quinta-feira, agosto 30, 2012

52 x 5 - Momentos pra compartilhar - SEMANA 34



Uma das semanas mais difíceis porque convenhamos, eu leio muito e ainda por cima sou formada em Letras. Então pra mim é quase missão impossível selecionar apenas cinco livros para esta lista! Assim sendo, decidi ao menos colocar um item de cada de meus escritores favoritos Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu (li praticamente tudo de ambos, diferentemente de muita gente no Facebook que coloca citações de Clarice que não são dela - 9 entre 10 citações, esta é a verdade). Escolhi Felicidade Clandestina por ser um dos livros de contos e um dos t'itulos dos mais acessíveis de uma escritora considerada por muitos hermética. Não aconselharia ninguém a começar ler Clarice com A Paixão Segundo G.H. ou Água Viva (que aliás foi o meu primeiro aos16 anos mas eu sou eu).

Também não podia deixar de citar Machado de Assis, o maior clássico da literatura brasileira. Enfim, vamos lá:


SEMANA 34 - Livros que eu acho que todo mundo deveria ler...
1) Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
2) Felicidade Clandestina, Clarice Lispector
3) Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu
4) O Apanhador no Campo de Centeio, J Salinger
5) Orgulho e Preconceito, Jane Austen


Eu tenho esta edição

sábado, agosto 25, 2012

3 filmes franceses

Aproveitando que pago meros 18euros por mês e tenho passe-livre para 13 salas de cinema em Amsterdam (melhor ainda, do circuito alternativo em vez de  blockbusters), tenho conseguido ver muitos filmes. E como eu sempre tive uma queda pelo cinema francês, tenho visto alguns bons filmes franceses também! A seguir uma seleção com os três melhores que assisti por estas semanas.

Tous Ensemble


Ótimo filme, com cenas ao mesmo tempo comoventes e divertidas (eu ri e chorei quase ao mesmo tempo). Além de um elenco excepcional, a começar pelas famosas Geraldine Chaplin e Jane Fonda, e o jovem ator Daniel Bruhl (que ficou famoso com filmes como The Edukators e Goodbye Lenin).

O filme conta a estória de seis amigos na terceira idade que encontram uma alternativa para os conhecidos asilos para idosos tão conhecidos (e sempre lotados) aqui na Europa! Eles decidem ir todos morar juntos numa mesma casa, criando assim uma comunidade alternativa. Os seis são amigos de vida inteira e tem muitas estórias pra contar juntos, uma amizade que pouco se vê hoje em dia...assim sendo, decidem morar juntos para ajudar uns aos outros. Dois deles estão muito doentes, um sofre de Alzheimer e outro de câncer...não digo mais nada para não estragar! Para ajudar nas tarefas de casa, eles contratam um jovem que funciona como uma espécie de enfermeiro mas que na verdade está terminando seus estudos de etnologia.

Enfim, uma linda estória de amizade em tempos difíceis. De soluções alternativas para problemas conhecidos. E acima de tudo, a vitória do coletivo contra o individualismo da vida nas cidades modernas. Porque amizade também é amor...


Les neiges du Kilimandjaro


O filme acompanha a vida de uma família de classe operária em Marseille, em que o patriarca construiu com muito trabalho uma vida agradável para os seus. O pai além de trabalhar muito, é um daqueles caras politicamente engajados que trabalha com sindicados de operários pra tentar melhorar a vida de todos - e não só a dele! Pois um dia a empresa precisou fazer demissões e decidiu-se por um "sorteio". Quem fosse sorteado, seria demitidos...O pai, embora não precisasse pois era da diretoria decidiu - por questões de valores - colocar também seu nome no sorteio e adivinhem vocês? Sim, ele perdeu assim o emprego de anos! Felizmente eles já tinham algumas economias e ele estava mesmo perto da aposentadoria.

Mas esta é apenas uma pequena parte da estória, porque o principal ainda está por vir...Na festa de  Bodas de Casamento, o simpático casal ganha de amigos e parentes uma quantia de dinheiro e passagens para visitar um país da África que sempre sonharam conhecer. Tudo maravilhoso até que eles são roubados dentro de sua própria casa! Ai começa realmente a trama, porque eles tentam a todo custo entender porque uma pessoa escolhe roubar, o que justifica (ou não) este crime e outros questionamentos morais. Enfim, um roteiro original e muito interessante, baseado em um poema de nada vez do que o famoso escritor francês Victor Hugo!

Le fils de l'autre


Mais um filme excelente, este nos conta a estória de dois jovens da mesma idade, nascidos no mesmo dia e no mesmo hospital e que vivem em mundos totalmente diferentes: um em Tel Aviv (Israel) e o outro na Palestina. O que acontece é que por obra do destino, suas vidas (e de suas famílias) acabam se cruzando. Isso porque um dia o rapaz judeu que mora em Tel Aviv, vai se alistar para o exército e a mãe descobre por acaso que há algo muito errado com o tipo sanguíneo dele: por leis da genética, ele não poderia nunca ser filho do casal porque tem sangue A- enquanto que ambos os pais são A+...A mãe decide fazer algumas investigações com a ajuda de um amigo e acaba se deparando com a verdade. Os bebês foram trocados no berçário, na correria da fuga em uma noite de ataques de guerra!

O filme mostra a vida dos dois rapazes que, embora tenham a mesma idade, tiveram uma criação bem diferente. Um foi criado na tradição judaica, outro na tradição muçulmana. Famílias diferentes, valores diferentes mas também valores semelhantes. E é ai que está a graça deste filme, na minha singela opinião. Ambos foram criados com muito amor por seus pais, que amam seus filhos da melhor maneira que para eles é possível (e eu que sou mãe entendo bem isso). E quando eles (os pais) descobrem da troca, todos ficam chocados. As famílias acabam se aproximando, os dois rapazes se tornam amigos e assim vão criando um vínculo especial.

No final, nenhum dos pais abre mão de seu filho de criação em prol do filho biológico e isso prova, entre outras coisas, que pai (mãe) é aquele que cria, que educa, que convive no dia-a-dia. Porque ser mãe ou pai biológico é fácil - em princípio todos podem ser, fora problemas de infertilidade. Difícil mesmo é criar os filhos todo dia, orientar, ouvir, consolar, estabelecer rotinas e regras (ainda mais quando são pequenos mas também na adolescência).

Mas já estou saindo do assunto porque este é apenas um aspecto do filme que me tocou. Há ainda o aspecto político, do eterno conflito entre Israel e Palestina. E há ainda o conflito existencial, quando os rapazes descobrem que não são o que pensavam e tentar aceitar a nova identidade.

