sexta-feira, dezembro 30, 2011

Meu blog em 2012

Pegando carona na animação da Priscila do blog Devaneios e Metaformoses, decidi escolher alguns desafios e memes para o ano que vem. Eu tenho um problema sério de disciplina então vai ser um exercício...Escolhi dois projetos, outros certamente surgirão ao longo do ano. Fiquem ligados!


Regra: Citar 5 respostas a cada uma das 52 perguntas, respondendo a uma pergunta por semana, em forma de "Top 5".

Semana 1: Coisas que me fazem ficar feliz:
Semana 2: Eu nunca...
Semana 3: Coisas pra se fazer no calor:
Semana 4: Minhas citações preferidas são: (trechos de livros, de músicas, frases de autores, etc)
Semana 5: Fazem parte da minha wishlist:
Semana 6: Os super poderes que eu gostaria de ter se fosse um super heroi seriam:
Semana 7: Eu sempre...
Semana 8: Os melhores filmes infantis que já assisti foram:
Semana 9: Pessoas que eu gostaria de conhecer / ter conhecido:
Semana 10: Minhas comidas preferidas são:
Semana 11: Meus brinquedos preferidos na infância eram:
Semana 12: Coisas pra se fazer no frio:
Semana 13: Fico sem graça quando...
Semana 14: Meus sites preferidos na internet:
Semana 15: O que há de pior no mundo virtual?
Semana 16: Isso, pra mim, não é diversão:
Semana 17: Personagens cuja vida eu gostaria de viver por um dia: (filmes, livros, seriados, etc)
Semana 18: Sinto saudades...
Semana 19: Meus seriados preferidos:
Semana 20: Fico de mau humor quando...
Semana 21: Meus piores defeitos:
Semana 22: Na minha geladeira, tem que ter:
Semana 23: Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo:
Semana 24: Casais preferidos (filmes, seriados, livros, etc)
Semana 25: Tenho aflição de...
Semana 26: Se eu pudesse trocar de profissão, eu seria...
Semana 27: Coisas legais pra se fazer nas férias:
Semana 28: Minhas maiores "neuras" e manias são:
Semana 29: Filmes que me falam ao coração:
Semana 30: Fico impaciente com pessoas que...
Semana 31: Quando não tenho nada pra fazer, gosto de...
Semana 32: Ainda quero aprender:
Semana 33: Tenho medo de...
Semana 34: Livros que eu acho que todo mundo deveria ler:
Semana 35: Minhas piores compras foram:
Semana 36: Morro de preguiça de...
Semana 37: O que, de melhor, o mundo virtual te trouxe/traz?
Semana 38: Desculpe, mas eu acho brega:
Semana 39: Minhas melhores qualidades:
Semana 40: Meus "cheiros" preferidos são:
Semana 41: As coisas mais difíceis num relacionamento amoroso são:
Semana 42: Quer acertar no meu presente? Então me dê...
Semana 43: Músicas que eu não canso de ouvir:
Semana 44: Meus vilões preferidos são:
Semana 45: Lembra a minha adolescência:
Semana 46: Parece que todo mundo sabe, menos eu:
Semana 47: Quando estou apaixonado(a), eu...
Semana 48: Nunca tive coragem de...
Semana 49: Lugares no mundo que eu gostaria de conhecer:
Semana 50: Pessoas que eu admiro:
Semana 51: Coisas que me marcaram neste ano que está acabando:
Semana 52: No ano que vem eu quero:


O outro projeto é sobre cinema, minha grande paixão junto com os livros. Eu decidi adaptar o desafio 1 mês 30 filmes porque achei muito corrido e não tenho nem tempo, nem disciplina para isso! Vou  postar quando tiver vontade ao longo do ano...O nome do meu projeto será Os Filmes da Minha Vida. Optei por fazer o meu próprio desafio, então quem quiser me acompanhar nesta viagem ao mundo do cinema, fique de olho! Quem quiser entrar no desafio, fique à vontade. Agora vamos à minha lista:

 1. Filme favorito na categoria: drama
 2. Filme favorito na categoria: romance
 3. Filme favorito na categoria: horror (psicológico)
 4. Filme favorito na categoria: animação
 5. Filme favorito na categoria: anime
 6. Filme favorito na categoria: documentário
 7  Filme favorito na categoria: cinema europeu
 8  Filme favorito na categoria: cinema brasileiro
 9. Filme favorito na categoria: cinema asiático
10. Filme favorito na categoria: cinema africano
11. Diretor americano favorito
12. Diretor europeu favorito
13. Diretora americana favorita
14. Diretora européia favorita
15. Diretor brasileiro favorito
16. Diretora brasileira favorita
17. 3 atrizes favoritas (uma só não basta)
18. 3 atores favoritos (um só não basta)
19. Filme favorito baseado em fatos reais
20. Filme favorito baseado em livro
21. Filme favorito baseado em série (trilogias, etc)
22. Filme ideal para o fim-de-semana ou feriado
23. Filme para quando se está feliz
24. Filme para quando se está com dor de cotovelo
25. Filme para quando não se sabe o que fazer da vida
26. Filme que faz lembrar alguém
27. Filme com algum lugar que sonha visitar um dia
28. Filme com algum lugar que já visitou
29. Filme que mais me fez chorar
30. Filme que mais me fez rir (até as lágrimas)

quinta-feira, dezembro 29, 2011

História de amor não convencional, só para mentes abertas





Para os distraídos ou desavisados, já digo que sempre tive uma mente aberta e portanto, nunca me choquei com relacionamentos homosexuais. Tenho ótimos amigos gays e também me relaciono sem problema com lésbicas (conheci algumas muito legais). Eu acho que cada um tem o direito de viver como bem entende. Liberdade e respeito são as palavras-chave. Sempre.

E por isso decidi escrever sobre este pequeno grande filme chamado The Kids Are All Right (2010) que assisti em pleno dia de natal - mais inconvencional, impossível. Mas não se iludam, o filme é antes de mais nada uma história de amor. Nesse caso, uma história de amor entre duas mulheres - sim, um casal de lésbicas - que formam com seus dois filhos (uma jovem de 18 anos e um rapaz de 15 anos) uma família pra lá de moderna. Sim, porque quando se pensa em famílias tradicionais, pensa-se em pai, mãe e filhos, certo?

Pois aqui a coisa é diferente e nem por isso menos família! Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) são um típico casal de lésbicas que resolve ter filhos e por isso recorrem a um banco de esperma. Tudo corre muito bem e sem problemas até que a filha mais velha completa 18 anos e o irmão pede a ela que entre em contato com o tal banco pra saber quem é o pai biológico (por lei, essa informação só pode ser fornecida quando a criança em questão completa 18 anos). A moça acaba cedendo ao irmão e eles entram em contato com o pai biológico.

Aí começa a novela porque não apenas o cara conquista a amizade dos dois como começa a se envolver com Jules, que passa por um período emocional conturbado na relação com Nic. Enfim, receita para desastre...mas no final, o amor vence e tudo acaba bem!

Pra completar, temos mais uma boa atuação de uma das minhas atrizes favoritas, Julianne Moore (Magnolia, Far from Heaven, The Hours, A Single Man, Crazy Stupid Love, entre muitos outros). O ator Mark Ruffalo também está ótimo no papel de pai biológico. Ele é um cara super centrado em si mesmo, o típico hedonista que só pensa no seu próprio prazer e só quer aproveitar a vida (até aí tudo bem). Só que dessa vez ele se dá mal...e acaba se tornando o "intruso" na estória. Não conto mais pra não estragar!

Enfim, fica a dica pra quem curte filmes originais com estórias de amor diferentes! O filme é ótimo e dirigido magistralmente por Lisa Cholodenko. Se você tem mente aberta, confira. Diversão garantida.


Uma família nada tradicional

terça-feira, dezembro 27, 2011

100 fatos sobre mim - 91 a 100




Este último post da série é dedicado aos meus companheiros de brincadeira Priscila, Mateus e Maria Valéria. Vocês pensaram que eu tinha esquecido, né? Não esqueci não, tava era sem idéia pra terminar este "desafio"...De qualquer forma, adorei brincar com vocês, rsrsrrs.


91 - Sou muito emotiva e choro com facilidade (o que em algumas situações é péssimo).

92 - Sou ansiosa pra cacete...tem dia que nem eu me aguento!

93 - Penso e falo muito rápido (a famosa metralhadora). Dizem as más línguas que tenho ADHD...a estes eu respondo: era só o que me faltava!

94 - Minha grande paixão são os livros, desde que aprendi a ler nunca mais parei.

95 - Costumo ser sincera em 90% dos casos, nos outros 10% fico calada pra evitar aborrecimentos e poupar a mim mesma.

96 - Sou extrovertida, falante e sociável...mas já fui tímida quando criança!

97 - Como se não bastasse a ansiedade, sofro de depressão. Não, não tem a menor graça.

98 - Em compensação, por causa desta "maldita" do item anterior, sou uma pessoa muito vivida pra minha idade e mais forte do que eu mesma poderia um dia imaginar.  A verdade é que o ser humano aprende muito mais com o sofrimento...

99 - Também por causa da tal depressão, evito cada vez mais situações e pessoas que me estressam e nada acrescentam à minha qualidade de vida. LESS IS MORE.

100 - Pra mim, o mais importante na vida são duas coisas: autoconhecimento e paz de espírito (desconfio que ambos são inseparáveis). Essas duas coisas valem mais do que todo ouro do mundo...e por isso vou continuar buscando-as em 2012!

Ganhei no sorteio!

Quem diria, o ano novo ainda nem chegou e eu já tive a sorte de ganhar no sorteio de aniversário do blog da Milena, uma brasileira que mora em Paris! Diga-se de passagem, o blog dela é altamente recomendado para quem quer saber mais sobre Paris (não percam a dica da melhor boulangerie da capital francesa aqui). Também tem relatos (com fotos) de viagens por outras cidades francesas. E também outras andanças pela Europa, como viagens recentes a Genebra e Copenhagem (que ainda estão na minha lista de lugares a conhecer).. Quem quiser conferir, tá tudo aqui.

Depois da divulgação básica*, quero agradecer a Milena por surpresa tão cheirosa...Com o kit de produtos L'Occitane, minha pele vai ficar mais macia do que nunca em 2012! Vejam só o belo pacote de produtos que ganhei no sorteio (e morram de inveja):







* Blogueira que se preze também divulga links dos blogueiros que gosta! E assim as pessoas vão se achando e nosso mundinho de blogs vai crescendo a cada dia...

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Correria de fim-de-ano...





Meu Deus, que semana mais corrida! Pra lá e pra cá a semana inteira, agora finalmente em casa. Liam foi pra casa do pai e eu resolvi botar as pernas pro ar e relaxar. Aproveitando a época de festas, cá estou eu com uma taça de vinho tinto, queijo de cabra e linguicas fuet (linguiças secas francesas muito populares por aqui). E aproveito a folga pra vir correndo conversar com vocês.

É que comigo vai tudo muito bem, obrigada (as coisas poderiam estar piores). Acho que o novo trabalho tem influenciado meu humor positivamente. Inverno pra mim sempre foi uma época perigosa, ainda mais se eu ficar em casa como no ano passado. Dias curtos e pouca luz. Pra completar, tem chovido muito este mês (e nada de neve)! Então é importante manter-se ocupado, quem mora aqui por essas bandas sabe muito bem disso. Questão de saúde pública. Não, não estou brincando!

Mas olha - levando em consideração os dias cinzentos, a crise do euro e a grana curta - estou melhor do que costumo estar neste mês de dezembro. Acabei de voltar de uma consulta com o psiquiatra e pela primeira vez na vida pedi pra ele baixar a dosagem dos antidepressivos! Tudo bem que ele discordou (e tem seus motivos) mas eu pedi assim mesmo, na maior cara de pau. É que mudei de remédio em março (adeus Prozac, amigo de longa data) e ainda estamos "ajustando" a dosagem. De qualquer forma, vou poupá-los dessa longa estória.

Só sei que mais um ano passou voando e lá vem natal de novo. E ano novo também, o momento ideal para fazermos novos planos, largar o que não está dando certo e mudar de rumo, conforme for necessário. Momento de parar pra respirar fundo e redefinir prioridades. De avaliar nossas relações (inclusive com nós mesmos, talvez a relação mais importante de todas).

Mas este ano eu não vou cair na tentação de fazer uma lista de resoluções de ano novo. É que depois de uma certa idade, a gente aprende que essas listas não servem pra muita coisa mesmo! Mas isso não quer dizer que eu não tenha alguns planos para o ano que vem (tenho poucos mas tenho, Less is More). Só que decidi fazer diferente: mais ação e menos palavras...Porque no final das contas, isso é o que realmente importa. O resto é conversa fiada (mesmo).

E aproveito para desejar a todos queridos amigos e leitores um feliz natal e um ano novo repleto de realizações pessoais. Porque sempre é bom (poder) começar de novo.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Estabilidade.





Taí uma coisa que nunca tive nesta vida. Estabilidade. Nem aqui na Holanda, nem no Brasil. Em 17 anos de Holanda, posso afimar que nunca tive estabilidade emocional nem financeira. E sim, claro que a vida de imigrante é difícil mas é aquela velha estória: para uns é mais difícil do que para outros. Eu conheço gente que mora há menos tempo aqui, que nem fala holandês direito e tem emprego fixo e passaporte holandês. Gente que vem pra cá casada, acerta a papelada, compra casa, arruma emprego e segue em frente. E sim, também conheço gente ilegal que está batalhando a vida até hoje e que não teve essa sorte. Pra mim nada foi simples, nem era no Brasil...(sabe aquela estória que a gente leva os problemas com a gente? Pois é, levei os de lá e arrumei novos aqui).

E antes que você mude de página. Não, este post não é pra reclamar. Não é pra me fazer de vítima nem pedir piedade. É apenas uma constatação minha, depois de uma longa e produtiva conversa que tive hoje com uma colega holandesa que como eu, também sempre teve de lutar pelas coisas. É que para algumas pessoas, a vida é uma eterna batalha. Termina uma batalha, começa outra. Pra mim nada me foi dado -  a não ser um coração enorme e uma inteligência acima da média (pra que mentir se ouvi e ainda ouço isso a vida inteira?).

E por falar em inteligência, é óbvio que inteligência não é tudo na vida (se fosse, eu "estaria feita" e não precisaria escrever este post). A começar porque existem vários tipos de inteligência...Em retrospectiva, o que me faltou em alguns momentos estratégicos foi inteligência emocional. Bom senso. Ou talvez seria melhor dizer estabilidade emocional pra fazer as escolhas certas. Eu nunca escondi de ninguém que tive não apenas uma mas duas depressões horríveis aqui na Holanda. Sobrevivi as duas com muita dificuldade e até hoje lido com as consequências disso. Muitos se afastaram, eu me afastei de outros. Porque a verdade é que ninguém sabe lidar com uma pessoa deprimida (felizmente existem os psicólogos e psiquiatras). Sofri com a doença e sofro até hoje com a ignorância dos outros. E tem dias que eu solto mesmo o verbo porque não vou mais sofrer calada. Sim, decidi fazer isso por mim mesma porque cansei de querer agradar os outros.

