesar de tudo e de todos. Pode ser uma caminhada por entre as folhas caídas num belo dia de outono (como faz hoje aqui em Amsterdã). Uma conversa em que abrimos sem medo nosso coração praquela amiga especial. Ler um bom livro (ou assistir um bom filme) debaixo da coberta num dia de frio. Com ou sem chocolate quente pra acompanhar - mas de preferência com, hehehe...Melhor ainda: dormir enroscadinho com nosso cobertor de orelha. Ou simplesmente ficarem os dois deitados na cama calados, ouvindo música clássica e deixando o tempo passar. Plenitude são esses momentos da vida.

E se formos pensar bem, não é preciso muito para ser feliz. Na verdade, quanto mais temos mais queremos...e essa ânsia insaciável é provavelmente uma das principais razões porque as pessoas hoje em dia estão tão infelizes e insatisfeitas com suas vidas (seja a pessoal ou a profissional). É que as pessoas insistem em buscar sua felicidade em coisas e não em momentos do dia-a-dia. Em ter em vez de simplesmente ser. Mas se elas pararem para olhar à sua volta, talvez descubram a felicidade escondidinha onde menos esperam. Em momentos assim, a gente se dá conta que era feliz e não sabia.

E você, já contou suas benções hoje?!!

quarta-feira, outubro 15, 2008

Repouso forçado

Há uma semana que estou de repouso forçado...Segunda passada levantei com (fortes) dores na perna e me arrastei até o consultório da minha médica aqui perto de casa. Tive dores na perna o fim-de-semana inteiro e F. insistiu que eu marcasse consulta o quanto antes (pra variar, ele estava certo). E depois disso foi tudo rápido demais. Terça liguei chorando pra médica pra dizer que os analgésicos que ela havia receitado na véspera não estavam funcionando e que eu sequer conseguia levantar da cama...No mesmo dia comecei a tomar morfina porque a dor nos nervos era tanta que eu não podia nem colocar o pé no chão. Isso mesmo: morfina. Só pra vocês terem uma idéia da dor. Felizmente meu ex-marido presta pra alguma coisa e foi buscar os remédios na farmácia pra mim, além de fazer umas compras no supermercado. E melhor ainda, meu filho já vai e volta sozinho de ônibus pra escola. Eu costumava levar o menino até o ponto de ônibus mas esta semana, nem isso. Fazer o quê!

Como se não bastasse a dor, quarta à noite passei mal... vomitei muito (efeito colateral da medicação forte), a pressão caiu e quase desmaiei. Liguei pro médico de plantão e uma hora depois ele já estava aqui. Quinta no horário do almoço minha médica veio fazer uma visita a domicílio e a essas alturas, ela (assim como o médico da véspera) já tinha um diagnóstico: hérnia de disco. Sexta de manhã tomei um taxi com F. e fomos na consulta ao neurologista (policlínica no hospital aqui perto). Ela fez a consulta, confirmou mais uma vez o diagnóstico e aumentou a dose de morfina. Recomendou descanso (obviamente) mas disse também que à medida em que a dor diminui (e diminuiu bastante desde então) pra eu começar a me mover em casa, sem muito esforço. Pra terem uma idéia, nos primeiros dias eu nem conseguia ir ao banheiro e nem tomar banho. Sexta-feira finalmente consegui ficar debaixo do chuveiro.

Ao menos não posso reclamar que não tenho sido cuidada, até o ex-marido está totalmente à disposição e dormiu aqui na quarta quando liguei passando mal. A vantagem é que ele mora no meu bairro, enquanto que F. mora em outra cidade e nessas horas complica. De qualquer forma, F. dormiu três noites aqui e tenho tido visitas de uma amiga ou outra que vem ajudar a limpar, fazer comida, etc. Em suma: nesses momentos é que a gente aprende a dar valor à saúde. E à amizade, claro.

A melhor parte é que tenho assistido muitos filmes. Ano passado ganhei um DVD-player portátil do F. e ele fica na cama comigo o tempo todo - o DVD-player não o F!!! rsrsrs. Também tenho lido muito, semana passada devorei Never Let Me Go e ontem comecei a ler The Time Traveller´s Wife, que estava na fila de espera há séculos. Agora não posso dizer que não tenho tempo pra colocar a leitura em dia. Uma das poucas vantagens de ficar doente.