Enfim, ótimo filme, e não apenas para quem curte filmes franceses como eu...não percam!







52 x 5 Momentos pra compartilhar - SEMANA 33



SEMANA 33 - Tenho medo...
1) Ter uma doença incurável que me deixe dependente dos outros (me refiro não apenas a doenças como câncer mas Alzheimer, que tem na minha família como comentei aqui)
2) Que meu filho tenha uma doença incurável (vira esta boca pra lá, se tivesse que escolher, preferiria que e ficasse doente, mãe é sempre assim)
3) De nunca aprender a ser feliz (já melhorei bastante mas ainda exige esforços em alguns dias)
4) De pessoas radicais, intolerantes e racistas
5) De baratas, cobras, aranhas, morcegos...mas não tenho mais medo de ratos e lagartos porque meu filho teve ou tem e me acostumei com os bichos!


Lagartos do meu filho (ele tem três!)

quinta-feira, agosto 23, 2012

Bullying virtual


Uma das minhas maiores "burrices", digamos assim, é me incomodar com coisas que pessoas que nem me conhecem dizem sobre mim…porque tem gente que faz isso, já ouviram falar de bullying virtual? Pois é. Outro dia uma amiga de uma amiga escreveu algo no Facebook dela que me deixou muito triste. E sim, era uma daquelas “indiretas diretas” que abundam nesta rede social. Vai dizer que você nunca recebeu (ou mandou) alguma?
 
Pois eu li e fiquei muito magoada porque achei no mínimo injusto o que a tal fulana escreveu. E escrevi um post inteiro sobre aquele comentário dela mas decidi não publicar por dois motivos. Primeiro porque é pura perda de tempo. Segundo, porque prefiro me poupar, ninguém precisa saber de tudo da minha vida (já me exponho mais do que o necessário). No mais, é desperdício de energia quando a minha energia já anda em baixa. E eu preciso cuidar de coisas e pessoas mais importantes na minha vida. Porque sim, elas existem!

De qualquer forma, naquele momento eu precisava escrever. Escrever foi uma forma de me desprender daquilo tudo. E me ajudou a me sentir mais leve. Porque pra mim o ato de escrever sempre foi terapêutico (e uma das razões de existir deste blog). E um dia eu aprendo a ignorar certos comentários e opiniões de gente que não me conhece e convenhamos, nem sequer gosta de mim! Porque a verdade é que não se pode agradar a gregos e troianos e nem eu gosto de todo mundo (não mesmo).

Mas sabem, o que eu queria era não ser tão sensível! Queria ter minhas máscaras, fazer cara de paisagem como se nada tivesse acontecido. Mas eu sou transparente, não sei fingir, eu me exponho e, em alguns casos, dou mesmo a cara a tapa (sim, outra burrice minha). Queria não estar nem aí pra este tipo de comportamento que é exposto diariamente em redes como o Facebook. Mas meu temperamento sempre foi assim e isso me faz sofrer desnecessariamente. E tem dias que eu penso até em sair do Facebook, onde entrei há menos de um ano. Eu percebi logo nos primeiros tempos que eu e o Facebook não combinamos. E se fiz uma ótima amizade ali (daquelas que a gente já pressente que é pra vida inteira) também perdi duas amizades…que talvez nem fossem tão amigas assim porque amigo de verdade a gente não perde, né? Enfim: ganha-se de um lado, perde-se de outro. Só não saio mesmo porque ainda gosto de ter contato com os amigos e parentes distantes...Por enquanto, ainda tenho mais a ganhar do que perder ali. Mas olha, tem dia que cansa mesmo.

E agora assunto encerrado porque a vida continua....E vocês, alguém passou ou tem passado por algo parecido?!!



Post dedicado aos meus amigos verdadeiros, aqueles que não falam de mim pelas costas e sim na minha frente.

Palavras, palavras e mais palavras

Das palavras
Sou amante das palavras desde que aprendi a ler. Pensando bem, muito antes disso: desde que aprendi a falar. Eu gosto de falar e falo muito mas também sei ouvir (sério). Eu gosto de ler e de escrever. E para mim não há sensação melhor do que encontrar as palavras certas para descrever algo: seja um sentimento, um pensamento solto ou o que for. Quando não consigo escrever, como nas últimas semanas, podem crer que algo anda acontecendo dentro desta cabeça.

É que eu sou uma daquelas pessoas que precisa escrever para entender as coisas ao meu redor. E principalmente, as coisas dentro da minha cabeça. E sim, eu escrevo posts mentais diariamente (quem é blogueiro como eu talvez entenda este hábito). A grande maioria desses posts mentais se perde, muitos são censurados mesmo e nunca chegam a ser publicados no blog (felizmente)…Por outro lado, acho que devia andar por aí com um caderninho de notas, just in case. Mas convenhamos, essa estória de fazer notas é coisa de escritor ou diretor de cinema. E eu não sou nenhuma coisa nem outra, né? Sou apenas eu, uma pessoa que precisa das palavras (quase) como precisa de ar.

*****************************************************

Information overload
Hoje em dia temos acesso a um número infinito de informações. Somos bombardeados a cada minuto por informações vindas de todos os lados. Carregamos nossos smartphones na bolsa para lermos as manchetes de jornais. Checamos nossos e-mails várias vezes ao dia. Damos uma “rápida”olhada no Facebook. Enviamos alguns twitters. E assim passamos o dia cercados de tecnologia e informação por todo lado! Então quem ainda não aprendeu a selecionar (filtrar) acaba tendo uma crise de nervos ou coisa parecida. Porque é demais pra qualquer ser humano, né? Eu mesma aprendi a desligar o celular, a checar o Facebook no máximo três vezes por dia (minha meta são duas vezes por dia, eu ainda chego lá). E nunca mais entrei no Twitter simplesmente porque nunca me dei bem com aquela maldita restrição de caracteres! Quem me conhece, sabe que sou prolixa.

O mais irônico de tudo isso é que parece que quanto mais informação, menos as pessoas leem. Isso é um fenômeno que tem me deixado intrigada nestes tempos modernos de smartphones e e-readers. Ninguém quer ler mais nada que tenha mais de um ou dois parágrafos. É a era dos twitters, feeds e informações imediatas. E acredito que para muitos “leitores” isso basta (pra mim não). Sabe aquela estória do pior analfabeto é aquele que sabe ler e não lê? Pois é. Eu percebo isso até aqui no blog, como comentei neste post aqui. Preguiça de ler texto longo. Quanto mais longo o texto, menor o número de comentários.
 
