quarta-feira, novembro 30, 2011

Uma homenagem a nós leitoras compulsivas






Namore uma garota que lê
Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.





Este texto anda circulando pelo Facebook e achei tão lindo (e tão a minha cara) que resolvi compartilhá-lo com vocês aqui no blog. Tradução e adaptação de Gabriela Ventura, o texto original (em inglês) está  aqui.

terça-feira, novembro 29, 2011

Unfriend(ly)





Nunca pensei que usaria o recurso Unfriend mas como estou em clima de final de ano (leia-se faxina geral), decidi remover uma pessoa da minha lista de amigos no Facebook. Sabe aquela pessoa que NUNCA dá um like, NUNCA comenta nos seus posts e pior ainda...você vai no blog da dita cuja e volta e meia comenta e ela NUNCA vai no seu blog comentar? Porque fiquem avisados: existe etiqueta entre blogueiros. Nem que seja pra ir no seu blog agradecer a visita e só.

A verdade é que, como comentei no próprio Facebook, não é nem uma questão de dar "like" ou não, nesse caso é total indiferença mesmo. Eu não conheço a dita cuja pessoalmente mas temos duas ou mais amigas em comum...na blogosfera. E eu caí na asneira de achar que talvez pudéssemos ser amigas. Sim, caí na armadilha de "somos brasileiras morando na Holanda"...que como eu mesma um dia escrevi aqui não necessariamente significa que seremos amigas! Não mesmo.

O pior de tudo é que fiquei com raiva de mim mesma por levar essa estória tão à sério (sou humana, dá licença?). Chega a ser ridículo na minha idade mas o meu problema é que não sei lidar com a indiferença. Você me ama ou me odeia, pode até falar mal de mim mas...indiferença é ruim demais! Sem falar que não existe amizade sem reciprocidade né?

A moral da estória é que vou ser ainda mais cautelosa ao adicionar amigos no Facebook (mea culpa, eu pedi pra adicioná-la). Porque cometer o mesmo erro duas vezes é burrice! E pra não falarem que estou ficando azeda, eu ainda acredito que exista muita gente legal neste planeta maluco em que vivemos. Ou ao menos, quero (preciso) acreditar. Então vamos em frente que atrás vem gente!

 E vocês, já passaram por algo semelhante?

sábado, novembro 26, 2011

(Meu) Desafio Literário 2011





Em alguns blogs que costumo visitar, está sempre rolando um desafio literário. Como eu não tenho disciplina suficiente pra cumprir um desafio destes, meu desafio literário este ano foi simples: ler ao menos 2 livros por mês! Mais simples impossível...e a melhor parte do desafio é que acabei de completá-lo, com um mês de antecedência! E isso apesar de ter ficado quase dois meses sem ler nada no verão (quando fui ao Brasil e logo que voltei).

Confesso que ando sem tempo e disposição pra comentar todos os livros que leio, então segue a lista dos livros lidos este ano pra quem gosta de dicas de leitura. Coloquei os links nos livros que comentei aqui no blog pra facilitar a pesquisa.

  1. Room, Emma Donoghue
  2. The secret diary of Adrian Mole
  3. The Book Thief, Markus Zusak
  4. The Boy in Striped Pyjamas, John Boyne
  5. Nocturnes, Kazuo Ishiguro
  6. Hardboiled and Hard Luck, Banana Yoshimoto
  7. The Little Stranger, Sarah Waters
  8. Her Fearful Symmetry, Audrey Niffenegger
  9. The Film Club, David Gilmour
10. The Imperfectionists, Tom Rachman
11. Solar, Ian McEwan
12. The Finkler Question, Howard Jacobson
13. Asleep, Banana Yoshimoto
14. The Slap, Christos Tsiolkas
15. The Immigrant, Manju Kapur
16. The Museum of Innocence, Orhan Pamuk
17. The Perks of Being a Wallflower, Stephen Chbosky
18. The Lost Summer of Louisa May Alcott
19. When God Was a Rabbit, Sarah Winman
20. The Particular Sadness of Lemon Cake, Aimee Bender
21. By Nightfall, Michael Cunningham
22. So Much for That, Lionel Shriver
23. The Paris Wife, Paula McLain
24. Cleo, Helen Brown
25. Sister, Rosamund Lupton

Alguns livros eu gostei muito mas não cheguei a comentar por aqui...Pensando bem, de todos os livros que li este ano, meus favoritos foram (não necessariamente em ordem de preferência): Room, So Much For That, The Book Thief, The Immigrant (adoro esta escritora indiana) e The Museum of Innocence (escritor turco já premiado com o Booker Prize).

The Paris Wife é uma ótima leitura, principalmente pra quem gosta de Hemingway. Não é o meu caso, como escritor ele é muito bom mas como pessoa não faz meu tipo...a começar pelo hábito de frequentar as famosas toradas na Espanha (sobre as quais escreveu nos seus livros, em especial no The Sun Also Rises, leitura obrigatória na Universidade de Letras). De qualquer forma, a estória é contada pela sua primeira mulher e isso torna o livro bem interessante. Ainda mais considerando-se o pano de fundo de Paris na década de 20. Vale conferir!

The Particular Sadness of Lemon Cake é aquele livro que comprei pela capa - ou melhor ainda, pelo título. Me apaixonei pelo título do livro e não resisti. Infelizmente, o conteúdo não correspendeu (ou correspondeu em partes) à capa. Uma pena porque a estória tinha um enorme potencial! E Cleo...eu terminei literalmente em prantos! Há tempos que não me emocionava tanto com um livro - e não, não estou grávida, rsrsrsrs. Cleo conta a estória de uma família na Nova Zelândia com um membro muito importante, a gata Cleo. O livro começa com uma daquelas tragédias de família, quando o filho mais velho (na época com 9 anos) morre atropelado. Lá pela metade do livro a leitura meio que perde o ritmo mas depois melhora e o final é comovente! Até quem não gosta de gato vai gostar deste livro! Quanto a mim, amo gatos eu já tive a minha Cleo. Foi a minha primeira gata, que acompanhou 10 anos da minha vida aqui em Amsterdã (casamento, gravidez, bebê e até mesmo separação).Chorei dias depois que ela morreu (quem um dia perdeu um bichinho de estimação sabe do que estou falando). E um ano depois, minha vizinha bateu na minha porta com uma gatinha idêntica, que tinha sido achada numa ninhada na rua aqui perto, mãe e filhotes abandonados...Ela sabia que eu adorava gatos e me deu de presente.

