sexta-feira, dezembro 31, 2010

Mensagem de ano novo


segunda-feira, dezembro 27, 2010

Um pouco de neve pra vocês



Este natal não teve ceia nem presentes, mas teve neve - muita neve. Foi um natal triste mas sobrevivemos porque sim, a vida sempre continua. Essas fotos são da caminhada que fizemos ontem à tarde no Zuiderpark. Um parque em Haia perto da casa de F. que costumo frequentar muito na primavera e que é bastante popular nos festivais de verão.

O mais legal foi me deparar com uma pista de patinação natural, com várias crianças felizes da vida com seus patins e treinós. Paisagem de cartão de natal, só faltou mesmo o meu filho que está passando o natal com a família na Inglaterra (como todo ano, diga-se de passagem).

Pra finalizar, algumas fotos do natal branco aqui em Amsterdã.

Diversão na neve, Amsterdamse Bos

Patinando no Museumplein
A Dam Square,  no centro da cidade

Livraria Atheneum, no Spui

Pra quem gosta de Nick Hornby




Pra quem como eu, curte o estilo de Nick Hornby, recomendo fortemente o escritor inglês David Nicholls. Acabei de ler dois livros dele e ambos são leitura ótima e divertida!

One Day (2009) é o bestseller de David Nicholls (que até já virou filme com lançamento em 2011) e conta uma estória de amor original entre dois amigos que se conhecem há muitos e muitos anos e que só depois de muito tempo resolvem assumir o que já deviam saber desde o início: eles foram feitos um para o outro! Eles mantêm contato durante 20 longos anos, quando compartilham suas desilusões amorosas. Até o dia que aceitam de uma vez por todas a verdade que sempre esteve debaixo do seu nariz (daquelas verdades tão óbvias que a gente nem percebe). Enfim, uma daquelas estórias de amor pra rir e chorar.


Starter for Ten (2003) conta as aventuras e trapalhadas de Brian, um rapaz de 19 anos no seu primeiro ano de universidade. Depois da morte de seu pai, ele vivia com a mãe de 40 e poucos anos até decidir cursar Literatura Inglesa na universidade. O ano é 1985 (e a trilha sonora me trouxe muitas lembranças de tempos passados) e o maior sonho de Brian é participar do programa de tv University Challenge, um programa de auditório muito popular da tv inglesa. Só que no meio do caminho ele se apaixona pela bela estudante Alice e seus planos quase vão por água abaixo. Outro livro que também virou filme, e ainda por cima com James McAvoy (Atonement) no papel principal! Desnecessário dizer, já baixei o filme e assistirei em breve.



PS. No momento estou devorando Anansi Boys, mais um livro do excelente Neil Gaiman. Volto pra contar mais depois. Enfim, sobrevivemos o natal e a vida continua...com muitos e muitos livros!



The six ages of book-reading

Ilustração de Emma Schmid


Como leitora ávida e ainda por cima formada em Letras, não teve como não me identificar e dar muitas gargalhadas com o trecho abaixo, do livro Starter for Ten:




I'm meant to be doing an essay on "Nature Imagery in John Donne's Holy Sonnets", but I've been looking for a week now and still can't actually find any.
My pencil-notes in the margin don't help much either; I've written things like "the Annunciation!" and "irony?" and "cf. Freud" and "here he turns the tables!", and I can't remember why, so instead I pick the Jacques Derrida's Of Grammatology. It occurs to me that there are six ages of book-reading. The first is picture books, then 2) books with more illustrations than words, then 3) books with more words than illustrations, then 4) books with no illustrations, just a map maybe, or a family tree, but lots of dialogues, then 5) books with longs paragraphs and hardly any dialogue, then 6) books with no dialogue, no narrative, just great longs paragraphs and footnotes and bibliographies and appendixes and very, very small writting. Jacques Derrida's Of Grammatology is very much a book of the sixth kind, and, intellectually speaking, I'm still stuck somewhere between ages four and five. I read the first sentence, flick through in a fruitless search for a map or photo or illustration then fall sleep.

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Natal triste

O natal nem teve tempo de chegar e acordei hoje cedo com um telefonema do F. dizendo que sua mãe havia falecido no hospital. Foi uma surpresa - porque a morte quando chega sempre nos pega de surpresa, essa lição eu já tinha aprendido - mas nem tanto assim pra quem travava uma dura batalha contra o câncer há mais de dez anos. Ano passado ela teve um tumor no cérebro, todos achavam que seria o fim. Pois ela melhorou e surpreendeu a todos. Melhorou tanto que o tumor no cérebro SUMIU, quer mais milagre do que isso?

Pois há cerca  de 10 dias eles estavam preocupados porque ela estava se alimentando muito mal na casa de saúde para idosos (ela passava os fins-de-semana em casa com o marido). Andava enjoada pra comer e achavam que estava de frescura, deram bronca e disseram pra comer direito porque senão...Na mesma semana ela precisou fazer uma transfusão de sangue no hospital, eles decidiram fazer alguns testes e acharam um tumor...no fígado. Dali em frente foi tudo muito rápido, eles tinham planejado dar alta pra ela ir passar o (último) natal em casa com a família...Acredito que os médicos sabiam que ela morreria em breve pois sua saúde estava deteriorando a cada dia (até avisaram os familiares). Estávamos todos indo pra lá no sábado (25 dez), com planos de fazer uma ceia especial. Em vez da ceia, teremos um enterro na terça-feira.

Em suma, um natal muito triste para toda a família. E eu sofro junto com F. porque já sofri a perda de uma mãe (e mãe só tem uma, não me canso de repetir). No caso da mãe dele, todos concordamos que foi melhor assim. Ninguém precisa sofrer tanto, afinal ela lutou bravamente contra o câncer mais de dez anos. Tinha períodos bons até surgir um novo tumor em alguma parte do corpo. Aí vinham a quimioterapia, algumas operações, consultas médicas de controle, medicamentos, etc etc etc.

Que ela dencanse em paz...

quarta-feira, dezembro 22, 2010

The Social Network




Este eu assisti apenas pra matar a curiosidade. E confesso que não achei o filme grande coisa - principalmente após ter assistido Catfish (veja post anterior). The Social Network relata o surgimento da rede Facebook, um dos maiores fenômenos de mídia de nossos tempos. O protagonista é um nerd super inteligente, insuportável e calculista. Um cara que não sabe dar valor aos poucos amigos que tem - e são poucos, acreditem. O que aliás é irônico pra quem foi responsável pela criação da rede de amigos mais popular do planeta!

Quem me conhece sabe muito bem que não sou fã de redes sociais, muito menos do Facebook. Mas também sou a primeira a admitir que essas redes passaram a definir os padrões de comportamento dos últimos anos. Quer você goste ou não. É preciso uma grande dose de coragem pra escolher viver sem elas (eu que o diga).

Desnecessário dizer, o filme não me emocionou em nenhum aspecto, mas vale pra quem gosta do Facebook e quer saber mais sobre suas origens. A estória se concentra na batalha jurídica e nos aspectos comerciais da empresa bilionária. Enfim, o aspecto humano passa longe. Mas tem quem goste.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Facebook nas telas do cinema: Catfish


Antes de conferir o badalado The Social Network, decidi aproveitar a dica de uma amiga e ver Catfish, um documentário polêmico (daqueles que você AMA ou ODEIA). Tanto The Social Network como Catfish lidam com o mesmo tema. Ou seja, as relações virtuais em geral e o fenômeno Facebook em particular.

Porque convenhamos, em pleno século XXI não dá mais pra ignorar a importância dessas relações nas vidas de todos nós. Eu arriscaria até dizer onipotência. O que me faz lembrar o comentário de uma amiga quando disse que eu não tinha Facebook. Ela simplesmente respondeu? então você não existe. E de certa forma, ela está certa. Uma verdade assustadora e intrigante.

Abaixo um trecho de uma ótima resenha que li sobre Catfish:





Facebook – with its more than 500 million users – has helped to usher in a new era of social interaction. With nothing but a picture, a short biography, and a handful of likes and dislikes, it is possible to create an approximation of your actual personality. Factor in the way you interact with friends and family, as well as the links and content you share on your Facebook wall, and suddenly the digital version of you starts to become much clearer. In a sense, it becomes who you actually are, at least to the mind of a stranger.

That’s where Catfish makes its most fascinating discoveries. Search engines like Google have made it infinitely easier and faster to access information. On the flipside, social media has given us the ability to create our own version of reality. So, how can you tell if the person on the other end of your instant message, text, tweet, or wall post is actually who they say they are? What compels us to reach out to strangers online? Can online relationships provide the same level of emotional satisfaction as “real” relationships?

Pra quem ficou curioso, a resenha completa está aqui.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Jhumpa Lahiri



Este é mais um daqueles posts que estou pra escrever há tempos...Mas o ano está chegando ao fim e não posso deixar esta autora passar. Jhumpa Lahiri é uma escritora indiana que me conquistou por sua sensibilidade e pela forma poética com que descreve as coisas mais simples e as emoções mais sutis do ser humano. Enfim, uma escritora que simplesmente preciso recomendar a todos. E em particular, a mulheres expatriadas como esta que vos escreve.

Li recentemente dois livros de contos dela, seu premiado début literário Interpreter of Maladies (1999) e Unaccustomed Earth (2008). Diga-se de passagem, os dois livros receberam prêmios literários (e merecidamente). Além desses dois títulos, ela escreveu ainda The Namesake (2003), cuja versão para as telas de cinema eu assisti e comentei aqui.

As protagonistas de suas estórias são mulheres indianas que emigraram para os EUA a fim de reconstruir suas vidas. Mulheres corajosas e dedicadas cuaj trajetória acompanhamos em estórias cheias de drama, dificuldades mas também pequenas (e grandes) vitórias. Choque de culturas, tentativas de manter as tradições de seu país a todo custo. E ainda, o inevitável choque entre a primeira geração de imigrantes e seus filhos, a segunda geração já nascida em terra estrangeira (neste caso, nos EUA). Enfim, uma estória mais cativante do que a outra. E como eu mesma emigrei e tenho um filho nascido em terras estrangeiras, é impossível não me identificar com os sentimentos de algumas das personagens. Vale a pena conferir!



PS. Outra escritora indiana que descobri recentemente foi a Manju Kapur, veja post aqui.

domingo, dezembro 12, 2010

Veterana de guerra



Ao ler os blogs de outras expatriadas, me dei conta de algo. É que a maioria delas está vivendo há pouco mais de ano por essas bandas (como a Eve, a Line ou a Liana). E claro, embora todas passem pelas diversas fases de adaptação, essas fases (e a duração de cada uma) variam enormemente de pessoa para pessoa. Porque cada pessoa é um universo à parte. O óbvio olulante.

O que eu queria dizer com isso é que ao ler posts dessas mulheres corajosas  - porque é preciso muita coragem pra morar no exterior e eu sou a primeira a admitir isso - eu me sinto de certa forma uma veterana. Veterana de guerra, porque já vivi (e ainda vivo) muitas batalhas...e sim, venci algumas. Até porque já se vão 17 anos de Europa (e 16 anos e meio de Holanda,  pra ser mais específica). Já passei pela fase inicial de deslumbramento e descobertas, tive a fase (onde muitos ficam estagnados) de achar tudo ruim e comparar Brasil e Holanda (o maior erro que qualquer expatriado em qualquer lugar do mundo pode cometer). E depois de muitas voltas, descobri que o segredo é ser feliz com o que a gente tem - onde a gente estiver! Tão simples e ao mesmo tempo tão difícil.

E confesso que tenho verdadeiro horror de gente que só fala mal do país onde mora (a turma dos revoltados). E também daqueles que só falam mal do Brasil e insistem que aqui tudo é melhor (a turma dos deslumbrados). Gente, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Até porque, o paraíso é uma questão pessoal. E com raras exceções, a maioria está aqui por vontade própria então precisa assumir as consequências dessa escolha.