Pra finalizar com um exemplo, sei que muita gente nem vai chegar a ler este último parágrafo…então pra você que chegou até aqui, meus parabéns! Bom saber que não estou sozinha.

quarta-feira, agosto 22, 2012

Fim-de-semana tropical

Praia holandesa

Quem mora no Brasil vai rir deste post mas este fim-de-semana tivemos temperaturas tropicais e o país inteiro foi pras praias (sim, caros leitores, na Holanda tem praia). Foi só o termômetro marcar uns 34 graus que lá se vão quilometros e quilometros de engarrafamento nas estradas! Pra quem mora no nordeste do Brasil, por exemplo - ou mesmo no Rio onde morei antes de me mudar pra Europa - parece piada mas não é…desde 1994 (aliás ano que me mudei pra Amsterdam) que não fazia um fim-de-semana tão quente assim!!! Domingo chegou a fazer 38 graus no sul do país (Limburg), conforme uma amiga brasileira alegremente informou no Facebook dela.

E eu tenho a sorte de ser amiga do meu ex-namorado (isso mesmo), que me "patrocinou" um fim-de-semana na cidade dele. Ele mora em Haia, onde fica a praia mais famosa da Holanda: Scheveningen. Então lá fui eu de mochila no sábado de trem - e ainda por cima de primeira classe pois tinha um cupom especial - e voltei domingo à noite. Fomos dois dias à minha praia favorita: Kijkduin (foto acima), que é bem menor e menos lotada do que a turística Scheveningen (porque como boa "local" eu fujo de turistas, né?). Na verdade, Kijkduin é uma praia tipo família e vive lotada de crianças! O mar é tranquilo e portanto ideal para nadar ou se refrescar. Enfim, tivemos um fim-de-semana super agradável, até sair para jantar saímos e colocamos o assunto em dia. F. adora me filho Liam, estivemos os três semana passada e Haia mas esta semana meu filho está com o pai na Inglaterra então não veio comigo.

Pois viver no norte da Europa é isso! Quem mora no sul da Europa (Portugal, Espanha, sul da França) tem sofrido temperaturas acima de 40 graus, com muitas queimadas neste verão. Em Sevilla chega a fazer 45 graus, exatamente como no norte da África!!! Eu mesma peguei 43 graus na Tunísia no verão…temperatura "normal" por aquelas bandas, eu e meu filho (nascido na Holanda) quase morremos de calor! Ou seja, morar no NORTE ou no SUL da Europa faz uma diferença enorme. No norte (Holanda, Alemanha, Escandinávia, Inglaterra, Irlanda e também norte da França), quando faz 25 graus o pessoal já está rumando para as praias ou piscinas, todo mundo de camiseta e chinelo de dedo! Eu admito que não apenas faço o mesmo como prefiro temperaturas abaixo de 30 graus! Nos meus tempos de Brasil eu já sofria muito com o calorão: eu tinha pressão baixa e vez ou outra até desmaiava na rua! Por isso que achei o “inverno carioca” ano passado simplesmente PERFEITO: temperaturas médias de 25 a 28 graus. E claro que eu fui à praia, sou européia né?!!

E no momento que publico este post é quarta-feira e as temperaturas já baixaram 10 graus desde segunda... A previsão da semana toda não passa de uns 24 graus (ou menos porque verão holandês é assim), com probabilidade de chuvas a partir de amanhã...por essas e outras é que quando faz calor por estas bandas a população vai em massa para as praias!




PS: A foto não é minha porque a mula aqui ainda está aprendendo a mover as fotos do iPhone para o PC. Sim, sou de outra geração...jurássica!

segunda-feira, agosto 20, 2012

2 x Woody Allen



Semana passada assisti Woody Allen duas vezes no cinema. Uma vez no seu novo filme To Rome With Love e outra no documentário mais recente sobre o famoso diretor de cinema que já tem mais de 40 filmes em sua obra (alguns deles verdadeiras perólas do cinema como Annie Hall, Manhattan, The Purple Rose of Cairo, Hannah and her Sisters e Match Point, só pra citar alguns).
Bem verdade que eu sou suspeita pra falar porque sou fã de carteirinha do diretor há mais de 20 anos e assisti quase todos os filmes dele - quase todos mesmo! E sei que Woody Allen é um daqueles diretores que você ama ou odeia, não tem meio-termo. Pois o documentário é um deleite para os fãs, mostrando as várias facetas do artista, desde o início de carreira contando piada em teatros de NY, escrevendo anetodas e crônicas hilárias para os jornais, além de repassar grande parte de sua obra cinematográfica, desde os primeiros filmes Take the Money and Run (que é simplesmente hilário) e Bananas até Midnight in Paris, o maior sucesso de bilheteria de sua carreira. Pra quem acha que é pouco, Woody Allen é mais do que um cineasta: ele é escritor, produtor, ator (atuou em vários de seus filmes) e um dedicado músico (tem uma banda de jazz onde toca clarinete).




Já o novo filme To Rome With Love não chega a ser seu melhor filme mas está longe de ser ruim! É que mesmo os filmes “ruins” de Woody Allen são bons! To Rome With Love é o quarto filme da série filmada na Europa. Depois de filmar em Londres (Match Point), Barcelona (Vicky, Cristina, Barcelona) e Paris (Midnight in Paris), foi a vez de Roma. E o resultado não ficou nada ruim, até porque tem uma belíssima Roma como pano de fundo. O diretor também atua no filme num de seus papéis típicos de neurótico, ao lado de uma esposa (Judy Davis) que ainda por cima é psiquiatra! Tem ainda o arquiteto famoso com cara de canastrão (Alec Baldwin). E aproveitando que estava filmando na Itália, Woody Allen conseguiu ainda uma participação especial de uma das figuras mais conhecidas do cinema italiano: Roberto Begnini (conhecido entre outros por La Vitta é Bella). Ele é responsável por algumas das cenas mais absurdas e hilárias do filme. Além de Roberto Begnini,  temos ainda uma rápida aparição de um dos ícones do cinema italiano: Ornella Muti, sempre belíssima e muito conhecida por quem frequenta salas de arte. Ela começou no cinema no início ds anos 70 e trabalhou com vários diretores famosos. 

Tem ainda a sedutora Penélope Cruz, com quem Woody Allen já havia trabalhado em Vicky, Cristina, Barcelona e que agora faz o papel de uma prostituta de luxo, digamos assim..E pra finalizar, temos ainda a jovem atriz Ellen Page (que ficou famosa como a adolescente grávida de Juno) que faz o papel de uma mulher atraente, levemente "perturbada" e perigosa pela qual um dos atores se apaixona no filme.

 


terça-feira, agosto 14, 2012

Do meu sumiço virtual...