Pra finalizar o post, quem tiver dicas legais de livros pra dar, é só deixar aqui.

terça-feira, novembro 22, 2011

Little Golden Books!





Quem conhece os lindos livros infantis da série Little Golden Books? Eles são muito populares nos EUA e, felizmente para mim, tem muitos títulos traduzidos aqui na Holanda. Com belíssimas ilustrações vintage (alguns títulos são originais dos anos 50), os livros são irresistíveis para crianças e adultos. Quando Liam era pequeno, eu volta e meia comprava um livro da coleção. Ele cresceu e eu continuo comprando...adoro!

Pois numa das edições da revista Flow (holandesa), vieram alguns desenhos dos livros...Não resisti e decidi aproveitar pra fazer uns cartões. Com papel de bolinhas e alguns botões, admito que a série já é uma das minhas favoritas. Só falta abrir uma loja na Etsy pra vender minhas criações (quem acompanha meu outro blog, sabe que adoro fazer cartões).

Os papéis de bolinha (sou apaixonada por polka dots) são paper pads de uma das minhas fabricantes favoritas de scrapbooking: Echo Park Paper. Abaixo fotos detalhadas dos cartões:








PS. Quem gosta de scrapbooking, não pode deixar de visitar meu outro blog: Scraps da Beth Blue.

domingo, novembro 20, 2011

Cherry Blossoms




O filme não é recente, estava há tempos largado na prateleira no meio de tantos outros DVDs que compro em promoções, até quarta-feira, quando finalmente decidi assisti-lo. Mas depois de assistir este filme, não poderia deixar de comentar aqui no blog.

Cherry Blossoms (2008) é da alemã Doris Dörrie, a mesma diretora de Bagdad Café, que fez bastante sucesso no Brasil (pelo menos em alguns círculos). E da mesma forma que Bagdad Café (pra quem assistiu) é de uma beleza e de uma delicadeza quase insuportáveis...Um filme que comove em vários momentos, com poucos recursos e muita sutileza. Um filme que emociona o expectador mais pelas imagens do que pelas palavras propriamente ditas...enfim, uma pequena pérola para quem como eu gosta de filmes de arte menos badalados mas nem por isso menos importantes.

Ele conta a estória de um casal alemão (Rudi e Trudy) que mora na tradicional Bavária. Logo no início do filme, Trudy é informada por médicos que seu marido está muito doente e que tem poucos meses de vida. Em vez de informar o marido, ela decide guardar o segredo para si e tentar fazer com que ele aproveite ao máximo seus últimos dias. Assim, ela sugere que eles visitem os filhos já crescidos em Berlim. Logo ao chegarem, eles são recebidos às pressas e com pouca disposição pelos filhos (e netos que passam o tempo todo com seus games portáteis, um retrato típica da nova geração).  Os filhos que não veem a hora dos pais irem embora para continuarem vivendo suas vidas. É aí que Rudy e Trudy descobrem que não conhecem mais seus filhos, embora os tenham criado. Diga-se de passagem, uma típica família do norte da Europa (porque na Itália, Espanha e Portugal é mais como no Brasil), em que os filhos saem de casa e depois raramente mantêm contato com os pais. A regra é uma ou duas vezes por ano em datas comemorativas (aqui na Holanda também já vi isso muito).

Na volta para casa, eles decidem passar uns dias numa praia de veraneio, onde Trudy morre inesperadamente num quarto de hotel. Rudi, que sempre acreditou que ainda teriam um ao outro por muitos anos, entra em crise e sofre muito. Depois de muito refletir, ele decide fazer algo por sua mulher que não fez enquanto ela vivia. É que o maior sonho dela era conhecer o Japão - e mais especificamente, o famoso Monte Fujiama. Assim sendo, Rudi faz as malas e aproveita que um de seus filhos mora em Tóquio para realizar o sonho de sua mulher e assim aprender mais um pouco sobre ela através desta cultura enigmática que tanto a fascinava.


Rudi e uma jovem japonesa

A segunda metade do filme é toda filmada no Japão (daí o título do filme ser Cherry Blossoms, as belas flores de cerejeira que são símbolo deste país). Vemos muitas cenas da moderna Tóquio com pessoas apressadas pelas ruas, mas também parques repletos de cerejeiras em flor onde as pessoas se reunem para fazer piqueniques. Num desses parques, Rudi conhece uma jovem japonesa que será sua guia nesta jornada cheia de descobertas...uma viagem não apenas física mas acima de tudo, espiritual.

quinta-feira, novembro 17, 2011

100 fatos sobre mim - 81 a 90




81 - Tenho pavor de insetos em geral e baratas em particular. Costumava ter pavor de ratos também, até meu filho decidir ter ratos, gerbils e camundongos como animais de estimação! Acabei gostando tanto dos gerbils (ratinhos simpáticos) que a fobia acabou...Mas ainda desconfio de rato, principalmente depois de ser mordida pelo rato branco do meu filho (fui parar no hospital pra tomar antitetância e anti-rabis).

82 - Se tem um bicho que tenho pavor - mas pavor mesmo - é cobra! Tempos atrás meu filho queria uma cobra como animal de estimação (sim, ele vai ser biólogo, hehehe). Eu recusei, ele bateu os pés, e acabamos fazendo um acordo. Assim foram adotados 3 lagartos (veja foto dos famosos aqui).

83 - Odeio andar de avião (morro de medo) e nunca consigo dormir durante o vôo...Num vôo internacional, durmo no máximo duas horas. Desnecessário dizer, sempre chego um zumbi no aeroporto de destino!!!

