sábado, dezembro 28, 2013

Um pouco melhor...


E os dias passam, a tempestada passa, tudo passa. E eu estou me sentindo um pouco melhor. Desde o último post muita coisa aconteceu.

Já voltei a falar com uma amiga com quem não falava há um ano (brigamos ano passado mas é amiga de quase 30 anos e amizade velha a gente não pode se dar ao luxo de jogar fora nos dias corridos de hoje). Quinta-feira outro grande amigo da mesma época chegou do Rio pra ficar uns dias aqui em casa. Na mesma quinta, o ex-namorado veio passar duas noites aqui em casa...ele "meio que se convidou" e eu deixei porque é Natal e coisa e tal e namorado ou não, F. é uma das pessoas mais estáveis na minha vida cheia de altos e baixos (e eu preciso de algum grau de estabilidade nesta vida, né gente?)

Já tive duas ceias de natal: uma ceia brasileira com pernil macio delicioso, farofa de ovo e banana, salpicão e muito vinho feitos por uma amiga de quem também andei afastada mas que voltamos a nos entender nos últimos meses porque o mundo dá voltas (e o meu mundo mais ainda) . E uma ceia inglesa na casa do ex-marido (que cozinha melhor que eu). Na ceia inglesa teve peru de natal perfeito, batatas assadas, verduras e yorkshire puddings (uma das minhas comidas favoritas da Inglaterra, original da região norte). E mais vinho. Porque é natal, é fim de ano e eu até que bebi pouco este ano.

De resto, em tempos virtuais tenho preferido o contato olho no olho, à moda antiga. É disso que preciso hoje em dia, mais do que nunca. Minha cura certamente não inclui o mundo virtual, muito pelo contrário. Em fases delicadas, sempre fujo do Facebook como o diabo foge da cruz...Não é novidade que sempre tive uma relação complicada com aquela rede e eu já saquei há tempos que a minha vida não é apropriada para o público em geral. E eu cansei de pisar em ovos e tentar explicar o que não pode ser explicado (e a verdade é que não devo explicaçoes a ninguém).

Também tenho lido bons livros e tido preguiça de comentar aqui (mas irei postar em breve minha retrospectiva literária, aguardem). E tenho visto bons filmes mas também ando sem saco de comentar aqui. Ando com a cabeça cheia mas vazia de palavras. Me desculpem...

No mais, os problemas continuam os mesmos, eu tive uma crise de depressão em novembro que me obrigou a mudar de medicamento (voltei pro bom e velho Prozac) e buscar outro psiquiatra. Mas o pior já passou e em janeiro meu diagnóstico será revisto porque dizem as más línguas que algo está errado. Provavelmente eu passei anos tomando o medicamento errado. Devia estar tomando estabilizadores de humor (lítio ou coisa parecida) em vez de antidepressivos mas isso é assunto para outro post...ou não. (#prontofalei).

Moral da estória...minha primeira resolução para o ano novo é continuar sendo eu mesma. Porque quem gosta de mim não foge e quem não gosta não me faz falta. E no final das contas, o que é nosso ninguém tira mesmo. Simples assim (a gente é que complica).

Aproveito para desejar um fantástico 2014 para os amigos que ainda não desistiram de mim (até quando eu mesma desisti) e aos leitores deste humilde mas sincero blog.









sábado, dezembro 14, 2013

Eu ando triste...

Final de ano é sempre muito complicado pra mim...eu sempre tenho uma recaída. E este ano, pra piorar, meu filho também está mal. Tão mal que precisei conversar com a escola e ele terá acompanhamento psicológico nos próximos meses. Adolescência já é um período delicado e ter de lidar com uma mãe deprimida em casa não é nada fácil - sou a primeira a admitir porque vivi os dois lados. Verdade seja dita, não são os filhos que devem cuidar dos pais e sim o contrário. Pelo menos assim é que deveria ser. Mas nem tudo é um mar de rosas...

Só vou dizer uma coisa: eu posso não ter família na Holanda, posso ter poucos amigos aqui perto mas graças a Deus temos tido (muita) assistência de outras pessoas. Gente cuja vocação - mais do que mera profissão - é ajudar os que precisam de um ombro amigo, de ouvidos para ouvir sem críticas ou julgamentos apressados. A começar pela minha médica da família, que me acompanha há oito anos, conhece o meu histórico e sempre tem tempo pra me ouvir sem minimizar ou "relativar" a minha dor. Esta mesma médica achou bom encaminhar o Liam para um psicólogo. Até porque, adolescência ou não, ele faz parte do grupo de risco (minha mãe também sofreu de depressão a vida inteira).

Quanto a mim, este blog costumava ser a minha válvula de escape, uma espécie de diário pessoal, um relato das minhas lutas e vitórias - só estar viva já é pra mim uma grande vitória.  Mas depois de várias experiências desagradáveis com amizades, decidi me isolar ainda mais e me poupar. Só que o isolamento é uma faca de dois gumes...e infelizmente isso só parece ter agravado a minha situação (assim como o fato de ter parado de escrever aqui sobre essas questões).