Eu acho que esta foi uma das principais "causas" dos meus problemas aqui. Um dos principais fatores que afetaram a minha vida na Holanda. E também não sou ingênua ao ponto de achar que tudo seria mais fácil no Brasil (a grama do vizinho sempre é mais verde). Aí sempre vem um e diz que não posso usar isso como desculpa por "não ter realizado nada" - mentira, também tive minhas realizações pessoais. Vem outro e diz que não devia ser tão "determinista". Que devia deixar pra lá e ser otimista. Mais uma vez, não é determinismo, é constatação. Constatação não apenas de 17 anos vivendo na Holanda como constatação de vida inteira. Eu não falo porque li aqui ou ali. Eu falo por experiência própria.

Quando as pessoas vem com este papo de que eu "devia ser mais positiva" eu até concordo em partes. O que não significa que eu possa mudar da noite pro dia e parar de sofrer agora. O que para alguns é um talento natural (predisposição genética) para ser feliz, para outros é um aprendizado de vida inteira. Achar que tudo depende da gente é uma visão muito restrita de mundo. Depende em partes. Depende dos nossos esforços, mas também depende de alguma sorte.

No final das contas, meu mundo é muito mais complexo...e também mais rico. Não existe só preto e branco, existem várias tonalidades...O que me torna uma pessoa complexa mas também rica em experiências. E isso ninguém pode tirar de mim!

domingo, dezembro 11, 2011

Kevin, o (esperado) filme






Quarta-feira passada assisti o filme We Need to Talk about Kevin, baseado no bestseller da autora americana Lionel Schriver. Quem lê este blog sabe que sou fã dela, tendo comentado ainda em 2008 sobre o livro We Need toTalk About Kevin muito antes dele virar filme (leia aqui). Entre outras coisas, o livro traz à discussão um dos velhos debates sobre nurture x nature em uma estória instigante. É impossível não compartilharmos o sofrimento da mãe de Kevin ao conhecermos sua estória desde a decepção inicial logo ao tomar o bebê nos braços, até a depressão pós-parto e as dificuldades em criar laços afetivos com uma criança cada dia mais geniosa e que também não retribui seu afeto. Uma relação mãe-filho conturbada que nos faz questionar nossos próprios conceitos de amor materno e amor filial.

Voltando ao assunto do post, gostei muito do filme - como eu mesma esperava após ler recente entrevista com a escritora. Uma estória com alto teor dramático que poderia facilmente ter virado mais um melodrama holywoodiano como tantos outros mas que recebeu o tratamento adequado. Imagino o alívio da escritora após assistir o filme, que ela mesma considerou fiel à sua obra (na medida em que um filme pode ser fiel a um livro, claro). Eu desconfio que um dos fatores do sucesso na transcrição para o cinema tenha sido o fato dele ter sido dirigido por uma mulher, a inglesa Lynne Ramsay.

Um dos trunfos do filme é a precisão ao montar as imagens, nenhuma cena é demais. As palavras também são usadas com economia e, no final das contas, são as imagens que nos ajudarão a penetrar no pesadelo da mãe de Kevin. Outro aspecto essencial do filme é que em nenhum momento há qualquer tipo de julgamento por parte da diretora. Cabe ao expectador tirar suas próprias conclusões e "tomar lados" conforme achar necessário.

A atuação de Tilda Swinton é um dos destaques do filme. E a atuação do menino Kevin com seu olhar gélido e quase autista também é de arrepiar (no sentido literal da palavra, porque o nome desta criatura deveria ser Demian).  E de resto, o filme é um soco no estômago! Você dificilmente sairá do cinema a mesma pessoa que entrou...

Não vou contar mais sobre a estória porque já contei no outro post sobre o livro. E porque este é um daqueles filmes em que quanto menos informação você tiver, maior o impacto das imagens na tela. Assistam!


quinta-feira, dezembro 08, 2011

Nada é para sempre.


No dia que a gente aprende isso (e muitos nunca aprendem), a vida fica mais fácil. Porque só assim deixamos de ter a ilusão de que nada muda, tudo permanece...Mera ilusão. As pessoas mudam, as situações mudam, nossas necessidades mudam. O mundo muda o  tempo todo. Dias, noites, estações do ano. Sol, chuva, calor, frio. Tempestade, trovão, neve.

Quando a gente aprende que a mudança é inevitável, tudo fica mais fácil - e mesmo assim é difícil. Porque a verdade é que não adianta nos apegarmos a uma pessoa, idéia ou sentimento, porque eles mudam, a gente muda. Nada é para sempre.

E assim as relações começam, algumas se desfazem, outras amadurecem. Elas cumprem seu papel, a gente aprende (ou não) a lição. Tem gente que precisa cometer o mesmo erro ad infinitum (teimosia ou burrice?). E tem gente que se recusa a ir pelo mesmo caminho. Que reconhece os sinais de perigo na estrada. As curvas perigosas, aquele velho beco sem saída.

Tem relacionamento pra todo tipo de gente. Tem relacionamento em que os dois vivem em total simbiose, grudados o tempo todo...esses geralmente não duram porque o sacrifício de abrir mão de sua individualidade sai caro (e nem todos estão dispostos a pagar o preço). Desse tipo de relacionamento eu fujo instintivamente...não tenho culpa de ter nascido sagitariana dupla e prezar por meu espaço e minha liberdade.

Tem relacionamento em que um dos parceiros insiste em tentar mudar o outro...desnecessário dizer, isso nunca dá certo. Então se você está tentando mudar o seu parceiro, economize suas energias e em vez disso, tente mudar a maneira como você lida com o parceiro em questão. E se isso não for possível, pense duas vezes se não está sonhando com o parceiro ideal (irreal).

Tem relacionamento em que uma pessoa tem tanto medo de ficar sozinha que ela prefere manter a relação a todo custo. Ela briga, chora, se escabela mas "não larga o osso" (como dizia uma sábia amiga que não vejo há tempos). A relação se desgata mas ela continua insistindo que tem solução, que ainda é possível mudar o rumo. Muitos casamentos são assim porque a pessoa tem medo da solidão. Agora convenhamos: medo de ficar sozinho não é a melhor base para um relacionamento.

Relação ideal não existe. O que existe é amor. Vontade de ficar juntos. E vontade de dar certo. É preciso cultivar a relação, e para isso é preciso tempo e acima de tudo, energia. Quem não tem energia pra investir numa relação, melhor ficar sozinho. Porque "empurrar com a barriga" é uma forma de egoísmo. Não dá!

No final das contas - e com alguma sorte - a melhor companhia que você terá ao longo de toda a sua vida é você mesmo. E isso não é necessariamente ruim. Nascemos sozinhos. Morremos sozinhos. Fica dado o recado.

quarta-feira, novembro 30, 2011

Uma homenagem a nós leitoras compulsivas






Namore uma garota que lê
Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.





Este texto anda circulando pelo Facebook e achei tão lindo (e tão a minha cara) que resolvi compartilhá-lo com vocês aqui no blog. Tradução e adaptação de Gabriela Ventura, o texto original (em inglês) está  aqui.

terça-feira, novembro 29, 2011

Unfriend(ly)





Nunca pensei que usaria o recurso Unfriend mas como estou em clima de final de ano (leia-se faxina geral), decidi remover uma pessoa da minha lista de amigos no Facebook. Sabe aquela pessoa que NUNCA dá um like, NUNCA comenta nos seus posts e pior ainda...você vai no blog da dita cuja e volta e meia comenta e ela NUNCA vai no seu blog comentar? Porque fiquem avisados: existe etiqueta entre blogueiros. Nem que seja pra ir no seu blog agradecer a visita e só.

A verdade é que, como comentei no próprio Facebook, não é nem uma questão de dar "like" ou não, nesse caso é total indiferença mesmo. Eu não conheço a dita cuja pessoalmente mas temos duas ou mais amigas em comum...na blogosfera. E eu caí na asneira de achar que talvez pudéssemos ser amigas. Sim, caí na armadilha de "somos brasileiras morando na Holanda"...que como eu mesma um dia escrevi aqui não necessariamente significa que seremos amigas! Não mesmo.

O pior de tudo é que fiquei com raiva de mim mesma por levar essa estória tão à sério (sou humana, dá licença?). Chega a ser ridículo na minha idade mas o meu problema é que não sei lidar com a indiferença. Você me ama ou me odeia, pode até falar mal de mim mas...indiferença é ruim demais! Sem falar que não existe amizade sem reciprocidade né?

A moral da estória é que vou ser ainda mais cautelosa ao adicionar amigos no Facebook (mea culpa, eu pedi pra adicioná-la). Porque cometer o mesmo erro duas vezes é burrice! E pra não falarem que estou ficando azeda, eu ainda acredito que exista muita gente legal neste planeta maluco em que vivemos. Ou ao menos, quero (preciso) acreditar. Então vamos em frente que atrás vem gente!

 E vocês, já passaram por algo semelhante?

sábado, novembro 26, 2011

(Meu) Desafio Literário 2011





Em alguns blogs que costumo visitar, está sempre rolando um desafio literário. Como eu não tenho disciplina suficiente pra cumprir um desafio destes, meu desafio literário este ano foi simples: ler ao menos 2 livros por mês! Mais simples impossível...e a melhor parte do desafio é que acabei de completá-lo, com um mês de antecedência! E isso apesar de ter ficado quase dois meses sem ler nada no verão (quando fui ao Brasil e logo que voltei).

Confesso que ando sem tempo e disposição pra comentar todos os livros que leio, então segue a lista dos livros lidos este ano pra quem gosta de dicas de leitura. Coloquei os links nos livros que comentei aqui no blog pra facilitar a pesquisa.

  1. Room, Emma Donoghue
  2. The secret diary of Adrian Mole
  3. The Book Thief, Markus Zusak
  4. The Boy in Striped Pyjamas, John Boyne
  5. Nocturnes, Kazuo Ishiguro
  6. Hardboiled and Hard Luck, Banana Yoshimoto
  7. The Little Stranger, Sarah Waters
  8. Her Fearful Symmetry, Audrey Niffenegger
  9. The Film Club, David Gilmour
10. The Imperfectionists, Tom Rachman
11. Solar, Ian McEwan
12. The Finkler Question, Howard Jacobson
13. Asleep, Banana Yoshimoto
14. The Slap, Christos Tsiolkas
15. The Immigrant, Manju Kapur
16. The Museum of Innocence, Orhan Pamuk
17. The Perks of Being a Wallflower, Stephen Chbosky
18. The Lost Summer of Louisa May Alcott
19. When God Was a Rabbit, Sarah Winman
20. The Particular Sadness of Lemon Cake, Aimee Bender
21. By Nightfall, Michael Cunningham
22. So Much for That, Lionel Shriver
23. The Paris Wife, Paula McLain
24. Cleo, Helen Brown
25. Sister, Rosamund Lupton

Alguns livros eu gostei muito mas não cheguei a comentar por aqui...Pensando bem, de todos os livros que li este ano, meus favoritos foram (não necessariamente em ordem de preferência): Room, So Much For That, The Book Thief, The Immigrant (adoro esta escritora indiana) e The Museum of Innocence (escritor turco já premiado com o Booker Prize).

The Paris Wife é uma ótima leitura, principalmente pra quem gosta de Hemingway. Não é o meu caso, como escritor ele é muito bom mas como pessoa não faz meu tipo...a começar pelo hábito de frequentar as famosas toradas na Espanha (sobre as quais escreveu nos seus livros, em especial no The Sun Also Rises, leitura obrigatória na Universidade de Letras). De qualquer forma, a estória é contada pela sua primeira mulher e isso torna o livro bem interessante. Ainda mais considerando-se o pano de fundo de Paris na década de 20. Vale conferir!

The Particular Sadness of Lemon Cake é aquele livro que comprei pela capa - ou melhor ainda, pelo título. Me apaixonei pelo título do livro e não resisti. Infelizmente, o conteúdo não correspendeu (ou correspondeu em partes) à capa. Uma pena porque a estória tinha um enorme potencial! E Cleo...eu terminei literalmente em prantos! Há tempos que não me emocionava tanto com um livro - e não, não estou grávida, rsrsrsrs. Cleo conta a estória de uma família na Nova Zelândia com um membro muito importante, a gata Cleo. O livro começa com uma daquelas tragédias de família, quando o filho mais velho (na época com 9 anos) morre atropelado. Lá pela metade do livro a leitura meio que perde o ritmo mas depois melhora e o final é comovente! Até quem não gosta de gato vai gostar deste livro! Quanto a mim, amo gatos eu já tive a minha Cleo. Foi a minha primeira gata, que acompanhou 10 anos da minha vida aqui em Amsterdã (casamento, gravidez, bebê e até mesmo separação).Chorei dias depois que ela morreu (quem um dia perdeu um bichinho de estimação sabe do que estou falando). E um ano depois, minha vizinha bateu na minha porta com uma gatinha idêntica, que tinha sido achada numa ninhada na rua aqui perto, mãe e filhotes abandonados...Ela sabia que eu adorava gatos e me deu de presente.

Pra finalizar o post, quem tiver dicas legais de livros pra dar, é só deixar aqui.

terça-feira, novembro 22, 2011

Little Golden Books!





Quem conhece os lindos livros infantis da série Little Golden Books? Eles são muito populares nos EUA e, felizmente para mim, tem muitos títulos traduzidos aqui na Holanda. Com belíssimas ilustrações vintage (alguns títulos são originais dos anos 50), os livros são irresistíveis para crianças e adultos. Quando Liam era pequeno, eu volta e meia comprava um livro da coleção. Ele cresceu e eu continuo comprando...adoro!

Pois numa das edições da revista Flow (holandesa), vieram alguns desenhos dos livros...Não resisti e decidi aproveitar pra fazer uns cartões. Com papel de bolinhas e alguns botões, admito que a série já é uma das minhas favoritas. Só falta abrir uma loja na Etsy pra vender minhas criações (quem acompanha meu outro blog, sabe que adoro fazer cartões).

Os papéis de bolinha (sou apaixonada por polka dots) são paper pads de uma das minhas fabricantes favoritas de scrapbooking: Echo Park Paper. Abaixo fotos detalhadas dos cartões:








PS. Quem gosta de scrapbooking, não pode deixar de visitar meu outro blog: Scraps da Beth Blue.

domingo, novembro 20, 2011

Cherry Blossoms




O filme não é recente, estava há tempos largado na prateleira no meio de tantos outros DVDs que compro em promoções, até quarta-feira, quando finalmente decidi assisti-lo. Mas depois de assistir este filme, não poderia deixar de comentar aqui no blog.