Mas eu volto qualquer dia desses, não tenho chegado perto do computador.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Momento Blythe

E já que eu (ainda) não posso comprar a boneca, tive de me consolar com uma agenda escolar que achei outro dia em promoção numa loja daqui. O preço original da agenda era Eur12 mas as últimas estavam à venda por Eur 3! E é claro que eu voltei pra casa com uma. Feliz da vida. O ano escolar aqui na Europa (e EUA) começa em setembro então final de setembro eles colocaram as últimas agendas que sobraram na liquidação, para evitar ficar com o estoque encalhado. Para minha sorte!

E já que estou falando de Blythe, achei o site europeu que vende as cobiçadas bonequinhas, além de roupas, acessórios, livros, etc. Site indispensável para as fãs de Blythe, como esta pobre blogueira que vos escreve. A boneca mais barata não sai por menos de EUR100...Aí está o site pra quem acha que estou mentindo: miss blythe store

quarta-feira, outubro 01, 2008

12 rules to live by (Robert Louis Stevenson)




* Make up your mind to be happy. Learn to find pleasure in simple things.

* Make the best of circumstances. No one has everything and everyone has something of sorrow.


* Don’t take yourself too seriously.


* Don’t let criticism worry you. You can’t please everybody.


* Don’t let your neighbors set your standards; be yourself.


* Do things you enjoy doing but stay out of debt.


* Don’t borrow trouble. Imaginary things are harder to bear than actual ones.


* Since hate poisons the soul, do not cherish enmities and grudges. Avoid people who make you unhappy.


* Have many interests. If you can’t travel, read about places.


* Don’t hold post-mortems or spend time brooding over sorrows and mistakes.


* Do what you can for those less fortunate than yourself.


* Keep busy at something. A very busy person never has time to be unhappy.


----------------------------------------------------------------------------------------------

PS. Just a reminder for myself, really.

The Good Life




Pra compensar o post anterior, ai vai um post mais colorido - já que o dia esté mesmo cinzento por aqui e o outono definitivamente resolveu dar o ar da sua graça. É que navegando pelo mundo dos blogs, esbarrei no blog de uma mãe e dona-de-casa inglesa (pasmem!!!) e me apaixonei pelas fotos e pelo estilo de decoração dela. Obviously not a desperate housewife, like some of us. O blog dela é um reflexo do cotidiano (a felicidade está nas coisas simples da vida) de uma stay-at-home mom muito criativa e que sabe apreciar as pequenas coisas. E está cheio de inspiração pra quem gosta de fotografia e interiores no estilo vintage (eu adoro: quanto mais flores e polka dots melhor). Oh, the good life.

Pra quem quiser conferir, este é o link do blog: attic24 (em inglês)


Tecnologia do Blogger.

Pra terminar o mês


Este mês de outubro teria tudo pra ser um mês ruim. Pouco trabalho, pouquíssima grana, viagem à Paris cancelada e crise aguda de hérnia (quem acompanha este blog já soube dos detalhes picantes). Um mês de descanso forçado, muitos filmes e muitos livros (pelo menos isso). Mudança de estação, os longos dias de verão se despedindo e dando lugar aos dias de outono com as folhas caindo das árvores. Outubro sempre foi um mês esquisito pra mim, uma certa melancolia no ar e a proximidade de mais um inverno. Sempre foi assim desde que me mudei para a Europa. Porque no Brasil - ou pelo menos no Rio onde sempre morei - a gente mal percebia as mudanças de estação.

Mas voltando ao assunto deste post, ontem fui na terapia cognitiva e a minha terapeuta olhou pra mim e disse: você parece bem melhor do que há duas semanas. Mais calma, mais tranquila. E ela está certa: com a crise de hérnia e a chegada do outono eu decidi que não ia deixar me levar...e não, não irei ficar deprimida este inverno (como aliás não fiquei inverno passado, graças à companhia do meu cobertor de orelhas).

Mas que tem sido uma luta diária, isso tem. Todos os dias quando acordo, eu conto mentalmente as minhas benções (como escrevi aqui recentemente). Porque a verdade é que, se não faltam motivos pra ficar deprimida, também não faltam motivos para ser feliz! É tudo uma questão de percepção. Ou escolha talvez. Embora eu acredite que em alguns momentos da vida a gente não tem a opção de ficar ou não deprimido (e quem sobreviveu uma depressão séria sabe bem disso). Mas depois de três episódios e tomando doses diárias de antidepressivos há cinco anos, a coisa muda. A gente aprende a reconhecer rapidamente os (primeiros) sintomas de uma possível recaída e vai logo tomando medidas para não cair (de novo) no buraco negro. Porque sair do buraco é bem mais complicado. No meu caso, a terapia que acompanha o medicamento tem sido a combinação ideal. E mais cedo ou mais tarde, a gente acaba tendo de tomar uma decisão. A decisão de ser feliz. E não é fácil, meus amigos...porque na vida tenho aprendido que ser feliz é uma ARTE.