Porque a verdade é simples: eu preciso escrever. Não interessa se alguém vai ler ou deixar de ler, se vai entender ou não. Eu sei que muitos não entendem, mas tem muita gente que entende, que vive a mesma batalha e é para eles que eu escrevo nessas horas. Eu preciso escrever pra colocar pra fora esta avalanche de pensamentos descoordenados dentro da minha cabeça. Preciso escrever para tentar colocar ordem no caos, para tentar conter os estragos. Mas perdi a vontade de compartilhar qualquer coisa hoje em dia. Com o passar dos anos desisti de contar com a ajuda de amigos (e nem posso, se for pensar bem, cada um tem seus próprios problemas e no final das contas, é cada um por si mesmo).

Felizmente tenho a ajuda de profissionais, que nunca me desapontaram ao longo de todos estes anos. O que é até irônico porque aqui na Holanda o que mais tem é brasileiro reclamando do sistema de saúde holandês! E foi uma das poucas coisas em que tive sorte por aqui, sempre me "enviaram" a pessoa certa na hora certa. Nessas horas acredito que eu tenha um "anjo da guarda" mexendo os pauzinhos lá encima pra mim. E a estória se repete agora na escola do Liam, onde encontramos pessoas dedicadas e maravilhosas, dispostas a ouvir e a ajudar. Faz toda a diferença, acreditem.

Last but not least, tem o F. que nunca me abandonou, até quando eu mesma decidi abandoná-lo. Uma presença essencial na minha vida e que me ajuda a manter a minha estabilidade (sanidade) emocional e mental. Uma pessoa tão diferente de mim, com a vida toda certinha (tudo planejado) e a cabeça e o coração nos lugares certos! Podemos até não estar namorando "oficialmente" (eu já terminei este namoro duas vezes nos últimos seis anos) mas ele sempre vem aqui me visitar, quase todo fim-de-semana. E se eu estiver mal, sei que posso ligar pra ele a qualquer hora do dia ou da noite. O que eu não posso dizer de outras pessoas. E isso também tem feito toda a diferença nesses dias escuros. Porque ninguém vence esta batalha sozinha.

Desculpem o assunto chato, desculpem a falta de boas notícias. Mas hoje eu só precisava escrever. Mais nada.

Tecnologia do Blogger.

Um pouco melhor...


E os dias passam, a tempestada passa, tudo passa. E eu estou me sentindo um pouco melhor. Desde o último post muita coisa aconteceu.

Já voltei a falar com uma amiga com quem não falava há um ano (brigamos ano passado mas é amiga de quase 30 anos e amizade velha a gente não pode se dar ao luxo de jogar fora nos dias corridos de hoje). Quinta-feira outro grande amigo da mesma época chegou do Rio pra ficar uns dias aqui em casa. Na mesma quinta, o ex-namorado veio passar duas noites aqui em casa...ele "meio que se convidou" e eu deixei porque é Natal e coisa e tal e namorado ou não, F. é uma das pessoas mais estáveis na minha vida cheia de altos e baixos (e eu preciso de algum grau de estabilidade nesta vida, né gente?)

Já tive duas ceias de natal: uma ceia brasileira com pernil macio delicioso, farofa de ovo e banana, salpicão e muito vinho feitos por uma amiga de quem também andei afastada mas que voltamos a nos entender nos últimos meses porque o mundo dá voltas (e o meu mundo mais ainda) . E uma ceia inglesa na casa do ex-marido (que cozinha melhor que eu). Na ceia inglesa teve peru de natal perfeito, batatas assadas, verduras e yorkshire puddings (uma das minhas comidas favoritas da Inglaterra, original da região norte). E mais vinho. Porque é natal, é fim de ano e eu até que bebi pouco este ano.

De resto, em tempos virtuais tenho preferido o contato olho no olho, à moda antiga. É disso que preciso hoje em dia, mais do que nunca. Minha cura certamente não inclui o mundo virtual, muito pelo contrário. Em fases delicadas, sempre fujo do Facebook como o diabo foge da cruz...Não é novidade que sempre tive uma relação complicada com aquela rede e eu já saquei há tempos que a minha vida não é apropriada para o público em geral. E eu cansei de pisar em ovos e tentar explicar o que não pode ser explicado (e a verdade é que não devo explicaçoes a ninguém).

Também tenho lido bons livros e tido preguiça de comentar aqui (mas irei postar em breve minha retrospectiva literária, aguardem). E tenho visto bons filmes mas também ando sem saco de comentar aqui. Ando com a cabeça cheia mas vazia de palavras. Me desculpem...