Cherry Blossoms (2008) é da alemã Doris Dörrie, a mesma diretora de Bagdad Café, que fez bastante sucesso no Brasil (pelo menos em alguns círculos). E da mesma forma que Bagdad Café (pra quem assistiu) é de uma beleza e de uma delicadeza quase insuportáveis...Um filme que comove em vários momentos, com poucos recursos e muita sutileza. Um filme que emociona o expectador mais pelas imagens do que pelas palavras propriamente ditas...enfim, uma pequena pérola para quem como eu gosta de filmes de arte menos badalados mas nem por isso menos importantes.

Ele conta a estória de um casal alemão (Rudi e Trudy) que mora na tradicional Bavária. Logo no início do filme, Trudy é informada por médicos que seu marido está muito doente e que tem poucos meses de vida. Em vez de informar o marido, ela decide guardar o segredo para si e tentar fazer com que ele aproveite ao máximo seus últimos dias. Assim, ela sugere que eles visitem os filhos já crescidos em Berlim. Logo ao chegarem, eles são recebidos às pressas e com pouca disposição pelos filhos (e netos que passam o tempo todo com seus games portáteis, um retrato típica da nova geração).  Os filhos que não veem a hora dos pais irem embora para continuarem vivendo suas vidas. É aí que Rudy e Trudy descobrem que não conhecem mais seus filhos, embora os tenham criado. Diga-se de passagem, uma típica família do norte da Europa (porque na Itália, Espanha e Portugal é mais como no Brasil), em que os filhos saem de casa e depois raramente mantêm contato com os pais. A regra é uma ou duas vezes por ano em datas comemorativas (aqui na Holanda também já vi isso muito).

Na volta para casa, eles decidem passar uns dias numa praia de veraneio, onde Trudy morre inesperadamente num quarto de hotel. Rudi, que sempre acreditou que ainda teriam um ao outro por muitos anos, entra em crise e sofre muito. Depois de muito refletir, ele decide fazer algo por sua mulher que não fez enquanto ela vivia. É que o maior sonho dela era conhecer o Japão - e mais especificamente, o famoso Monte Fujiama. Assim sendo, Rudi faz as malas e aproveita que um de seus filhos mora em Tóquio para realizar o sonho de sua mulher e assim aprender mais um pouco sobre ela através desta cultura enigmática que tanto a fascinava.


Rudi e uma jovem japonesa

A segunda metade do filme é toda filmada no Japão (daí o título do filme ser Cherry Blossoms, as belas flores de cerejeira que são símbolo deste país). Vemos muitas cenas da moderna Tóquio com pessoas apressadas pelas ruas, mas também parques repletos de cerejeiras em flor onde as pessoas se reunem para fazer piqueniques. Num desses parques, Rudi conhece uma jovem japonesa que será sua guia nesta jornada cheia de descobertas...uma viagem não apenas física mas acima de tudo, espiritual.

quinta-feira, novembro 17, 2011

100 fatos sobre mim - 81 a 90




81 - Tenho pavor de insetos em geral e baratas em particular. Costumava ter pavor de ratos também, até meu filho decidir ter ratos, gerbils e camundongos como animais de estimação! Acabei gostando tanto dos gerbils (ratinhos simpáticos) que a fobia acabou...Mas ainda desconfio de rato, principalmente depois de ser mordida pelo rato branco do meu filho (fui parar no hospital pra tomar antitetância e anti-rabis).

82 - Se tem um bicho que tenho pavor - mas pavor mesmo - é cobra! Tempos atrás meu filho queria uma cobra como animal de estimação (sim, ele vai ser biólogo, hehehe). Eu recusei, ele bateu os pés, e acabamos fazendo um acordo. Assim foram adotados 3 lagartos (veja foto dos famosos aqui).

83 - Odeio andar de avião (morro de medo) e nunca consigo dormir durante o vôo...Num vôo internacional, durmo no máximo duas horas. Desnecessário dizer, sempre chego um zumbi no aeroporto de destino!!!

84 - Odeio multidão, cada dia mais fujo do agito e busco paz...Passear pelas lojas do centro no fim-de-semana pra mim é tortura...Vá mas não me chame!

85 - Não gosto de filmes de sci-fiction em geral, muito menos se for aqueles gosmentos tipo Alien, The Fly, The Thing, etc.

86 - Raramente lembro dos meus sonhos, mas sempre lembro (com detalhes mórbidos) dos meus pesadelos. Em 90% dos casos, eu estou correndo feito louca tentando pegar um avião, trem ou outro meio de transporte. E em 90% dos casos, eu perco a viagem! Os outros 10% estou andando por um beco escuro e tem alguém atrás de mim com uma arma...acordo segundos antes de ser disparado o gatilho...Ufa!

87 - Tenho medo de altura, por essas e outras, não tive coragem de subir na Sagrada Familia (Barcelona)...Não teve quem me convencesse a encarar aquela escadaria. Em prédios altos, não consigo chegar perto da janela (muito menos ir na varanda) sem sentir um frio na barriga...e prefiro não olhar pra baixo.

88 - Não tenho o menor medo de dormir sozinha em casa, mas já tive.

89 - Já fiz a famosa brincadeira do copo, o danado do copo não só mexeu como recebemos uma mensagem inteira. Meu conselho? Não tentem!

90 - Embora eu tenha medo de fantasmas, tenho medo mesmo é dos vivos! Esses sim fazem muita  ruindade...

terça-feira, novembro 15, 2011

Water for Elephants





Domingo assisti em casa ao filme Water for Elephants, baseado no livro homônimo da autora Sara Gruen. O filme fez muito sucesso de crítica mas na época não consegui assistir no cinema.

Não li o livro mas gostei muito do filme (mais do que esperava). E confesso que até chorei em algumas cenas...Um filme cheio de emoção, paixão e também maldade por parte de um dos protagonistas. Os personagens principais da estória são o jovem Jacob (Robert Pattinson, o famoso vampiro da série Twillight que, diga-se de passagem, não assisti), Marlena, a jovem e bela estrela do circo (Reese Witherspoon). E last but not least, August o malvado dono do circo (Christoph Waltz, que literalmente rouba a cena dos outros dois protagonistas com sua brilhante atuação).

Outro personagem essencial na estória é a elefante Rosie, que tem um papel importante no desfecho do filme (não vou contar pra não estragar, né?). Como se não bastasse, a simpática elefante também é responsável por algumas das cenas mais emocionantes do filme (se é que se pode esperar isso de um elefante, rsrsrs). Quem duvida, assista o filme e confira!




Water for Elephants conta a estória do jovem veterinário Jacob, que depois de uma grande (e inesperada) perda, decide largar os estudos e recomeçar a vida em outra cidade. Por obra do destino, ele acaba pegando carona no trem de uma companhia de circo. E a partir daí passa a acompanhar o circo em suas andanças. Ele acaba sendo contratado para cuidar dos animais do circo - que certamente serão muito gratos pelos seus cuidados, pois sofrem maus tratos do proprietário do circo e também vilão da estória, August. Pra complicar, Jacob se apaixona perdidamente pela esposa de August, a estrela do circo. E o desfecho é inevitável, deixando o público quase sem fôlego na expectativa dos próximos acontecimentos. O clima tenso domina boa parte do filme, até o confronto inevitável entre os dois protagonistas masculinos.

Destaque especial para o excelente cenário e costumes, que nos transportam ao cotidiano de uma companhia de circo nos anos 30, época da Grande Depressão americana, no período entre guerras. Em alguns aspectos, a fotografia me fez lembrar um dos meus filmes favoritos, Moulin Rouge.

Enfim, fica a dica pra quem curte uma bela estória de amor!

sábado, novembro 12, 2011

Leituras recentes





Isso mesmo, você não leu errado. When God was a Rabbit é o título original de um livro que li mês passado. O livro conta a estória de dois irmãos - Elly e Joe - e sua família e amigos próximos. Até aí tudo bem, se a estória não tivesse tantos personagens inusitados e interessantes. São eles que fazem deste livro uma leitura especial - e não necessariamente o tal coelho do título. Este eu deixo pra vocês descobrirem quando lerem (maldade, né?).

A primeira parte da estória se passa em Essex, Inglaterra nos anos 70 onde Elly mora com sua família, que mais tarde decide se mudar para Cornwall e abrir um bed & breakfast. Na segunda parte, Elly já é adulta e ainda vive cercada dos mesmos personagens, familiares e amigos.

Se Elly por si só já é uma personagem interessante, mais ainda são os "coadjuvantes". Suas trajetórias individuais contribuem, cada uma delas, para dar forma à estória. Assim temos Nancy (tia de Elly) uma atora de relativo sucesso com uma paixão escondida pela cunhada (a mãe de Elly). Nancy é lésbica e tem muitas estórias interessantes pra contar. Temos Joe, irmão de Elly, com quem ela tem um vínculo muito forte. Temos ainda Arthur, um senhor de idade que um dia se hospeda no bed & breakfast e nunca mais vai embora. Com o passar dos anos, ele se torna mais um membro da família. Last but not least, Jenny Penny, a amiga de infância de Elly, com quem ela perde contato quando a família se muda para Cornwall mas que reencontra anos mais tarde em uma situação inusitada (não vou contar pra não estragar a leitura).

O estilo de escrita é ótimo mas a narrativa em si é bastante inusitada. Enfim, não é um livro que eu diria que agrada a todos porque não há um plot definido, se é que vocês me entendem. Embora When God was a Rabbit tenha recebido ótimas críticas, aviso que é um daqueles livros que você adora ou odeia! Eu gostei muito e me diverti acompanhando as aventuras e desventuras deste grupo de pessoas excêntricas e ao mesmo tempo, tão humanas. Vive la difference!

sábado, novembro 05, 2011

100 fatos sobre mim - 71 a 80



71 - Sempre fui notívaga, isso só mudou depois que tive meu filho. Por razões óbvias que, pelo menos quem é mãe como eu, entende.

72 - Odeio temperaturas extremas: nem muito frio nem muito calor. Eu passo mal com temperaturas acima de 30 graus (40 graus eu quase desmaio, rsrsrs).  Por essas e outras, adorei ter estado no Rio em julho-agosto deste ano. Dias ensolarados e temperaturas "amenas" entre 25 e 28 graus. Per-fei-to!

73 - Adoro o mar. Cheiro do mar, banho de mar, areia. Caminhadas na praia me acalmam e equilibram. Sinto muita falta disso aqui em Amsterdã. Aqui não tem praia, tem canal né, gente?

74 - Adoro girassóis, e não apenas os de Van Gogh.

75 - Adoro assistir ao pôr-do-sol, principalmente se estiver numa praia.

76 - Também adoro o ar das montanhas e o cheiro de mato verde. Acho que quando ficar velha vou morar num "barraco" em Visconde de Mauá...e nem vou reclamar, rsrsrsrs.

77 - Aqui na Holanda, adoro fazer piqueniques na primavera ou no verão...um hábito local que adquiri. O holandês aproveita ao máximo os poucos dias de sol que tem durante o ano. Fenômeno que se estende a todos os outros países do norte Europeu. Quem mora no Brasil não faz a menor idéia...

78 - Adoro neve, aqui não neva muito mas inverno passado nevou uns dias e ficou tudo branco. Parques, ruas, telhados das casas. Uma grande festa para as crianças,  que fizeram bonecos de neve até no pátio das escolas!

79 - Em compensação, se tem uma coisa que me deixa melancólica são dias chuvosos e cinzentos...Eu preciso do sol pra ser feliz (novamente: quem mora no Brasil não faz a menor idéia). Felizmente, este outono quase não tem chovido, estamos curtindo sol e clima seco há 2 semanas (e o sol está brilhando agora mesmo lá fora).

80 - Odeio andar na chuva e se puder, fico em casa no meu cantinho! E dizer que os holandeses andam de bicicleta debaixo de chuva na maior tranquilidade, desde pequenos (dá pena de ver as crianças indo cedo pra escola). Um hábito que nunca irei adquirir.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Lionel Shriver 3x



Se tem uma autora que me conquistou nos últimos tempos é a americana Lionel Shriver. Acabei de ler o terceiro livro dela e continuo apreciando cada vez mais seu estilo. Ela é a autora do bestseller "We Need to Talk About Kevin", que comentei aqui. E também do livro "The Post-Birthday World", que comentei aqui. Diga-se de passagem, Kevin tornou-se um bestseller em vários países e virou até filme, a estrear em 2012 nos cinemas. Sorte é que dessa vez eles parecem ter acertado na transição do livro para a tela. A própria Lionel Shriver afirmou - aliviada - estar satisfeita com os resultados (leia entrevista no The Guardian aqui). A começar com a escolha da ótima Tilda Swinton no papel da protagonista e mãe do menino.

Pois acabei de devorar So Much for That, o mais recente livro da autora . E claro, vim correndo aqui recomendá-lo pra vocês! Quem nunca leu, leia. Uma leitura instigante e que faz pensar, escrita numa linguagem inteligente e ao mesmo tempo acessível.

O tema principal, cancêr nãe seria o que exatamente as pessoas poderiam ser de um tema agradável. E no entanto, a autora consegue, mais uma vez, escrever um livro extremamente inteligente e perspicaz aproveitando para especular sobre o sistema de saúde americano (o que em muitas partes, me fez lembrar o excelente Sicko, de Michael Moore). Quem anda por aí reclamando do SUS, precisa ler este livro!

É que nos EUA, os planos de saúde não cobrem tratamentos caros como aqueles para o câncer...e quem não tem dinheiro, não tem escolha. No caso deste livro, o marido (Shep) é obrigado a se desfazer das poupanças que fez durante toda a sua vida para pagar o tratamento de sua esposa (Glynis). A doença de Glynis anuncia o fim de um sonho acalentado por Shep a vida inteira. A famosa "After Life", uma vida de sonho em uma ilha na África, uma volta à natureza e à simplicidade que não mais existe nas grandes cidades (o casal mora em New York). Depois de muitas viagens, Shep finalmente encontra o lugar ideal: Pemba, uma ilha no arquipélago de Zanzibar, no Oceano Índico. E sim, a tal ilha existe mesmo porque fiquei curiosa durante a leitura e fui pesquisar! Maravilhosa, diga-se de passagem (também quero ir pra lá).

Mas voltando ao livro, o mais interessante é o que a autora faz com seus personagens...Em nenhum momento o leitor consegue simpatizar com a doente...ela é simplesmente uma mulher chata e insuportável que só piora de humor com a doença (também não é pra menos). Então, em vez de uma vítima prostrada que com o passar do tempo vai fazendo as pazes com seu passado e sua vida em preparação para uma morte inevitável (o tal "processo" que todos nós um dia passaremos), Glynis fica cada dia mais revoltada. E perfeccionista como sempre foi, decide entrar nesta batalha para vencer...Após várias sessões de quimioterapia, ela continua firme (embora o corpo esteja cada vez mais fraco) e se recusa a saber dos resultados de exames. Ao mesmo tempo, ela se recusa a ver o "lado bom da doença" (se é que ele existe). Assusta as visitas já constrangidas quando perguntam se ela encontrou a razão da vida ou algo assim.