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PS. Escolhi a ilustração da Emily Strange por duas razões. A primeira é porque hoje é dia de Halloween. A segunda é porque adoro esta menina...

Goya´s Ghosts

Tenho assistido um bocado de filmes este mês mas não posso deixar de comentar aqui sobre Goya´s Ghosts. O filme, dirigido por Milos Forman (Amadeus), retrata um dos períodos mais turbulentos da história espanhola, a Santa Inquisição e a Guerra Civil Espanhola. Vale observar que, como Saliere é quase o personagem principal de Amadeus, aqui o foco principal é a musa do pintor Goya, e não o pintor propriamente dito.

O filme é interessante principalmente do ponto de vista visual. Diga-se de passagem, quem gostou do recente The Other Boleyn Girl provavelmente vai gostar deste aqui também - até porque a bela Natalie Portman atua nos dois filmes, com ótimas atuações em ambos. OK, eu sou suspeita pra falar porque sou fã da atriz. Fora a Natalie, quem rouba mesmo grande parte das cenas é o ator Javier Bardem com seu padre Lorenzo.

Os críticos de cinema ficaram divididos e muitos acharam que o filme poderia ter sido (bem) melhor, vindo de um diretor como Milos Forman. Mas eu como não sou crítica de cinema, acho que o filme vale a pena. Confira você mesmo!

Handmade cards




Com o descanso forçado das últimas semanas, acabei (re)descobrindo um hobby que andei paquerando ano passado...Scrapbooking, só que desta vez parti para os scrap cards, como os das fotos acima. Para os leigos, são cartões feitos à mão usando material de scrapbooking. A variedade de materiais nas lojas de hobby é impressionante - pra não dizer assustadora mesmo! O limite é a sua imaginação...ou o seu bolso, claro. Aqui estão as minhas primeiras criações...Modéstia à parte, fiquei bastante satisfeita com os resultados! A de corações foi a primeira série que fiz, são dez cartões ao todo, todos diferentes! Depois peguei uma caixa de cartolina do lixo (literalmente) e fiz os dois cartões reciclados. Pra terminar, decidi fazer uns cartões de natal. Eu sei que ainda estamos em outubro mas aqui os dias já andam com cara de dezembro...frios e escuros.

E então, o que vocês acham?

As pérolas de Ang Lee











Ang Lee é daqueles diretores que sempre me surpreende com seus filmes. Na minha opinião (e de muitos), um dos melhores e mais versáteis diretores da atualidade, com filmes simplesmente imperdíveis em seu variado currículo. Como Pushing Hands, The Wedding Banquet, Eat Man Drink Woman, The Ice Storm, Sense and Sensibility e Brokeback Mountain. Esse último assisti anteontem pela primeira vez. Apesar de não ser um filme recente (2005), não assisti antes porque confesso ter o mau hábito de implicar com certos filmes (silly me, I know). É que o trailer me fez lembrar bastante aqueles comerciais de Malrboro. E eu odeio filme de cowboy!

Resultado, mordi a língua porque o filme é um daqueles épicos inesquecíveis e que, de uma forma ou de outra, mexe com o expectador. Uma história de amor proibido. Acima de tudo, uma bela história de amor que em alguns aspectos da narrativa me fez lembrar The Bridges of Madison County (1995). Aquela coisa de amor platônico e acima de tudo sofrido, que não chega a se concretizar. No caso dos dois protagonistas de Brokeback Mountain, o amor até assume formas concretas mas fica sempre um gosto de quero mais, fica sempre faltando algo. E é triste ver como os preconceitos sociais - ainda mais nos anos 60 e 70 nos EUA, época retratada em grande parte do filme - afetam as vidas de alguns mais do que de outros. É assim que um dos personagens (Heath Ledger) não consegue nunca assumir sua homosexualidade e passa a vida inteira reprimindo seus sentimentos mais profundos. Com tristes consequências para os dois envolvidos, é claro. E eu fiquei torcendo o filme inteiro para que ele não deixasse aquele amor ir embora. Para que assumisse de uma vez por todas o amor que no fundo ele sabia ser o mais importante de sua vida. Mas a sociedade foi mais forte e nesta brincadeira uma história de amor que poderia ter sido perfeita acaba sendo sacrificada. No final do filme ficamos com aquele gosto amargo na boca. O que poderia ter sido se...Eu não veria como uma história de amor gay (e houve alguma controvérsia, principalmente em certos segmentos religiosos) mas acima de tudo, uma história de amor. Um amor tão natural como as montanhas que são pano-de-fundo para seus encontros fugidios.