Nem me lembro mais a última vez que fiquei três semanas inteiras sem postar no blog. Pra variar, mil coisas acontecendo dentro desta cabeça e fora dela também. Tantas coisas estranhas (algumas impublicáveis mesmo) nas últimas semanas que eu ando sem inspiração para procurar as palavras certas. Escrever é uma necessidade mas também um hábito. E hábitos precisam ser cultivados.

Mas não se iludam: eu não tenho a menor intenção de acabar com este blog, só percebo que em certas épocas é necessário um esforço adicional para mantê-lo vivo – quem tem blog sabe do que estou falando! Por outro lado, eu posso escrever aqui diariamente mas se não há interação com os leitores na forma de comentários, nada acontece! E talvez este seja um dos (vários) motivos por trás do meu “sumiço virtual”. Sim, tenho sentido falta de interação neste meu cantinho virtual. Muitas visitas diárias, grande parte vindas do Google, alguns amigos blogueiros (sempre os mesmos) que comentam aqui e ali e só. Por outro lado, eu nem devia reclamar muito porque tenho tido pouca disposição para ler os blogs de amigos…

O que me fez pensar nos motivos desta falta de interação. Porque eu não acho que eu tenha mudado essencialmente. Continuo adorando ler e escrever. Mas percebo que, no mundo high-tech em que vivemos, as pessoas estão com cada vez mais preguiça de fazer isso! Hoje em dia as pessoas parecem ter preguiça de refletir, questionar o status quo (coisa mais antiga, dirão alguns). Também tem preguiça de ler textos longos que não tragam informações mastigadas e resumidas (e isso já foi comprovado em várias pesquisas). E mais preguiça ainda de digitar um texto quando é possível interagir clicando apenas em um botão Like aqui e ali! Eu desconfio que tenha a ver com uma certa rede social pela qual nutro uma relação de amor e ódio…sim, me refiro ao Facebook, caros leitores. Satisfação imediata ou seu dinheiro de volta.

O que percebo é que a quantidade de informação disponível no dia-a-dia nunca foi tão grande, nunca existiram tantas possibilidades de contato (basta um simples clique para entrarmos em contato com alguém do outro lado do planeta) e no entanto, as pessoas andam cada dia mais preguiçosas! Preguiça de ler. Preguiça de comentar. Preguiça de argumentar (a famosa turma do deixa pra lá). E aí você acaba com uma timeline cheia de shares, fotos e likes e poucos comentários e estórias. Podem me chamar de ranzinza mas eu acho que o nível de interação nas redes sociais deixa muito a desejar. Poucas discussões inteligentes, muito besteirol. E a impressão de que, embora as pessoas passem cada vez mais horas na internet, elas mal tem tempo pra postar um Like ou compartilhar uma imagem. Detalhe: isso numa rede cujo objetivo original seria nos permitir participar mais da vida de nossos amigos…Corrijam-me se eu estiver errada!

Sim, claro que Facebook é diversão mas precisa ter só besteirol e posts vazios? Fala-se muito e não se diz nada. E quando alguém finalmente posta algo interessante como um link para uma entrevista ou artigo sobre um tema da atualidade, o post passa despercebido em meio a tanta bobagem (já aconteceu várias vezes comigo). Claro que também tem o oposto, aquele povo que faz campanha política diariamente, os que colocam mensagens religiosas, o povo vegetariano, os ateístas e por ai vai (vocês sabem do que estou falando). Algumas campanhas são até válidas em termos de conscientização da massa (um exemplo recente é a greve das universidades federais). Mas sem exageros, por favor! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra…

O mais interessante é que sim, eu gosto de reclamar mas adivinhem só? Tenho visto cada vez mais gente reclamando das mesmas coisas…será apenas uma coincidência? Eu acho que não. E digo mais, tenho percebido que muitas pessoas estão começando a enjoar do Facebook e vem buscando outros caminhos. Então anotem aí: daqui a alguns anos o Facebook vai sair da moda, exatamente como aconteceu com o falecido Orkut, que também teve seus dias de glória. Urubu, eu? Que nada, apenas percepções de uma mente ligada que não se cansa de refletir e questionar o mundo à sua volta. Estejam avisados!

segunda-feira, agosto 13, 2012

52 x 5 Momentos pra compartilhar - SEMANA 29 a 32


Pra variar estou com estes posts atrasados devido ao meu sumiço de semanas...então vamos lá tentar tirar o atraso né Priscila, Val, Mateus e quem mais possa se interessar na brincadeira!

SEMANA 29 - Filmes que me falam ao coração...são muitos então vou citar alguns que me vem a cabeça:
1) A Single Man
2) An Education
3) The Kids Are All Right
4) Atonement
5) Midnight in Paris (Woody Allen)

SEMANA 30 - Fico impaciente com pessoas que...
1) são grossas e mal-educadas
2) se acham melhores do que as outras
3) tem dinheiro mas não tem cultura (noveau riches)
4) dão valor demais a coisas cujo valor é, no mínimo, relativo...
5) last but not least: maltratam crianças ou animais (imperdoável)

SEMANA 31 - Quando não tenho nada pra fazer, eu gosto de...
1) ler, é claro
2) fazer scrapbooking (vejam aqui no meu outro blog)
3) assistir séries de tv na cama (o cúmulo da preguiça, eu sei...)
4) surfar nos sites Pinterest e Flickr, grandes fontes de inspiração
5) escrever para o blog ou para mim mesma, o que aliás não ando conseguindo fazer nas últimas semanas e iss tem me deixado muito inquieta...

SEMANA 32 - Ainda quero aprender...
1) a fazer tricô ou crochê (ou ambos)
2) a cozinhar direito, hehehe
3) a falar espanhol em vez de "portunhol"
4) a pensar menos e agir mais
5) a não gostar de gente que não gosta de mim (!)




Sonhos de criança

Post atrasadíssimo mas promessa é dívida então vamos lá! Conforme prometido, seguem as fotos da belíssima exposição em homenagem aos Little Golden Books na biblioteca de Amsterdã. Um sonho de exposição, apresentando ao público os principais títulos da série que já completa 70 aos de sucesso de vendas nos EUA, sendo imprescindíveis em toda biblioteca infantil que se preze. Pra quem nunca ouviu falar, vale a pena conferir o site oficial (em inglês): http://www.randomhouse.com/golden/lgb/story.html

Aqui na Holanda, os livros fazem um sucesso enorme e aqui em casa mesmo temos uma dúzia deles! Pena que eles não estejam à venda no Brasil. O que me faz lembrar uma coleção de livros com que eu me deleitava na minha infância e que pra mim eram um tesouro: O Mundo da Infância, com suas capas de couro vermelho! Sim, eu sou vintage e não sabia! Será que alguém mais se lembra destes livros?!!