Enfim, Glynis é perspicaz, sarcástica e totalmente inconformada com o seu destino. Ela não tem a menor intenção de reatar vínculos nem perdoar inimizades. E chega até mesmo a vibrar quando algo ruim acontece com os outros. Um terremoto ou outro desastre natural na tv a deixa feliz, porque assim ela sabe que não está sofrendo sozinha!!! Lionel Shriver desmorona o mito do paciente "bonzinho" que aos poucos faz as pazes com a doença e com a vida, em preparação para a morte. E isso gera diálogos engraçados e cheios de sarcasmo!

Para enfatizar ainda mais a "maldade" de Glynis, Shep é o marido perfeito, pronto para fazer tudo que for necessário para salvar a sua esposa de 26 anos. Mesmo que isso significa abandonar um sonho da vida inteira...Não conto mais pra não estragar, mas aviso que o final é totalmente...inesperado!


We  Need to Talk About Kevin, o filme

terça-feira, outubro 25, 2011

100 fatos sobre mim - 61 a 70



61- Sou formada em Letras mas sempre tive (e continuo tendo) muito interesse na área de Ciências Humanas.  Se não tivesse feito Letras, provavelmente teria feito Sociologia, Psicologia ou mesmo Antropologia.

62 - Sempre tive uma fascinação pelo ser humano no sentido de querer entender as pessoas à minha volta e a mim mesma (o que explica o item anterior). Acima de tudo, ir além das aparências e buscar a profundidade dos motivos e emoções escondidos atrás de determinados comportamentos.

63 - Odeio gente ignorante e preconceituosa...Não tenho paciência mesmo!

64 - Também evito gente superficial e que só liga para as aparências (eu não sei fazer cara de paisagem então também costumo afastar essas companhias). Pra mim o que importa é o conteúdo. Quem você é (e não quem você finge ser).

65 - A injustiça me faz muito mal. Meu coração fica apertado quando vejo gente ou bichos sofrendo.

66 - No mundo de hoje, eu acho fundamental que a gente tente ao menos estar informado. Informação há por toda parte (a começar obviamente pela internet). E se for pra dar sua opinião sobre uma coisa, pelo menos saiba do que está falando...porque tem gente que fala sem o menor conhecimento de causa!

67 - Como todo ser vivo, eu estou em fase de construção e busco o autoconhecimento para tentar mudar o que for possível ser mudado. Tenho medo de gente que diz que nunca muda, acho que é necessário um certo grau de flexibilidade nesta vida.

68 - Um dos meus lemas é Viva e Deixe Viver. Eu cuido da minha vida, você cuida da sua e todo mundo fica feliz. Isso significa, entre outras coisas, que evito dar conselhos (conselho se fosse bom se vendia). A menos que a pessoa em questão o peça! Também odeio gente que "em nome da amizade" fica dando conselho o tempo todo e querendo resolver nossos problemas pra gente.

69 - Eu tenho uma mente aberta e isso já me colocou em situações constrangedoras porque não sei lidar com gente preconceituosa. Eu acho que cada um deve ter o direito de viver como bem entende, desde que respeite o direito do próximo.

70 - Uma coisa que eu não posso viver sem é a LIBERDADE. Liberdade de ir e vir. Liberdade de escolher nossas companhias. Liberdade de expressão. Liberdade de ser quem você é.  Liberdade de sentir o que você está sentindo sem repressão.

Pequenos achados (feirinha de livros)

Sábado foi um dia de sorte pra mim...fui ali no shopping center perto da minha casa e me deparei com alguns standes de uma feira de livros que estava arrecadando dinheiro para um projeto na África. Como sempre, não resisti e fui bisbilhotar os livros. E achei algumas pérolas que se estivesse procurando, não teria encontrado.

Dois títulos de Machado de Assis traduzido para o holandês (edição de capa dura, provavelmente há tempos esgotada por aqui). Um euro cada livro! Como se isso já não fosse sorte o suficiente, ainda achei uma edição bilíngue (port-hol) do  Fernando Pessoa. Também por 1 euro e traduzido por um tradutor renomado - que eu até tive a chance de conhecer em uma conferência de tradutores de literatura brasileira na PUC-RJ séculos atrás! Um tradutor apaixonado pelo Brasil e pela língua portuguesa, e simplesmente o melhor tradutor de literatura brasileira na Holanda. Foi ele que apresentou aos holandeses grandes nomes da literatura brasileira como Machado de Assis (o Dom Casmurro da foto é trabalho dele), Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e Drummond. Infelizmente, ele faleceu em 2007.





Depois de arrecadar essas pérolas, ainda esbarrei com uma edição de bolso da Penguin Classics do livro Good Wives, de Louisa May Alcott. Uma autora que comentei recentemente aqui no blog. Concidências não existem!

Preciso dizer que a tal feirinha fez o meu dia?

quinta-feira, outubro 20, 2011

À moda antiga

Hoje me deu uma vontade enorme de escrever como nos velhos tempos, como eu costumava escrever nos primeiros tempos deste blog. É que ando sentindo falta de mim mesma.

Pra quem não sabe, meu blog já fez 5 anos e nos primeiros tempos, eu escrevia o que tinha vontade de escrever. Sem me preocupar se alguém iria ler ou não. Sem me preocupar sobre o que as pessoas iriam pensar. Mas os tempos mudam, o número de visitas aumenta, a gente fica menos ingênuo e um belo dia se dá conta que escreve mais posts mentais do que publica (e eu sou campeã de posts mentais, acreditem). A gente começa a se policiar, a se reprimir. E sabem de uma coisa? Eu odeio isso! Eu queria sinceramente poder voltar aos tempos em que eu não estava nem aí. Porque minha cabeça continua cheia de idéias e acima de tudo, questionamentos.

Agora não se iludam. No fundo, eu não estou nem aí pro que os outros pensam. Mas ao mesmo tempo, eu entendo hoje melhor do que ontem que a internet é um ESPAÇO PÚBLICO. E isso é bom e ruim. Bom porque ela nos dá mil oportunidades de conhecer muita gente, em vários níveis (e felizmente não apenas no nível superficial do Facebook com o qual ainda tento me acostumar mas no qual acho que nunca me "encaixarei", eu me sinto mais em casa na blogosfera ). Ruim porque as pessoas estão se poupando e se escondendo cada vez mais. Até mesmo nos blogs ditos "pessoais", como o meu sempre foi. E eu, de certa forma, acabei entrando neste movimento. Mas tem dia que dá vontade de mandar todo mundo se danar e botar a boca no trombone...

Eu acho que o que faz o sucesso de um blog pessoal é justamente esta capacidade que a pessoa tem de se comunicar e se expor sem medos (dentro dos limites, claro). É esta espontaneidade cada vez mais rara (e a dose necessário de ingenuidade) que diferencia um blog de tantos outros. Porque a maioria dos blogueiros diz muito mas não conta nada! Eles mais escondem do que expõe. Enfim, é uma escolha.

Então quando digo que sinto falta de mim mesma, na verdade o que eu quero dizer é que não quero mudar (e que se danem os outros). No fundo sei muito bom que o que me faz especial é justamente esta capacidade de me expressar sem medo, de ter meu próprio referencial apesar de tudo e de todos. Esta necessidade (ou teimosia) de ir a fundo quando todo mundo à sua volta se contenta em "voar raso". Quando todo mundo evita a todo custo pensar em qualquer coisa, como vejo no Facebook quase que diariamente.

Sinceramente? Eu tenho a (forte) impressão de que as pessoas estão cada vez com mais preguiça de pensar, de dar sua opinião. Não é nem mais uma questão de se expor ou não. Em alguns casos, é mera preguiça mental mesmo. E nessas horas, nada como o  botão I like pra resolver o problema e encerrar a discussão que nem sequer foi iniciada.

Tá bom que as pessoas tem mais o que fazer e que a vida lá fora é muito mais (e melhor) do que nossas vidinhas virtuais. Mas o nível de superficialidade tem me incomodado. Não apenas no Facebook como na própria blogosfera. Porque eu queria conhecer pessoas autênticas, pessoas pessoas! Pessoas corajosas e capazes de auto-expressão e de auto-reflexão (com ou sem hífen). Pessoas que não necessariamente se escondem atrás da opinião ou das palavras dos outros.

Gente, será que é pedir demais?

terça-feira, outubro 18, 2011

100 fatos sobre mim - 51 a 60



51- Nunca fui fã de super heróis, nem costumo assistir filmes. A grande exceção é X-men cujos filmes adorei, principalmente os três primeiros! Talvez por eles serem uma minoria discriminada de mutantes...eu tenho uma queda por minorias (e sempre me senti um pouco "mutante").

52 - Prefiro cinemas vazios a sessões cheias de adolescentes (ou pior ainda, crianças aos berros). Quando vou a filmes infantis com meu filho, sempre que possível assistimos a versão original em inglês (como os filmes da Pixar, Harry Potter, mas também Coraline, Fantastic Mr. Fox e muitos outros). Assim escapamos da barulhada das crianças que vão assistir os filmes dublados (em holandês).  E ele ainda sai da sala de cinema todo orgulhoso de ver os filmes com os adultos "nerds", rsrsrs.

53 - Odeio esta moda de filmes em 3D...muitas vezes saio com dor-de-cabeça do cinema! Com raras exceções (How to Tame A Dragon), acho totalmente desnecessário.

54 - Sou apaixonada pelos filmes da Pixar, vi TODOS com meu filho. Meus favoritos são Toy Story e Monsters & Co. Já Cars foi um dos que menos gostei...

55 - Adoro filmes de arte desde que me conheço por gente. Fui com minha mãe aos 13 anos assistir Bergman (Sonata de Outono, nunca mais me esqueço) e desde então peguei gosto. Diga-se de passagem, Bergman é um dos meus diretores favoritos.

56 - Odeio quando as pessoas ficam conversando durante o filme (antes ou depois do filme ainda vai, até eu mesma converso). Felizmente aqui na Holanda é coisa raríssima...quando acontece, as pessoas reclamam e o problema é logo resolvido!

57- Eu sou (meio) chata pra filmes e costumo implicar com blockbusters...Prefiro filmes alternativos que me façam pensar e filmes clássicos.  Se você me chamar para ver comédias idiotas tipo American Pie provavelmente nunca mais irei falar com você, rsrsrs.

58 - Eu tenho  hábito constrangedor de chorar no cinema, até mesmo em filmes infantis. Sou manteiga derretida!

59 - Eu não tenho o menor problema de ir sozinha ao cinema, mas acho mais gostoso ir com uma amiga ou namorado.

60 - Cinema é uma das grandes paixões da minha vida. Meus diretores favoritos são, entre outros: Woody Allen, Almodovar, Gilhermo del Toro, Michel Gondry, Wong Kar-wai, Sofia Coppola, etc etc etc.

segunda-feira, outubro 17, 2011

Caminhada em Amsterdã no Outono

Villa Zeezicht, vista da mesa à janela

Outono é mês meio complicado...a gente nunca sabe quando seremos agraciados com belos dias de sol. Semana passada choveu a semana inteira e esta semana o sol resolveu dar o ar da sua graça - certamente no fim-de-semana - e a cidade está com um clima de outono irresistível. Dias ensolarados, árvores com folhas cada dia mais avermelhadas e marrons, muita gente buscando os cafés enquanto ainda não está muito frio pra saborear um café em uma mesa do lado de fora.

Aproveitei o fim-de-semana para passear bastante pela cidade com o namorido (em vez de ficar em casa assistindo filmes como gostamos de fazer). Sábado fizemos uma caminhada pelo centro e pelo meu bairro antigo (Oud-West, onde fica o mais famoso parque da cidade: o Vondelpark). Começamos o passeio no Villa Zeezicht , um dos meus cafés favoritos e que conheço desde que me mudei pra cá há 17 anos! O lugar tem uma ótima localização (esquina com Singel, veja foto acima) e é muito frequentado por estudantes e locais durante a semana e turistas nos finais de semana.



Dali seguimos rumo a Oud West, um dos bairros mais badalados da cidade depois do Jordaan. Westermarkt (onde fica a famosa casa de Anne Frank), Rozengracht onde parei pra visitar duas lojas favoritas (anotem a dica): Kitsch Kitchen e De Kinderboekwinkel. Seguimos andando até a Bilderdijkstraat e a Kinkerstraat, onde visitei mais uma favorita, a livraria Hoogstins. No final da rua (a rua é bem comprida viu?) ainda aproveitei para comprar farofa na loja de produtos brasileiros Finalmente Brasil (. Quem mora aqui provavelmente conhece, mas fica a dica para quem está de passagem ou mora em outra cidade aqui da Holanda. Além da farinha de mandioca, não resisti e comprei um pacote de biscoitos BIS !!! Só não comprei mistura pra bolo de fubá e de mandioca porque trouxe do Brasil recentemente. Sim, eu sou gulosa.

Museumplein com Rijksmuseum ao fundo

No final da Kinkerstraat dobramos na Jan van heijdenstraat  (com várias lojinhas interessantes, mais uma dica), andamos a rua até a Overtoom, Nassaukade e dali até o Leidseplein. No Leidseplein, demos uma passada na LAST MINUTE TICKET OFFICE (grande dica para quem quer ingressos pela metade do preço para eventos no mesmo dia ou dia seguinte). E conseguimos ingressos para domingo de manhã na maior e mais renovada sala de concertos da cidade (Het Concertgebouw). Uma apresentação de música barroca que incluia ainda uma peça de um compositor brasileiro anônimo, como parte do Brasil Festival que rola na cidade este mês!

Dois cafés vizinhos no Keizersgracht: Walem e Morlang

Depois continuamos pela Leidsestraat (rua comercial), dobramos a esquina no canal Keizersgracht e fomos tomar um vinho no café Walem, que conheço desde que moro aqui mas já não visitava há anos! Tomei um gostoso vinho branco e acabei decidindo comer uma Cesar Salade (tem melhor acompanhamento pra saladas do que um bom vinho branco?).

No domingo saímos nove e meia da manhã para tomar café num dos cafés mais escondidos de Amsterdã mas também muito agradável, o Grand Café, ali mesmo dentro da Centraal Station (no segundo andar). Um café com uma bela decoração do século passado e um cardápio que inclui as deliciosas panquecas holandesas. Depois do café, tomamos um tram para o Concertgebouw, onde encontramos meu filho e o pai dele, que também estavam indo ao concerto! Depois do concerto, com o sol brilhando lá fora seguimos pelo Museumplein novamente em direção ao Leidseplein, e sentamos os quatro numa mesa no terraço de um dos pubs irlandeses mais populares daqui, logo ao lado do Hard Rock Café (Max Euweplein, para quem está de passeio pela cidade). Sim, você leu bem: os quatro: eu, namorado, ex-marido e filho. Parece inacreditável mas é possível...nós conseguimos!

Dali ainda fomos passear um pouco mas a cidade estava abarrotada de gente pelas ruas então acabamos nos escondendo num outro café tranquilo, ali mesmo no burburinho da Praça Dam. O café do hotel Krasnapolsky, onde é possível tomar um café acompanhado de tortas ou de um croque mosieur Deluxe (como eu escolhi). Com direito à vista para a Dam, sem a multidão te empurrando!