Não sou melhor do que ninguém, mas aprendi um bocado em todos esses anos. Outra conclusão importante que tirei é que cada um tem suas lições a serem aprendidas. Cada um tem seu tempo, seus desafios, perdas e vitórias. E devemos ter muita cautela ao julgar a experiência do outro,  porque as experiências são semelhantes mas nunca iguais! Ou como diria minha (falecida) mãe: cada um sabe onde lhe dói o calo. Sem falar que existem fatores variáveis como as escolhas feitas por cada um. E sorte. Sim, alguns têm mais sorte do que outros (eu que o diga).

Eu passei por muita coisa boa e ruim nesses anos mas hoje o mais difícil pra mim seria voltar ao Brasil. Como eu costumo dizer, esta é uma viagem sem volta. Principalmente para os que passaram do limite dos dez anos, ainda mais se tiverem tido filhos por aqui...Sem querer assustar ninguém, é isso que vejo à minha volta (o que não é necessariamente bom ou ruim). Nos primeiros anos, você luta pra se adaptar a um novo país, aprender a língua, etc. Aí você se adapta, viaja de férias ao país de origem e para sua surpresa, descobre que se sente uma estrangeira lá também! Eu já passei por isso então falo por experiência própria.  Enfim, a gente acaba vivendo entre dois mundos, em uma espécie de limbo. Não pertencemos a lugar nenhum e ao mesmo tempo, pertencemos a todos os lugares...sabe aquela estória de cidadã do mundo? Quem vive fora há muitos anos, sabe do que estou falando.

Enfim, uma experiência das mais enriquecedoras. Mas quanto mais tempo eu moro fora, mais eu percebo que não é pra todo mundo. Não mesmo!

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Começar de novo...

Só vim pra dizer que ando bem triste...Não apenas porque acabei de fazer mais um aniversário (a crise já havia se anunciado há tempos). Como porque começar tudo de novo outra vez é complicado. Nos últimos anos, tenho a sensação de estar andando em círculos e me pergunto diariamente onde é que eu fui amarrar a minha égua.

Pra quem acompanha este blog, 2009 foi um novo começo, um ano de muitas atividades e mudanças. Nove meses de estágio numa área que tinha me agradado muito mas no final das contas, sem perspectivas de emprego. Uma experiência muito rica mas que não levou a lugar nenhum (pessimismo em alta né, gente?). Por questões totalmente fora do meu controle, a começar por mudanças nos planos do novo governo, cuja primeira decisão foi justamente fazer cortes na área de inburgering que tanto tinha me interessado. Tell me about bad timing.

Depois de tudo isso, esta segunda-feira comecei um novo trajeto de 6-8 semanas para (tentar) arrumar emprego. O problema é que em quase 17 anos de Holanda não apenas eu praticamente só trabalhei em uma coisa (traduções freelance) como meu diploma universitário aqui não vale nada! Enfim, há (muitas) pedras no caminho. E em alguns dias o desânimo é inevitável porque não tenho mais 30 anos...

Quando a gente chega numa certa idade, algumas questões começam a pesar mais e nos tiram o sono. Bem verdade que o momento atual anda ruim pra todo mundo (com ou sem diploma). E pros estrangeiros, sempre foi mais difícil se estabelecer em sua profissão (não se iludam). Uma minoria de sorte consegue exercer sua profissão de origem, a grande maioria acaba se contentando com um plano B. E eu consegui a façanha de complicar ainda mais o que já era complicado! Falta de planos concretos, falta de visão e escolhas pessoais que me atrapalharam no percurso. Mas enfim: não adianta chorar o leite derramado, blá blá blá.

Uma coisa eu preciso dizer...tô bem cansada desta batalha, esperando uma virada que ainda não chegou. Tentando vislumbrar uma oportunidade, uma luz no fim do túnel, uma porta aberta. Dias melhores virão...




PS. 45 anos, caros amigos...

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Desafio dos Sete

Recebi este desafio não apenas de uma, mas de três amigas blogueiras: Tânia, Pri e Maria Valéria...Demorei algum tempo pra postar porque confesso que foi um dos desafios mais desafiadores com os quais me deparei nos últimos tempos. Missão cumprida!



Sete coisas que quero fazer antes de morrer
1. Conhecer a Itália e a Grécia, entre outros
2. Ser menos crítica comigo mesma
3. Aprender a ter mais paciência e a ser menos ansiosa
4. Emagrecer e alcançar um peso saudável (tá difícil)
5. Ler ainda mais livros e assistir ainda mais filmes
6. Buscar novas oportunidades profissionais, sem medo do desconhecido
7. Estar em paz comigo mesma e com o meu passado






Sete coisas que faço bem
1. Ler, porque o pior analfabeto não é aquele que não sabe ler, mas aquele que sabe ler e não lê! Eu leio (quase) tudo que cai nas minhas mãos, especialmente ficção literária.
2. Escrever, embora depois de 17 anos morando no estrangeiro, eu admita que o meu português não está mais essas coisas (e nem me falem em reforma ortográfica)
3. Aprender, eu aprendo muito rápido. Por ex, nunca tive dificuldade em aprender línguas estrangeiras.
4. Sentir a dor dos outros, tenho empatia e acabo sofrendo junto. Adoraria trabalhar na área de assistência social aqui na Holanda mas não sei se isso será possível. Quem viver verá!
5. Ser amiga. Quando sou amiga, sou amiga de verdade. Sou sincera, leal e procuro sempre ajudar meus amigos quando eles precisam.  Nem que seja com um ombro amigo.
6. Sou alegre, espontânea e (modéstia à parte) sei divertir as pessoas. Já fui o centro das atenções em muitas festas e jantares, mas ando quietinha nos últimos tempos. Quando estou bem, sou ótima companhia...mas quando estou mal, sai de perto.
7. Sou criativa, adoro scrapbooking e minha criatividade está em alta (e espero que assim continue por muito tempo, rsrsrsr). Scrapbooking é a nova paixão na minha vida. E paixão é preciso! Porque a vida é muito, muito curta...



Sete defeitos meus
1. Pensar demais (mania de ruminar as coisas), mente inquieta e sempre ansiosa.
2. Sentir demais...o que me faz lembrar a famosa frase de Caetano: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Sou intensa demais, queria sentir menos.
3. Falar demais. Pior, não só falo como escrevo demais, rsrsrsrs. Mas estou aprendendo a ouvir!!!
4. Falta de disciplina, determinação e perseverança para definir metas e cumpri-las (precisa dizer mais alguma coisa?)
5. Alguns me acham "intelectual", o que pode ser um defeito ou qualidade (fica a gosto do cliente mas desconfio que seja daqueles defeitos que incomodam mais aos outros do que a mim mesma)
6. Falta de paciência pra aturar gente burra e pior ainda, gente metida e preconceituosa
7 Pessimismo (como se não bastasse, já fui muito Drama Queen mas felizmente passou, tirando um surto aqui e ali porque eu sou humana, né?). E sem querer me desculpar  e já me desculpando, boa parte deste pessimismo é patológico. Sem brincadeira.



Sete qualidades minhas
1. (Hiper)sensível, tenho um coração do tamanho do mundo, não aguento ver gente sofrendo. Nem bicho.
2. Mente aberta e sem preconceitos, raramente alguma coisa me choca. Também tento não julgar os outros, cada um vive como quer (ou pode).
3. Embora eu fale demais, também sei ouvir quando necessário.
4. Não sou possessiva, não me apego a coisas materiais (embora me apegue mais a pessoas do que gostaria).
5. Não sou supérflua nem frívola, sou uma pessoa profunda (o que para alguns pode ser um defeito). Pensando bem, às vezes meus pensamentos são profundos demais. Nessas horas nem eu me aguento.
6. Sou uma pensadora independente. Eu não faço a menor questão de seguir as tendências da moda (e isso vale para tudo). Eu simplesmente sigo a mim mesma.
7. Não tenho medo da solidão, sou ótima companhia para mim mesma. E isso é bom, e necessário!





Sete coisas que amo
1. Meu filho, que dá um trabalho danado mas também me traz muitas alegrias.
2. Meu namorado, que também dá um trabalho danado e que não incluí no post original porque achei mais do que óbvio (my mistake).
3. Meus amigos, que são poucos mas sinceros.
4. Meus livros e filmes, não poderia viver sem eles (e a vida teria muito menos graça).
5. Comer e dormir (assim fica difícil emagrecer, né gente?).
6. Viajar, viajar e viajar (mas voltar pra casa também é bom demais).
7. Assistir espetáculos de teatro, ballet e outros eventos culturais, o que não tenho feito ultimamente mas pretendo voltar a fazer em breve.



Sete pessoas que indico para este desafio
Vou quebrar a regra do jogo (sou boa nisso também) e não vou indicar ninguém!  Até porque, muita gente já foi indicada e este desafio não é dos mais fáceis (eu que o diga, este post custou a sair). Enfim, vou deixar meus leitores decidirem se querem ou não encará-lo! Boa sorte na jornada.


PS. Ilustrações de Alex Noriega, do blog Stuff No One Told Me.

Patinação no gelo



Aqui em Amsterdã o inverno este ano chegou antes da hora. Neve, vento gelado e temperaturas abaixo de zero. Então já que não tem mesmo como fugir do inverno, uma dica é levar as crianças pra patinar nas várias pistas de patinação espalhadas pela cidade! A pista no Leidseplein já está aberta e a do Museumplein abrirá em breve.

Ontem conferimos Winterland, novo evento deste inverno 2010 no Rembrandsplein. Pista de patinação e muitas barraquinhas vendendo gluhwein, churros, biscoitos e waffels tradicionais, chocolate quente e decorações de natal. Tudo no estilo christmas market  muito comum na Alemanha (como o de Dusseldorf que visitei anos atrás). Enfim, daqueles programas kitsch pra turista mas eu curti assim mesmo!

Enquanto o menino patinava, a mamãe congelava os pés e tomava chocolate quente...Também não resisti aos churros desta vez! E como era quarta-feira, a pista estava bem tranquila porque no fim-de-semana aquilo ali "ferve" (trocadilhos à parte).

domingo, novembro 28, 2010

Uma mulher de 30 e poucos anos


Recentemente, a Pri do blog Devaneios e Metaformoses indicou uma série de tv que me deixou curiosa. A começar porque Pri é uma daquelas blogueiras com quem mais tenho afinidade. Uma afinidade natural, em que nos reconhecemos sem esforços uma na outra. Talvez por pensarmos tão parecido, e mais provavelmente pelas experiências que a vida colocou em nossos caminhos. Pra início de conversa porque ela também é divorciada, tem uma filha e um relacionamento pós-divórcio.

Voltando ao seriado em questão, aviso ao desavisados que embora a protagonista seja uma mulher de 32 anos, Being Erica nada tem a ver com Sex and the City e seriados afins! Sim, Érica é uma mulher inteligente, tentando sobreviver suas aventuras amorosas e lutando pra se estabelecer profissionalmente. Mas a semelhança termina aí. Porque o aprendizado de Érica é bem outro.

Com a ajuda de um terapeuta nada convencional, Érica tenta reconciliar os erros do passado e aceitar-se a si mesma. Ela tem a oportunidade única de reavaliar seu passado, rever arrependimentos, reviver situações passadas e last but not least tirar suas próprias conclusões. O interessante é observar que mesmo voltando ao passado, ela muitas vezes se surpreende ao descobrir que não apenas não consegue resolver a situação de uma forma melhor, como até piora a situação propriamente dita. Quem assistiu ao filme The Butterfly Effect talvez possa ter idéia do que estou falando. Food for thought.

Nessa fascinante - e muitas vezes dolorosa - jornada de volta ao passado, uma das principais lições a serem aprendidas é a aceitação de si mesma. Aceitar o fato de que foram exatamente essas escolhas que a tornaram a pessoa que ela é hoje.  Desnecessário dizer, esta é uma das questões mais presentes na minha vida nos últimos anos...então é praticamente impossível eu não me identificar com esta mulher de 32 anos.