Pra finalizar este post, só queria dizer que tenho a sorte de ser heterossexual mas tenho muitos amigos gays e sei muito bem que a vida deles nem sempre é fácil. Acreditem ou não, até aqui na Holanda tem havido uma nova onda de preconceitos, desta vez são os imigrantes muçulmanos que volta e meia espancam um homosexual nas ruas de Amsterdã ou de outra cidade holandesa. Então se em pleno séc. XXI ainda existe este preconceito arraigado em algumas partes do planeta, imagine em 1963 quando o filme começa.

Uma história de amor triste e um épico inesquecível na tradição do mestre Ang Lee.

Count your blessings


Cheguei à conclusão que o mais importante mesmo é a gente ser feliz com o que tem. É aprender a contar suas benções em vez de ficar reclamando do destino. Count your blessings como acaba de postar minha amiga Bebete. Claro que tem dias que não dá pra segurar a onda e a gente tem mesmo é que chorar, berrar e bater os pés de tanta raiva. Em dias de desespero (escuridão da alma) a gente quer mesmo é se sentir vítima do destino (desde que não dure muito, tudo bem). Eu não acredito neste negócio de ser feliz o tempo todo...odeio gente que vive com um sorriso no rosto como se na vida tudo fosse festa! Se permitir ficar triste é fundamental pra gente ficar bem de novo. É um processo natural, como o luto depois de uma perda. Qualquer psicólogo está cansado de saber que reprimir emoções é roubada e só serve pra atrair todo tipo de doença psicossomática. Então pra não ficar doente (e dizem as más línguas que câncer é doença da alma) a gente tem mesmo é de chorar quando tem vontade de chorar e pronto! Porque deixar as lágrimas rolarem no rosto até secar faz um bem danado pra alma da gente. Mas não esquecer de rir vez ou outra, claro. Porque rir é o melhor remédio.

No final das contas, não existe felicidade e sim momentos felizes. Momentos de plenitude que fazem a vida valer a pena. Apesar das dificuldades e dos sonhos desfeitos. Apesar de tudo e de todos. Pode ser uma caminhada por entre as folhas caídas num belo dia de outono (como faz hoje aqui em Amsterdã). Uma conversa em que abrimos sem medo nosso coração praquela amiga especial. Ler um bom livro (ou assistir um bom filme) debaixo da coberta num dia de frio. Com ou sem chocolate quente pra acompanhar - mas de preferência com, hehehe...Melhor ainda: dormir enroscadinho com nosso cobertor de orelha. Ou simplesmente ficarem os dois deitados na cama calados, ouvindo música clássica e deixando o tempo passar. Plenitude são esses momentos da vida.

E se formos pensar bem, não é preciso muito para ser feliz. Na verdade, quanto mais temos mais queremos...e essa ânsia insaciável é provavelmente uma das principais razões porque as pessoas hoje em dia estão tão infelizes e insatisfeitas com suas vidas (seja a pessoal ou a profissional). É que as pessoas insistem em buscar sua felicidade em coisas e não em momentos do dia-a-dia. Em ter em vez de simplesmente ser. Mas se elas pararem para olhar à sua volta, talvez descubram a felicidade escondidinha onde menos esperam. Em momentos assim, a gente se dá conta que era feliz e não sabia.

E você, já contou suas benções hoje?!!

Repouso forçado

Há uma semana que estou de repouso forçado...Segunda passada levantei com (fortes) dores na perna e me arrastei até o consultório da minha médica aqui perto de casa. Tive dores na perna o fim-de-semana inteiro e F. insistiu que eu marcasse consulta o quanto antes (pra variar, ele estava certo). E depois disso foi tudo rápido demais. Terça liguei chorando pra médica pra dizer que os analgésicos que ela havia receitado na véspera não estavam funcionando e que eu sequer conseguia levantar da cama...No mesmo dia comecei a tomar morfina porque a dor nos nervos era tanta que eu não podia nem colocar o pé no chão. Isso mesmo: morfina. Só pra vocês terem uma idéia da dor. Felizmente meu ex-marido presta pra alguma coisa e foi buscar os remédios na farmácia pra mim, além de fazer umas compras no supermercado. E melhor ainda, meu filho já vai e volta sozinho de ônibus pra escola. Eu costumava levar o menino até o ponto de ônibus mas esta semana, nem isso. Fazer o quê!