 E assim passou-se um fim-de-semana bastante agitado, mas no bom sentido.


Kitsch Kitchen, uma explosão de cores!

sexta-feira, outubro 14, 2011

Top 10: Filmes Infantis





















Menção Honrosa (Hors concours)








PS. Precisa dizer mais alguma coisa?!!
Tecnologia do Blogger.

Meu blog em 2012

Pegando carona na animação da Priscila do blog Devaneios e Metaformoses, decidi escolher alguns desafios e memes para o ano que vem. Eu tenho um problema sério de disciplina então vai ser um exercício...Escolhi dois projetos, outros certamente surgirão ao longo do ano. Fiquem ligados!


Regra: Citar 5 respostas a cada uma das 52 perguntas, respondendo a uma pergunta por semana, em forma de "Top 5".

Semana 1: Coisas que me fazem ficar feliz:
Semana 2: Eu nunca...
Semana 3: Coisas pra se fazer no calor:
Semana 4: Minhas citações preferidas são: (trechos de livros, de músicas, frases de autores, etc)
Semana 5: Fazem parte da minha wishlist:
Semana 6: Os super poderes que eu gostaria de ter se fosse um super heroi seriam:
Semana 7: Eu sempre...
Semana 8: Os melhores filmes infantis que já assisti foram:
Semana 9: Pessoas que eu gostaria de conhecer / ter conhecido:
Semana 10: Minhas comidas preferidas são:
Semana 11: Meus brinquedos preferidos na infância eram:
Semana 12: Coisas pra se fazer no frio:
Semana 13: Fico sem graça quando...
Semana 14: Meus sites preferidos na internet:
Semana 15: O que há de pior no mundo virtual?
Semana 16: Isso, pra mim, não é diversão:
Semana 17: Personagens cuja vida eu gostaria de viver por um dia: (filmes, livros, seriados, etc)
Semana 18: Sinto saudades...
Semana 19: Meus seriados preferidos:
Semana 20: Fico de mau humor quando...
Semana 21: Meus piores defeitos:
Semana 22: Na minha geladeira, tem que ter:
Semana 23: Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo:
Semana 24: Casais preferidos (filmes, seriados, livros, etc)
Semana 25: Tenho aflição de...
Semana 26: Se eu pudesse trocar de profissão, eu seria...
Semana 27: Coisas legais pra se fazer nas férias:
Semana 28: Minhas maiores "neuras" e manias são:
Semana 29: Filmes que me falam ao coração:
Semana 30: Fico impaciente com pessoas que...
Semana 31: Quando não tenho nada pra fazer, gosto de...
Semana 32: Ainda quero aprender:
Semana 33: Tenho medo de...
Semana 34: Livros que eu acho que todo mundo deveria ler:
Semana 35: Minhas piores compras foram:
Semana 36: Morro de preguiça de...
Semana 37: O que, de melhor, o mundo virtual te trouxe/traz?
Semana 38: Desculpe, mas eu acho brega:
Semana 39: Minhas melhores qualidades:
Semana 40: Meus "cheiros" preferidos são:
Semana 41: As coisas mais difíceis num relacionamento amoroso são:
Semana 42: Quer acertar no meu presente? Então me dê...
Semana 43: Músicas que eu não canso de ouvir:
Semana 44: Meus vilões preferidos são:
Semana 45: Lembra a minha adolescência:
Semana 46: Parece que todo mundo sabe, menos eu:
Semana 47: Quando estou apaixonado(a), eu...
Semana 48: Nunca tive coragem de...
Semana 49: Lugares no mundo que eu gostaria de conhecer:
Semana 50: Pessoas que eu admiro:
Semana 51: Coisas que me marcaram neste ano que está acabando:
Semana 52: No ano que vem eu quero:


O outro projeto é sobre cinema, minha grande paixão junto com os livros. Eu decidi adaptar o desafio 1 mês 30 filmes porque achei muito corrido e não tenho nem tempo, nem disciplina para isso! Vou  postar quando tiver vontade ao longo do ano...O nome do meu projeto será Os Filmes da Minha Vida. Optei por fazer o meu próprio desafio, então quem quiser me acompanhar nesta viagem ao mundo do cinema, fique de olho! Quem quiser entrar no desafio, fique à vontade. Agora vamos à minha lista:

 1. Filme favorito na categoria: drama
 2. Filme favorito na categoria: romance
 3. Filme favorito na categoria: horror (psicológico)
 4. Filme favorito na categoria: animação
 5. Filme favorito na categoria: anime
 6. Filme favorito na categoria: documentário
 7  Filme favorito na categoria: cinema europeu
 8  Filme favorito na categoria: cinema brasileiro
 9. Filme favorito na categoria: cinema asiático
10. Filme favorito na categoria: cinema africano
11. Diretor americano favorito
12. Diretor europeu favorito
13. Diretora americana favorita
14. Diretora européia favorita
15. Diretor brasileiro favorito
16. Diretora brasileira favorita
17. 3 atrizes favoritas (uma só não basta)
18. 3 atores favoritos (um só não basta)
19. Filme favorito baseado em fatos reais
20. Filme favorito baseado em livro
21. Filme favorito baseado em série (trilogias, etc)
22. Filme ideal para o fim-de-semana ou feriado
23. Filme para quando se está feliz
24. Filme para quando se está com dor de cotovelo
25. Filme para quando não se sabe o que fazer da vida
26. Filme que faz lembrar alguém
27. Filme com algum lugar que sonha visitar um dia
28. Filme com algum lugar que já visitou
29. Filme que mais me fez chorar
30. Filme que mais me fez rir (até as lágrimas)

História de amor não convencional, só para mentes abertas





Para os distraídos ou desavisados, já digo que sempre tive uma mente aberta e portanto, nunca me choquei com relacionamentos homosexuais. Tenho ótimos amigos gays e também me relaciono sem problema com lésbicas (conheci algumas muito legais). Eu acho que cada um tem o direito de viver como bem entende. Liberdade e respeito são as palavras-chave. Sempre.

E por isso decidi escrever sobre este pequeno grande filme chamado The Kids Are All Right (2010) que assisti em pleno dia de natal - mais inconvencional, impossível. Mas não se iludam, o filme é antes de mais nada uma história de amor. Nesse caso, uma história de amor entre duas mulheres - sim, um casal de lésbicas - que formam com seus dois filhos (uma jovem de 18 anos e um rapaz de 15 anos) uma família pra lá de moderna. Sim, porque quando se pensa em famílias tradicionais, pensa-se em pai, mãe e filhos, certo?

Pois aqui a coisa é diferente e nem por isso menos família! Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) são um típico casal de lésbicas que resolve ter filhos e por isso recorrem a um banco de esperma. Tudo corre muito bem e sem problemas até que a filha mais velha completa 18 anos e o irmão pede a ela que entre em contato com o tal banco pra saber quem é o pai biológico (por lei, essa informação só pode ser fornecida quando a criança em questão completa 18 anos). A moça acaba cedendo ao irmão e eles entram em contato com o pai biológico.

Aí começa a novela porque não apenas o cara conquista a amizade dos dois como começa a se envolver com Jules, que passa por um período emocional conturbado na relação com Nic. Enfim, receita para desastre...mas no final, o amor vence e tudo acaba bem!

Pra completar, temos mais uma boa atuação de uma das minhas atrizes favoritas, Julianne Moore (Magnolia, Far from Heaven, The Hours, A Single Man, Crazy Stupid Love, entre muitos outros). O ator Mark Ruffalo também está ótimo no papel de pai biológico. Ele é um cara super centrado em si mesmo, o típico hedonista que só pensa no seu próprio prazer e só quer aproveitar a vida (até aí tudo bem). Só que dessa vez ele se dá mal...e acaba se tornando o "intruso" na estória. Não conto mais pra não estragar!

Enfim, fica a dica pra quem curte filmes originais com estórias de amor diferentes! O filme é ótimo e dirigido magistralmente por Lisa Cholodenko. Se você tem mente aberta, confira. Diversão garantida.


Uma família nada tradicional

100 fatos sobre mim - 91 a 100




Este último post da série é dedicado aos meus companheiros de brincadeira Priscila, Mateus e Maria Valéria. Vocês pensaram que eu tinha esquecido, né? Não esqueci não, tava era sem idéia pra terminar este "desafio"...De qualquer forma, adorei brincar com vocês, rsrsrrs.


91 - Sou muito emotiva e choro com facilidade (o que em algumas situações é péssimo).

92 - Sou ansiosa pra cacete...tem dia que nem eu me aguento!

93 - Penso e falo muito rápido (a famosa metralhadora). Dizem as más línguas que tenho ADHD...a estes eu respondo: era só o que me faltava!

94 - Minha grande paixão são os livros, desde que aprendi a ler nunca mais parei.

95 - Costumo ser sincera em 90% dos casos, nos outros 10% fico calada pra evitar aborrecimentos e poupar a mim mesma.

96 - Sou extrovertida, falante e sociável...mas já fui tímida quando criança!

97 - Como se não bastasse a ansiedade, sofro de depressão. Não, não tem a menor graça.

98 - Em compensação, por causa desta "maldita" do item anterior, sou uma pessoa muito vivida pra minha idade e mais forte do que eu mesma poderia um dia imaginar.  A verdade é que o ser humano aprende muito mais com o sofrimento...

99 - Também por causa da tal depressão, evito cada vez mais situações e pessoas que me estressam e nada acrescentam à minha qualidade de vida. LESS IS MORE.

100 - Pra mim, o mais importante na vida são duas coisas: autoconhecimento e paz de espírito (desconfio que ambos são inseparáveis). Essas duas coisas valem mais do que todo ouro do mundo...e por isso vou continuar buscando-as em 2012!

Ganhei no sorteio!

Quem diria, o ano novo ainda nem chegou e eu já tive a sorte de ganhar no sorteio de aniversário do blog da Milena, uma brasileira que mora em Paris! Diga-se de passagem, o blog dela é altamente recomendado para quem quer saber mais sobre Paris (não percam a dica da melhor boulangerie da capital francesa aqui). Também tem relatos (com fotos) de viagens por outras cidades francesas. E também outras andanças pela Europa, como viagens recentes a Genebra e Copenhagem (que ainda estão na minha lista de lugares a conhecer).. Quem quiser conferir, tá tudo aqui.

Depois da divulgação básica*, quero agradecer a Milena por surpresa tão cheirosa...Com o kit de produtos L'Occitane, minha pele vai ficar mais macia do que nunca em 2012! Vejam só o belo pacote de produtos que ganhei no sorteio (e morram de inveja):







* Blogueira que se preze também divulga links dos blogueiros que gosta! E assim as pessoas vão se achando e nosso mundinho de blogs vai crescendo a cada dia...

Correria de fim-de-ano...





Meu Deus, que semana mais corrida! Pra lá e pra cá a semana inteira, agora finalmente em casa. Liam foi pra casa do pai e eu resolvi botar as pernas pro ar e relaxar. Aproveitando a época de festas, cá estou eu com uma taça de vinho tinto, queijo de cabra e linguicas fuet (linguiças secas francesas muito populares por aqui). E aproveito a folga pra vir correndo conversar com vocês.

É que comigo vai tudo muito bem, obrigada (as coisas poderiam estar piores). Acho que o novo trabalho tem influenciado meu humor positivamente. Inverno pra mim sempre foi uma época perigosa, ainda mais se eu ficar em casa como no ano passado. Dias curtos e pouca luz. Pra completar, tem chovido muito este mês (e nada de neve)! Então é importante manter-se ocupado, quem mora aqui por essas bandas sabe muito bem disso. Questão de saúde pública. Não, não estou brincando!

Mas olha - levando em consideração os dias cinzentos, a crise do euro e a grana curta - estou melhor do que costumo estar neste mês de dezembro. Acabei de voltar de uma consulta com o psiquiatra e pela primeira vez na vida pedi pra ele baixar a dosagem dos antidepressivos! Tudo bem que ele discordou (e tem seus motivos) mas eu pedi assim mesmo, na maior cara de pau. É que mudei de remédio em março (adeus Prozac, amigo de longa data) e ainda estamos "ajustando" a dosagem. De qualquer forma, vou poupá-los dessa longa estória.

Só sei que mais um ano passou voando e lá vem natal de novo. E ano novo também, o momento ideal para fazermos novos planos, largar o que não está dando certo e mudar de rumo, conforme for necessário. Momento de parar pra respirar fundo e redefinir prioridades. De avaliar nossas relações (inclusive com nós mesmos, talvez a relação mais importante de todas).

Mas este ano eu não vou cair na tentação de fazer uma lista de resoluções de ano novo. É que depois de uma certa idade, a gente aprende que essas listas não servem pra muita coisa mesmo! Mas isso não quer dizer que eu não tenha alguns planos para o ano que vem (tenho poucos mas tenho, Less is More). Só que decidi fazer diferente: mais ação e menos palavras...Porque no final das contas, isso é o que realmente importa. O resto é conversa fiada (mesmo).

E aproveito para desejar a todos queridos amigos e leitores um feliz natal e um ano novo repleto de realizações pessoais. Porque sempre é bom (poder) começar de novo.

Estabilidade.





Taí uma coisa que nunca tive nesta vida. Estabilidade. Nem aqui na Holanda, nem no Brasil. Em 17 anos de Holanda, posso afimar que nunca tive estabilidade emocional nem financeira. E sim, claro que a vida de imigrante é difícil mas é aquela velha estória: para uns é mais difícil do que para outros. Eu conheço gente que mora há menos tempo aqui, que nem fala holandês direito e tem emprego fixo e passaporte holandês. Gente que vem pra cá casada, acerta a papelada, compra casa, arruma emprego e segue em frente. E sim, também conheço gente ilegal que está batalhando a vida até hoje e que não teve essa sorte. Pra mim nada foi simples, nem era no Brasil...(sabe aquela estória que a gente leva os problemas com a gente? Pois é, levei os de lá e arrumei novos aqui).

E antes que você mude de página. Não, este post não é pra reclamar. Não é pra me fazer de vítima nem pedir piedade. É apenas uma constatação minha, depois de uma longa e produtiva conversa que tive hoje com uma colega holandesa que como eu, também sempre teve de lutar pelas coisas. É que para algumas pessoas, a vida é uma eterna batalha. Termina uma batalha, começa outra. Pra mim nada me foi dado -  a não ser um coração enorme e uma inteligência acima da média (pra que mentir se ouvi e ainda ouço isso a vida inteira?).

E por falar em inteligência, é óbvio que inteligência não é tudo na vida (se fosse, eu "estaria feita" e não precisaria escrever este post). A começar porque existem vários tipos de inteligência...Em retrospectiva, o que me faltou em alguns momentos estratégicos foi inteligência emocional. Bom senso. Ou talvez seria melhor dizer estabilidade emocional pra fazer as escolhas certas. Eu nunca escondi de ninguém que tive não apenas uma mas duas depressões horríveis aqui na Holanda. Sobrevivi as duas com muita dificuldade e até hoje lido com as consequências disso. Muitos se afastaram, eu me afastei de outros. Porque a verdade é que ninguém sabe lidar com uma pessoa deprimida (felizmente existem os psicólogos e psiquiatras). Sofri com a doença e sofro até hoje com a ignorância dos outros. E tem dias que eu solto mesmo o verbo porque não vou mais sofrer calada. Sim, decidi fazer isso por mim mesma porque cansei de querer agradar os outros.