Being Erica é um seriado que não apenas diverte como faz pensar. Enfim, eu recomendo!

sábado, novembro 27, 2010

Meu cantinho favorito




Hoje nevou pela primeira vez aqui em Amsterdã e estou em casa de molho resfriada. Mas não vim aqui pra reclamar e sim para convidá-los a uma rápida visita à minha casa! Esta é a minha mesa de computador, já devidamente decorada em clima natalino. A decoração de estrelas fui eu mesma que fiz (o surto criativo continua) e admito que ficou uma gracinha! Simplesmente decorei estrelinhas de madeira (um saquinho com 4 custa 1euro na Kruidvaat, pra quem gostou da idéia e mora por aqui) com papel decorado e pequenos botões, usei um elástico rosa como cordão e voilà! O toque final ficou por conta da fitinha usada em decoração de árvore de natal (nas cores branca e prateada).

O cervo branco ao lado do computador eu comprei na Bijenkorf, minha loja de departamentos favorita aqui na Holanda. Foi paixão à primeira vista quando vi nas prateleiras. Não deu mesmo pra resistir - só não comprei o rosa porque achei viadagem demais, rsrsrs.




Agora vou voltar pra debaixo das cobertas e assistir uma overdose de Third Rock from the Sun.  Porque sim, rir é o melhor remédio. Um bom fim-de-semana para todos!

terça-feira, novembro 23, 2010

Depressão e ignorância



O  título deste post ia ser Depressão e Falta de Informação. Mas achei que o outro título atrairia mais leitores, então agora que já chamei sua atenção, vamos ao que interessa!

Eu só queria dizer que fico impressionada com a falta de informação do público geral quanto à depressão. Já falei sobre a doença aqui no blog porque convivi anos com ela, li muito sobre o assunto e até hoje me policio (um dia de cada vez é o meu lema).

E confesso que até hoje fico surpresa ao ver gente educada falando que depressão é fraqueza. Queridos amigos e leitores, em pleno século XXI, com tantos artigos e livros publicados sobre o assunto, não é possível que tenha gente que ainda acredite nisso! Fico triste porque isso significa que o depressivo acaba sofrendo duplamente: com a doença (sim, depressão é doença e das sérias) e com o preconceito. Gente que nunca viveu isso na pele nem viu um membro da família sofrer e que acredita que depressão seja uma questão de escolha, força de vontade...ou sei lá o que mais.

Eu tive três depressões sérias que marcaram a minha vida em muitos aspectos. Me tratei, me conheci melhor e hoje sou uma pessoa mais sábia por causa disso. O que muita gente não sabe é que depois de uma primeira depressão, o risco de ter um segundo episódio é maior (principalmente se a primeira não for tratada, como foi o meu caso). Depois de uma segunda depressão, o risco de uma terceira é maior ainda. Depois de uma terceira, o psiquiatra geralmente recomenda medicamento de manutenção - o que significa que eu vou tomar antidepressivos a vida inteira. Não tenho a menor vergonha de dizer isso porque depressão é doença e como toda doença, deve (e pode) ser tratada.


Pra finalizar, recomendo um título excelente (que espero que vocês NUNCA precisem ler): O Demônio do Meio-Dia, Uma Anatomia da Depressão de Andrew Solomon. Quem quiser mais dicas, é só entrar em contato.

A Pri é psicóloga e escreveu um texto tão bom sobre o assunto que eu resolvi indicar a leitura pra vocês: Sobre as doenças psicológicas e psiquiátricas





PS. Este post é dedicado a todos que tiveram a sorte de nunca terem convivido com a depressão.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Totoro, Totoro!



Hoje à tarde finalmente assisti a um dos mais famosos anime de todos os tempos: My Neighbor Totoro (1988). E não tenho palavras pra dizer como este filme é adorável! Simplesmente imperdível.

O filme é de Hayao Miyazaki, um dos mais badalados diretores japoneses. Eu como adoro animação, sou suspeita pra falar mas digo assim mesmo: a animação japonesa não fica devendo nada à animação da Disney ou da Pixar.  Muito pelo contrário. Anime é uma das melhores coisas que o Japão tem produzido nos últimas décadas. Quem não conhece, não sabe o que está perdendo!

Me empolguei tanto com Totoro que acabei fazendo uma sessão dupla e assisti ainda Kiki's Delivery Service. Outro filme que é uma gracinha, ele conta a estória de uma bruxinha japonesa aprendendo a se virar sozinha. Mas Totoro é melhor, um clássico da animação japonesa. Não é à toa que ele foi escolhido para ilustrar o logotipo dos Studios Ghibli!

Ainda do mesmo diretor, assisti e recomendo Spirited Away (2001), Howl's Moving Castle (2004) e Ponyo (2008). Ponyo é o filme mais recente do diretor, assisti com meu filho no cinema e comentei aqui.


Spirited Away
Howl's Moving Castle
Kiki's Delivery Service

terça-feira, novembro 16, 2010

Mente quem diz que nunca sentiu


Estava eu circulando pela blogosfera quando me bateu uma inveja enorme de certas blogueiras - não delas especificamente, mas das viagens que elas fizeram. E para os apressadinhos eu já aviso: mente quem diz que NUNCA sentiu inveja. Porque convenhamos, inveja é um sentimento humano. Pensando bem, mais humano impossível.

Enfim, eu sempre amei viajar. Mas por questões puramente pessoais que prefiro não comentar aqui, tenho viajado muito menos do que gostaria nesses últimos anos. O meu único (e maior) consolo é que moro na Europa, e os lugares não irão fugir de mim. Não, não estou aqui de passagem. Nem tenho planos de voltar ao Brasil a curto ou médio prazo.

E claro, quem acaba de chegar na Europa para estudar ou trabalhar, está mais do que certo em visitar o maior número possível de países! Eu mesma tive esta fase, e foi a fase em que mais viajei...Sim, estou falando dos meus primeiros cinco anos. Porque depois que tive filho e a vida mudou da água pro vinho, precisei lidar com outras questões (bem) mais importantes. Na verdade, estou lidando com algumas dessas questões até hoje. Mas esta é a MINHA vida. Com seus dias bons e ruins. Com erros e acertos.  Com escolhas precipitadas sem conhecimento prévio. Muitas vezes, sem planejamento. 

Uma das GRANDES lições que aprendi nos últimos anos - e depois dos 40 esta lição é inevitável porque a vida nos alcança - é que é preciso algum tipo de planejamento nesta vida. E se eu disser que vim pra Amsterdã de mala e cuia (sem dinheiro, marido ou emprego). E que até minha gravidez não foi planejada, vocês podem ter uma idéia do que estou falando. Eu sempre fui uma pessoa espontânea. Daquelas que vive o momento sem pensar no futuro. Mas o futuro um dia chega. E a gente tem de aprender a lidar com as consequências das escolhas no passado. Eu estou aprendendo até hoje, a duras penas.

Mas agora chega de tristeza!!! Quando pàro pra pensar em tudo que eu já fiz nesta vida, eu não posso reclamar. Eu já me casei, separei e hoje tenho uma relação estável quando tanta gente vive sozinha (e não, não há nada de errado nisso!). Eu já tive meu filho quando muitas mulheres não podem ter filhos. Eu saí do meu país e moro na Europa há 17 anos. O que para muitos é apenas um sonho.


Então fica combinado assim: vamos ser felizes com o que a gente tem e não com o que falta na vida da gente. Are you IN or are you OUT?

segunda-feira, novembro 15, 2010

Mais um selinho!




Tive a honra de ganhar mais um selinho, desta vez do leitor fiel e também blogueiro Kilson. Todo selo sempre tem algo de especial e este Prêmio Dardos não podia ser diferente! Ele vai para os blogueiros que divulgam valores culturais, éticos, literários e pessoais através de seus blogs. Pessoas que demonstram sua criatividade através de suas palavras.

Em suma, o Prêmio Dardos é um ato de reconhecimento do valor de cada indivíduo e de sua participação na blogosfera. Porque todo mundo tem algo a compartilhar, mesmo que nem todo mundo saiba escrever direito, rsrsrsrs. E o mais legal é que a gente sempre aprende algo com os outros.

Seguindo a regra, vou indicar algumas blogueiras cuja contribuição considero especial. Até porque, elas já fazem parte especial da minha vida (embora algumas ainda nem saibam disso).

* Anita, do blog Greetings from Holland
* Eve, do blog Rindo de Mim Mesma
* Lia, do blog Quero Morar em uma Livraria
* Liana, do blog Ela é americana 
* Maria Valéria, do blog Com toda a Minha Alma
* Pri, do blog Devaneios e metamorfoses
* Tânia, do blog Elos e Nós

domingo, novembro 14, 2010

Surto criativo, parte II



Pois é, eu fico um tempão sem mexer no meu material de scrapbooking, mas quando começo não paro mais! Fiquei tão satisfeita com minhas árvores de natal que voltei ontem na loja pra comprar dois corações! Aproveitei restos de um dos meus papéis favoritos e voilà! Super fáceis de fazer, os corações podem ser pendurados na porta do quarto ou armário. E também são um presente original.

Pra quem não sabe o que é scrapbooking, trata-se de um dos hobbies mais populares nos EUA e também aqui na Holanda nos últimos anos. Originalmente, scrapbooking consiste em criar layouts para suas fotos. Páginas, mini-álbuns e por aí vai. Eu, como sempre fui apaixonada por PAPEL, vivo buscando dicas de projetos para (re)aproveitar restos de material. Como para fazer cartões, decorar caixinhas, molduras para fotos e outras peças de decoração.

E eu já tenho outro projeto em mente, vou fazer uma espécie de guirlanda de natal (slinger em holandês) com cinco árvores em um mesmo cordão, depois volto pra mostrar como ficou!!! A idéia é usar como decoração de natal pela casa afora. A guirlanda pode ser pendurada em prateleiras na sala ou cozinha, ou mesmo numa árvore de natal.




Pra finalizar, o link a seguir tem 1001 dicas para interessados em adquirir um novo hobby: http://www.scrapbookingtop50.com









PS. Por falar em cartões, por favor não se esqueçam de enviar email para mim pra eu poder dar meu endereço para a TROCA NATALINA!!!

quinta-feira, novembro 11, 2010

Troca natalina



Estava eu aqui pensando com meus botões e tive uma idéia! Aproveitando meus surtos criativos - que vem e voltam como todo surto que se preze - pensei em sugerir uma TROCA NATALINA.

A idéia é a seguinte: cada leitor que me mandar um postal da cidade ou estado onde mora, receberá um cartão de natal feito por mim!!! Não é sorteio, é uma troca. Ou se preferirem, um gesto simbólico de amizade entre blogueiros. Obviamente, os leitores fiéis também podem (e devem) participar.

Como não quero colocar meu endereço na rede, quem quiser participar envie um email para: pinheiro_elizabeth@yahoo.com. Funciona assim: você manda o email, eu envio meu endereço, você manda o postal ou cartão, e eu respondo com um cartão meu.

Então vamos lá! Está aberta a temporada de cartões.


Feitos por mim!

quarta-feira, novembro 10, 2010

Surto criativo

Eu tenho muito material de scrapbooking aqui em casa...mas nos últimos tempos tem faltado um certo grau de organização pra completar algum projeto.

Só que domingo passado achei uns penduricalhos de madeira na forma de árvores de natal (XENOS, pra quem mora aqui na Holanda) e foi só olhar pro treco que logo me veio uma idéia. Porque não decorar com restos de papel de natal, fitas e botões? Gostei tanto do resultado que decidi dar de presente pra professora do meu filho, minha tia, etc. Um presente barato, original e melhor ainda, reciclado!

Como a minha critiavidade não é pouca, no final saíram 3 estilos bem diferentes (meu favorito é o cor-de-rosa com botões vermelhos). Confiram só:



Asperger e adolescentes

Eu sei que a maioria dos meus leitores não tem interesse específico em autismo. Mas também sei que muitos chegam ao meu blog através de pesquisas no google com palavras asperger, autismo, etc. Ou seja, tem sempre gente interessada no assunto - e o tema dá muito pano pra manga.