Como se não bastasse a dor, quarta à noite passei mal... vomitei muito (efeito colateral da medicação forte), a pressão caiu e quase desmaiei. Liguei pro médico de plantão e uma hora depois ele já estava aqui. Quinta no horário do almoço minha médica veio fazer uma visita a domicílio e a essas alturas, ela (assim como o médico da véspera) já tinha um diagnóstico: hérnia de disco. Sexta de manhã tomei um taxi com F. e fomos na consulta ao neurologista (policlínica no hospital aqui perto). Ela fez a consulta, confirmou mais uma vez o diagnóstico e aumentou a dose de morfina. Recomendou descanso (obviamente) mas disse também que à medida em que a dor diminui (e diminuiu bastante desde então) pra eu começar a me mover em casa, sem muito esforço. Pra terem uma idéia, nos primeiros dias eu nem conseguia ir ao banheiro e nem tomar banho. Sexta-feira finalmente consegui ficar debaixo do chuveiro.

Ao menos não posso reclamar que não tenho sido cuidada, até o ex-marido está totalmente à disposição e dormiu aqui na quarta quando liguei passando mal. A vantagem é que ele mora no meu bairro, enquanto que F. mora em outra cidade e nessas horas complica. De qualquer forma, F. dormiu três noites aqui e tenho tido visitas de uma amiga ou outra que vem ajudar a limpar, fazer comida, etc. Em suma: nesses momentos é que a gente aprende a dar valor à saúde. E à amizade, claro.

A melhor parte é que tenho assistido muitos filmes. Ano passado ganhei um DVD-player portátil do F. e ele fica na cama comigo o tempo todo - o DVD-player não o F!!! rsrsrs. Também tenho lido muito, semana passada devorei Never Let Me Go e ontem comecei a ler The Time Traveller´s Wife, que estava na fila de espera há séculos. Agora não posso dizer que não tenho tempo pra colocar a leitura em dia. Uma das poucas vantagens de ficar doente.

Mas eu volto qualquer dia desses, não tenho chegado perto do computador.

Momento Blythe

E já que eu (ainda) não posso comprar a boneca, tive de me consolar com uma agenda escolar que achei outro dia em promoção numa loja daqui. O preço original da agenda era Eur12 mas as últimas estavam à venda por Eur 3! E é claro que eu voltei pra casa com uma. Feliz da vida. O ano escolar aqui na Europa (e EUA) começa em setembro então final de setembro eles colocaram as últimas agendas que sobraram na liquidação, para evitar ficar com o estoque encalhado. Para minha sorte!

E já que estou falando de Blythe, achei o site europeu que vende as cobiçadas bonequinhas, além de roupas, acessórios, livros, etc. Site indispensável para as fãs de Blythe, como esta pobre blogueira que vos escreve. A boneca mais barata não sai por menos de EUR100...Aí está o site pra quem acha que estou mentindo: miss blythe store

12 rules to live by (Robert Louis Stevenson)




* Make up your mind to be happy. Learn to find pleasure in simple things.

* Make the best of circumstances. No one has everything and everyone has something of sorrow.


* Don’t take yourself too seriously.


* Don’t let criticism worry you. You can’t please everybody.


* Don’t let your neighbors set your standards; be yourself.


* Do things you enjoy doing but stay out of debt.


* Don’t borrow trouble. Imaginary things are harder to bear than actual ones.


* Since hate poisons the soul, do not cherish enmities and grudges. Avoid people who make you unhappy.


* Have many interests. If you can’t travel, read about places.


* Don’t hold post-mortems or spend time brooding over sorrows and mistakes.


* Do what you can for those less fortunate than yourself.


* Keep busy at something. A very busy person never has time to be unhappy.


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PS. Just a reminder for myself, really.

The Good Life




Pra compensar o post anterior, ai vai um post mais colorido - já que o dia esté mesmo cinzento por aqui e o outono definitivamente resolveu dar o ar da sua graça. É que navegando pelo mundo dos blogs, esbarrei no blog de uma mãe e dona-de-casa inglesa (pasmem!!!) e me apaixonei pelas fotos e pelo estilo de decoração dela. Obviously not a desperate housewife, like some of us. O blog dela é um reflexo do cotidiano (a felicidade está nas coisas simples da vida) de uma stay-at-home mom muito criativa e que sabe apreciar as pequenas coisas. E está cheio de inspiração pra quem gosta de fotografia e interiores no estilo vintage (eu adoro: quanto mais flores e polka dots melhor). Oh, the good life.

Pra quem quiser conferir, este é o link do blog: attic24 (em inglês)