Eu acho que esta foi uma das principais "causas" dos meus problemas aqui. Um dos principais fatores que afetaram a minha vida na Holanda. E também não sou ingênua ao ponto de achar que tudo seria mais fácil no Brasil (a grama do vizinho sempre é mais verde). Aí sempre vem um e diz que não posso usar isso como desculpa por "não ter realizado nada" - mentira, também tive minhas realizações pessoais. Vem outro e diz que não devia ser tão "determinista". Que devia deixar pra lá e ser otimista. Mais uma vez, não é determinismo, é constatação. Constatação não apenas de 17 anos vivendo na Holanda como constatação de vida inteira. Eu não falo porque li aqui ou ali. Eu falo por experiência própria.

Quando as pessoas vem com este papo de que eu "devia ser mais positiva" eu até concordo em partes. O que não significa que eu possa mudar da noite pro dia e parar de sofrer agora. O que para alguns é um talento natural (predisposição genética) para ser feliz, para outros é um aprendizado de vida inteira. Achar que tudo depende da gente é uma visão muito restrita de mundo. Depende em partes. Depende dos nossos esforços, mas também depende de alguma sorte.

No final das contas, meu mundo é muito mais complexo...e também mais rico. Não existe só preto e branco, existem várias tonalidades...O que me torna uma pessoa complexa mas também rica em experiências. E isso ninguém pode tirar de mim!

Kevin, o (esperado) filme






Quarta-feira passada assisti o filme We Need to Talk about Kevin, baseado no bestseller da autora americana Lionel Schriver. Quem lê este blog sabe que sou fã dela, tendo comentado ainda em 2008 sobre o livro We Need toTalk About Kevin muito antes dele virar filme (leia aqui). Entre outras coisas, o livro traz à discussão um dos velhos debates sobre nurture x nature em uma estória instigante. É impossível não compartilharmos o sofrimento da mãe de Kevin ao conhecermos sua estória desde a decepção inicial logo ao tomar o bebê nos braços, até a depressão pós-parto e as dificuldades em criar laços afetivos com uma criança cada dia mais geniosa e que também não retribui seu afeto. Uma relação mãe-filho conturbada que nos faz questionar nossos próprios conceitos de amor materno e amor filial.

Voltando ao assunto do post, gostei muito do filme - como eu mesma esperava após ler recente entrevista com a escritora. Uma estória com alto teor dramático que poderia facilmente ter virado mais um melodrama holywoodiano como tantos outros mas que recebeu o tratamento adequado. Imagino o alívio da escritora após assistir o filme, que ela mesma considerou fiel à sua obra (na medida em que um filme pode ser fiel a um livro, claro). Eu desconfio que um dos fatores do sucesso na transcrição para o cinema tenha sido o fato dele ter sido dirigido por uma mulher, a inglesa Lynne Ramsay.

Um dos trunfos do filme é a precisão ao montar as imagens, nenhuma cena é demais. As palavras também são usadas com economia e, no final das contas, são as imagens que nos ajudarão a penetrar no pesadelo da mãe de Kevin. Outro aspecto essencial do filme é que em nenhum momento há qualquer tipo de julgamento por parte da diretora. Cabe ao expectador tirar suas próprias conclusões e "tomar lados" conforme achar necessário.

A atuação de Tilda Swinton é um dos destaques do filme. E a atuação do menino Kevin com seu olhar gélido e quase autista também é de arrepiar (no sentido literal da palavra, porque o nome desta criatura deveria ser Demian).  E de resto, o filme é um soco no estômago! Você dificilmente sairá do cinema a mesma pessoa que entrou...

Não vou contar mais sobre a estória porque já contei no outro post sobre o livro. E porque este é um daqueles filmes em que quanto menos informação você tiver, maior o impacto das imagens na tela. Assistam!


Nada é para sempre.


No dia que a gente aprende isso (e muitos nunca aprendem), a vida fica mais fácil. Porque só assim deixamos de ter a ilusão de que nada muda, tudo permanece...Mera ilusão. As pessoas mudam, as situações mudam, nossas necessidades mudam. O mundo muda o  tempo todo. Dias, noites, estações do ano. Sol, chuva, calor, frio. Tempestade, trovão, neve.

Quando a gente aprende que a mudança é inevitável, tudo fica mais fácil - e mesmo assim é difícil. Porque a verdade é que não adianta nos apegarmos a uma pessoa, idéia ou sentimento, porque eles mudam, a gente muda. Nada é para sempre.

E assim as relações começam, algumas se desfazem, outras amadurecem. Elas cumprem seu papel, a gente aprende (ou não) a lição. Tem gente que precisa cometer o mesmo erro ad infinitum (teimosia ou burrice?). E tem gente que se recusa a ir pelo mesmo caminho. Que reconhece os sinais de perigo na estrada. As curvas perigosas, aquele velho beco sem saída.

Tem relacionamento pra todo tipo de gente. Tem relacionamento em que os dois vivem em total simbiose, grudados o tempo todo...esses geralmente não duram porque o sacrifício de abrir mão de sua individualidade sai caro (e nem todos estão dispostos a pagar o preço). Desse tipo de relacionamento eu fujo instintivamente...não tenho culpa de ter nascido sagitariana dupla e prezar por meu espaço e minha liberdade.

Tem relacionamento em que um dos parceiros insiste em tentar mudar o outro...desnecessário dizer, isso nunca dá certo. Então se você está tentando mudar o seu parceiro, economize suas energias e em vez disso, tente mudar a maneira como você lida com o parceiro em questão. E se isso não for possível, pense duas vezes se não está sonhando com o parceiro ideal (irreal).

Tem relacionamento em que uma pessoa tem tanto medo de ficar sozinha que ela prefere manter a relação a todo custo. Ela briga, chora, se escabela mas "não larga o osso" (como dizia uma sábia amiga que não vejo há tempos). A relação se desgata mas ela continua insistindo que tem solução, que ainda é possível mudar o rumo. Muitos casamentos são assim porque a pessoa tem medo da solidão. Agora convenhamos: medo de ficar sozinho não é a melhor base para um relacionamento.

Relação ideal não existe. O que existe é amor. Vontade de ficar juntos. E vontade de dar certo. É preciso cultivar a relação, e para isso é preciso tempo e acima de tudo, energia. Quem não tem energia pra investir numa relação, melhor ficar sozinho. Porque "empurrar com a barriga" é uma forma de egoísmo. Não dá!

No final das contas - e com alguma sorte - a melhor companhia que você terá ao longo de toda a sua vida é você mesmo. E isso não é necessariamente ruim. Nascemos sozinhos. Morremos sozinhos. Fica dado o recado.

Uma homenagem a nós leitoras compulsivas






Namore uma garota que lê
Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.





Este texto anda circulando pelo Facebook e achei tão lindo (e tão a minha cara) que resolvi compartilhá-lo com vocês aqui no blog. Tradução e adaptação de Gabriela Ventura, o texto original (em inglês) está  aqui.

Unfriend(ly)





Nunca pensei que usaria o recurso Unfriend mas como estou em clima de final de ano (leia-se faxina geral), decidi remover uma pessoa da minha lista de amigos no Facebook. Sabe aquela pessoa que NUNCA dá um like, NUNCA comenta nos seus posts e pior ainda...você vai no blog da dita cuja e volta e meia comenta e ela NUNCA vai no seu blog comentar? Porque fiquem avisados: existe etiqueta entre blogueiros. Nem que seja pra ir no seu blog agradecer a visita e só.

A verdade é que, como comentei no próprio Facebook, não é nem uma questão de dar "like" ou não, nesse caso é total indiferença mesmo. Eu não conheço a dita cuja pessoalmente mas temos duas ou mais amigas em comum...na blogosfera. E eu caí na asneira de achar que talvez pudéssemos ser amigas. Sim, caí na armadilha de "somos brasileiras morando na Holanda"...que como eu mesma um dia escrevi aqui não necessariamente significa que seremos amigas! Não mesmo.

O pior de tudo é que fiquei com raiva de mim mesma por levar essa estória tão à sério (sou humana, dá licença?). Chega a ser ridículo na minha idade mas o meu problema é que não sei lidar com a indiferença. Você me ama ou me odeia, pode até falar mal de mim mas...indiferença é ruim demais! Sem falar que não existe amizade sem reciprocidade né?

A moral da estória é que vou ser ainda mais cautelosa ao adicionar amigos no Facebook (mea culpa, eu pedi pra adicioná-la). Porque cometer o mesmo erro duas vezes é burrice! E pra não falarem que estou ficando azeda, eu ainda acredito que exista muita gente legal neste planeta maluco em que vivemos. Ou ao menos, quero (preciso) acreditar. Então vamos em frente que atrás vem gente!

 E vocês, já passaram por algo semelhante?

(Meu) Desafio Literário 2011





Em alguns blogs que costumo visitar, está sempre rolando um desafio literário. Como eu não tenho disciplina suficiente pra cumprir um desafio destes, meu desafio literário este ano foi simples: ler ao menos 2 livros por mês! Mais simples impossível...e a melhor parte do desafio é que acabei de completá-lo, com um mês de antecedência! E isso apesar de ter ficado quase dois meses sem ler nada no verão (quando fui ao Brasil e logo que voltei).

Confesso que ando sem tempo e disposição pra comentar todos os livros que leio, então segue a lista dos livros lidos este ano pra quem gosta de dicas de leitura. Coloquei os links nos livros que comentei aqui no blog pra facilitar a pesquisa.

  1. Room, Emma Donoghue
  2. The secret diary of Adrian Mole
  3. The Book Thief, Markus Zusak
  4. The Boy in Striped Pyjamas, John Boyne
  5. Nocturnes, Kazuo Ishiguro
  6. Hardboiled and Hard Luck, Banana Yoshimoto
  7. The Little Stranger, Sarah Waters
  8. Her Fearful Symmetry, Audrey Niffenegger
  9. The Film Club, David Gilmour
10. The Imperfectionists, Tom Rachman
11. Solar, Ian McEwan
12. The Finkler Question, Howard Jacobson
13. Asleep, Banana Yoshimoto
14. The Slap, Christos Tsiolkas
15. The Immigrant, Manju Kapur
16. The Museum of Innocence, Orhan Pamuk
17. The Perks of Being a Wallflower, Stephen Chbosky
18. The Lost Summer of Louisa May Alcott
19. When God Was a Rabbit, Sarah Winman
20. The Particular Sadness of Lemon Cake, Aimee Bender
21. By Nightfall, Michael Cunningham
22. So Much for That, Lionel Shriver
23. The Paris Wife, Paula McLain
24. Cleo, Helen Brown
25. Sister, Rosamund Lupton

Alguns livros eu gostei muito mas não cheguei a comentar por aqui...Pensando bem, de todos os livros que li este ano, meus favoritos foram (não necessariamente em ordem de preferência): Room, So Much For That, The Book Thief, The Immigrant (adoro esta escritora indiana) e The Museum of Innocence (escritor turco já premiado com o Booker Prize).

The Paris Wife é uma ótima leitura, principalmente pra quem gosta de Hemingway. Não é o meu caso, como escritor ele é muito bom mas como pessoa não faz meu tipo...a começar pelo hábito de frequentar as famosas toradas na Espanha (sobre as quais escreveu nos seus livros, em especial no The Sun Also Rises, leitura obrigatória na Universidade de Letras). De qualquer forma, a estória é contada pela sua primeira mulher e isso torna o livro bem interessante. Ainda mais considerando-se o pano de fundo de Paris na década de 20. Vale conferir!

The Particular Sadness of Lemon Cake é aquele livro que comprei pela capa - ou melhor ainda, pelo título. Me apaixonei pelo título do livro e não resisti. Infelizmente, o conteúdo não correspendeu (ou correspondeu em partes) à capa. Uma pena porque a estória tinha um enorme potencial! E Cleo...eu terminei literalmente em prantos! Há tempos que não me emocionava tanto com um livro - e não, não estou grávida, rsrsrsrs. Cleo conta a estória de uma família na Nova Zelândia com um membro muito importante, a gata Cleo. O livro começa com uma daquelas tragédias de família, quando o filho mais velho (na época com 9 anos) morre atropelado. Lá pela metade do livro a leitura meio que perde o ritmo mas depois melhora e o final é comovente! Até quem não gosta de gato vai gostar deste livro! Quanto a mim, amo gatos eu já tive a minha Cleo. Foi a minha primeira gata, que acompanhou 10 anos da minha vida aqui em Amsterdã (casamento, gravidez, bebê e até mesmo separação).Chorei dias depois que ela morreu (quem um dia perdeu um bichinho de estimação sabe do que estou falando). E um ano depois, minha vizinha bateu na minha porta com uma gatinha idêntica, que tinha sido achada numa ninhada na rua aqui perto, mãe e filhotes abandonados...Ela sabia que eu adorava gatos e me deu de presente.

Pra finalizar o post, quem tiver dicas legais de livros pra dar, é só deixar aqui.

Little Golden Books!





Quem conhece os lindos livros infantis da série Little Golden Books? Eles são muito populares nos EUA e, felizmente para mim, tem muitos títulos traduzidos aqui na Holanda. Com belíssimas ilustrações vintage (alguns títulos são originais dos anos 50), os livros são irresistíveis para crianças e adultos. Quando Liam era pequeno, eu volta e meia comprava um livro da coleção. Ele cresceu e eu continuo comprando...adoro!

Pois numa das edições da revista Flow (holandesa), vieram alguns desenhos dos livros...Não resisti e decidi aproveitar pra fazer uns cartões. Com papel de bolinhas e alguns botões, admito que a série já é uma das minhas favoritas. Só falta abrir uma loja na Etsy pra vender minhas criações (quem acompanha meu outro blog, sabe que adoro fazer cartões).

Os papéis de bolinha (sou apaixonada por polka dots) são paper pads de uma das minhas fabricantes favoritas de scrapbooking: Echo Park Paper. Abaixo fotos detalhadas dos cartões:








PS. Quem gosta de scrapbooking, não pode deixar de visitar meu outro blog: Scraps da Beth Blue.

Cherry Blossoms




O filme não é recente, estava há tempos largado na prateleira no meio de tantos outros DVDs que compro em promoções, até quarta-feira, quando finalmente decidi assisti-lo. Mas depois de assistir este filme, não poderia deixar de comentar aqui no blog.