Eu acho informação fundamental, ao menos eu sempre fui uma information junkie! E não apenas em questões relativas ao autismo, mas em termos gerais. Porque a gente não pode (ou não deveria) falar do que não conhece. Autismo é um tema recorrente no meu blog (pra quem ainda não percebeu) porque convivo diariamente com ele. E gosto de dar dicas para pessoas interessadas porque informação nunca é demais!

Mas este post é pra falar de um livro muito interessante que acabei de ler, Freaks, Geeks and Asperger Syndrome. O autor é Luke Jackson, um adolescente de 13 anos que tem a síndrome de Asperger e decidiu escrever um livro para compartilhar suas experiências. Um livro duplamente especial: por oferecer uma visão em primeira mão de quem sofre do distúrbio, e por falar sobre autismo na adolescência (mais especificamente, Asperger). Pra ser sincera (sem ser esnobe), peguei a versão em holandês aqui na biblioteca, e infelizmente não sei dizer se o livro já foi traduzido para o português...

Enfim, altamente recomendado para pais e educadores que lidem com crianças e adolescentes autistas.





PS. Para obter uma lista de mais livros sobre o assunto, leia aqui (em inglês). Os três primeiros  listados eu já li e recomendo.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Pegando leve



Não sei se é a sabedoria que finalmente bate à minha porta (e anos de terapia) mas percebo um movimento diferente na minha vida. É que nos últimos tempos decidi deixar os problemas de lado (o que não é o mesmo que ignorá-los) e tentar pegar leve. Ou seja, eu tenho tentado. Sim, porque problemas sempre existirão então só nos restam duas opções. Ou a gente surta e afunda nos problemas de uma vez por todas (e eu sou ótima nisso). Ou a gente levanta a cabeça e segue em frente.

Mas eu sou humana e tenho meus dias bons e ruins. E estou aprendendo a aceitar ambos de forma mais tranquila, sem muito drama. Acredito que a blogosfera tenha tido um papel essencial nessa estória, porque tem me feito ver que existem pessoas lá fora exatamente como eu. Pessoas que como eu lutam com seus problemas reais e imaginários. Mentes inquietas com muita estória pra contar. E acima de tudo, muita vontade de compartilhar suas experiências.

No meu caso, escrever tem servido pra aprender a relativar (se é que este verbo existe). Porque eu escrevo e edito depois, um vício da antiga profissão. E ao editar, sou confrontada novamente com minhas palavras. E meus sentimentos. Pensando bem, relativar tem sido um exercício diário. Porque a vida nem sempre é como a gente quer - muito menos como a gente sonhou - mas sempre tem gente em situação pior. E quando a coisa está feia, eu confesso que sou feliz por comparação.

No mais, uma das principais lições que aprendi em terapia é que a gente deve (tentar) mudar os pensamentos antes que eles se expressem em sentimentos. Porque quando isso acontece, o estrago já foi feito e é mais difícil reverter a situação. É como cortar o mal pela raiz. A gente aprende a pensar direito, literalmente. Estou falando de terapia cognitiva, uma das mais usadas no tratamento da depressão. E à medida em que damos forma aos nossos pensamentos, criamos novos sentimentos. E o bem-estar é inevitável, mais cedo ou mais tarde. Favor não confundir com aquelas pessoas eternamente otimistas que nunca se permitem chorar, muito menos sofrer. Alegria e tristeza fazem parte da experiência humana, caros amigos.

No meu caso, tenho me policiado quase que diariamente...acho que anos de terapia estão finalmente começando a dar frutos. Esta é uma tarefa diária para mentes inquietas como a minha. Porque minha tendência natural é o sofrimento e a melancolia (mas eu escondo isso muito bem). Não sou a pessoa mais otimista do mundo, talvez pelas estradas tortuosas que percorri por essa vida.

Mas agora chega de UMBIGO. O importante é que escolhi viver um dia de cada vez. E tem dias que isso já é trabalho (mais do que) suficiente.

Parafraseando eu mesma

Caramba!!! Fui reler alguns posts antigos (pra ver se aprendi mesmo a lição) e me deparei com este escrito há mais de 3 anos e que me descreve tão perfeitamente:

Tô cansada...
Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

quarta-feira, novembro 03, 2010

De volta à programação normal

Depois do último post  - bem que eu disse que política não se discute - voltemos à programação normal deste canal, hehehe.

Mas antes disso, quero falar sobre a falta de comentários (e silêncio de muitas blogueiras queridas) no post sobre as eleições. E me permitam a sinceridade, fiquei triste e desapontada com a falta total de reação das minhas leitoras mais assíduas. Mas entendo perfeitamente e respeito a opinião de cada uma delas. Assim como entendo que o blog é meu e aqui eu escrevo o que eu quiser!

Em termos de política, respeito pela opinião alheia é fundamental. Claro que eu adoraria ter podido compartilhar minha imensa alegria com vocês...como já compartilhei tantas alegrias e tristezas neste espaço. Não foi o caso desta vez mas tudo bem, estou acostumada com essas coisas. E digo mais: o amor e a amizade verdadeiros sabem relegar essas diferenças inevitáveis de opinião.

Vivo isso na minha própria relação com o F., nossas maiores discussões foram e continuam sendo sobre...política e questões sociais! Brigamos, fico triste e depois a gente deixa pra lá e segue em frente. Porque amar é isso. O que não significa que seja fácil, né?

Enfim, voltemos à programação normal.

A internet e os vícios

 



Agora conta pra mim...qual o seu vício favorito?

segunda-feira, novembro 01, 2010

Política não se discute



Mas eu simplesmente não posso deixar este momento histórico passar em branco. Não apenas uma vitória do PT (e do povo brasileiro), como a primeira presidente mulher na história do Brasil.

Bom demais pra ser verdade, principalmente quando observo de perto a situação política na Holanda, e no resto da Europa.  Um continente inteiro virando para a direita, partidos xenófobos no poder (Holanda, Bélgica, Dinamarca e por ai vai). Isso sem falar nas ameaças de terrorismo cada vez mais presentes, xenofobia cada dia mais normal e muito mal-estar entre os imigrantes. Enfim: medo, muito medo do futuro. E eu que moro aqui no velho continente há 17 anos ando com vontade de emigrar....de novo!

Quanto às eleições brasileiras, nem vou dizer mais nada. Até porque, o Brasil está hoje nas manchetes mundiais:


RIO - Os principais jornais do mundo repercutem a vitória da primeira presidente que o Brasil já teve. A vitória de Dilma Rousseff teve como foco o fato de a candidata eleita ser a "herdeira" e "protegida" de Luiz Inácio Lula da Silva. O espanhol El País destacou em seu site que o presidente Lula "sempre deixou claro que a vitória de sua candidata era uma vitória dele próprio". A página ainda ressaltou que ela terá a tarefa de comandar o país que melhor representa o crescimento de novas potências mundiais.

Um dos mais importantes jornais do mundo, o New York Times destacou que a "ex-guerrilheira" Dilma foi vitoriosa após a promessa de "seguir com as políticas que tiraram milhões da pobreza" e tornaram o Brasil "uma das mais quentes economias do mundo". O diário americano lembrou que a presidente eleita fez parte de um governo que tirou cerca de 10% da população da extrema pobreza, "um legado grande demais para Serra superar".

O Wall Street Journal, bússola do mercado financeiro, publicou que a vitória da petista foi "selada pela ampla prosperidade econômica" e pela popularidade de seu "predecessor e mentor", Lula. Também classifica Dilma como uma "burocrata" relativamente desconhecida.

O The Washington Post seguiu a linha do Wall Street Journal, considerando que o resultado das eleições demonstram a lealdade do povo ao atual presidente.

O La Repubblica afirmou que a "pupila" do presidente Lula se elegeu dentro de sondagens que "sempre deram no mínimo 10% de margem". O jornal italiano não explorou a eleição brasileira, usando inclusive uma imagem antiga de Dilma.

Entre os periódicos franceses, o Le Monde não esconde sua simpatia e coloca a candidata petista como uma "sobrevivente de um câncer" e herdeira política do presidente "mais popular" da história do Brasil. O Le Figaro, mais crítico, destaca no título que a campanha foi "deletéria" (degradante), dizendo que o país está a "fogo e sangue" após a disputa.

O jornal britânico The Guardian destaca a história de Dilma como "ex-rebelde marxista" e a negativa do partido verde em apoiar a candidata do governo, o que lhe daria uma maioria "instantânea". O passado de luta armada da petista também foi lembrado pelo The Times.

O argentino La Nación escreveu em sua edição online que a petista "arrasou com 55,05%" dos votos. Chamada de "eleita de Lula", a vitória de Dilma foi classificada como "a boa notícia do Brasil" por um analista político do jornal.

O Clarín, por sua vez, optou por ressaltar o fato de o país ter escolhido sua primeira presidente mulher com um "contundente triunfo".

O português Diário de Notícias destaca na capa a altíssima abstenção destas eleições. "Apesar do voto ser obrigatório no Brasil, a abstenção ronda os 21%." O também português Correio da Manhã destacou que "mesmo antes do resultado oficial, Dilma já falava como presidente e disse que irá governar para todos os brasileiros".

(publicado no Jornal do Brasil)

sábado, outubro 30, 2010

Show da Adriana Calcanhotto



Mal posso acreditar na minha sorte, mas ontem assisti Adriana Calcanhotto ao vivo aqui em Amsterdã. Sorte porque eu não tinha ingressos e o show estava esgotado há semanas! Como moro aqui e uma amiga insistiu, arriscamos e fomos tentar ver se dava pra entrar. Dependíamos de reservas que não puderam ir. E entramos!!! Perdemos apenas a primeira música.

E eu simplesmente não tenho palavras para descrever o show. Perfeito, com a voz maravilhoso e o violão acústico desta musa da MPB. Show intimista, presença de palco incrível. Adriana sempre fui uma das minhas cantoras favoritas e este foi meu primeiro show - e aqui na Holanda!

Uma pena que F. não pode ir ao show comigo (decidimos de última hora e ele mora em Haia), porque ele certamente teria gostado. Então vou deixar aqui uma pequena amostra do show para vocês. Mas vou dedicar este clipe a ele:






PS. O clipe não é do show de ontem, mas ela tocou esta música. E muitas outras favoritas...

quinta-feira, outubro 28, 2010

Os gatos da Cora





Você que gosta de gatos, não pode deixar de conferir o blog da jornalista e cronista Cora Rónai. Além da ótima qualidade dos textos, ela publica regularmente fotos de seus bichinhos! Fiquei impressionada ao descobrir quantos felinos ela tem pela casa, se não me engano são seis gatos.

Desnecessário dizer, fiquei morrendo de inveja porque eu só tenho uma gatinha. Mas que ela é muito fofa, isso ela é. Além de fotogênica, vejam só:



quarta-feira, outubro 27, 2010

LEGO World



Não foi a primeira vez, mas nos divertimos muito! Aproveitando as férias escolares (aqui na Holanda tem férias escolares o tempo todo), ontem visitamos o LEGO World. Um evento anual inesquecível para pequenos e grandes fãs de LEGO - o brinquedo mais popular aqui na Europa (o outro grande favorito é o Playmobil).

Eu e Liam já tínhamos visitado duas vezes, a última vez está registrada aqui. Mas agora que ele tem 10 anos (e sua coleção particular aumenta a cada ano) a feira ficou muito mais interessante. É que Liam sabe construir trens e ônibus cada vez melhor! E na feira, ele aproveitou a oportunidade pra conversar e trocar idéias com os expositores. Eu fiquei só olhando eles discutirem peças, trocar instruções e dicas de sites. Enfim, muito bacana ver seu filho prestes a se transformar num LEGO designer, hehehe. Sim, porque Liam gosta tanto de LEGO que não duvido nada daqui a uns anos vai estar expondo suas criações no LEGO World. Basta se inscrever em um dos grupos pra participar de futuros eventos. Porque construir ele já sabe, ele procura fotos e instruções na net ou cria seus próprios designs.

