quarta-feira, janeiro 30, 2008

Best. Sushi. Ever.

Confesso que ultimamente tenho tirado a barriga da miséria...depois de anos sem comer esta delicatessen, eu e F. temos frequentado regularmente restaurantes japoneses (além de indonésios, vietnamitas e chineses...sim, estou numa fase asiática). O sushi da direita - e pelo amor de Deus, quem ainda não provou, prove - se chama unagi e é o sushi mais gostoso que já comi em toda a minha vida. Sem exageros, este é daqueles de derreter na boca...detalhe, o sushi é feito de enguia, que normalmente eu não comeria nem que me pagassem um milhão de dólares mas este aqui é fabuloso (pra não dizer orgásmico mesmo, que me desculpem os leitores pudicos).

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Girl with a Pearl Earring











Ontem revi um filme que eu adoro, por duas pequenas grandes razões: Scarlett Johansson (uma de minhas atrizes favoritas) e Vermeer (meu pintor holandês favorito...e juro que não é só porque moro na Holanda mas Vermeer é imprescindível e assunto encerrado). E sem querer esnobar (mas já esnobando, fazer o quê...), no mês passado revi a belíssima tela do pintor, que faz parte do acervo permanente da Mauritshuis em Haia, um dos melhores museus da Holanda e da Europa. É que, ao menos em termos de pintura holandesa, ele não fica devendo quase nada ao Rijksmuseum de Amsterdã (uma das visitas obrigatórias na cidade, diga-se de passagem).

O filme é baseado no romance homônimo de Tracey Chevalier e a fotografia é extremamente bem-cuidada, nos transportando à Golden Age de Vermeer e de tantos outros mestres da pintura holandesa. E sem exagero algum: cada cena é uma pintura em movimento, um colírio para os olhos. Pra quem ainda não assistiu, eu recomendo !!!

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Coração batendo forte

Mais uma sexta-feira. Daqui a pouco meu amor vai tocar a campainha e eu vou ficar feliz da vida. Porque esta semana foi do caralho (desculpem o meu francês) e se tem uma semana em que precisei do F. foi esta, juro por Deus! Nem vou comentar o tipo de semana que foi porque o que passou, passou (amém). Só sei que foi uma semana chata daquelas cheias de obrigações, consultas médicas, contas e mais contas a pagar, reunião na escola do meu filho, terapia e por aí vai...E eu quase surtei. Uma daquelas semanas chatas em que nada de bom acontece e a gente fica torcendo pro fim-de-semana chegar logo porque senão sei lá...Sorte minha que agora é fim-de-semana e tenho meu amor pra dormirmos agarradinhos. Porque vamos combinar o seguinte: o amor é lindo! (quem diria...)

E eu tô precisando relaxar, curtir a companhia de quem gosta da minha companhia, curtir o carinho de quem gosta do meu carinho, fazer cafuné e namorar muito debaixo das cobertas quentinhas. Falar com quem gosta de me ouvir...e que paciência ele tem, meu Deus (ainda mais quando eu resolvo surtar, como esta semana). E olhar bem dentro daqueles olhos que me acalmam mais do que qualquer outra coisa neste mundo. Engraçado, outro dia me dei conta de que eu sou o estimulante do F. (ele só não surta junto porque não está mesmo na natureza dele) e ele é o meu calmante...bem aquela coisa de opostos e complementares mesmo! E o melhor de tudo é que ele nunca grita, nunca mesmo. E é triste falar assim mas eu não estava mais acostumada a relacionamento em que ninguém grita aos berros na minha cara. E bate porta e bate-boca mais uma vez.

A verdade é que depois de um casamento punk e de um retiro voluntário após o divórcio, tinha quase me esquecido de algo fundamental: que nem todos os relacionamentos são necessariamente ruins. Que nem todo relacionamento precisa ser sinônimo de chuvas e trovoadas, brigas, desaforos, lágrimas e desilusões. Que nem todo relacionamento precisa ser sinônimo de dor e sofrimento. Sim, quando a gente ama de verdade a gente sofre...mas se a dor é maior do que o prazer, há algo muito errado, meus amigos. Porque eu acho que quando duas pessoas se amam elas crescem juntas, elas se ajudam e se fortalecem. Um bom parceiro é aquele que nos estimula a dar o melhor de nós mesmos, que compartilha nossa felicidade e nossos sucessos, que sofre junto com nossas perdas e desilusões. Num bom relacionamento as pessoas não afundam juntas - elas crescem juntas. Há espaço para crescimento e acima de tudo, há respeito pelo parceiro. E admiração pela pessoa que ele(a) é.