Cherry Blossoms (2008) é da alemã Doris Dörrie, a mesma diretora de Bagdad Café, que fez bastante sucesso no Brasil (pelo menos em alguns círculos). E da mesma forma que Bagdad Café (pra quem assistiu) é de uma beleza e de uma delicadeza quase insuportáveis...Um filme que comove em vários momentos, com poucos recursos e muita sutileza. Um filme que emociona o expectador mais pelas imagens do que pelas palavras propriamente ditas...enfim, uma pequena pérola para quem como eu gosta de filmes de arte menos badalados mas nem por isso menos importantes.

Ele conta a estória de um casal alemão (Rudi e Trudy) que mora na tradicional Bavária. Logo no início do filme, Trudy é informada por médicos que seu marido está muito doente e que tem poucos meses de vida. Em vez de informar o marido, ela decide guardar o segredo para si e tentar fazer com que ele aproveite ao máximo seus últimos dias. Assim, ela sugere que eles visitem os filhos já crescidos em Berlim. Logo ao chegarem, eles são recebidos às pressas e com pouca disposição pelos filhos (e netos que passam o tempo todo com seus games portáteis, um retrato típica da nova geração).  Os filhos que não veem a hora dos pais irem embora para continuarem vivendo suas vidas. É aí que Rudy e Trudy descobrem que não conhecem mais seus filhos, embora os tenham criado. Diga-se de passagem, uma típica família do norte da Europa (porque na Itália, Espanha e Portugal é mais como no Brasil), em que os filhos saem de casa e depois raramente mantêm contato com os pais. A regra é uma ou duas vezes por ano em datas comemorativas (aqui na Holanda também já vi isso muito).

Na volta para casa, eles decidem passar uns dias numa praia de veraneio, onde Trudy morre inesperadamente num quarto de hotel. Rudi, que sempre acreditou que ainda teriam um ao outro por muitos anos, entra em crise e sofre muito. Depois de muito refletir, ele decide fazer algo por sua mulher que não fez enquanto ela vivia. É que o maior sonho dela era conhecer o Japão - e mais especificamente, o famoso Monte Fujiama. Assim sendo, Rudi faz as malas e aproveita que um de seus filhos mora em Tóquio para realizar o sonho de sua mulher e assim aprender mais um pouco sobre ela através desta cultura enigmática que tanto a fascinava.


Rudi e uma jovem japonesa

A segunda metade do filme é toda filmada no Japão (daí o título do filme ser Cherry Blossoms, as belas flores de cerejeira que são símbolo deste país). Vemos muitas cenas da moderna Tóquio com pessoas apressadas pelas ruas, mas também parques repletos de cerejeiras em flor onde as pessoas se reunem para fazer piqueniques. Num desses parques, Rudi conhece uma jovem japonesa que será sua guia nesta jornada cheia de descobertas...uma viagem não apenas física mas acima de tudo, espiritual.

100 fatos sobre mim - 81 a 90




81 - Tenho pavor de insetos em geral e baratas em particular. Costumava ter pavor de ratos também, até meu filho decidir ter ratos, gerbils e camundongos como animais de estimação! Acabei gostando tanto dos gerbils (ratinhos simpáticos) que a fobia acabou...Mas ainda desconfio de rato, principalmente depois de ser mordida pelo rato branco do meu filho (fui parar no hospital pra tomar antitetância e anti-rabis).

82 - Se tem um bicho que tenho pavor - mas pavor mesmo - é cobra! Tempos atrás meu filho queria uma cobra como animal de estimação (sim, ele vai ser biólogo, hehehe). Eu recusei, ele bateu os pés, e acabamos fazendo um acordo. Assim foram adotados 3 lagartos (veja foto dos famosos aqui).

83 - Odeio andar de avião (morro de medo) e nunca consigo dormir durante o vôo...Num vôo internacional, durmo no máximo duas horas. Desnecessário dizer, sempre chego um zumbi no aeroporto de destino!!!

84 - Odeio multidão, cada dia mais fujo do agito e busco paz...Passear pelas lojas do centro no fim-de-semana pra mim é tortura...Vá mas não me chame!

85 - Não gosto de filmes de sci-fiction em geral, muito menos se for aqueles gosmentos tipo Alien, The Fly, The Thing, etc.

86 - Raramente lembro dos meus sonhos, mas sempre lembro (com detalhes mórbidos) dos meus pesadelos. Em 90% dos casos, eu estou correndo feito louca tentando pegar um avião, trem ou outro meio de transporte. E em 90% dos casos, eu perco a viagem! Os outros 10% estou andando por um beco escuro e tem alguém atrás de mim com uma arma...acordo segundos antes de ser disparado o gatilho...Ufa!

87 - Tenho medo de altura, por essas e outras, não tive coragem de subir na Sagrada Familia (Barcelona)...Não teve quem me convencesse a encarar aquela escadaria. Em prédios altos, não consigo chegar perto da janela (muito menos ir na varanda) sem sentir um frio na barriga...e prefiro não olhar pra baixo.

88 - Não tenho o menor medo de dormir sozinha em casa, mas já tive.

89 - Já fiz a famosa brincadeira do copo, o danado do copo não só mexeu como recebemos uma mensagem inteira. Meu conselho? Não tentem!

90 - Embora eu tenha medo de fantasmas, tenho medo mesmo é dos vivos! Esses sim fazem muita  ruindade...

Water for Elephants





Domingo assisti em casa ao filme Water for Elephants, baseado no livro homônimo da autora Sara Gruen. O filme fez muito sucesso de crítica mas na época não consegui assistir no cinema.

Não li o livro mas gostei muito do filme (mais do que esperava). E confesso que até chorei em algumas cenas...Um filme cheio de emoção, paixão e também maldade por parte de um dos protagonistas. Os personagens principais da estória são o jovem Jacob (Robert Pattinson, o famoso vampiro da série Twillight que, diga-se de passagem, não assisti), Marlena, a jovem e bela estrela do circo (Reese Witherspoon). E last but not least, August o malvado dono do circo (Christoph Waltz, que literalmente rouba a cena dos outros dois protagonistas com sua brilhante atuação).

Outro personagem essencial na estória é a elefante Rosie, que tem um papel importante no desfecho do filme (não vou contar pra não estragar, né?). Como se não bastasse, a simpática elefante também é responsável por algumas das cenas mais emocionantes do filme (se é que se pode esperar isso de um elefante, rsrsrs). Quem duvida, assista o filme e confira!




Water for Elephants conta a estória do jovem veterinário Jacob, que depois de uma grande (e inesperada) perda, decide largar os estudos e recomeçar a vida em outra cidade. Por obra do destino, ele acaba pegando carona no trem de uma companhia de circo. E a partir daí passa a acompanhar o circo em suas andanças. Ele acaba sendo contratado para cuidar dos animais do circo - que certamente serão muito gratos pelos seus cuidados, pois sofrem maus tratos do proprietário do circo e também vilão da estória, August. Pra complicar, Jacob se apaixona perdidamente pela esposa de August, a estrela do circo. E o desfecho é inevitável, deixando o público quase sem fôlego na expectativa dos próximos acontecimentos. O clima tenso domina boa parte do filme, até o confronto inevitável entre os dois protagonistas masculinos.

Destaque especial para o excelente cenário e costumes, que nos transportam ao cotidiano de uma companhia de circo nos anos 30, época da Grande Depressão americana, no período entre guerras. Em alguns aspectos, a fotografia me fez lembrar um dos meus filmes favoritos, Moulin Rouge.

Enfim, fica a dica pra quem curte uma bela estória de amor!

Leituras recentes





Isso mesmo, você não leu errado. When God was a Rabbit é o título original de um livro que li mês passado. O livro conta a estória de dois irmãos - Elly e Joe - e sua família e amigos próximos. Até aí tudo bem, se a estória não tivesse tantos personagens inusitados e interessantes. São eles que fazem deste livro uma leitura especial - e não necessariamente o tal coelho do título. Este eu deixo pra vocês descobrirem quando lerem (maldade, né?).

A primeira parte da estória se passa em Essex, Inglaterra nos anos 70 onde Elly mora com sua família, que mais tarde decide se mudar para Cornwall e abrir um bed & breakfast. Na segunda parte, Elly já é adulta e ainda vive cercada dos mesmos personagens, familiares e amigos.

Se Elly por si só já é uma personagem interessante, mais ainda são os "coadjuvantes". Suas trajetórias individuais contribuem, cada uma delas, para dar forma à estória. Assim temos Nancy (tia de Elly) uma atora de relativo sucesso com uma paixão escondida pela cunhada (a mãe de Elly). Nancy é lésbica e tem muitas estórias interessantes pra contar. Temos Joe, irmão de Elly, com quem ela tem um vínculo muito forte. Temos ainda Arthur, um senhor de idade que um dia se hospeda no bed & breakfast e nunca mais vai embora. Com o passar dos anos, ele se torna mais um membro da família. Last but not least, Jenny Penny, a amiga de infância de Elly, com quem ela perde contato quando a família se muda para Cornwall mas que reencontra anos mais tarde em uma situação inusitada (não vou contar pra não estragar a leitura).

O estilo de escrita é ótimo mas a narrativa em si é bastante inusitada. Enfim, não é um livro que eu diria que agrada a todos porque não há um plot definido, se é que vocês me entendem. Embora When God was a Rabbit tenha recebido ótimas críticas, aviso que é um daqueles livros que você adora ou odeia! Eu gostei muito e me diverti acompanhando as aventuras e desventuras deste grupo de pessoas excêntricas e ao mesmo tempo, tão humanas. Vive la difference!

100 fatos sobre mim - 71 a 80



71 - Sempre fui notívaga, isso só mudou depois que tive meu filho. Por razões óbvias que, pelo menos quem é mãe como eu, entende.

72 - Odeio temperaturas extremas: nem muito frio nem muito calor. Eu passo mal com temperaturas acima de 30 graus (40 graus eu quase desmaio, rsrsrs).  Por essas e outras, adorei ter estado no Rio em julho-agosto deste ano. Dias ensolarados e temperaturas "amenas" entre 25 e 28 graus. Per-fei-to!

73 - Adoro o mar. Cheiro do mar, banho de mar, areia. Caminhadas na praia me acalmam e equilibram. Sinto muita falta disso aqui em Amsterdã. Aqui não tem praia, tem canal né, gente?

74 - Adoro girassóis, e não apenas os de Van Gogh.

75 - Adoro assistir ao pôr-do-sol, principalmente se estiver numa praia.

76 - Também adoro o ar das montanhas e o cheiro de mato verde. Acho que quando ficar velha vou morar num "barraco" em Visconde de Mauá...e nem vou reclamar, rsrsrsrs.

77 - Aqui na Holanda, adoro fazer piqueniques na primavera ou no verão...um hábito local que adquiri. O holandês aproveita ao máximo os poucos dias de sol que tem durante o ano. Fenômeno que se estende a todos os outros países do norte Europeu. Quem mora no Brasil não faz a menor idéia...

78 - Adoro neve, aqui não neva muito mas inverno passado nevou uns dias e ficou tudo branco. Parques, ruas, telhados das casas. Uma grande festa para as crianças,  que fizeram bonecos de neve até no pátio das escolas!

79 - Em compensação, se tem uma coisa que me deixa melancólica são dias chuvosos e cinzentos...Eu preciso do sol pra ser feliz (novamente: quem mora no Brasil não faz a menor idéia). Felizmente, este outono quase não tem chovido, estamos curtindo sol e clima seco há 2 semanas (e o sol está brilhando agora mesmo lá fora).

80 - Odeio andar na chuva e se puder, fico em casa no meu cantinho! E dizer que os holandeses andam de bicicleta debaixo de chuva na maior tranquilidade, desde pequenos (dá pena de ver as crianças indo cedo pra escola). Um hábito que nunca irei adquirir.

Lionel Shriver 3x



Se tem uma autora que me conquistou nos últimos tempos é a americana Lionel Shriver. Acabei de ler o terceiro livro dela e continuo apreciando cada vez mais seu estilo. Ela é a autora do bestseller "We Need to Talk About Kevin", que comentei aqui. E também do livro "The Post-Birthday World", que comentei aqui. Diga-se de passagem, Kevin tornou-se um bestseller em vários países e virou até filme, a estrear em 2012 nos cinemas. Sorte é que dessa vez eles parecem ter acertado na transição do livro para a tela. A própria Lionel Shriver afirmou - aliviada - estar satisfeita com os resultados (leia entrevista no The Guardian aqui). A começar com a escolha da ótima Tilda Swinton no papel da protagonista e mãe do menino.

Pois acabei de devorar So Much for That, o mais recente livro da autora . E claro, vim correndo aqui recomendá-lo pra vocês! Quem nunca leu, leia. Uma leitura instigante e que faz pensar, escrita numa linguagem inteligente e ao mesmo tempo acessível.

O tema principal, cancêr nãe seria o que exatamente as pessoas poderiam ser de um tema agradável. E no entanto, a autora consegue, mais uma vez, escrever um livro extremamente inteligente e perspicaz aproveitando para especular sobre o sistema de saúde americano (o que em muitas partes, me fez lembrar o excelente Sicko, de Michael Moore). Quem anda por aí reclamando do SUS, precisa ler este livro!

É que nos EUA, os planos de saúde não cobrem tratamentos caros como aqueles para o câncer...e quem não tem dinheiro, não tem escolha. No caso deste livro, o marido (Shep) é obrigado a se desfazer das poupanças que fez durante toda a sua vida para pagar o tratamento de sua esposa (Glynis). A doença de Glynis anuncia o fim de um sonho acalentado por Shep a vida inteira. A famosa "After Life", uma vida de sonho em uma ilha na África, uma volta à natureza e à simplicidade que não mais existe nas grandes cidades (o casal mora em New York). Depois de muitas viagens, Shep finalmente encontra o lugar ideal: Pemba, uma ilha no arquipélago de Zanzibar, no Oceano Índico. E sim, a tal ilha existe mesmo porque fiquei curiosa durante a leitura e fui pesquisar! Maravilhosa, diga-se de passagem (também quero ir pra lá).

Mas voltando ao livro, o mais interessante é o que a autora faz com seus personagens...Em nenhum momento o leitor consegue simpatizar com a doente...ela é simplesmente uma mulher chata e insuportável que só piora de humor com a doença (também não é pra menos). Então, em vez de uma vítima prostrada que com o passar do tempo vai fazendo as pazes com seu passado e sua vida em preparação para uma morte inevitável (o tal "processo" que todos nós um dia passaremos), Glynis fica cada dia mais revoltada. E perfeccionista como sempre foi, decide entrar nesta batalha para vencer...Após várias sessões de quimioterapia, ela continua firme (embora o corpo esteja cada vez mais fraco) e se recusa a saber dos resultados de exames. Ao mesmo tempo, ela se recusa a ver o "lado bom da doença" (se é que ele existe). Assusta as visitas já constrangidas quando perguntam se ela encontrou a razão da vida ou algo assim.

Enfim, Glynis é perspicaz, sarcástica e totalmente inconformada com o seu destino. Ela não tem a menor intenção de reatar vínculos nem perdoar inimizades. E chega até mesmo a vibrar quando algo ruim acontece com os outros. Um terremoto ou outro desastre natural na tv a deixa feliz, porque assim ela sabe que não está sofrendo sozinha!!! Lionel Shriver desmorona o mito do paciente "bonzinho" que aos poucos faz as pazes com a doença e com a vida, em preparação para a morte. E isso gera diálogos engraçados e cheios de sarcasmo!