84 - Odeio multidão, cada dia mais fujo do agito e busco paz...Passear pelas lojas do centro no fim-de-semana pra mim é tortura...Vá mas não me chame!

85 - Não gosto de filmes de sci-fiction em geral, muito menos se for aqueles gosmentos tipo Alien, The Fly, The Thing, etc.

86 - Raramente lembro dos meus sonhos, mas sempre lembro (com detalhes mórbidos) dos meus pesadelos. Em 90% dos casos, eu estou correndo feito louca tentando pegar um avião, trem ou outro meio de transporte. E em 90% dos casos, eu perco a viagem! Os outros 10% estou andando por um beco escuro e tem alguém atrás de mim com uma arma...acordo segundos antes de ser disparado o gatilho...Ufa!

87 - Tenho medo de altura, por essas e outras, não tive coragem de subir na Sagrada Familia (Barcelona)...Não teve quem me convencesse a encarar aquela escadaria. Em prédios altos, não consigo chegar perto da janela (muito menos ir na varanda) sem sentir um frio na barriga...e prefiro não olhar pra baixo.

88 - Não tenho o menor medo de dormir sozinha em casa, mas já tive.

89 - Já fiz a famosa brincadeira do copo, o danado do copo não só mexeu como recebemos uma mensagem inteira. Meu conselho? Não tentem!

90 - Embora eu tenha medo de fantasmas, tenho medo mesmo é dos vivos! Esses sim fazem muita  ruindade...

terça-feira, novembro 15, 2011

Water for Elephants





Domingo assisti em casa ao filme Water for Elephants, baseado no livro homônimo da autora Sara Gruen. O filme fez muito sucesso de crítica mas na época não consegui assistir no cinema.

Não li o livro mas gostei muito do filme (mais do que esperava). E confesso que até chorei em algumas cenas...Um filme cheio de emoção, paixão e também maldade por parte de um dos protagonistas. Os personagens principais da estória são o jovem Jacob (Robert Pattinson, o famoso vampiro da série Twillight que, diga-se de passagem, não assisti), Marlena, a jovem e bela estrela do circo (Reese Witherspoon). E last but not least, August o malvado dono do circo (Christoph Waltz, que literalmente rouba a cena dos outros dois protagonistas com sua brilhante atuação).

Outro personagem essencial na estória é a elefante Rosie, que tem um papel importante no desfecho do filme (não vou contar pra não estragar, né?). Como se não bastasse, a simpática elefante também é responsável por algumas das cenas mais emocionantes do filme (se é que se pode esperar isso de um elefante, rsrsrs). Quem duvida, assista o filme e confira!




Water for Elephants conta a estória do jovem veterinário Jacob, que depois de uma grande (e inesperada) perda, decide largar os estudos e recomeçar a vida em outra cidade. Por obra do destino, ele acaba pegando carona no trem de uma companhia de circo. E a partir daí passa a acompanhar o circo em suas andanças. Ele acaba sendo contratado para cuidar dos animais do circo - que certamente serão muito gratos pelos seus cuidados, pois sofrem maus tratos do proprietário do circo e também vilão da estória, August. Pra complicar, Jacob se apaixona perdidamente pela esposa de August, a estrela do circo. E o desfecho é inevitável, deixando o público quase sem fôlego na expectativa dos próximos acontecimentos. O clima tenso domina boa parte do filme, até o confronto inevitável entre os dois protagonistas masculinos.

Destaque especial para o excelente cenário e costumes, que nos transportam ao cotidiano de uma companhia de circo nos anos 30, época da Grande Depressão americana, no período entre guerras. Em alguns aspectos, a fotografia me fez lembrar um dos meus filmes favoritos, Moulin Rouge.

Enfim, fica a dica pra quem curte uma bela estória de amor!

sábado, novembro 12, 2011

Leituras recentes





Isso mesmo, você não leu errado. When God was a Rabbit é o título original de um livro que li mês passado. O livro conta a estória de dois irmãos - Elly e Joe - e sua família e amigos próximos. Até aí tudo bem, se a estória não tivesse tantos personagens inusitados e interessantes. São eles que fazem deste livro uma leitura especial - e não necessariamente o tal coelho do título. Este eu deixo pra vocês descobrirem quando lerem (maldade, né?).

A primeira parte da estória se passa em Essex, Inglaterra nos anos 70 onde Elly mora com sua família, que mais tarde decide se mudar para Cornwall e abrir um bed & breakfast. Na segunda parte, Elly já é adulta e ainda vive cercada dos mesmos personagens, familiares e amigos.

Se Elly por si só já é uma personagem interessante, mais ainda são os "coadjuvantes". Suas trajetórias individuais contribuem, cada uma delas, para dar forma à estória. Assim temos Nancy (tia de Elly) uma atora de relativo sucesso com uma paixão escondida pela cunhada (a mãe de Elly). Nancy é lésbica e tem muitas estórias interessantes pra contar. Temos Joe, irmão de Elly, com quem ela tem um vínculo muito forte. Temos ainda Arthur, um senhor de idade que um dia se hospeda no bed & breakfast e nunca mais vai embora. Com o passar dos anos, ele se torna mais um membro da família. Last but not least, Jenny Penny, a amiga de infância de Elly, com quem ela perde contato quando a família se muda para Cornwall mas que reencontra anos mais tarde em uma situação inusitada (não vou contar pra não estragar a leitura).

O estilo de escrita é ótimo mas a narrativa em si é bastante inusitada. Enfim, não é um livro que eu diria que agrada a todos porque não há um plot definido, se é que vocês me entendem. Embora When God was a Rabbit tenha recebido ótimas críticas, aviso que é um daqueles livros que você adora ou odeia! Eu gostei muito e me diverti acompanhando as aventuras e desventuras deste grupo de pessoas excêntricas e ao mesmo tempo, tão humanas. Vive la difference!

sábado, novembro 05, 2011

100 fatos sobre mim - 71 a 80



71 - Sempre fui notívaga, isso só mudou depois que tive meu filho. Por razões óbvias que, pelo menos quem é mãe como eu, entende.