E eu não quero mais saber de amor sofrido em que a gente vai perdendo as forças e definhando aos poucos, afundando a cada ano mais naquela espiral negativa (e quando um relacionamento vai pro buraco, as coisas deterioram com uma rapidez assustadora). Porque uma coisa eu aprendi na marra: tudo na vida tem limites, até mesmo no amor. E tem mais: errar é humano, mas repetir o mesmo erro é burrice...eu tô fora, tô fora mesmo!

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Controle de qualidade

E não é que ganhei uma recomendação especial da querida blogueira Labelle (aka Jupis na M30)? Então aproveito pra colocar logo o selo aqui no blog antes que me esqueça...é que ando enrolada esta semana com traduções e otras cositas más. Mas pra ser sincera, blog eu escrevo é pra mim mesma (e meus amigos sabem muito bem disso). Escrevo para tentar entender melhor o que acontece à minha volta (e dentro de mim mesma), para tentar pôr alguma ordem no caos das minhas emoções e pensamentos. Minha intenção nunca foi agradar ninguém (e juro que tem dias que não consigo agradar nem a mim mesma, rsrsrs). Por outro lado, se alguém gosta do que lê por aqui, fico muito feliz - pra não dizer lisonjeada mesmo!

Só sei que não falta é gente escrevendo bem por este mundo afora...embora porcarias sempre existam nesta aldeia blogal onde há espaço para todos (mas com o tempo a gente aprende a separar o joio do trigo). E como os blogs que leio regularmente já foram (devidamente) agraciados com o tal selo de qualidade, não tenho nenhuma indicação no momento. Mas se lembrar de um blog que vale a pena conferir, eu volto por aqui!

terça-feira, janeiro 15, 2008

Carta ao Zézim (extrato)

E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente.
(Caio Fernando Abreu)


Pra quem gosta de Caio (e eu sou apaixonada por ele há quase 20 anos), o texto completo está aqui.

A chuva e as borboletas



Hoje choveu horrores...aliás, continua chovendo. Além da chuva, o vento incansável esvoaçando os cabelos e arrastando consigo guarda-chuvas. Um dia cinzento em pleno inverno que mais parece dia de outono. Coisas de Holanda e nem adianta reclamar. Das duas uma, ou as estações do ano enlouqueceram de vez ou Al Gore está mais do que certo. Pelo amor de Deus.

Mas felizmente não vim aqui pra falar de meteorologia. Ainda não cheguei a este ponto da falta de assunto - pelo contrário, assunto nunca faltou só que tem épocas em que estou tão imersa em meus pensamentos que prefiro ficar sozinha analisando, analisando e tirando conclusões (algumas apressadas, outras nem tanto assim). Ou na melhor das hipóteses, tem épocas que estou tão ocupada vivendo a vida que as palavras se tornam supérfluas. Em lugar das palavras, emoções. E emoção a gente sente, não tem palavras pra descrever o indescritível. A gente pode até tentar mas fica sempre faltando alguma coisa na transcrição para o papel (ou neste caso, a tela do computador).

Só sei que a vida é assim: uma sequência interminável de dias de sol intercalados com dias de chuva (não necessariamente nesta ordem), alegrias e tristezas, dias bons, dias ruins e dias em que tudo fica em suspenso e esperamos algo acontecer (seja bom ou ruim). E eu ando mais feliz do que triste, mais adolescente do que qualquer outra coisa. E curtindo muito as borboletas que decidiram habitar meu estômago por tempo indeterminado - e que assim o seja porque, em se tratando de borboletas, todo o cuidado é pouco.

sábado, janeiro 12, 2008

Música de elevador

Música de elevador, como bem diz uma grande amiga minha que volta do Brasil semana que vem, é o que tenho ouvido nos últimos tempos. Eu tenho fases que meu gosto musical é pra lá de duvidoso mas o mais engraçado é que não tenho a menor vergonha. Só não posso esperar que a Anna ou o F. queiram discutir música comigo, porque se tem duas pessoas que conhecem música pra caramba são esses dois. Como boa amiga e bom namorado, eles até toleram meu gosto musical duvidoso e costumam economizar comentários (ao estilo gosto não se discute, se lamenta). E o F. até download de umas trilhas sonoras de elevador pra mim ele faz, hehehe. Sem comentários mas faz. Pra vocês terem uma idéia do que estou falando, ai vai uma música que tenho ouvido regularmente nos últimos tempos. E pra avacalhar de vez (sorry Anna), mando um clipe com cenas da minha série de tv favorita: Grey´s Anatomy!