No mais, os problemas continuam os mesmos, eu tive uma crise de depressão em novembro que me obrigou a mudar de medicamento (voltei pro bom e velho Prozac) e buscar outro psiquiatra. Mas o pior já passou e em janeiro meu diagnóstico será revisto porque dizem as más línguas que algo está errado. Provavelmente eu passei anos tomando o medicamento errado. Devia estar tomando estabilizadores de humor (lítio ou coisa parecida) em vez de antidepressivos mas isso é assunto para outro post...ou não. (#prontofalei).

Moral da estória...minha primeira resolução para o ano novo é continuar sendo eu mesma. Porque quem gosta de mim não foge e quem não gosta não me faz falta. E no final das contas, o que é nosso ninguém tira mesmo. Simples assim (a gente é que complica).

Aproveito para desejar um fantástico 2014 para os amigos que ainda não desistiram de mim (até quando eu mesma desisti) e aos leitores deste humilde mas sincero blog.









Eu ando triste...

Final de ano é sempre muito complicado pra mim...eu sempre tenho uma recaída. E este ano, pra piorar, meu filho também está mal. Tão mal que precisei conversar com a escola e ele terá acompanhamento psicológico nos próximos meses. Adolescência já é um período delicado e ter de lidar com uma mãe deprimida em casa não é nada fácil - sou a primeira a admitir porque vivi os dois lados. Verdade seja dita, não são os filhos que devem cuidar dos pais e sim o contrário. Pelo menos assim é que deveria ser. Mas nem tudo é um mar de rosas...

Só vou dizer uma coisa: eu posso não ter família na Holanda, posso ter poucos amigos aqui perto mas graças a Deus temos tido (muita) assistência de outras pessoas. Gente cuja vocação - mais do que mera profissão - é ajudar os que precisam de um ombro amigo, de ouvidos para ouvir sem críticas ou julgamentos apressados. A começar pela minha médica da família, que me acompanha há oito anos, conhece o meu histórico e sempre tem tempo pra me ouvir sem minimizar ou "relativar" a minha dor. Esta mesma médica achou bom encaminhar o Liam para um psicólogo. Até porque, adolescência ou não, ele faz parte do grupo de risco (minha mãe também sofreu de depressão a vida inteira).

Quanto a mim, este blog costumava ser a minha válvula de escape, uma espécie de diário pessoal, um relato das minhas lutas e vitórias - só estar viva já é pra mim uma grande vitória.  Mas depois de várias experiências desagradáveis com amizades, decidi me isolar ainda mais e me poupar. Só que o isolamento é uma faca de dois gumes...e infelizmente isso só parece ter agravado a minha situação (assim como o fato de ter parado de escrever aqui sobre essas questões).

Porque a verdade é simples: eu preciso escrever. Não interessa se alguém vai ler ou deixar de ler, se vai entender ou não. Eu sei que muitos não entendem, mas tem muita gente que entende, que vive a mesma batalha e é para eles que eu escrevo nessas horas. Eu preciso escrever pra colocar pra fora esta avalanche de pensamentos descoordenados dentro da minha cabeça. Preciso escrever para tentar colocar ordem no caos, para tentar conter os estragos. Mas perdi a vontade de compartilhar qualquer coisa hoje em dia. Com o passar dos anos desisti de contar com a ajuda de amigos (e nem posso, se for pensar bem, cada um tem seus próprios problemas e no final das contas, é cada um por si mesmo).

Felizmente tenho a ajuda de profissionais, que nunca me desapontaram ao longo de todos estes anos. O que é até irônico porque aqui na Holanda o que mais tem é brasileiro reclamando do sistema de saúde holandês! E foi uma das poucas coisas em que tive sorte por aqui, sempre me "enviaram" a pessoa certa na hora certa. Nessas horas acredito que eu tenha um "anjo da guarda" mexendo os pauzinhos lá encima pra mim. E a estória se repete agora na escola do Liam, onde encontramos pessoas dedicadas e maravilhosas, dispostas a ouvir e a ajudar. Faz toda a diferença, acreditem.

Last but not least, tem o F. que nunca me abandonou, até quando eu mesma decidi abandoná-lo. Uma presença essencial na minha vida e que me ajuda a manter a minha estabilidade (sanidade) emocional e mental. Uma pessoa tão diferente de mim, com a vida toda certinha (tudo planejado) e a cabeça e o coração nos lugares certos! Podemos até não estar namorando "oficialmente" (eu já terminei este namoro duas vezes nos últimos seis anos) mas ele sempre vem aqui me visitar, quase todo fim-de-semana. E se eu estiver mal, sei que posso ligar pra ele a qualquer hora do dia ou da noite. O que eu não posso dizer de outras pessoas. E isso também tem feito toda a diferença nesses dias escuros. Porque ninguém vence esta batalha sozinha.

Desculpem o assunto chato, desculpem a falta de boas notícias. Mas hoje eu só precisava escrever. Mais nada.