Para enfatizar ainda mais a "maldade" de Glynis, Shep é o marido perfeito, pronto para fazer tudo que for necessário para salvar a sua esposa de 26 anos. Mesmo que isso significa abandonar um sonho da vida inteira...Não conto mais pra não estragar, mas aviso que o final é totalmente...inesperado!


We  Need to Talk About Kevin, o filme

100 fatos sobre mim - 61 a 70



61- Sou formada em Letras mas sempre tive (e continuo tendo) muito interesse na área de Ciências Humanas.  Se não tivesse feito Letras, provavelmente teria feito Sociologia, Psicologia ou mesmo Antropologia.

62 - Sempre tive uma fascinação pelo ser humano no sentido de querer entender as pessoas à minha volta e a mim mesma (o que explica o item anterior). Acima de tudo, ir além das aparências e buscar a profundidade dos motivos e emoções escondidos atrás de determinados comportamentos.

63 - Odeio gente ignorante e preconceituosa...Não tenho paciência mesmo!

64 - Também evito gente superficial e que só liga para as aparências (eu não sei fazer cara de paisagem então também costumo afastar essas companhias). Pra mim o que importa é o conteúdo. Quem você é (e não quem você finge ser).

65 - A injustiça me faz muito mal. Meu coração fica apertado quando vejo gente ou bichos sofrendo.

66 - No mundo de hoje, eu acho fundamental que a gente tente ao menos estar informado. Informação há por toda parte (a começar obviamente pela internet). E se for pra dar sua opinião sobre uma coisa, pelo menos saiba do que está falando...porque tem gente que fala sem o menor conhecimento de causa!

67 - Como todo ser vivo, eu estou em fase de construção e busco o autoconhecimento para tentar mudar o que for possível ser mudado. Tenho medo de gente que diz que nunca muda, acho que é necessário um certo grau de flexibilidade nesta vida.

68 - Um dos meus lemas é Viva e Deixe Viver. Eu cuido da minha vida, você cuida da sua e todo mundo fica feliz. Isso significa, entre outras coisas, que evito dar conselhos (conselho se fosse bom se vendia). A menos que a pessoa em questão o peça! Também odeio gente que "em nome da amizade" fica dando conselho o tempo todo e querendo resolver nossos problemas pra gente.

69 - Eu tenho uma mente aberta e isso já me colocou em situações constrangedoras porque não sei lidar com gente preconceituosa. Eu acho que cada um deve ter o direito de viver como bem entende, desde que respeite o direito do próximo.

70 - Uma coisa que eu não posso viver sem é a LIBERDADE. Liberdade de ir e vir. Liberdade de escolher nossas companhias. Liberdade de expressão. Liberdade de ser quem você é.  Liberdade de sentir o que você está sentindo sem repressão.

Pequenos achados (feirinha de livros)

Sábado foi um dia de sorte pra mim...fui ali no shopping center perto da minha casa e me deparei com alguns standes de uma feira de livros que estava arrecadando dinheiro para um projeto na África. Como sempre, não resisti e fui bisbilhotar os livros. E achei algumas pérolas que se estivesse procurando, não teria encontrado.

Dois títulos de Machado de Assis traduzido para o holandês (edição de capa dura, provavelmente há tempos esgotada por aqui). Um euro cada livro! Como se isso já não fosse sorte o suficiente, ainda achei uma edição bilíngue (port-hol) do  Fernando Pessoa. Também por 1 euro e traduzido por um tradutor renomado - que eu até tive a chance de conhecer em uma conferência de tradutores de literatura brasileira na PUC-RJ séculos atrás! Um tradutor apaixonado pelo Brasil e pela língua portuguesa, e simplesmente o melhor tradutor de literatura brasileira na Holanda. Foi ele que apresentou aos holandeses grandes nomes da literatura brasileira como Machado de Assis (o Dom Casmurro da foto é trabalho dele), Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e Drummond. Infelizmente, ele faleceu em 2007.





Depois de arrecadar essas pérolas, ainda esbarrei com uma edição de bolso da Penguin Classics do livro Good Wives, de Louisa May Alcott. Uma autora que comentei recentemente aqui no blog. Concidências não existem!

Preciso dizer que a tal feirinha fez o meu dia?

À moda antiga

Hoje me deu uma vontade enorme de escrever como nos velhos tempos, como eu costumava escrever nos primeiros tempos deste blog. É que ando sentindo falta de mim mesma.

Pra quem não sabe, meu blog já fez 5 anos e nos primeiros tempos, eu escrevia o que tinha vontade de escrever. Sem me preocupar se alguém iria ler ou não. Sem me preocupar sobre o que as pessoas iriam pensar. Mas os tempos mudam, o número de visitas aumenta, a gente fica menos ingênuo e um belo dia se dá conta que escreve mais posts mentais do que publica (e eu sou campeã de posts mentais, acreditem). A gente começa a se policiar, a se reprimir. E sabem de uma coisa? Eu odeio isso! Eu queria sinceramente poder voltar aos tempos em que eu não estava nem aí. Porque minha cabeça continua cheia de idéias e acima de tudo, questionamentos.

Agora não se iludam. No fundo, eu não estou nem aí pro que os outros pensam. Mas ao mesmo tempo, eu entendo hoje melhor do que ontem que a internet é um ESPAÇO PÚBLICO. E isso é bom e ruim. Bom porque ela nos dá mil oportunidades de conhecer muita gente, em vários níveis (e felizmente não apenas no nível superficial do Facebook com o qual ainda tento me acostumar mas no qual acho que nunca me "encaixarei", eu me sinto mais em casa na blogosfera ). Ruim porque as pessoas estão se poupando e se escondendo cada vez mais. Até mesmo nos blogs ditos "pessoais", como o meu sempre foi. E eu, de certa forma, acabei entrando neste movimento. Mas tem dia que dá vontade de mandar todo mundo se danar e botar a boca no trombone...

Eu acho que o que faz o sucesso de um blog pessoal é justamente esta capacidade que a pessoa tem de se comunicar e se expor sem medos (dentro dos limites, claro). É esta espontaneidade cada vez mais rara (e a dose necessário de ingenuidade) que diferencia um blog de tantos outros. Porque a maioria dos blogueiros diz muito mas não conta nada! Eles mais escondem do que expõe. Enfim, é uma escolha.

Então quando digo que sinto falta de mim mesma, na verdade o que eu quero dizer é que não quero mudar (e que se danem os outros). No fundo sei muito bom que o que me faz especial é justamente esta capacidade de me expressar sem medo, de ter meu próprio referencial apesar de tudo e de todos. Esta necessidade (ou teimosia) de ir a fundo quando todo mundo à sua volta se contenta em "voar raso". Quando todo mundo evita a todo custo pensar em qualquer coisa, como vejo no Facebook quase que diariamente.

Sinceramente? Eu tenho a (forte) impressão de que as pessoas estão cada vez com mais preguiça de pensar, de dar sua opinião. Não é nem mais uma questão de se expor ou não. Em alguns casos, é mera preguiça mental mesmo. E nessas horas, nada como o  botão I like pra resolver o problema e encerrar a discussão que nem sequer foi iniciada.

Tá bom que as pessoas tem mais o que fazer e que a vida lá fora é muito mais (e melhor) do que nossas vidinhas virtuais. Mas o nível de superficialidade tem me incomodado. Não apenas no Facebook como na própria blogosfera. Porque eu queria conhecer pessoas autênticas, pessoas pessoas! Pessoas corajosas e capazes de auto-expressão e de auto-reflexão (com ou sem hífen). Pessoas que não necessariamente se escondem atrás da opinião ou das palavras dos outros.

Gente, será que é pedir demais?

100 fatos sobre mim - 51 a 60



51- Nunca fui fã de super heróis, nem costumo assistir filmes. A grande exceção é X-men cujos filmes adorei, principalmente os três primeiros! Talvez por eles serem uma minoria discriminada de mutantes...eu tenho uma queda por minorias (e sempre me senti um pouco "mutante").

52 - Prefiro cinemas vazios a sessões cheias de adolescentes (ou pior ainda, crianças aos berros). Quando vou a filmes infantis com meu filho, sempre que possível assistimos a versão original em inglês (como os filmes da Pixar, Harry Potter, mas também Coraline, Fantastic Mr. Fox e muitos outros). Assim escapamos da barulhada das crianças que vão assistir os filmes dublados (em holandês).  E ele ainda sai da sala de cinema todo orgulhoso de ver os filmes com os adultos "nerds", rsrsrs.

53 - Odeio esta moda de filmes em 3D...muitas vezes saio com dor-de-cabeça do cinema! Com raras exceções (How to Tame A Dragon), acho totalmente desnecessário.

54 - Sou apaixonada pelos filmes da Pixar, vi TODOS com meu filho. Meus favoritos são Toy Story e Monsters & Co. Já Cars foi um dos que menos gostei...

55 - Adoro filmes de arte desde que me conheço por gente. Fui com minha mãe aos 13 anos assistir Bergman (Sonata de Outono, nunca mais me esqueço) e desde então peguei gosto. Diga-se de passagem, Bergman é um dos meus diretores favoritos.

56 - Odeio quando as pessoas ficam conversando durante o filme (antes ou depois do filme ainda vai, até eu mesma converso). Felizmente aqui na Holanda é coisa raríssima...quando acontece, as pessoas reclamam e o problema é logo resolvido!

57- Eu sou (meio) chata pra filmes e costumo implicar com blockbusters...Prefiro filmes alternativos que me façam pensar e filmes clássicos.  Se você me chamar para ver comédias idiotas tipo American Pie provavelmente nunca mais irei falar com você, rsrsrs.

58 - Eu tenho  hábito constrangedor de chorar no cinema, até mesmo em filmes infantis. Sou manteiga derretida!

59 - Eu não tenho o menor problema de ir sozinha ao cinema, mas acho mais gostoso ir com uma amiga ou namorado.

60 - Cinema é uma das grandes paixões da minha vida. Meus diretores favoritos são, entre outros: Woody Allen, Almodovar, Gilhermo del Toro, Michel Gondry, Wong Kar-wai, Sofia Coppola, etc etc etc.

Caminhada em Amsterdã no Outono

Villa Zeezicht, vista da mesa à janela

Outono é mês meio complicado...a gente nunca sabe quando seremos agraciados com belos dias de sol. Semana passada choveu a semana inteira e esta semana o sol resolveu dar o ar da sua graça - certamente no fim-de-semana - e a cidade está com um clima de outono irresistível. Dias ensolarados, árvores com folhas cada dia mais avermelhadas e marrons, muita gente buscando os cafés enquanto ainda não está muito frio pra saborear um café em uma mesa do lado de fora.

Aproveitei o fim-de-semana para passear bastante pela cidade com o namorido (em vez de ficar em casa assistindo filmes como gostamos de fazer). Sábado fizemos uma caminhada pelo centro e pelo meu bairro antigo (Oud-West, onde fica o mais famoso parque da cidade: o Vondelpark). Começamos o passeio no Villa Zeezicht , um dos meus cafés favoritos e que conheço desde que me mudei pra cá há 17 anos! O lugar tem uma ótima localização (esquina com Singel, veja foto acima) e é muito frequentado por estudantes e locais durante a semana e turistas nos finais de semana.



Dali seguimos rumo a Oud West, um dos bairros mais badalados da cidade depois do Jordaan. Westermarkt (onde fica a famosa casa de Anne Frank), Rozengracht onde parei pra visitar duas lojas favoritas (anotem a dica): Kitsch Kitchen e De Kinderboekwinkel. Seguimos andando até a Bilderdijkstraat e a Kinkerstraat, onde visitei mais uma favorita, a livraria Hoogstins. No final da rua (a rua é bem comprida viu?) ainda aproveitei para comprar farofa na loja de produtos brasileiros Finalmente Brasil (. Quem mora aqui provavelmente conhece, mas fica a dica para quem está de passagem ou mora em outra cidade aqui da Holanda. Além da farinha de mandioca, não resisti e comprei um pacote de biscoitos BIS !!! Só não comprei mistura pra bolo de fubá e de mandioca porque trouxe do Brasil recentemente. Sim, eu sou gulosa.

Museumplein com Rijksmuseum ao fundo

No final da Kinkerstraat dobramos na Jan van heijdenstraat  (com várias lojinhas interessantes, mais uma dica), andamos a rua até a Overtoom, Nassaukade e dali até o Leidseplein. No Leidseplein, demos uma passada na LAST MINUTE TICKET OFFICE (grande dica para quem quer ingressos pela metade do preço para eventos no mesmo dia ou dia seguinte). E conseguimos ingressos para domingo de manhã na maior e mais renovada sala de concertos da cidade (Het Concertgebouw). Uma apresentação de música barroca que incluia ainda uma peça de um compositor brasileiro anônimo, como parte do Brasil Festival que rola na cidade este mês!

Dois cafés vizinhos no Keizersgracht: Walem e Morlang

Depois continuamos pela Leidsestraat (rua comercial), dobramos a esquina no canal Keizersgracht e fomos tomar um vinho no café Walem, que conheço desde que moro aqui mas já não visitava há anos! Tomei um gostoso vinho branco e acabei decidindo comer uma Cesar Salade (tem melhor acompanhamento pra saladas do que um bom vinho branco?).

No domingo saímos nove e meia da manhã para tomar café num dos cafés mais escondidos de Amsterdã mas também muito agradável, o Grand Café, ali mesmo dentro da Centraal Station (no segundo andar). Um café com uma bela decoração do século passado e um cardápio que inclui as deliciosas panquecas holandesas. Depois do café, tomamos um tram para o Concertgebouw, onde encontramos meu filho e o pai dele, que também estavam indo ao concerto! Depois do concerto, com o sol brilhando lá fora seguimos pelo Museumplein novamente em direção ao Leidseplein, e sentamos os quatro numa mesa no terraço de um dos pubs irlandeses mais populares daqui, logo ao lado do Hard Rock Café (Max Euweplein, para quem está de passeio pela cidade). Sim, você leu bem: os quatro: eu, namorado, ex-marido e filho. Parece inacreditável mas é possível...nós conseguimos!

Dali ainda fomos passear um pouco mas a cidade estava abarrotada de gente pelas ruas então acabamos nos escondendo num outro café tranquilo, ali mesmo no burburinho da Praça Dam. O café do hotel Krasnapolsky, onde é possível tomar um café acompanhado de tortas ou de um croque mosieur Deluxe (como eu escolhi). Com direito à vista para a Dam, sem a multidão te empurrando!

 E assim passou-se um fim-de-semana bastante agitado, mas no bom sentido.


Kitsch Kitchen, uma explosão de cores!

Top 10: Filmes Infantis





















Menção Honrosa (Hors concours)








PS. Precisa dizer mais alguma coisa?!!