Pra variar, tirei algumas fotos com meu celular mas não ficaram boas! As fotos abaixo são apenas para dar uma idéia do evento. Dos muitos visitantes, 90% eram meninos. Welcome to a boy's world.



Estação de metrô
Estação de trem
Uma das várias construções
Tecnologia do Blogger.

Mensagem de ano novo


Um pouco de neve pra vocês



Este natal não teve ceia nem presentes, mas teve neve - muita neve. Foi um natal triste mas sobrevivemos porque sim, a vida sempre continua. Essas fotos são da caminhada que fizemos ontem à tarde no Zuiderpark. Um parque em Haia perto da casa de F. que costumo frequentar muito na primavera e que é bastante popular nos festivais de verão.

O mais legal foi me deparar com uma pista de patinação natural, com várias crianças felizes da vida com seus patins e treinós. Paisagem de cartão de natal, só faltou mesmo o meu filho que está passando o natal com a família na Inglaterra (como todo ano, diga-se de passagem).

Pra finalizar, algumas fotos do natal branco aqui em Amsterdã.

Diversão na neve, Amsterdamse Bos

Patinando no Museumplein
A Dam Square,  no centro da cidade

Livraria Atheneum, no Spui

Pra quem gosta de Nick Hornby




Pra quem como eu, curte o estilo de Nick Hornby, recomendo fortemente o escritor inglês David Nicholls. Acabei de ler dois livros dele e ambos são leitura ótima e divertida!

One Day (2009) é o bestseller de David Nicholls (que até já virou filme com lançamento em 2011) e conta uma estória de amor original entre dois amigos que se conhecem há muitos e muitos anos e que só depois de muito tempo resolvem assumir o que já deviam saber desde o início: eles foram feitos um para o outro! Eles mantêm contato durante 20 longos anos, quando compartilham suas desilusões amorosas. Até o dia que aceitam de uma vez por todas a verdade que sempre esteve debaixo do seu nariz (daquelas verdades tão óbvias que a gente nem percebe). Enfim, uma daquelas estórias de amor pra rir e chorar.


Starter for Ten (2003) conta as aventuras e trapalhadas de Brian, um rapaz de 19 anos no seu primeiro ano de universidade. Depois da morte de seu pai, ele vivia com a mãe de 40 e poucos anos até decidir cursar Literatura Inglesa na universidade. O ano é 1985 (e a trilha sonora me trouxe muitas lembranças de tempos passados) e o maior sonho de Brian é participar do programa de tv University Challenge, um programa de auditório muito popular da tv inglesa. Só que no meio do caminho ele se apaixona pela bela estudante Alice e seus planos quase vão por água abaixo. Outro livro que também virou filme, e ainda por cima com James McAvoy (Atonement) no papel principal! Desnecessário dizer, já baixei o filme e assistirei em breve.



PS. No momento estou devorando Anansi Boys, mais um livro do excelente Neil Gaiman. Volto pra contar mais depois. Enfim, sobrevivemos o natal e a vida continua...com muitos e muitos livros!



The six ages of book-reading

Ilustração de Emma Schmid


Como leitora ávida e ainda por cima formada em Letras, não teve como não me identificar e dar muitas gargalhadas com o trecho abaixo, do livro Starter for Ten:




I'm meant to be doing an essay on "Nature Imagery in John Donne's Holy Sonnets", but I've been looking for a week now and still can't actually find any.
My pencil-notes in the margin don't help much either; I've written things like "the Annunciation!" and "irony?" and "cf. Freud" and "here he turns the tables!", and I can't remember why, so instead I pick the Jacques Derrida's Of Grammatology. It occurs to me that there are six ages of book-reading. The first is picture books, then 2) books with more illustrations than words, then 3) books with more words than illustrations, then 4) books with no illustrations, just a map maybe, or a family tree, but lots of dialogues, then 5) books with longs paragraphs and hardly any dialogue, then 6) books with no dialogue, no narrative, just great longs paragraphs and footnotes and bibliographies and appendixes and very, very small writting. Jacques Derrida's Of Grammatology is very much a book of the sixth kind, and, intellectually speaking, I'm still stuck somewhere between ages four and five. I read the first sentence, flick through in a fruitless search for a map or photo or illustration then fall sleep.

Natal triste

O natal nem teve tempo de chegar e acordei hoje cedo com um telefonema do F. dizendo que sua mãe havia falecido no hospital. Foi uma surpresa - porque a morte quando chega sempre nos pega de surpresa, essa lição eu já tinha aprendido - mas nem tanto assim pra quem travava uma dura batalha contra o câncer há mais de dez anos. Ano passado ela teve um tumor no cérebro, todos achavam que seria o fim. Pois ela melhorou e surpreendeu a todos. Melhorou tanto que o tumor no cérebro SUMIU, quer mais milagre do que isso?

Pois há cerca  de 10 dias eles estavam preocupados porque ela estava se alimentando muito mal na casa de saúde para idosos (ela passava os fins-de-semana em casa com o marido). Andava enjoada pra comer e achavam que estava de frescura, deram bronca e disseram pra comer direito porque senão...Na mesma semana ela precisou fazer uma transfusão de sangue no hospital, eles decidiram fazer alguns testes e acharam um tumor...no fígado. Dali em frente foi tudo muito rápido, eles tinham planejado dar alta pra ela ir passar o (último) natal em casa com a família...Acredito que os médicos sabiam que ela morreria em breve pois sua saúde estava deteriorando a cada dia (até avisaram os familiares). Estávamos todos indo pra lá no sábado (25 dez), com planos de fazer uma ceia especial. Em vez da ceia, teremos um enterro na terça-feira.

Em suma, um natal muito triste para toda a família. E eu sofro junto com F. porque já sofri a perda de uma mãe (e mãe só tem uma, não me canso de repetir). No caso da mãe dele, todos concordamos que foi melhor assim. Ninguém precisa sofrer tanto, afinal ela lutou bravamente contra o câncer mais de dez anos. Tinha períodos bons até surgir um novo tumor em alguma parte do corpo. Aí vinham a quimioterapia, algumas operações, consultas médicas de controle, medicamentos, etc etc etc.

Que ela dencanse em paz...

The Social Network




Este eu assisti apenas pra matar a curiosidade. E confesso que não achei o filme grande coisa - principalmente após ter assistido Catfish (veja post anterior). The Social Network relata o surgimento da rede Facebook, um dos maiores fenômenos de mídia de nossos tempos. O protagonista é um nerd super inteligente, insuportável e calculista. Um cara que não sabe dar valor aos poucos amigos que tem - e são poucos, acreditem. O que aliás é irônico pra quem foi responsável pela criação da rede de amigos mais popular do planeta!

Quem me conhece sabe muito bem que não sou fã de redes sociais, muito menos do Facebook. Mas também sou a primeira a admitir que essas redes passaram a definir os padrões de comportamento dos últimos anos. Quer você goste ou não. É preciso uma grande dose de coragem pra escolher viver sem elas (eu que o diga).

Desnecessário dizer, o filme não me emocionou em nenhum aspecto, mas vale pra quem gosta do Facebook e quer saber mais sobre suas origens. A estória se concentra na batalha jurídica e nos aspectos comerciais da empresa bilionária. Enfim, o aspecto humano passa longe. Mas tem quem goste.

Facebook nas telas do cinema: Catfish


Antes de conferir o badalado The Social Network, decidi aproveitar a dica de uma amiga e ver Catfish, um documentário polêmico (daqueles que você AMA ou ODEIA). Tanto The Social Network como Catfish lidam com o mesmo tema. Ou seja, as relações virtuais em geral e o fenômeno Facebook em particular.

Porque convenhamos, em pleno século XXI não dá mais pra ignorar a importância dessas relações nas vidas de todos nós. Eu arriscaria até dizer onipotência. O que me faz lembrar o comentário de uma amiga quando disse que eu não tinha Facebook. Ela simplesmente respondeu? então você não existe. E de certa forma, ela está certa. Uma verdade assustadora e intrigante.

Abaixo um trecho de uma ótima resenha que li sobre Catfish:





Facebook – with its more than 500 million users – has helped to usher in a new era of social interaction. With nothing but a picture, a short biography, and a handful of likes and dislikes, it is possible to create an approximation of your actual personality. Factor in the way you interact with friends and family, as well as the links and content you share on your Facebook wall, and suddenly the digital version of you starts to become much clearer. In a sense, it becomes who you actually are, at least to the mind of a stranger.

That’s where Catfish makes its most fascinating discoveries. Search engines like Google have made it infinitely easier and faster to access information. On the flipside, social media has given us the ability to create our own version of reality. So, how can you tell if the person on the other end of your instant message, text, tweet, or wall post is actually who they say they are? What compels us to reach out to strangers online? Can online relationships provide the same level of emotional satisfaction as “real” relationships?

Pra quem ficou curioso, a resenha completa está aqui.

Jhumpa Lahiri



Este é mais um daqueles posts que estou pra escrever há tempos...Mas o ano está chegando ao fim e não posso deixar esta autora passar. Jhumpa Lahiri é uma escritora indiana que me conquistou por sua sensibilidade e pela forma poética com que descreve as coisas mais simples e as emoções mais sutis do ser humano. Enfim, uma escritora que simplesmente preciso recomendar a todos. E em particular, a mulheres expatriadas como esta que vos escreve.

Li recentemente dois livros de contos dela, seu premiado début literário Interpreter of Maladies (1999) e Unaccustomed Earth (2008). Diga-se de passagem, os dois livros receberam prêmios literários (e merecidamente). Além desses dois títulos, ela escreveu ainda The Namesake (2003), cuja versão para as telas de cinema eu assisti e comentei aqui.

As protagonistas de suas estórias são mulheres indianas que emigraram para os EUA a fim de reconstruir suas vidas. Mulheres corajosas e dedicadas cuaj trajetória acompanhamos em estórias cheias de drama, dificuldades mas também pequenas (e grandes) vitórias. Choque de culturas, tentativas de manter as tradições de seu país a todo custo. E ainda, o inevitável choque entre a primeira geração de imigrantes e seus filhos, a segunda geração já nascida em terra estrangeira (neste caso, nos EUA). Enfim, uma estória mais cativante do que a outra. E como eu mesma emigrei e tenho um filho nascido em terras estrangeiras, é impossível não me identificar com os sentimentos de algumas das personagens. Vale a pena conferir!



PS. Outra escritora indiana que descobri recentemente foi a Manju Kapur, veja post aqui.

Veterana de guerra



Ao ler os blogs de outras expatriadas, me dei conta de algo. É que a maioria delas está vivendo há pouco mais de ano por essas bandas (como a Eve, a Line ou a Liana). E claro, embora todas passem pelas diversas fases de adaptação, essas fases (e a duração de cada uma) variam enormemente de pessoa para pessoa. Porque cada pessoa é um universo à parte. O óbvio olulante.

O que eu queria dizer com isso é que ao ler posts dessas mulheres corajosas  - porque é preciso muita coragem pra morar no exterior e eu sou a primeira a admitir isso - eu me sinto de certa forma uma veterana. Veterana de guerra, porque já vivi (e ainda vivo) muitas batalhas...e sim, venci algumas. Até porque já se vão 17 anos de Europa (e 16 anos e meio de Holanda,  pra ser mais específica). Já passei pela fase inicial de deslumbramento e descobertas, tive a fase (onde muitos ficam estagnados) de achar tudo ruim e comparar Brasil e Holanda (o maior erro que qualquer expatriado em qualquer lugar do mundo pode cometer). E depois de muitas voltas, descobri que o segredo é ser feliz com o que a gente tem - onde a gente estiver! Tão simples e ao mesmo tempo tão difícil.

E confesso que tenho verdadeiro horror de gente que só fala mal do país onde mora (a turma dos revoltados). E também daqueles que só falam mal do Brasil e insistem que aqui tudo é melhor (a turma dos deslumbrados). Gente, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Até porque, o paraíso é uma questão pessoal. E com raras exceções, a maioria está aqui por vontade própria então precisa assumir as consequências dessa escolha.