Meu afilhado Breno, que adora os livrinhos


Tecnologia do Blogger.

52 x 5 - Momentos pra compartilhar - SEMANA 34



Uma das semanas mais difíceis porque convenhamos, eu leio muito e ainda por cima sou formada em Letras. Então pra mim é quase missão impossível selecionar apenas cinco livros para esta lista! Assim sendo, decidi ao menos colocar um item de cada de meus escritores favoritos Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu (li praticamente tudo de ambos, diferentemente de muita gente no Facebook que coloca citações de Clarice que não são dela - 9 entre 10 citações, esta é a verdade). Escolhi Felicidade Clandestina por ser um dos livros de contos e um dos t'itulos dos mais acessíveis de uma escritora considerada por muitos hermética. Não aconselharia ninguém a começar ler Clarice com A Paixão Segundo G.H. ou Água Viva (que aliás foi o meu primeiro aos16 anos mas eu sou eu).

Também não podia deixar de citar Machado de Assis, o maior clássico da literatura brasileira. Enfim, vamos lá:


SEMANA 34 - Livros que eu acho que todo mundo deveria ler...
1) Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
2) Felicidade Clandestina, Clarice Lispector
3) Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu
4) O Apanhador no Campo de Centeio, J Salinger
5) Orgulho e Preconceito, Jane Austen


Eu tenho esta edição

3 filmes franceses

Aproveitando que pago meros 18euros por mês e tenho passe-livre para 13 salas de cinema em Amsterdam (melhor ainda, do circuito alternativo em vez de  blockbusters), tenho conseguido ver muitos filmes. E como eu sempre tive uma queda pelo cinema francês, tenho visto alguns bons filmes franceses também! A seguir uma seleção com os três melhores que assisti por estas semanas.

Tous Ensemble


Ótimo filme, com cenas ao mesmo tempo comoventes e divertidas (eu ri e chorei quase ao mesmo tempo). Além de um elenco excepcional, a começar pelas famosas Geraldine Chaplin e Jane Fonda, e o jovem ator Daniel Bruhl (que ficou famoso com filmes como The Edukators e Goodbye Lenin).

O filme conta a estória de seis amigos na terceira idade que encontram uma alternativa para os conhecidos asilos para idosos tão conhecidos (e sempre lotados) aqui na Europa! Eles decidem ir todos morar juntos numa mesma casa, criando assim uma comunidade alternativa. Os seis são amigos de vida inteira e tem muitas estórias pra contar juntos, uma amizade que pouco se vê hoje em dia...assim sendo, decidem morar juntos para ajudar uns aos outros. Dois deles estão muito doentes, um sofre de Alzheimer e outro de câncer...não digo mais nada para não estragar! Para ajudar nas tarefas de casa, eles contratam um jovem que funciona como uma espécie de enfermeiro mas que na verdade está terminando seus estudos de etnologia.

Enfim, uma linda estória de amizade em tempos difíceis. De soluções alternativas para problemas conhecidos. E acima de tudo, a vitória do coletivo contra o individualismo da vida nas cidades modernas. Porque amizade também é amor...


Les neiges du Kilimandjaro


O filme acompanha a vida de uma família de classe operária em Marseille, em que o patriarca construiu com muito trabalho uma vida agradável para os seus. O pai além de trabalhar muito, é um daqueles caras politicamente engajados que trabalha com sindicados de operários pra tentar melhorar a vida de todos - e não só a dele! Pois um dia a empresa precisou fazer demissões e decidiu-se por um "sorteio". Quem fosse sorteado, seria demitidos...O pai, embora não precisasse pois era da diretoria decidiu - por questões de valores - colocar também seu nome no sorteio e adivinhem vocês? Sim, ele perdeu assim o emprego de anos! Felizmente eles já tinham algumas economias e ele estava mesmo perto da aposentadoria.

Mas esta é apenas uma pequena parte da estória, porque o principal ainda está por vir...Na festa de  Bodas de Casamento, o simpático casal ganha de amigos e parentes uma quantia de dinheiro e passagens para visitar um país da África que sempre sonharam conhecer. Tudo maravilhoso até que eles são roubados dentro de sua própria casa! Ai começa realmente a trama, porque eles tentam a todo custo entender porque uma pessoa escolhe roubar, o que justifica (ou não) este crime e outros questionamentos morais. Enfim, um roteiro original e muito interessante, baseado em um poema de nada vez do que o famoso escritor francês Victor Hugo!

Le fils de l'autre


Mais um filme excelente, este nos conta a estória de dois jovens da mesma idade, nascidos no mesmo dia e no mesmo hospital e que vivem em mundos totalmente diferentes: um em Tel Aviv (Israel) e o outro na Palestina. O que acontece é que por obra do destino, suas vidas (e de suas famílias) acabam se cruzando. Isso porque um dia o rapaz judeu que mora em Tel Aviv, vai se alistar para o exército e a mãe descobre por acaso que há algo muito errado com o tipo sanguíneo dele: por leis da genética, ele não poderia nunca ser filho do casal porque tem sangue A- enquanto que ambos os pais são A+...A mãe decide fazer algumas investigações com a ajuda de um amigo e acaba se deparando com a verdade. Os bebês foram trocados no berçário, na correria da fuga em uma noite de ataques de guerra!

O filme mostra a vida dos dois rapazes que, embora tenham a mesma idade, tiveram uma criação bem diferente. Um foi criado na tradição judaica, outro na tradição muçulmana. Famílias diferentes, valores diferentes mas também valores semelhantes. E é ai que está a graça deste filme, na minha singela opinião. Ambos foram criados com muito amor por seus pais, que amam seus filhos da melhor maneira que para eles é possível (e eu que sou mãe entendo bem isso). E quando eles (os pais) descobrem da troca, todos ficam chocados. As famílias acabam se aproximando, os dois rapazes se tornam amigos e assim vão criando um vínculo especial.

No final, nenhum dos pais abre mão de seu filho de criação em prol do filho biológico e isso prova, entre outras coisas, que pai (mãe) é aquele que cria, que educa, que convive no dia-a-dia. Porque ser mãe ou pai biológico é fácil - em princípio todos podem ser, fora problemas de infertilidade. Difícil mesmo é criar os filhos todo dia, orientar, ouvir, consolar, estabelecer rotinas e regras (ainda mais quando são pequenos mas também na adolescência).

Mas já estou saindo do assunto porque este é apenas um aspecto do filme que me tocou. Há ainda o aspecto político, do eterno conflito entre Israel e Palestina. E há ainda o conflito existencial, quando os rapazes descobrem que não são o que pensavam e tentar aceitar a nova identidade.