72 - Odeio temperaturas extremas: nem muito frio nem muito calor. Eu passo mal com temperaturas acima de 30 graus (40 graus eu quase desmaio, rsrsrs).  Por essas e outras, adorei ter estado no Rio em julho-agosto deste ano. Dias ensolarados e temperaturas "amenas" entre 25 e 28 graus. Per-fei-to!

73 - Adoro o mar. Cheiro do mar, banho de mar, areia. Caminhadas na praia me acalmam e equilibram. Sinto muita falta disso aqui em Amsterdã. Aqui não tem praia, tem canal né, gente?

74 - Adoro girassóis, e não apenas os de Van Gogh.

75 - Adoro assistir ao pôr-do-sol, principalmente se estiver numa praia.

76 - Também adoro o ar das montanhas e o cheiro de mato verde. Acho que quando ficar velha vou morar num "barraco" em Visconde de Mauá...e nem vou reclamar, rsrsrsrs.

77 - Aqui na Holanda, adoro fazer piqueniques na primavera ou no verão...um hábito local que adquiri. O holandês aproveita ao máximo os poucos dias de sol que tem durante o ano. Fenômeno que se estende a todos os outros países do norte Europeu. Quem mora no Brasil não faz a menor idéia...

78 - Adoro neve, aqui não neva muito mas inverno passado nevou uns dias e ficou tudo branco. Parques, ruas, telhados das casas. Uma grande festa para as crianças,  que fizeram bonecos de neve até no pátio das escolas!

79 - Em compensação, se tem uma coisa que me deixa melancólica são dias chuvosos e cinzentos...Eu preciso do sol pra ser feliz (novamente: quem mora no Brasil não faz a menor idéia). Felizmente, este outono quase não tem chovido, estamos curtindo sol e clima seco há 2 semanas (e o sol está brilhando agora mesmo lá fora).

80 - Odeio andar na chuva e se puder, fico em casa no meu cantinho! E dizer que os holandeses andam de bicicleta debaixo de chuva na maior tranquilidade, desde pequenos (dá pena de ver as crianças indo cedo pra escola). Um hábito que nunca irei adquirir.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Lionel Shriver 3x



Se tem uma autora que me conquistou nos últimos tempos é a americana Lionel Shriver. Acabei de ler o terceiro livro dela e continuo apreciando cada vez mais seu estilo. Ela é a autora do bestseller "We Need to Talk About Kevin", que comentei aqui. E também do livro "The Post-Birthday World", que comentei aqui. Diga-se de passagem, Kevin tornou-se um bestseller em vários países e virou até filme, a estrear em 2012 nos cinemas. Sorte é que dessa vez eles parecem ter acertado na transição do livro para a tela. A própria Lionel Shriver afirmou - aliviada - estar satisfeita com os resultados (leia entrevista no The Guardian aqui). A começar com a escolha da ótima Tilda Swinton no papel da protagonista e mãe do menino.

Pois acabei de devorar So Much for That, o mais recente livro da autora . E claro, vim correndo aqui recomendá-lo pra vocês! Quem nunca leu, leia. Uma leitura instigante e que faz pensar, escrita numa linguagem inteligente e ao mesmo tempo acessível.

O tema principal, cancêr nãe seria o que exatamente as pessoas poderiam ser de um tema agradável. E no entanto, a autora consegue, mais uma vez, escrever um livro extremamente inteligente e perspicaz aproveitando para especular sobre o sistema de saúde americano (o que em muitas partes, me fez lembrar o excelente Sicko, de Michael Moore). Quem anda por aí reclamando do SUS, precisa ler este livro!

É que nos EUA, os planos de saúde não cobrem tratamentos caros como aqueles para o câncer...e quem não tem dinheiro, não tem escolha. No caso deste livro, o marido (Shep) é obrigado a se desfazer das poupanças que fez durante toda a sua vida para pagar o tratamento de sua esposa (Glynis). A doença de Glynis anuncia o fim de um sonho acalentado por Shep a vida inteira. A famosa "After Life", uma vida de sonho em uma ilha na África, uma volta à natureza e à simplicidade que não mais existe nas grandes cidades (o casal mora em New York). Depois de muitas viagens, Shep finalmente encontra o lugar ideal: Pemba, uma ilha no arquipélago de Zanzibar, no Oceano Índico. E sim, a tal ilha existe mesmo porque fiquei curiosa durante a leitura e fui pesquisar! Maravilhosa, diga-se de passagem (também quero ir pra lá).

Mas voltando ao livro, o mais interessante é o que a autora faz com seus personagens...Em nenhum momento o leitor consegue simpatizar com a doente...ela é simplesmente uma mulher chata e insuportável que só piora de humor com a doença (também não é pra menos). Então, em vez de uma vítima prostrada que com o passar do tempo vai fazendo as pazes com seu passado e sua vida em preparação para uma morte inevitável (o tal "processo" que todos nós um dia passaremos), Glynis fica cada dia mais revoltada. E perfeccionista como sempre foi, decide entrar nesta batalha para vencer...Após várias sessões de quimioterapia, ela continua firme (embora o corpo esteja cada vez mais fraco) e se recusa a saber dos resultados de exames. Ao mesmo tempo, ela se recusa a ver o "lado bom da doença" (se é que ele existe). Assusta as visitas já constrangidas quando perguntam se ela encontrou a razão da vida ou algo assim.

Enfim, Glynis é perspicaz, sarcástica e totalmente inconformada com o seu destino. Ela não tem a menor intenção de reatar vínculos nem perdoar inimizades. E chega até mesmo a vibrar quando algo ruim acontece com os outros. Um terremoto ou outro desastre natural na tv a deixa feliz, porque assim ela sabe que não está sofrendo sozinha!!! Lionel Shriver desmorona o mito do paciente "bonzinho" que aos poucos faz as pazes com a doença e com a vida, em preparação para a morte. E isso gera diálogos engraçados e cheios de sarcasmo!

Para enfatizar ainda mais a "maldade" de Glynis, Shep é o marido perfeito, pronto para fazer tudo que for necessário para salvar a sua esposa de 26 anos. Mesmo que isso significa abandonar um sonho da vida inteira...Não conto mais pra não estragar, mas aviso que o final é totalmente...inesperado!