Sem comentários, por favor.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Ano novo, vida nova

Pois eu não acredito nessa estória de resoluções de ano novo. Entra ano, sai ano e as pessoas dizem que vão parar de fumar, emagrecer, encontrar o amor da vida delas, arrumar um emprego decente, parar de beber, parar de fazer barraco, etc etc etc. Resolução mesmo a gente faz independentemente de data marcada! Não tem essa de resolver mudar a vida porque é ano novo (ano novo, vida nova). O que a gente precisa entender de uma vez por todas é que hora de mudar só existe uma: a hora em que estamos prontos para a mudança e ponto final. E sim, parece simples e é mesmo!

Eu mesma tomei outubro passado a resolução de mudar radicalmente minha dieta e perder o excesso de peso que venho carregando há anos (porque tem uma hora que basta, né). E adivinhem só: já perdi 10 kgs (decidi esperar os primeiros dez quilos antes de espalhar a novidade)!!! Basicamente, cortei todas as porcarias da minha dieta (e não era pouca coisa: biscoitos, salgadinhos, pizza, sorvetes e açúcar, sem falar que sou chocólatra assumida - ou melhor, era). Comprei mais frutas, enchi a geladeira de produtos light (leite e iogurte desnatados, queijos magros, etc), parei de usar o (maldito) açúcar para adoçar o café e isso já foi suficiente para perder 10 kgs. Sim, porque nem comecei o meu programa de exercícios ainda - esta é a minha resolução de ano novo, hehehe...

Verdade seja dita, nunca fui adepta de dietas e nem sequer tentei perder peso desde que meu filho nasceu (ou antes disso, se é mesmo pra ser sincera)...Eu não acredito em dietas radicais, milkshakes e pílulas milagrosas e sim em reeducação alimentar, como já comentei antes por aqui. E é exatamente isso que tenho feito nos últimos meses, caros amigos e leitores. Minha próxima meta é menos 5kgs até meados de março. E depois menos 5 kgs até final de junho. Ou seja, 10 kgs a menos nos próximos 6 meses porque não quero perder peso muito rápido (as consequências podem ser desastrosas, não é à toa que tenho ido regularmente a uma dietista).

No mais, quero mesmo é ser ainda mais feliz este ano do que fui ano passado (e o saldo de 2007 já foi muito positivo), viver a vida plenamente, me permitir viver minhas emoções e amar sem medo de sofrer. Aceitar minhas limitações e ser menos crítica comigo mesma. Arrumar mais tempo pros amigos e ter mais paciência com meu filho. Ler mais livros e assistir mais filmes. Curtir mais e encucar menos. Descomplicar em vez de complicar a vida (um dia eu aprendo). Continuar ouvindo mais o coração e menos a razão, mas saber definir limites sempre que necessário. Em suma, continuar sendo eu mesma, tentando sempre melhorar o que pode ser melhorado. Um ser em constante evolução, cada dia melhor.

E vamos em frente que atrás vem gente!
Tecnologia do Blogger.

Best. Sushi. Ever.

Confesso que ultimamente tenho tirado a barriga da miséria...depois de anos sem comer esta delicatessen, eu e F. temos frequentado regularmente restaurantes japoneses (além de indonésios, vietnamitas e chineses...sim, estou numa fase asiática). O sushi da direita - e pelo amor de Deus, quem ainda não provou, prove - se chama unagi e é o sushi mais gostoso que já comi em toda a minha vida. Sem exageros, este é daqueles de derreter na boca...detalhe, o sushi é feito de enguia, que normalmente eu não comeria nem que me pagassem um milhão de dólares mas este aqui é fabuloso (pra não dizer orgásmico mesmo, que me desculpem os leitores pudicos).