Enfim, ótimo filme, e não apenas para quem curte filmes franceses como eu...não percam!







52 x 5 Momentos pra compartilhar - SEMANA 33



SEMANA 33 - Tenho medo...
1) Ter uma doença incurável que me deixe dependente dos outros (me refiro não apenas a doenças como câncer mas Alzheimer, que tem na minha família como comentei aqui)
2) Que meu filho tenha uma doença incurável (vira esta boca pra lá, se tivesse que escolher, preferiria que e ficasse doente, mãe é sempre assim)
3) De nunca aprender a ser feliz (já melhorei bastante mas ainda exige esforços em alguns dias)
4) De pessoas radicais, intolerantes e racistas
5) De baratas, cobras, aranhas, morcegos...mas não tenho mais medo de ratos e lagartos porque meu filho teve ou tem e me acostumei com os bichos!


Lagartos do meu filho (ele tem três!)

Bullying virtual


Uma das minhas maiores "burrices", digamos assim, é me incomodar com coisas que pessoas que nem me conhecem dizem sobre mim…porque tem gente que faz isso, já ouviram falar de bullying virtual? Pois é. Outro dia uma amiga de uma amiga escreveu algo no Facebook dela que me deixou muito triste. E sim, era uma daquelas “indiretas diretas” que abundam nesta rede social. Vai dizer que você nunca recebeu (ou mandou) alguma?
 
Pois eu li e fiquei muito magoada porque achei no mínimo injusto o que a tal fulana escreveu. E escrevi um post inteiro sobre aquele comentário dela mas decidi não publicar por dois motivos. Primeiro porque é pura perda de tempo. Segundo, porque prefiro me poupar, ninguém precisa saber de tudo da minha vida (já me exponho mais do que o necessário). No mais, é desperdício de energia quando a minha energia já anda em baixa. E eu preciso cuidar de coisas e pessoas mais importantes na minha vida. Porque sim, elas existem!

De qualquer forma, naquele momento eu precisava escrever. Escrever foi uma forma de me desprender daquilo tudo. E me ajudou a me sentir mais leve. Porque pra mim o ato de escrever sempre foi terapêutico (e uma das razões de existir deste blog). E um dia eu aprendo a ignorar certos comentários e opiniões de gente que não me conhece e convenhamos, nem sequer gosta de mim! Porque a verdade é que não se pode agradar a gregos e troianos e nem eu gosto de todo mundo (não mesmo).

Mas sabem, o que eu queria era não ser tão sensível! Queria ter minhas máscaras, fazer cara de paisagem como se nada tivesse acontecido. Mas eu sou transparente, não sei fingir, eu me exponho e, em alguns casos, dou mesmo a cara a tapa (sim, outra burrice minha). Queria não estar nem aí pra este tipo de comportamento que é exposto diariamente em redes como o Facebook. Mas meu temperamento sempre foi assim e isso me faz sofrer desnecessariamente. E tem dias que eu penso até em sair do Facebook, onde entrei há menos de um ano. Eu percebi logo nos primeiros tempos que eu e o Facebook não combinamos. E se fiz uma ótima amizade ali (daquelas que a gente já pressente que é pra vida inteira) também perdi duas amizades…que talvez nem fossem tão amigas assim porque amigo de verdade a gente não perde, né? Enfim: ganha-se de um lado, perde-se de outro. Só não saio mesmo porque ainda gosto de ter contato com os amigos e parentes distantes...Por enquanto, ainda tenho mais a ganhar do que perder ali. Mas olha, tem dia que cansa mesmo.

E agora assunto encerrado porque a vida continua....E vocês, alguém passou ou tem passado por algo parecido?!!



Post dedicado aos meus amigos verdadeiros, aqueles que não falam de mim pelas costas e sim na minha frente.

Palavras, palavras e mais palavras

Das palavras
Sou amante das palavras desde que aprendi a ler. Pensando bem, muito antes disso: desde que aprendi a falar. Eu gosto de falar e falo muito mas também sei ouvir (sério). Eu gosto de ler e de escrever. E para mim não há sensação melhor do que encontrar as palavras certas para descrever algo: seja um sentimento, um pensamento solto ou o que for. Quando não consigo escrever, como nas últimas semanas, podem crer que algo anda acontecendo dentro desta cabeça.

É que eu sou uma daquelas pessoas que precisa escrever para entender as coisas ao meu redor. E principalmente, as coisas dentro da minha cabeça. E sim, eu escrevo posts mentais diariamente (quem é blogueiro como eu talvez entenda este hábito). A grande maioria desses posts mentais se perde, muitos são censurados mesmo e nunca chegam a ser publicados no blog (felizmente)…Por outro lado, acho que devia andar por aí com um caderninho de notas, just in case. Mas convenhamos, essa estória de fazer notas é coisa de escritor ou diretor de cinema. E eu não sou nenhuma coisa nem outra, né? Sou apenas eu, uma pessoa que precisa das palavras (quase) como precisa de ar.

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Information overload
Hoje em dia temos acesso a um número infinito de informações. Somos bombardeados a cada minuto por informações vindas de todos os lados. Carregamos nossos smartphones na bolsa para lermos as manchetes de jornais. Checamos nossos e-mails várias vezes ao dia. Damos uma “rápida”olhada no Facebook. Enviamos alguns twitters. E assim passamos o dia cercados de tecnologia e informação por todo lado! Então quem ainda não aprendeu a selecionar (filtrar) acaba tendo uma crise de nervos ou coisa parecida. Porque é demais pra qualquer ser humano, né? Eu mesma aprendi a desligar o celular, a checar o Facebook no máximo três vezes por dia (minha meta são duas vezes por dia, eu ainda chego lá). E nunca mais entrei no Twitter simplesmente porque nunca me dei bem com aquela maldita restrição de caracteres! Quem me conhece, sabe que sou prolixa.

O mais irônico de tudo isso é que parece que quanto mais informação, menos as pessoas leem. Isso é um fenômeno que tem me deixado intrigada nestes tempos modernos de smartphones e e-readers. Ninguém quer ler mais nada que tenha mais de um ou dois parágrafos. É a era dos twitters, feeds e informações imediatas. E acredito que para muitos “leitores” isso basta (pra mim não). Sabe aquela estória do pior analfabeto é aquele que sabe ler e não lê? Pois é. Eu percebo isso até aqui no blog, como comentei neste post aqui. Preguiça de ler texto longo. Quanto mais longo o texto, menor o número de comentários.
 
Pra finalizar com um exemplo, sei que muita gente nem vai chegar a ler este último parágrafo…então pra você que chegou até aqui, meus parabéns! Bom saber que não estou sozinha.