We  Need to Talk About Kevin, o filme
Tecnologia do Blogger.

Uma homenagem a nós leitoras compulsivas






Namore uma garota que lê
Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.





Este texto anda circulando pelo Facebook e achei tão lindo (e tão a minha cara) que resolvi compartilhá-lo com vocês aqui no blog. Tradução e adaptação de Gabriela Ventura, o texto original (em inglês) está  aqui.

Unfriend(ly)





Nunca pensei que usaria o recurso Unfriend mas como estou em clima de final de ano (leia-se faxina geral), decidi remover uma pessoa da minha lista de amigos no Facebook. Sabe aquela pessoa que NUNCA dá um like, NUNCA comenta nos seus posts e pior ainda...você vai no blog da dita cuja e volta e meia comenta e ela NUNCA vai no seu blog comentar? Porque fiquem avisados: existe etiqueta entre blogueiros. Nem que seja pra ir no seu blog agradecer a visita e só.

A verdade é que, como comentei no próprio Facebook, não é nem uma questão de dar "like" ou não, nesse caso é total indiferença mesmo. Eu não conheço a dita cuja pessoalmente mas temos duas ou mais amigas em comum...na blogosfera. E eu caí na asneira de achar que talvez pudéssemos ser amigas. Sim, caí na armadilha de "somos brasileiras morando na Holanda"...que como eu mesma um dia escrevi aqui não necessariamente significa que seremos amigas! Não mesmo.

O pior de tudo é que fiquei com raiva de mim mesma por levar essa estória tão à sério (sou humana, dá licença?). Chega a ser ridículo na minha idade mas o meu problema é que não sei lidar com a indiferença. Você me ama ou me odeia, pode até falar mal de mim mas...indiferença é ruim demais! Sem falar que não existe amizade sem reciprocidade né?

A moral da estória é que vou ser ainda mais cautelosa ao adicionar amigos no Facebook (mea culpa, eu pedi pra adicioná-la). Porque cometer o mesmo erro duas vezes é burrice! E pra não falarem que estou ficando azeda, eu ainda acredito que exista muita gente legal neste planeta maluco em que vivemos. Ou ao menos, quero (preciso) acreditar. Então vamos em frente que atrás vem gente!

 E vocês, já passaram por algo semelhante?

(Meu) Desafio Literário 2011





Em alguns blogs que costumo visitar, está sempre rolando um desafio literário. Como eu não tenho disciplina suficiente pra cumprir um desafio destes, meu desafio literário este ano foi simples: ler ao menos 2 livros por mês! Mais simples impossível...e a melhor parte do desafio é que acabei de completá-lo, com um mês de antecedência! E isso apesar de ter ficado quase dois meses sem ler nada no verão (quando fui ao Brasil e logo que voltei).

Confesso que ando sem tempo e disposição pra comentar todos os livros que leio, então segue a lista dos livros lidos este ano pra quem gosta de dicas de leitura. Coloquei os links nos livros que comentei aqui no blog pra facilitar a pesquisa.

  1. Room, Emma Donoghue
  2. The secret diary of Adrian Mole
  3. The Book Thief, Markus Zusak
  4. The Boy in Striped Pyjamas, John Boyne
  5. Nocturnes, Kazuo Ishiguro
  6. Hardboiled and Hard Luck, Banana Yoshimoto
  7. The Little Stranger, Sarah Waters
  8. Her Fearful Symmetry, Audrey Niffenegger
  9. The Film Club, David Gilmour
10. The Imperfectionists, Tom Rachman
11. Solar, Ian McEwan
12. The Finkler Question, Howard Jacobson
13. Asleep, Banana Yoshimoto
14. The Slap, Christos Tsiolkas
15. The Immigrant, Manju Kapur
16. The Museum of Innocence, Orhan Pamuk
17. The Perks of Being a Wallflower, Stephen Chbosky
18. The Lost Summer of Louisa May Alcott
19. When God Was a Rabbit, Sarah Winman
20. The Particular Sadness of Lemon Cake, Aimee Bender
21. By Nightfall, Michael Cunningham
22. So Much for That, Lionel Shriver
23. The Paris Wife, Paula McLain
24. Cleo, Helen Brown
25. Sister, Rosamund Lupton

Alguns livros eu gostei muito mas não cheguei a comentar por aqui...Pensando bem, de todos os livros que li este ano, meus favoritos foram (não necessariamente em ordem de preferência): Room, So Much For That, The Book Thief, The Immigrant (adoro esta escritora indiana) e The Museum of Innocence (escritor turco já premiado com o Booker Prize).

The Paris Wife é uma ótima leitura, principalmente pra quem gosta de Hemingway. Não é o meu caso, como escritor ele é muito bom mas como pessoa não faz meu tipo...a começar pelo hábito de frequentar as famosas toradas na Espanha (sobre as quais escreveu nos seus livros, em especial no The Sun Also Rises, leitura obrigatória na Universidade de Letras). De qualquer forma, a estória é contada pela sua primeira mulher e isso torna o livro bem interessante. Ainda mais considerando-se o pano de fundo de Paris na década de 20. Vale conferir!

The Particular Sadness of Lemon Cake é aquele livro que comprei pela capa - ou melhor ainda, pelo título. Me apaixonei pelo título do livro e não resisti. Infelizmente, o conteúdo não correspendeu (ou correspondeu em partes) à capa. Uma pena porque a estória tinha um enorme potencial! E Cleo...eu terminei literalmente em prantos! Há tempos que não me emocionava tanto com um livro - e não, não estou grávida, rsrsrsrs. Cleo conta a estória de uma família na Nova Zelândia com um membro muito importante, a gata Cleo. O livro começa com uma daquelas tragédias de família, quando o filho mais velho (na época com 9 anos) morre atropelado. Lá pela metade do livro a leitura meio que perde o ritmo mas depois melhora e o final é comovente! Até quem não gosta de gato vai gostar deste livro! Quanto a mim, amo gatos eu já tive a minha Cleo. Foi a minha primeira gata, que acompanhou 10 anos da minha vida aqui em Amsterdã (casamento, gravidez, bebê e até mesmo separação).Chorei dias depois que ela morreu (quem um dia perdeu um bichinho de estimação sabe do que estou falando). E um ano depois, minha vizinha bateu na minha porta com uma gatinha idêntica, que tinha sido achada numa ninhada na rua aqui perto, mãe e filhotes abandonados...Ela sabia que eu adorava gatos e me deu de presente.