Não sou melhor do que ninguém, mas aprendi um bocado em todos esses anos. Outra conclusão importante que tirei é que cada um tem suas lições a serem aprendidas. Cada um tem seu tempo, seus desafios, perdas e vitórias. E devemos ter muita cautela ao julgar a experiência do outro,  porque as experiências são semelhantes mas nunca iguais! Ou como diria minha (falecida) mãe: cada um sabe onde lhe dói o calo. Sem falar que existem fatores variáveis como as escolhas feitas por cada um. E sorte. Sim, alguns têm mais sorte do que outros (eu que o diga).

Eu passei por muita coisa boa e ruim nesses anos mas hoje o mais difícil pra mim seria voltar ao Brasil. Como eu costumo dizer, esta é uma viagem sem volta. Principalmente para os que passaram do limite dos dez anos, ainda mais se tiverem tido filhos por aqui...Sem querer assustar ninguém, é isso que vejo à minha volta (o que não é necessariamente bom ou ruim). Nos primeiros anos, você luta pra se adaptar a um novo país, aprender a língua, etc. Aí você se adapta, viaja de férias ao país de origem e para sua surpresa, descobre que se sente uma estrangeira lá também! Eu já passei por isso então falo por experiência própria.  Enfim, a gente acaba vivendo entre dois mundos, em uma espécie de limbo. Não pertencemos a lugar nenhum e ao mesmo tempo, pertencemos a todos os lugares...sabe aquela estória de cidadã do mundo? Quem vive fora há muitos anos, sabe do que estou falando.

Enfim, uma experiência das mais enriquecedoras. Mas quanto mais tempo eu moro fora, mais eu percebo que não é pra todo mundo. Não mesmo!

Começar de novo...

Só vim pra dizer que ando bem triste...Não apenas porque acabei de fazer mais um aniversário (a crise já havia se anunciado há tempos). Como porque começar tudo de novo outra vez é complicado. Nos últimos anos, tenho a sensação de estar andando em círculos e me pergunto diariamente onde é que eu fui amarrar a minha égua.

Pra quem acompanha este blog, 2009 foi um novo começo, um ano de muitas atividades e mudanças. Nove meses de estágio numa área que tinha me agradado muito mas no final das contas, sem perspectivas de emprego. Uma experiência muito rica mas que não levou a lugar nenhum (pessimismo em alta né, gente?). Por questões totalmente fora do meu controle, a começar por mudanças nos planos do novo governo, cuja primeira decisão foi justamente fazer cortes na área de inburgering que tanto tinha me interessado. Tell me about bad timing.

Depois de tudo isso, esta segunda-feira comecei um novo trajeto de 6-8 semanas para (tentar) arrumar emprego. O problema é que em quase 17 anos de Holanda não apenas eu praticamente só trabalhei em uma coisa (traduções freelance) como meu diploma universitário aqui não vale nada! Enfim, há (muitas) pedras no caminho. E em alguns dias o desânimo é inevitável porque não tenho mais 30 anos...

Quando a gente chega numa certa idade, algumas questões começam a pesar mais e nos tiram o sono. Bem verdade que o momento atual anda ruim pra todo mundo (com ou sem diploma). E pros estrangeiros, sempre foi mais difícil se estabelecer em sua profissão (não se iludam). Uma minoria de sorte consegue exercer sua profissão de origem, a grande maioria acaba se contentando com um plano B. E eu consegui a façanha de complicar ainda mais o que já era complicado! Falta de planos concretos, falta de visão e escolhas pessoais que me atrapalharam no percurso. Mas enfim: não adianta chorar o leite derramado, blá blá blá.

Uma coisa eu preciso dizer...tô bem cansada desta batalha, esperando uma virada que ainda não chegou. Tentando vislumbrar uma oportunidade, uma luz no fim do túnel, uma porta aberta. Dias melhores virão...




PS. 45 anos, caros amigos...

Desafio dos Sete

Recebi este desafio não apenas de uma, mas de três amigas blogueiras: Tânia, Pri e Maria Valéria...Demorei algum tempo pra postar porque confesso que foi um dos desafios mais desafiadores com os quais me deparei nos últimos tempos. Missão cumprida!



Sete coisas que quero fazer antes de morrer
1. Conhecer a Itália e a Grécia, entre outros
2. Ser menos crítica comigo mesma
3. Aprender a ter mais paciência e a ser menos ansiosa
4. Emagrecer e alcançar um peso saudável (tá difícil)
5. Ler ainda mais livros e assistir ainda mais filmes
6. Buscar novas oportunidades profissionais, sem medo do desconhecido
7. Estar em paz comigo mesma e com o meu passado






Sete coisas que faço bem
1. Ler, porque o pior analfabeto não é aquele que não sabe ler, mas aquele que sabe ler e não lê! Eu leio (quase) tudo que cai nas minhas mãos, especialmente ficção literária.
2. Escrever, embora depois de 17 anos morando no estrangeiro, eu admita que o meu português não está mais essas coisas (e nem me falem em reforma ortográfica)
3. Aprender, eu aprendo muito rápido. Por ex, nunca tive dificuldade em aprender línguas estrangeiras.
4. Sentir a dor dos outros, tenho empatia e acabo sofrendo junto. Adoraria trabalhar na área de assistência social aqui na Holanda mas não sei se isso será possível. Quem viver verá!
5. Ser amiga. Quando sou amiga, sou amiga de verdade. Sou sincera, leal e procuro sempre ajudar meus amigos quando eles precisam.  Nem que seja com um ombro amigo.
6. Sou alegre, espontânea e (modéstia à parte) sei divertir as pessoas. Já fui o centro das atenções em muitas festas e jantares, mas ando quietinha nos últimos tempos. Quando estou bem, sou ótima companhia...mas quando estou mal, sai de perto.
7. Sou criativa, adoro scrapbooking e minha criatividade está em alta (e espero que assim continue por muito tempo, rsrsrsr). Scrapbooking é a nova paixão na minha vida. E paixão é preciso! Porque a vida é muito, muito curta...



Sete defeitos meus
1. Pensar demais (mania de ruminar as coisas), mente inquieta e sempre ansiosa.
2. Sentir demais...o que me faz lembrar a famosa frase de Caetano: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Sou intensa demais, queria sentir menos.
3. Falar demais. Pior, não só falo como escrevo demais, rsrsrsrs. Mas estou aprendendo a ouvir!!!
4. Falta de disciplina, determinação e perseverança para definir metas e cumpri-las (precisa dizer mais alguma coisa?)
5. Alguns me acham "intelectual", o que pode ser um defeito ou qualidade (fica a gosto do cliente mas desconfio que seja daqueles defeitos que incomodam mais aos outros do que a mim mesma)
6. Falta de paciência pra aturar gente burra e pior ainda, gente metida e preconceituosa
7 Pessimismo (como se não bastasse, já fui muito Drama Queen mas felizmente passou, tirando um surto aqui e ali porque eu sou humana, né?). E sem querer me desculpar  e já me desculpando, boa parte deste pessimismo é patológico. Sem brincadeira.



Sete qualidades minhas
1. (Hiper)sensível, tenho um coração do tamanho do mundo, não aguento ver gente sofrendo. Nem bicho.
2. Mente aberta e sem preconceitos, raramente alguma coisa me choca. Também tento não julgar os outros, cada um vive como quer (ou pode).
3. Embora eu fale demais, também sei ouvir quando necessário.
4. Não sou possessiva, não me apego a coisas materiais (embora me apegue mais a pessoas do que gostaria).
5. Não sou supérflua nem frívola, sou uma pessoa profunda (o que para alguns pode ser um defeito). Pensando bem, às vezes meus pensamentos são profundos demais. Nessas horas nem eu me aguento.
6. Sou uma pensadora independente. Eu não faço a menor questão de seguir as tendências da moda (e isso vale para tudo). Eu simplesmente sigo a mim mesma.
7. Não tenho medo da solidão, sou ótima companhia para mim mesma. E isso é bom, e necessário!





Sete coisas que amo
1. Meu filho, que dá um trabalho danado mas também me traz muitas alegrias.
2. Meu namorado, que também dá um trabalho danado e que não incluí no post original porque achei mais do que óbvio (my mistake).
3. Meus amigos, que são poucos mas sinceros.
4. Meus livros e filmes, não poderia viver sem eles (e a vida teria muito menos graça).
5. Comer e dormir (assim fica difícil emagrecer, né gente?).
6. Viajar, viajar e viajar (mas voltar pra casa também é bom demais).
7. Assistir espetáculos de teatro, ballet e outros eventos culturais, o que não tenho feito ultimamente mas pretendo voltar a fazer em breve.



Sete pessoas que indico para este desafio
Vou quebrar a regra do jogo (sou boa nisso também) e não vou indicar ninguém!  Até porque, muita gente já foi indicada e este desafio não é dos mais fáceis (eu que o diga, este post custou a sair). Enfim, vou deixar meus leitores decidirem se querem ou não encará-lo! Boa sorte na jornada.


PS. Ilustrações de Alex Noriega, do blog Stuff No One Told Me.

Patinação no gelo



Aqui em Amsterdã o inverno este ano chegou antes da hora. Neve, vento gelado e temperaturas abaixo de zero. Então já que não tem mesmo como fugir do inverno, uma dica é levar as crianças pra patinar nas várias pistas de patinação espalhadas pela cidade! A pista no Leidseplein já está aberta e a do Museumplein abrirá em breve.

Ontem conferimos Winterland, novo evento deste inverno 2010 no Rembrandsplein. Pista de patinação e muitas barraquinhas vendendo gluhwein, churros, biscoitos e waffels tradicionais, chocolate quente e decorações de natal. Tudo no estilo christmas market  muito comum na Alemanha (como o de Dusseldorf que visitei anos atrás). Enfim, daqueles programas kitsch pra turista mas eu curti assim mesmo!

Enquanto o menino patinava, a mamãe congelava os pés e tomava chocolate quente...Também não resisti aos churros desta vez! E como era quarta-feira, a pista estava bem tranquila porque no fim-de-semana aquilo ali "ferve" (trocadilhos à parte).

Uma mulher de 30 e poucos anos


Recentemente, a Pri do blog Devaneios e Metaformoses indicou uma série de tv que me deixou curiosa. A começar porque Pri é uma daquelas blogueiras com quem mais tenho afinidade. Uma afinidade natural, em que nos reconhecemos sem esforços uma na outra. Talvez por pensarmos tão parecido, e mais provavelmente pelas experiências que a vida colocou em nossos caminhos. Pra início de conversa porque ela também é divorciada, tem uma filha e um relacionamento pós-divórcio.

Voltando ao seriado em questão, aviso ao desavisados que embora a protagonista seja uma mulher de 32 anos, Being Erica nada tem a ver com Sex and the City e seriados afins! Sim, Érica é uma mulher inteligente, tentando sobreviver suas aventuras amorosas e lutando pra se estabelecer profissionalmente. Mas a semelhança termina aí. Porque o aprendizado de Érica é bem outro.

Com a ajuda de um terapeuta nada convencional, Érica tenta reconciliar os erros do passado e aceitar-se a si mesma. Ela tem a oportunidade única de reavaliar seu passado, rever arrependimentos, reviver situações passadas e last but not least tirar suas próprias conclusões. O interessante é observar que mesmo voltando ao passado, ela muitas vezes se surpreende ao descobrir que não apenas não consegue resolver a situação de uma forma melhor, como até piora a situação propriamente dita. Quem assistiu ao filme The Butterfly Effect talvez possa ter idéia do que estou falando. Food for thought.

Nessa fascinante - e muitas vezes dolorosa - jornada de volta ao passado, uma das principais lições a serem aprendidas é a aceitação de si mesma. Aceitar o fato de que foram exatamente essas escolhas que a tornaram a pessoa que ela é hoje.  Desnecessário dizer, esta é uma das questões mais presentes na minha vida nos últimos anos...então é praticamente impossível eu não me identificar com esta mulher de 32 anos.