Fim-de-semana tropical

Praia holandesa

Quem mora no Brasil vai rir deste post mas este fim-de-semana tivemos temperaturas tropicais e o país inteiro foi pras praias (sim, caros leitores, na Holanda tem praia). Foi só o termômetro marcar uns 34 graus que lá se vão quilometros e quilometros de engarrafamento nas estradas! Pra quem mora no nordeste do Brasil, por exemplo - ou mesmo no Rio onde morei antes de me mudar pra Europa - parece piada mas não é…desde 1994 (aliás ano que me mudei pra Amsterdam) que não fazia um fim-de-semana tão quente assim!!! Domingo chegou a fazer 38 graus no sul do país (Limburg), conforme uma amiga brasileira alegremente informou no Facebook dela.

E eu tenho a sorte de ser amiga do meu ex-namorado (isso mesmo), que me "patrocinou" um fim-de-semana na cidade dele. Ele mora em Haia, onde fica a praia mais famosa da Holanda: Scheveningen. Então lá fui eu de mochila no sábado de trem - e ainda por cima de primeira classe pois tinha um cupom especial - e voltei domingo à noite. Fomos dois dias à minha praia favorita: Kijkduin (foto acima), que é bem menor e menos lotada do que a turística Scheveningen (porque como boa "local" eu fujo de turistas, né?). Na verdade, Kijkduin é uma praia tipo família e vive lotada de crianças! O mar é tranquilo e portanto ideal para nadar ou se refrescar. Enfim, tivemos um fim-de-semana super agradável, até sair para jantar saímos e colocamos o assunto em dia. F. adora me filho Liam, estivemos os três semana passada e Haia mas esta semana meu filho está com o pai na Inglaterra então não veio comigo.

Pois viver no norte da Europa é isso! Quem mora no sul da Europa (Portugal, Espanha, sul da França) tem sofrido temperaturas acima de 40 graus, com muitas queimadas neste verão. Em Sevilla chega a fazer 45 graus, exatamente como no norte da África!!! Eu mesma peguei 43 graus na Tunísia no verão…temperatura "normal" por aquelas bandas, eu e meu filho (nascido na Holanda) quase morremos de calor! Ou seja, morar no NORTE ou no SUL da Europa faz uma diferença enorme. No norte (Holanda, Alemanha, Escandinávia, Inglaterra, Irlanda e também norte da França), quando faz 25 graus o pessoal já está rumando para as praias ou piscinas, todo mundo de camiseta e chinelo de dedo! Eu admito que não apenas faço o mesmo como prefiro temperaturas abaixo de 30 graus! Nos meus tempos de Brasil eu já sofria muito com o calorão: eu tinha pressão baixa e vez ou outra até desmaiava na rua! Por isso que achei o “inverno carioca” ano passado simplesmente PERFEITO: temperaturas médias de 25 a 28 graus. E claro que eu fui à praia, sou européia né?!!

E no momento que publico este post é quarta-feira e as temperaturas já baixaram 10 graus desde segunda... A previsão da semana toda não passa de uns 24 graus (ou menos porque verão holandês é assim), com probabilidade de chuvas a partir de amanhã...por essas e outras é que quando faz calor por estas bandas a população vai em massa para as praias!




PS: A foto não é minha porque a mula aqui ainda está aprendendo a mover as fotos do iPhone para o PC. Sim, sou de outra geração...jurássica!

2 x Woody Allen



Semana passada assisti Woody Allen duas vezes no cinema. Uma vez no seu novo filme To Rome With Love e outra no documentário mais recente sobre o famoso diretor de cinema que já tem mais de 40 filmes em sua obra (alguns deles verdadeiras perólas do cinema como Annie Hall, Manhattan, The Purple Rose of Cairo, Hannah and her Sisters e Match Point, só pra citar alguns).
Bem verdade que eu sou suspeita pra falar porque sou fã de carteirinha do diretor há mais de 20 anos e assisti quase todos os filmes dele - quase todos mesmo! E sei que Woody Allen é um daqueles diretores que você ama ou odeia, não tem meio-termo. Pois o documentário é um deleite para os fãs, mostrando as várias facetas do artista, desde o início de carreira contando piada em teatros de NY, escrevendo anetodas e crônicas hilárias para os jornais, além de repassar grande parte de sua obra cinematográfica, desde os primeiros filmes Take the Money and Run (que é simplesmente hilário) e Bananas até Midnight in Paris, o maior sucesso de bilheteria de sua carreira. Pra quem acha que é pouco, Woody Allen é mais do que um cineasta: ele é escritor, produtor, ator (atuou em vários de seus filmes) e um dedicado músico (tem uma banda de jazz onde toca clarinete).




Já o novo filme To Rome With Love não chega a ser seu melhor filme mas está longe de ser ruim! É que mesmo os filmes “ruins” de Woody Allen são bons! To Rome With Love é o quarto filme da série filmada na Europa. Depois de filmar em Londres (Match Point), Barcelona (Vicky, Cristina, Barcelona) e Paris (Midnight in Paris), foi a vez de Roma. E o resultado não ficou nada ruim, até porque tem uma belíssima Roma como pano de fundo. O diretor também atua no filme num de seus papéis típicos de neurótico, ao lado de uma esposa (Judy Davis) que ainda por cima é psiquiatra! Tem ainda o arquiteto famoso com cara de canastrão (Alec Baldwin). E aproveitando que estava filmando na Itália, Woody Allen conseguiu ainda uma participação especial de uma das figuras mais conhecidas do cinema italiano: Roberto Begnini (conhecido entre outros por La Vitta é Bella). Ele é responsável por algumas das cenas mais absurdas e hilárias do filme. Além de Roberto Begnini,  temos ainda uma rápida aparição de um dos ícones do cinema italiano: Ornella Muti, sempre belíssima e muito conhecida por quem frequenta salas de arte. Ela começou no cinema no início ds anos 70 e trabalhou com vários diretores famosos. 

Tem ainda a sedutora Penélope Cruz, com quem Woody Allen já havia trabalhado em Vicky, Cristina, Barcelona e que agora faz o papel de uma prostituta de luxo, digamos assim..E pra finalizar, temos ainda a jovem atriz Ellen Page (que ficou famosa como a adolescente grávida de Juno) que faz o papel de uma mulher atraente, levemente "perturbada" e perigosa pela qual um dos atores se apaixona no filme.

 


Do meu sumiço virtual...