Pra finalizar o post, quem tiver dicas legais de livros pra dar, é só deixar aqui.

Little Golden Books!





Quem conhece os lindos livros infantis da série Little Golden Books? Eles são muito populares nos EUA e, felizmente para mim, tem muitos títulos traduzidos aqui na Holanda. Com belíssimas ilustrações vintage (alguns títulos são originais dos anos 50), os livros são irresistíveis para crianças e adultos. Quando Liam era pequeno, eu volta e meia comprava um livro da coleção. Ele cresceu e eu continuo comprando...adoro!

Pois numa das edições da revista Flow (holandesa), vieram alguns desenhos dos livros...Não resisti e decidi aproveitar pra fazer uns cartões. Com papel de bolinhas e alguns botões, admito que a série já é uma das minhas favoritas. Só falta abrir uma loja na Etsy pra vender minhas criações (quem acompanha meu outro blog, sabe que adoro fazer cartões).

Os papéis de bolinha (sou apaixonada por polka dots) são paper pads de uma das minhas fabricantes favoritas de scrapbooking: Echo Park Paper. Abaixo fotos detalhadas dos cartões:








PS. Quem gosta de scrapbooking, não pode deixar de visitar meu outro blog: Scraps da Beth Blue.

Cherry Blossoms




O filme não é recente, estava há tempos largado na prateleira no meio de tantos outros DVDs que compro em promoções, até quarta-feira, quando finalmente decidi assisti-lo. Mas depois de assistir este filme, não poderia deixar de comentar aqui no blog.

Cherry Blossoms (2008) é da alemã Doris Dörrie, a mesma diretora de Bagdad Café, que fez bastante sucesso no Brasil (pelo menos em alguns círculos). E da mesma forma que Bagdad Café (pra quem assistiu) é de uma beleza e de uma delicadeza quase insuportáveis...Um filme que comove em vários momentos, com poucos recursos e muita sutileza. Um filme que emociona o expectador mais pelas imagens do que pelas palavras propriamente ditas...enfim, uma pequena pérola para quem como eu gosta de filmes de arte menos badalados mas nem por isso menos importantes.

Ele conta a estória de um casal alemão (Rudi e Trudy) que mora na tradicional Bavária. Logo no início do filme, Trudy é informada por médicos que seu marido está muito doente e que tem poucos meses de vida. Em vez de informar o marido, ela decide guardar o segredo para si e tentar fazer com que ele aproveite ao máximo seus últimos dias. Assim, ela sugere que eles visitem os filhos já crescidos em Berlim. Logo ao chegarem, eles são recebidos às pressas e com pouca disposição pelos filhos (e netos que passam o tempo todo com seus games portáteis, um retrato típica da nova geração).  Os filhos que não veem a hora dos pais irem embora para continuarem vivendo suas vidas. É aí que Rudy e Trudy descobrem que não conhecem mais seus filhos, embora os tenham criado. Diga-se de passagem, uma típica família do norte da Europa (porque na Itália, Espanha e Portugal é mais como no Brasil), em que os filhos saem de casa e depois raramente mantêm contato com os pais. A regra é uma ou duas vezes por ano em datas comemorativas (aqui na Holanda também já vi isso muito).

Na volta para casa, eles decidem passar uns dias numa praia de veraneio, onde Trudy morre inesperadamente num quarto de hotel. Rudi, que sempre acreditou que ainda teriam um ao outro por muitos anos, entra em crise e sofre muito. Depois de muito refletir, ele decide fazer algo por sua mulher que não fez enquanto ela vivia. É que o maior sonho dela era conhecer o Japão - e mais especificamente, o famoso Monte Fujiama. Assim sendo, Rudi faz as malas e aproveita que um de seus filhos mora em Tóquio para realizar o sonho de sua mulher e assim aprender mais um pouco sobre ela através desta cultura enigmática que tanto a fascinava.


Rudi e uma jovem japonesa

A segunda metade do filme é toda filmada no Japão (daí o título do filme ser Cherry Blossoms, as belas flores de cerejeira que são símbolo deste país). Vemos muitas cenas da moderna Tóquio com pessoas apressadas pelas ruas, mas também parques repletos de cerejeiras em flor onde as pessoas se reunem para fazer piqueniques. Num desses parques, Rudi conhece uma jovem japonesa que será sua guia nesta jornada cheia de descobertas...uma viagem não apenas física mas acima de tudo, espiritual.

100 fatos sobre mim - 81 a 90




81 - Tenho pavor de insetos em geral e baratas em particular. Costumava ter pavor de ratos também, até meu filho decidir ter ratos, gerbils e camundongos como animais de estimação! Acabei gostando tanto dos gerbils (ratinhos simpáticos) que a fobia acabou...Mas ainda desconfio de rato, principalmente depois de ser mordida pelo rato branco do meu filho (fui parar no hospital pra tomar antitetância e anti-rabis).

82 - Se tem um bicho que tenho pavor - mas pavor mesmo - é cobra! Tempos atrás meu filho queria uma cobra como animal de estimação (sim, ele vai ser biólogo, hehehe). Eu recusei, ele bateu os pés, e acabamos fazendo um acordo. Assim foram adotados 3 lagartos (veja foto dos famosos aqui).

83 - Odeio andar de avião (morro de medo) e nunca consigo dormir durante o vôo...Num vôo internacional, durmo no máximo duas horas. Desnecessário dizer, sempre chego um zumbi no aeroporto de destino!!!

84 - Odeio multidão, cada dia mais fujo do agito e busco paz...Passear pelas lojas do centro no fim-de-semana pra mim é tortura...Vá mas não me chame!