Being Erica é um seriado que não apenas diverte como faz pensar. Enfim, eu recomendo!

Meu cantinho favorito




Hoje nevou pela primeira vez aqui em Amsterdã e estou em casa de molho resfriada. Mas não vim aqui pra reclamar e sim para convidá-los a uma rápida visita à minha casa! Esta é a minha mesa de computador, já devidamente decorada em clima natalino. A decoração de estrelas fui eu mesma que fiz (o surto criativo continua) e admito que ficou uma gracinha! Simplesmente decorei estrelinhas de madeira (um saquinho com 4 custa 1euro na Kruidvaat, pra quem gostou da idéia e mora por aqui) com papel decorado e pequenos botões, usei um elástico rosa como cordão e voilà! O toque final ficou por conta da fitinha usada em decoração de árvore de natal (nas cores branca e prateada).

O cervo branco ao lado do computador eu comprei na Bijenkorf, minha loja de departamentos favorita aqui na Holanda. Foi paixão à primeira vista quando vi nas prateleiras. Não deu mesmo pra resistir - só não comprei o rosa porque achei viadagem demais, rsrsrs.




Agora vou voltar pra debaixo das cobertas e assistir uma overdose de Third Rock from the Sun.  Porque sim, rir é o melhor remédio. Um bom fim-de-semana para todos!

Depressão e ignorância



O  título deste post ia ser Depressão e Falta de Informação. Mas achei que o outro título atrairia mais leitores, então agora que já chamei sua atenção, vamos ao que interessa!

Eu só queria dizer que fico impressionada com a falta de informação do público geral quanto à depressão. Já falei sobre a doença aqui no blog porque convivi anos com ela, li muito sobre o assunto e até hoje me policio (um dia de cada vez é o meu lema).

E confesso que até hoje fico surpresa ao ver gente educada falando que depressão é fraqueza. Queridos amigos e leitores, em pleno século XXI, com tantos artigos e livros publicados sobre o assunto, não é possível que tenha gente que ainda acredite nisso! Fico triste porque isso significa que o depressivo acaba sofrendo duplamente: com a doença (sim, depressão é doença e das sérias) e com o preconceito. Gente que nunca viveu isso na pele nem viu um membro da família sofrer e que acredita que depressão seja uma questão de escolha, força de vontade...ou sei lá o que mais.

Eu tive três depressões sérias que marcaram a minha vida em muitos aspectos. Me tratei, me conheci melhor e hoje sou uma pessoa mais sábia por causa disso. O que muita gente não sabe é que depois de uma primeira depressão, o risco de ter um segundo episódio é maior (principalmente se a primeira não for tratada, como foi o meu caso). Depois de uma segunda depressão, o risco de uma terceira é maior ainda. Depois de uma terceira, o psiquiatra geralmente recomenda medicamento de manutenção - o que significa que eu vou tomar antidepressivos a vida inteira. Não tenho a menor vergonha de dizer isso porque depressão é doença e como toda doença, deve (e pode) ser tratada.


Pra finalizar, recomendo um título excelente (que espero que vocês NUNCA precisem ler): O Demônio do Meio-Dia, Uma Anatomia da Depressão de Andrew Solomon. Quem quiser mais dicas, é só entrar em contato.

A Pri é psicóloga e escreveu um texto tão bom sobre o assunto que eu resolvi indicar a leitura pra vocês: Sobre as doenças psicológicas e psiquiátricas





PS. Este post é dedicado a todos que tiveram a sorte de nunca terem convivido com a depressão.

Totoro, Totoro!



Hoje à tarde finalmente assisti a um dos mais famosos anime de todos os tempos: My Neighbor Totoro (1988). E não tenho palavras pra dizer como este filme é adorável! Simplesmente imperdível.

O filme é de Hayao Miyazaki, um dos mais badalados diretores japoneses. Eu como adoro animação, sou suspeita pra falar mas digo assim mesmo: a animação japonesa não fica devendo nada à animação da Disney ou da Pixar.  Muito pelo contrário. Anime é uma das melhores coisas que o Japão tem produzido nos últimas décadas. Quem não conhece, não sabe o que está perdendo!

Me empolguei tanto com Totoro que acabei fazendo uma sessão dupla e assisti ainda Kiki's Delivery Service. Outro filme que é uma gracinha, ele conta a estória de uma bruxinha japonesa aprendendo a se virar sozinha. Mas Totoro é melhor, um clássico da animação japonesa. Não é à toa que ele foi escolhido para ilustrar o logotipo dos Studios Ghibli!

Ainda do mesmo diretor, assisti e recomendo Spirited Away (2001), Howl's Moving Castle (2004) e Ponyo (2008). Ponyo é o filme mais recente do diretor, assisti com meu filho no cinema e comentei aqui.


Spirited Away
Howl's Moving Castle
Kiki's Delivery Service

Mente quem diz que nunca sentiu


Estava eu circulando pela blogosfera quando me bateu uma inveja enorme de certas blogueiras - não delas especificamente, mas das viagens que elas fizeram. E para os apressadinhos eu já aviso: mente quem diz que NUNCA sentiu inveja. Porque convenhamos, inveja é um sentimento humano. Pensando bem, mais humano impossível.

Enfim, eu sempre amei viajar. Mas por questões puramente pessoais que prefiro não comentar aqui, tenho viajado muito menos do que gostaria nesses últimos anos. O meu único (e maior) consolo é que moro na Europa, e os lugares não irão fugir de mim. Não, não estou aqui de passagem. Nem tenho planos de voltar ao Brasil a curto ou médio prazo.

E claro, quem acaba de chegar na Europa para estudar ou trabalhar, está mais do que certo em visitar o maior número possível de países! Eu mesma tive esta fase, e foi a fase em que mais viajei...Sim, estou falando dos meus primeiros cinco anos. Porque depois que tive filho e a vida mudou da água pro vinho, precisei lidar com outras questões (bem) mais importantes. Na verdade, estou lidando com algumas dessas questões até hoje. Mas esta é a MINHA vida. Com seus dias bons e ruins. Com erros e acertos.  Com escolhas precipitadas sem conhecimento prévio. Muitas vezes, sem planejamento. 

Uma das GRANDES lições que aprendi nos últimos anos - e depois dos 40 esta lição é inevitável porque a vida nos alcança - é que é preciso algum tipo de planejamento nesta vida. E se eu disser que vim pra Amsterdã de mala e cuia (sem dinheiro, marido ou emprego). E que até minha gravidez não foi planejada, vocês podem ter uma idéia do que estou falando. Eu sempre fui uma pessoa espontânea. Daquelas que vive o momento sem pensar no futuro. Mas o futuro um dia chega. E a gente tem de aprender a lidar com as consequências das escolhas no passado. Eu estou aprendendo até hoje, a duras penas.

Mas agora chega de tristeza!!! Quando pàro pra pensar em tudo que eu já fiz nesta vida, eu não posso reclamar. Eu já me casei, separei e hoje tenho uma relação estável quando tanta gente vive sozinha (e não, não há nada de errado nisso!). Eu já tive meu filho quando muitas mulheres não podem ter filhos. Eu saí do meu país e moro na Europa há 17 anos. O que para muitos é apenas um sonho.


Então fica combinado assim: vamos ser felizes com o que a gente tem e não com o que falta na vida da gente. Are you IN or are you OUT?

Mais um selinho!




Tive a honra de ganhar mais um selinho, desta vez do leitor fiel e também blogueiro Kilson. Todo selo sempre tem algo de especial e este Prêmio Dardos não podia ser diferente! Ele vai para os blogueiros que divulgam valores culturais, éticos, literários e pessoais através de seus blogs. Pessoas que demonstram sua criatividade através de suas palavras.

Em suma, o Prêmio Dardos é um ato de reconhecimento do valor de cada indivíduo e de sua participação na blogosfera. Porque todo mundo tem algo a compartilhar, mesmo que nem todo mundo saiba escrever direito, rsrsrsrs. E o mais legal é que a gente sempre aprende algo com os outros.

Seguindo a regra, vou indicar algumas blogueiras cuja contribuição considero especial. Até porque, elas já fazem parte especial da minha vida (embora algumas ainda nem saibam disso).

* Anita, do blog Greetings from Holland
* Eve, do blog Rindo de Mim Mesma
* Lia, do blog Quero Morar em uma Livraria
* Liana, do blog Ela é americana 
* Maria Valéria, do blog Com toda a Minha Alma
* Pri, do blog Devaneios e metamorfoses
* Tânia, do blog Elos e Nós

Surto criativo, parte II



Pois é, eu fico um tempão sem mexer no meu material de scrapbooking, mas quando começo não paro mais! Fiquei tão satisfeita com minhas árvores de natal que voltei ontem na loja pra comprar dois corações! Aproveitei restos de um dos meus papéis favoritos e voilà! Super fáceis de fazer, os corações podem ser pendurados na porta do quarto ou armário. E também são um presente original.

Pra quem não sabe o que é scrapbooking, trata-se de um dos hobbies mais populares nos EUA e também aqui na Holanda nos últimos anos. Originalmente, scrapbooking consiste em criar layouts para suas fotos. Páginas, mini-álbuns e por aí vai. Eu, como sempre fui apaixonada por PAPEL, vivo buscando dicas de projetos para (re)aproveitar restos de material. Como para fazer cartões, decorar caixinhas, molduras para fotos e outras peças de decoração.

E eu já tenho outro projeto em mente, vou fazer uma espécie de guirlanda de natal (slinger em holandês) com cinco árvores em um mesmo cordão, depois volto pra mostrar como ficou!!! A idéia é usar como decoração de natal pela casa afora. A guirlanda pode ser pendurada em prateleiras na sala ou cozinha, ou mesmo numa árvore de natal.




Pra finalizar, o link a seguir tem 1001 dicas para interessados em adquirir um novo hobby: http://www.scrapbookingtop50.com









PS. Por falar em cartões, por favor não se esqueçam de enviar email para mim pra eu poder dar meu endereço para a TROCA NATALINA!!!

Troca natalina



Estava eu aqui pensando com meus botões e tive uma idéia! Aproveitando meus surtos criativos - que vem e voltam como todo surto que se preze - pensei em sugerir uma TROCA NATALINA.

A idéia é a seguinte: cada leitor que me mandar um postal da cidade ou estado onde mora, receberá um cartão de natal feito por mim!!! Não é sorteio, é uma troca. Ou se preferirem, um gesto simbólico de amizade entre blogueiros. Obviamente, os leitores fiéis também podem (e devem) participar.

Como não quero colocar meu endereço na rede, quem quiser participar envie um email para: pinheiro_elizabeth@yahoo.com. Funciona assim: você manda o email, eu envio meu endereço, você manda o postal ou cartão, e eu respondo com um cartão meu.

Então vamos lá! Está aberta a temporada de cartões.


Feitos por mim!

Surto criativo

Eu tenho muito material de scrapbooking aqui em casa...mas nos últimos tempos tem faltado um certo grau de organização pra completar algum projeto.

Só que domingo passado achei uns penduricalhos de madeira na forma de árvores de natal (XENOS, pra quem mora aqui na Holanda) e foi só olhar pro treco que logo me veio uma idéia. Porque não decorar com restos de papel de natal, fitas e botões? Gostei tanto do resultado que decidi dar de presente pra professora do meu filho, minha tia, etc. Um presente barato, original e melhor ainda, reciclado!

Como a minha critiavidade não é pouca, no final saíram 3 estilos bem diferentes (meu favorito é o cor-de-rosa com botões vermelhos). Confiram só:



Asperger e adolescentes

Eu sei que a maioria dos meus leitores não tem interesse específico em autismo. Mas também sei que muitos chegam ao meu blog através de pesquisas no google com palavras asperger, autismo, etc. Ou seja, tem sempre gente interessada no assunto - e o tema dá muito pano pra manga.