Nem me lembro mais a última vez que fiquei três semanas inteiras sem postar no blog. Pra variar, mil coisas acontecendo dentro desta cabeça e fora dela também. Tantas coisas estranhas (algumas impublicáveis mesmo) nas últimas semanas que eu ando sem inspiração para procurar as palavras certas. Escrever é uma necessidade mas também um hábito. E hábitos precisam ser cultivados.

Mas não se iludam: eu não tenho a menor intenção de acabar com este blog, só percebo que em certas épocas é necessário um esforço adicional para mantê-lo vivo – quem tem blog sabe do que estou falando! Por outro lado, eu posso escrever aqui diariamente mas se não há interação com os leitores na forma de comentários, nada acontece! E talvez este seja um dos (vários) motivos por trás do meu “sumiço virtual”. Sim, tenho sentido falta de interação neste meu cantinho virtual. Muitas visitas diárias, grande parte vindas do Google, alguns amigos blogueiros (sempre os mesmos) que comentam aqui e ali e só. Por outro lado, eu nem devia reclamar muito porque tenho tido pouca disposição para ler os blogs de amigos…

O que me fez pensar nos motivos desta falta de interação. Porque eu não acho que eu tenha mudado essencialmente. Continuo adorando ler e escrever. Mas percebo que, no mundo high-tech em que vivemos, as pessoas estão com cada vez mais preguiça de fazer isso! Hoje em dia as pessoas parecem ter preguiça de refletir, questionar o status quo (coisa mais antiga, dirão alguns). Também tem preguiça de ler textos longos que não tragam informações mastigadas e resumidas (e isso já foi comprovado em várias pesquisas). E mais preguiça ainda de digitar um texto quando é possível interagir clicando apenas em um botão Like aqui e ali! Eu desconfio que tenha a ver com uma certa rede social pela qual nutro uma relação de amor e ódio…sim, me refiro ao Facebook, caros leitores. Satisfação imediata ou seu dinheiro de volta.

O que percebo é que a quantidade de informação disponível no dia-a-dia nunca foi tão grande, nunca existiram tantas possibilidades de contato (basta um simples clique para entrarmos em contato com alguém do outro lado do planeta) e no entanto, as pessoas andam cada dia mais preguiçosas! Preguiça de ler. Preguiça de comentar. Preguiça de argumentar (a famosa turma do deixa pra lá). E aí você acaba com uma timeline cheia de shares, fotos e likes e poucos comentários e estórias. Podem me chamar de ranzinza mas eu acho que o nível de interação nas redes sociais deixa muito a desejar. Poucas discussões inteligentes, muito besteirol. E a impressão de que, embora as pessoas passem cada vez mais horas na internet, elas mal tem tempo pra postar um Like ou compartilhar uma imagem. Detalhe: isso numa rede cujo objetivo original seria nos permitir participar mais da vida de nossos amigos…Corrijam-me se eu estiver errada!

Sim, claro que Facebook é diversão mas precisa ter só besteirol e posts vazios? Fala-se muito e não se diz nada. E quando alguém finalmente posta algo interessante como um link para uma entrevista ou artigo sobre um tema da atualidade, o post passa despercebido em meio a tanta bobagem (já aconteceu várias vezes comigo). Claro que também tem o oposto, aquele povo que faz campanha política diariamente, os que colocam mensagens religiosas, o povo vegetariano, os ateístas e por ai vai (vocês sabem do que estou falando). Algumas campanhas são até válidas em termos de conscientização da massa (um exemplo recente é a greve das universidades federais). Mas sem exageros, por favor! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra…

O mais interessante é que sim, eu gosto de reclamar mas adivinhem só? Tenho visto cada vez mais gente reclamando das mesmas coisas…será apenas uma coincidência? Eu acho que não. E digo mais, tenho percebido que muitas pessoas estão começando a enjoar do Facebook e vem buscando outros caminhos. Então anotem aí: daqui a alguns anos o Facebook vai sair da moda, exatamente como aconteceu com o falecido Orkut, que também teve seus dias de glória. Urubu, eu? Que nada, apenas percepções de uma mente ligada que não se cansa de refletir e questionar o mundo à sua volta. Estejam avisados!

52 x 5 Momentos pra compartilhar - SEMANA 29 a 32


Pra variar estou com estes posts atrasados devido ao meu sumiço de semanas...então vamos lá tentar tirar o atraso né Priscila, Val, Mateus e quem mais possa se interessar na brincadeira!

SEMANA 29 - Filmes que me falam ao coração...são muitos então vou citar alguns que me vem a cabeça:
1) A Single Man
2) An Education
3) The Kids Are All Right
4) Atonement
5) Midnight in Paris (Woody Allen)

SEMANA 30 - Fico impaciente com pessoas que...
1) são grossas e mal-educadas
2) se acham melhores do que as outras
3) tem dinheiro mas não tem cultura (noveau riches)
4) dão valor demais a coisas cujo valor é, no mínimo, relativo...
5) last but not least: maltratam crianças ou animais (imperdoável)

SEMANA 31 - Quando não tenho nada pra fazer, eu gosto de...
1) ler, é claro
2) fazer scrapbooking (vejam aqui no meu outro blog)
3) assistir séries de tv na cama (o cúmulo da preguiça, eu sei...)
4) surfar nos sites Pinterest e Flickr, grandes fontes de inspiração
5) escrever para o blog ou para mim mesma, o que aliás não ando conseguindo fazer nas últimas semanas e iss tem me deixado muito inquieta...

SEMANA 32 - Ainda quero aprender...
1) a fazer tricô ou crochê (ou ambos)
2) a cozinhar direito, hehehe
3) a falar espanhol em vez de "portunhol"
4) a pensar menos e agir mais
5) a não gostar de gente que não gosta de mim (!)




Sonhos de criança

Post atrasadíssimo mas promessa é dívida então vamos lá! Conforme prometido, seguem as fotos da belíssima exposição em homenagem aos Little Golden Books na biblioteca de Amsterdã. Um sonho de exposição, apresentando ao público os principais títulos da série que já completa 70 aos de sucesso de vendas nos EUA, sendo imprescindíveis em toda biblioteca infantil que se preze. Pra quem nunca ouviu falar, vale a pena conferir o site oficial (em inglês): http://www.randomhouse.com/golden/lgb/story.html

Aqui na Holanda, os livros fazem um sucesso enorme e aqui em casa mesmo temos uma dúzia deles! Pena que eles não estejam à venda no Brasil. O que me faz lembrar uma coleção de livros com que eu me deleitava na minha infância e que pra mim eram um tesouro: O Mundo da Infância, com suas capas de couro vermelho! Sim, eu sou vintage e não sabia! Será que alguém mais se lembra destes livros?!!









Meu afilhado Breno, que adora os livrinhos