85 - Não gosto de filmes de sci-fiction em geral, muito menos se for aqueles gosmentos tipo Alien, The Fly, The Thing, etc.

86 - Raramente lembro dos meus sonhos, mas sempre lembro (com detalhes mórbidos) dos meus pesadelos. Em 90% dos casos, eu estou correndo feito louca tentando pegar um avião, trem ou outro meio de transporte. E em 90% dos casos, eu perco a viagem! Os outros 10% estou andando por um beco escuro e tem alguém atrás de mim com uma arma...acordo segundos antes de ser disparado o gatilho...Ufa!

87 - Tenho medo de altura, por essas e outras, não tive coragem de subir na Sagrada Familia (Barcelona)...Não teve quem me convencesse a encarar aquela escadaria. Em prédios altos, não consigo chegar perto da janela (muito menos ir na varanda) sem sentir um frio na barriga...e prefiro não olhar pra baixo.

88 - Não tenho o menor medo de dormir sozinha em casa, mas já tive.

89 - Já fiz a famosa brincadeira do copo, o danado do copo não só mexeu como recebemos uma mensagem inteira. Meu conselho? Não tentem!

90 - Embora eu tenha medo de fantasmas, tenho medo mesmo é dos vivos! Esses sim fazem muita  ruindade...

Water for Elephants





Domingo assisti em casa ao filme Water for Elephants, baseado no livro homônimo da autora Sara Gruen. O filme fez muito sucesso de crítica mas na época não consegui assistir no cinema.

Não li o livro mas gostei muito do filme (mais do que esperava). E confesso que até chorei em algumas cenas...Um filme cheio de emoção, paixão e também maldade por parte de um dos protagonistas. Os personagens principais da estória são o jovem Jacob (Robert Pattinson, o famoso vampiro da série Twillight que, diga-se de passagem, não assisti), Marlena, a jovem e bela estrela do circo (Reese Witherspoon). E last but not least, August o malvado dono do circo (Christoph Waltz, que literalmente rouba a cena dos outros dois protagonistas com sua brilhante atuação).

Outro personagem essencial na estória é a elefante Rosie, que tem um papel importante no desfecho do filme (não vou contar pra não estragar, né?). Como se não bastasse, a simpática elefante também é responsável por algumas das cenas mais emocionantes do filme (se é que se pode esperar isso de um elefante, rsrsrs). Quem duvida, assista o filme e confira!




Water for Elephants conta a estória do jovem veterinário Jacob, que depois de uma grande (e inesperada) perda, decide largar os estudos e recomeçar a vida em outra cidade. Por obra do destino, ele acaba pegando carona no trem de uma companhia de circo. E a partir daí passa a acompanhar o circo em suas andanças. Ele acaba sendo contratado para cuidar dos animais do circo - que certamente serão muito gratos pelos seus cuidados, pois sofrem maus tratos do proprietário do circo e também vilão da estória, August. Pra complicar, Jacob se apaixona perdidamente pela esposa de August, a estrela do circo. E o desfecho é inevitável, deixando o público quase sem fôlego na expectativa dos próximos acontecimentos. O clima tenso domina boa parte do filme, até o confronto inevitável entre os dois protagonistas masculinos.

Destaque especial para o excelente cenário e costumes, que nos transportam ao cotidiano de uma companhia de circo nos anos 30, época da Grande Depressão americana, no período entre guerras. Em alguns aspectos, a fotografia me fez lembrar um dos meus filmes favoritos, Moulin Rouge.

Enfim, fica a dica pra quem curte uma bela estória de amor!

Leituras recentes





Isso mesmo, você não leu errado. When God was a Rabbit é o título original de um livro que li mês passado. O livro conta a estória de dois irmãos - Elly e Joe - e sua família e amigos próximos. Até aí tudo bem, se a estória não tivesse tantos personagens inusitados e interessantes. São eles que fazem deste livro uma leitura especial - e não necessariamente o tal coelho do título. Este eu deixo pra vocês descobrirem quando lerem (maldade, né?).

A primeira parte da estória se passa em Essex, Inglaterra nos anos 70 onde Elly mora com sua família, que mais tarde decide se mudar para Cornwall e abrir um bed & breakfast. Na segunda parte, Elly já é adulta e ainda vive cercada dos mesmos personagens, familiares e amigos.

Se Elly por si só já é uma personagem interessante, mais ainda são os "coadjuvantes". Suas trajetórias individuais contribuem, cada uma delas, para dar forma à estória. Assim temos Nancy (tia de Elly) uma atora de relativo sucesso com uma paixão escondida pela cunhada (a mãe de Elly). Nancy é lésbica e tem muitas estórias interessantes pra contar. Temos Joe, irmão de Elly, com quem ela tem um vínculo muito forte. Temos ainda Arthur, um senhor de idade que um dia se hospeda no bed & breakfast e nunca mais vai embora. Com o passar dos anos, ele se torna mais um membro da família. Last but not least, Jenny Penny, a amiga de infância de Elly, com quem ela perde contato quando a família se muda para Cornwall mas que reencontra anos mais tarde em uma situação inusitada (não vou contar pra não estragar a leitura).

O estilo de escrita é ótimo mas a narrativa em si é bastante inusitada. Enfim, não é um livro que eu diria que agrada a todos porque não há um plot definido, se é que vocês me entendem. Embora When God was a Rabbit tenha recebido ótimas críticas, aviso que é um daqueles livros que você adora ou odeia! Eu gostei muito e me diverti acompanhando as aventuras e desventuras deste grupo de pessoas excêntricas e ao mesmo tempo, tão humanas. Vive la difference!

100 fatos sobre mim - 71 a 80



71 - Sempre fui notívaga, isso só mudou depois que tive meu filho. Por razões óbvias que, pelo menos quem é mãe como eu, entende.

72 - Odeio temperaturas extremas: nem muito frio nem muito calor. Eu passo mal com temperaturas acima de 30 graus (40 graus eu quase desmaio, rsrsrs).  Por essas e outras, adorei ter estado no Rio em julho-agosto deste ano. Dias ensolarados e temperaturas "amenas" entre 25 e 28 graus. Per-fei-to!