Eu acho informação fundamental, ao menos eu sempre fui uma information junkie! E não apenas em questões relativas ao autismo, mas em termos gerais. Porque a gente não pode (ou não deveria) falar do que não conhece. Autismo é um tema recorrente no meu blog (pra quem ainda não percebeu) porque convivo diariamente com ele. E gosto de dar dicas para pessoas interessadas porque informação nunca é demais!

Mas este post é pra falar de um livro muito interessante que acabei de ler, Freaks, Geeks and Asperger Syndrome. O autor é Luke Jackson, um adolescente de 13 anos que tem a síndrome de Asperger e decidiu escrever um livro para compartilhar suas experiências. Um livro duplamente especial: por oferecer uma visão em primeira mão de quem sofre do distúrbio, e por falar sobre autismo na adolescência (mais especificamente, Asperger). Pra ser sincera (sem ser esnobe), peguei a versão em holandês aqui na biblioteca, e infelizmente não sei dizer se o livro já foi traduzido para o português...

Enfim, altamente recomendado para pais e educadores que lidem com crianças e adolescentes autistas.





PS. Para obter uma lista de mais livros sobre o assunto, leia aqui (em inglês). Os três primeiros  listados eu já li e recomendo.

Pegando leve



Não sei se é a sabedoria que finalmente bate à minha porta (e anos de terapia) mas percebo um movimento diferente na minha vida. É que nos últimos tempos decidi deixar os problemas de lado (o que não é o mesmo que ignorá-los) e tentar pegar leve. Ou seja, eu tenho tentado. Sim, porque problemas sempre existirão então só nos restam duas opções. Ou a gente surta e afunda nos problemas de uma vez por todas (e eu sou ótima nisso). Ou a gente levanta a cabeça e segue em frente.

Mas eu sou humana e tenho meus dias bons e ruins. E estou aprendendo a aceitar ambos de forma mais tranquila, sem muito drama. Acredito que a blogosfera tenha tido um papel essencial nessa estória, porque tem me feito ver que existem pessoas lá fora exatamente como eu. Pessoas que como eu lutam com seus problemas reais e imaginários. Mentes inquietas com muita estória pra contar. E acima de tudo, muita vontade de compartilhar suas experiências.

No meu caso, escrever tem servido pra aprender a relativar (se é que este verbo existe). Porque eu escrevo e edito depois, um vício da antiga profissão. E ao editar, sou confrontada novamente com minhas palavras. E meus sentimentos. Pensando bem, relativar tem sido um exercício diário. Porque a vida nem sempre é como a gente quer - muito menos como a gente sonhou - mas sempre tem gente em situação pior. E quando a coisa está feia, eu confesso que sou feliz por comparação.

No mais, uma das principais lições que aprendi em terapia é que a gente deve (tentar) mudar os pensamentos antes que eles se expressem em sentimentos. Porque quando isso acontece, o estrago já foi feito e é mais difícil reverter a situação. É como cortar o mal pela raiz. A gente aprende a pensar direito, literalmente. Estou falando de terapia cognitiva, uma das mais usadas no tratamento da depressão. E à medida em que damos forma aos nossos pensamentos, criamos novos sentimentos. E o bem-estar é inevitável, mais cedo ou mais tarde. Favor não confundir com aquelas pessoas eternamente otimistas que nunca se permitem chorar, muito menos sofrer. Alegria e tristeza fazem parte da experiência humana, caros amigos.

No meu caso, tenho me policiado quase que diariamente...acho que anos de terapia estão finalmente começando a dar frutos. Esta é uma tarefa diária para mentes inquietas como a minha. Porque minha tendência natural é o sofrimento e a melancolia (mas eu escondo isso muito bem). Não sou a pessoa mais otimista do mundo, talvez pelas estradas tortuosas que percorri por essa vida.

Mas agora chega de UMBIGO. O importante é que escolhi viver um dia de cada vez. E tem dias que isso já é trabalho (mais do que) suficiente.

Parafraseando eu mesma

Caramba!!! Fui reler alguns posts antigos (pra ver se aprendi mesmo a lição) e me deparei com este escrito há mais de 3 anos e que me descreve tão perfeitamente:

Tô cansada...
Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

De volta à programação normal

Depois do último post  - bem que eu disse que política não se discute - voltemos à programação normal deste canal, hehehe.

Mas antes disso, quero falar sobre a falta de comentários (e silêncio de muitas blogueiras queridas) no post sobre as eleições. E me permitam a sinceridade, fiquei triste e desapontada com a falta total de reação das minhas leitoras mais assíduas. Mas entendo perfeitamente e respeito a opinião de cada uma delas. Assim como entendo que o blog é meu e aqui eu escrevo o que eu quiser!

Em termos de política, respeito pela opinião alheia é fundamental. Claro que eu adoraria ter podido compartilhar minha imensa alegria com vocês...como já compartilhei tantas alegrias e tristezas neste espaço. Não foi o caso desta vez mas tudo bem, estou acostumada com essas coisas. E digo mais: o amor e a amizade verdadeiros sabem relegar essas diferenças inevitáveis de opinião.

Vivo isso na minha própria relação com o F., nossas maiores discussões foram e continuam sendo sobre...política e questões sociais! Brigamos, fico triste e depois a gente deixa pra lá e segue em frente. Porque amar é isso. O que não significa que seja fácil, né?

Enfim, voltemos à programação normal.

A internet e os vícios

 



Agora conta pra mim...qual o seu vício favorito?

Política não se discute



Mas eu simplesmente não posso deixar este momento histórico passar em branco. Não apenas uma vitória do PT (e do povo brasileiro), como a primeira presidente mulher na história do Brasil.

Bom demais pra ser verdade, principalmente quando observo de perto a situação política na Holanda, e no resto da Europa.  Um continente inteiro virando para a direita, partidos xenófobos no poder (Holanda, Bélgica, Dinamarca e por ai vai). Isso sem falar nas ameaças de terrorismo cada vez mais presentes, xenofobia cada dia mais normal e muito mal-estar entre os imigrantes. Enfim: medo, muito medo do futuro. E eu que moro aqui no velho continente há 17 anos ando com vontade de emigrar....de novo!

Quanto às eleições brasileiras, nem vou dizer mais nada. Até porque, o Brasil está hoje nas manchetes mundiais:


RIO - Os principais jornais do mundo repercutem a vitória da primeira presidente que o Brasil já teve. A vitória de Dilma Rousseff teve como foco o fato de a candidata eleita ser a "herdeira" e "protegida" de Luiz Inácio Lula da Silva. O espanhol El País destacou em seu site que o presidente Lula "sempre deixou claro que a vitória de sua candidata era uma vitória dele próprio". A página ainda ressaltou que ela terá a tarefa de comandar o país que melhor representa o crescimento de novas potências mundiais.

Um dos mais importantes jornais do mundo, o New York Times destacou que a "ex-guerrilheira" Dilma foi vitoriosa após a promessa de "seguir com as políticas que tiraram milhões da pobreza" e tornaram o Brasil "uma das mais quentes economias do mundo". O diário americano lembrou que a presidente eleita fez parte de um governo que tirou cerca de 10% da população da extrema pobreza, "um legado grande demais para Serra superar".

O Wall Street Journal, bússola do mercado financeiro, publicou que a vitória da petista foi "selada pela ampla prosperidade econômica" e pela popularidade de seu "predecessor e mentor", Lula. Também classifica Dilma como uma "burocrata" relativamente desconhecida.

O The Washington Post seguiu a linha do Wall Street Journal, considerando que o resultado das eleições demonstram a lealdade do povo ao atual presidente.

O La Repubblica afirmou que a "pupila" do presidente Lula se elegeu dentro de sondagens que "sempre deram no mínimo 10% de margem". O jornal italiano não explorou a eleição brasileira, usando inclusive uma imagem antiga de Dilma.

Entre os periódicos franceses, o Le Monde não esconde sua simpatia e coloca a candidata petista como uma "sobrevivente de um câncer" e herdeira política do presidente "mais popular" da história do Brasil. O Le Figaro, mais crítico, destaca no título que a campanha foi "deletéria" (degradante), dizendo que o país está a "fogo e sangue" após a disputa.

O jornal britânico The Guardian destaca a história de Dilma como "ex-rebelde marxista" e a negativa do partido verde em apoiar a candidata do governo, o que lhe daria uma maioria "instantânea". O passado de luta armada da petista também foi lembrado pelo The Times.

O argentino La Nación escreveu em sua edição online que a petista "arrasou com 55,05%" dos votos. Chamada de "eleita de Lula", a vitória de Dilma foi classificada como "a boa notícia do Brasil" por um analista político do jornal.

O Clarín, por sua vez, optou por ressaltar o fato de o país ter escolhido sua primeira presidente mulher com um "contundente triunfo".

O português Diário de Notícias destaca na capa a altíssima abstenção destas eleições. "Apesar do voto ser obrigatório no Brasil, a abstenção ronda os 21%." O também português Correio da Manhã destacou que "mesmo antes do resultado oficial, Dilma já falava como presidente e disse que irá governar para todos os brasileiros".

(publicado no Jornal do Brasil)

Show da Adriana Calcanhotto



Mal posso acreditar na minha sorte, mas ontem assisti Adriana Calcanhotto ao vivo aqui em Amsterdã. Sorte porque eu não tinha ingressos e o show estava esgotado há semanas! Como moro aqui e uma amiga insistiu, arriscamos e fomos tentar ver se dava pra entrar. Dependíamos de reservas que não puderam ir. E entramos!!! Perdemos apenas a primeira música.

E eu simplesmente não tenho palavras para descrever o show. Perfeito, com a voz maravilhoso e o violão acústico desta musa da MPB. Show intimista, presença de palco incrível. Adriana sempre fui uma das minhas cantoras favoritas e este foi meu primeiro show - e aqui na Holanda!

Uma pena que F. não pode ir ao show comigo (decidimos de última hora e ele mora em Haia), porque ele certamente teria gostado. Então vou deixar aqui uma pequena amostra do show para vocês. Mas vou dedicar este clipe a ele:






PS. O clipe não é do show de ontem, mas ela tocou esta música. E muitas outras favoritas...

Os gatos da Cora





Você que gosta de gatos, não pode deixar de conferir o blog da jornalista e cronista Cora Rónai. Além da ótima qualidade dos textos, ela publica regularmente fotos de seus bichinhos! Fiquei impressionada ao descobrir quantos felinos ela tem pela casa, se não me engano são seis gatos.

Desnecessário dizer, fiquei morrendo de inveja porque eu só tenho uma gatinha. Mas que ela é muito fofa, isso ela é. Além de fotogênica, vejam só:



LEGO World



Não foi a primeira vez, mas nos divertimos muito! Aproveitando as férias escolares (aqui na Holanda tem férias escolares o tempo todo), ontem visitamos o LEGO World. Um evento anual inesquecível para pequenos e grandes fãs de LEGO - o brinquedo mais popular aqui na Europa (o outro grande favorito é o Playmobil).

Eu e Liam já tínhamos visitado duas vezes, a última vez está registrada aqui. Mas agora que ele tem 10 anos (e sua coleção particular aumenta a cada ano) a feira ficou muito mais interessante. É que Liam sabe construir trens e ônibus cada vez melhor! E na feira, ele aproveitou a oportunidade pra conversar e trocar idéias com os expositores. Eu fiquei só olhando eles discutirem peças, trocar instruções e dicas de sites. Enfim, muito bacana ver seu filho prestes a se transformar num LEGO designer, hehehe. Sim, porque Liam gosta tanto de LEGO que não duvido nada daqui a uns anos vai estar expondo suas criações no LEGO World. Basta se inscrever em um dos grupos pra participar de futuros eventos. Porque construir ele já sabe, ele procura fotos e instruções na net ou cria seus próprios designs.

Pra variar, tirei algumas fotos com meu celular mas não ficaram boas! As fotos abaixo são apenas para dar uma idéia do evento. Dos muitos visitantes, 90% eram meninos. Welcome to a boy's world.



Estação de metrô
Estação de trem
Uma das várias construções