73 - Adoro o mar. Cheiro do mar, banho de mar, areia. Caminhadas na praia me acalmam e equilibram. Sinto muita falta disso aqui em Amsterdã. Aqui não tem praia, tem canal né, gente?

74 - Adoro girassóis, e não apenas os de Van Gogh.

75 - Adoro assistir ao pôr-do-sol, principalmente se estiver numa praia.

76 - Também adoro o ar das montanhas e o cheiro de mato verde. Acho que quando ficar velha vou morar num "barraco" em Visconde de Mauá...e nem vou reclamar, rsrsrsrs.

77 - Aqui na Holanda, adoro fazer piqueniques na primavera ou no verão...um hábito local que adquiri. O holandês aproveita ao máximo os poucos dias de sol que tem durante o ano. Fenômeno que se estende a todos os outros países do norte Europeu. Quem mora no Brasil não faz a menor idéia...

78 - Adoro neve, aqui não neva muito mas inverno passado nevou uns dias e ficou tudo branco. Parques, ruas, telhados das casas. Uma grande festa para as crianças,  que fizeram bonecos de neve até no pátio das escolas!

79 - Em compensação, se tem uma coisa que me deixa melancólica são dias chuvosos e cinzentos...Eu preciso do sol pra ser feliz (novamente: quem mora no Brasil não faz a menor idéia). Felizmente, este outono quase não tem chovido, estamos curtindo sol e clima seco há 2 semanas (e o sol está brilhando agora mesmo lá fora).

80 - Odeio andar na chuva e se puder, fico em casa no meu cantinho! E dizer que os holandeses andam de bicicleta debaixo de chuva na maior tranquilidade, desde pequenos (dá pena de ver as crianças indo cedo pra escola). Um hábito que nunca irei adquirir.

Lionel Shriver 3x



Se tem uma autora que me conquistou nos últimos tempos é a americana Lionel Shriver. Acabei de ler o terceiro livro dela e continuo apreciando cada vez mais seu estilo. Ela é a autora do bestseller "We Need to Talk About Kevin", que comentei aqui. E também do livro "The Post-Birthday World", que comentei aqui. Diga-se de passagem, Kevin tornou-se um bestseller em vários países e virou até filme, a estrear em 2012 nos cinemas. Sorte é que dessa vez eles parecem ter acertado na transição do livro para a tela. A própria Lionel Shriver afirmou - aliviada - estar satisfeita com os resultados (leia entrevista no The Guardian aqui). A começar com a escolha da ótima Tilda Swinton no papel da protagonista e mãe do menino.

Pois acabei de devorar So Much for That, o mais recente livro da autora . E claro, vim correndo aqui recomendá-lo pra vocês! Quem nunca leu, leia. Uma leitura instigante e que faz pensar, escrita numa linguagem inteligente e ao mesmo tempo acessível.

O tema principal, cancêr nãe seria o que exatamente as pessoas poderiam ser de um tema agradável. E no entanto, a autora consegue, mais uma vez, escrever um livro extremamente inteligente e perspicaz aproveitando para especular sobre o sistema de saúde americano (o que em muitas partes, me fez lembrar o excelente Sicko, de Michael Moore). Quem anda por aí reclamando do SUS, precisa ler este livro!

É que nos EUA, os planos de saúde não cobrem tratamentos caros como aqueles para o câncer...e quem não tem dinheiro, não tem escolha. No caso deste livro, o marido (Shep) é obrigado a se desfazer das poupanças que fez durante toda a sua vida para pagar o tratamento de sua esposa (Glynis). A doença de Glynis anuncia o fim de um sonho acalentado por Shep a vida inteira. A famosa "After Life", uma vida de sonho em uma ilha na África, uma volta à natureza e à simplicidade que não mais existe nas grandes cidades (o casal mora em New York). Depois de muitas viagens, Shep finalmente encontra o lugar ideal: Pemba, uma ilha no arquipélago de Zanzibar, no Oceano Índico. E sim, a tal ilha existe mesmo porque fiquei curiosa durante a leitura e fui pesquisar! Maravilhosa, diga-se de passagem (também quero ir pra lá).

Mas voltando ao livro, o mais interessante é o que a autora faz com seus personagens...Em nenhum momento o leitor consegue simpatizar com a doente...ela é simplesmente uma mulher chata e insuportável que só piora de humor com a doença (também não é pra menos). Então, em vez de uma vítima prostrada que com o passar do tempo vai fazendo as pazes com seu passado e sua vida em preparação para uma morte inevitável (o tal "processo" que todos nós um dia passaremos), Glynis fica cada dia mais revoltada. E perfeccionista como sempre foi, decide entrar nesta batalha para vencer...Após várias sessões de quimioterapia, ela continua firme (embora o corpo esteja cada vez mais fraco) e se recusa a saber dos resultados de exames. Ao mesmo tempo, ela se recusa a ver o "lado bom da doença" (se é que ele existe). Assusta as visitas já constrangidas quando perguntam se ela encontrou a razão da vida ou algo assim.

Enfim, Glynis é perspicaz, sarcástica e totalmente inconformada com o seu destino. Ela não tem a menor intenção de reatar vínculos nem perdoar inimizades. E chega até mesmo a vibrar quando algo ruim acontece com os outros. Um terremoto ou outro desastre natural na tv a deixa feliz, porque assim ela sabe que não está sofrendo sozinha!!! Lionel Shriver desmorona o mito do paciente "bonzinho" que aos poucos faz as pazes com a doença e com a vida, em preparação para a morte. E isso gera diálogos engraçados e cheios de sarcasmo!

Para enfatizar ainda mais a "maldade" de Glynis, Shep é o marido perfeito, pronto para fazer tudo que for necessário para salvar a sua esposa de 26 anos. Mesmo que isso significa abandonar um sonho da vida inteira...Não conto mais pra não estragar, mas aviso que o final é totalmente...inesperado!


We  Need to Talk About Kevin, o filme