Girl with a Pearl Earring











Ontem revi um filme que eu adoro, por duas pequenas grandes razões: Scarlett Johansson (uma de minhas atrizes favoritas) e Vermeer (meu pintor holandês favorito...e juro que não é só porque moro na Holanda mas Vermeer é imprescindível e assunto encerrado). E sem querer esnobar (mas já esnobando, fazer o quê...), no mês passado revi a belíssima tela do pintor, que faz parte do acervo permanente da Mauritshuis em Haia, um dos melhores museus da Holanda e da Europa. É que, ao menos em termos de pintura holandesa, ele não fica devendo quase nada ao Rijksmuseum de Amsterdã (uma das visitas obrigatórias na cidade, diga-se de passagem).

O filme é baseado no romance homônimo de Tracey Chevalier e a fotografia é extremamente bem-cuidada, nos transportando à Golden Age de Vermeer e de tantos outros mestres da pintura holandesa. E sem exagero algum: cada cena é uma pintura em movimento, um colírio para os olhos. Pra quem ainda não assistiu, eu recomendo !!!

Coração batendo forte

Mais uma sexta-feira. Daqui a pouco meu amor vai tocar a campainha e eu vou ficar feliz da vida. Porque esta semana foi do caralho (desculpem o meu francês) e se tem uma semana em que precisei do F. foi esta, juro por Deus! Nem vou comentar o tipo de semana que foi porque o que passou, passou (amém). Só sei que foi uma semana chata daquelas cheias de obrigações, consultas médicas, contas e mais contas a pagar, reunião na escola do meu filho, terapia e por aí vai...E eu quase surtei. Uma daquelas semanas chatas em que nada de bom acontece e a gente fica torcendo pro fim-de-semana chegar logo porque senão sei lá...Sorte minha que agora é fim-de-semana e tenho meu amor pra dormirmos agarradinhos. Porque vamos combinar o seguinte: o amor é lindo! (quem diria...)

E eu tô precisando relaxar, curtir a companhia de quem gosta da minha companhia, curtir o carinho de quem gosta do meu carinho, fazer cafuné e namorar muito debaixo das cobertas quentinhas. Falar com quem gosta de me ouvir...e que paciência ele tem, meu Deus (ainda mais quando eu resolvo surtar, como esta semana). E olhar bem dentro daqueles olhos que me acalmam mais do que qualquer outra coisa neste mundo. Engraçado, outro dia me dei conta de que eu sou o estimulante do F. (ele só não surta junto porque não está mesmo na natureza dele) e ele é o meu calmante...bem aquela coisa de opostos e complementares mesmo! E o melhor de tudo é que ele nunca grita, nunca mesmo. E é triste falar assim mas eu não estava mais acostumada a relacionamento em que ninguém grita aos berros na minha cara. E bate porta e bate-boca mais uma vez.

A verdade é que depois de um casamento punk e de um retiro voluntário após o divórcio, tinha quase me esquecido de algo fundamental: que nem todos os relacionamentos são necessariamente ruins. Que nem todo relacionamento precisa ser sinônimo de chuvas e trovoadas, brigas, desaforos, lágrimas e desilusões. Que nem todo relacionamento precisa ser sinônimo de dor e sofrimento. Sim, quando a gente ama de verdade a gente sofre...mas se a dor é maior do que o prazer, há algo muito errado, meus amigos. Porque eu acho que quando duas pessoas se amam elas crescem juntas, elas se ajudam e se fortalecem. Um bom parceiro é aquele que nos estimula a dar o melhor de nós mesmos, que compartilha nossa felicidade e nossos sucessos, que sofre junto com nossas perdas e desilusões. Num bom relacionamento as pessoas não afundam juntas - elas crescem juntas. Há espaço para crescimento e acima de tudo, há respeito pelo parceiro. E admiração pela pessoa que ele(a) é.

E eu não quero mais saber de amor sofrido em que a gente vai perdendo as forças e definhando aos poucos, afundando a cada ano mais naquela espiral negativa (e quando um relacionamento vai pro buraco, as coisas deterioram com uma rapidez assustadora). Porque uma coisa eu aprendi na marra: tudo na vida tem limites, até mesmo no amor. E tem mais: errar é humano, mas repetir o mesmo erro é burrice...eu tô fora, tô fora mesmo!

Controle de qualidade

E não é que ganhei uma recomendação especial da querida blogueira Labelle (aka Jupis na M30)? Então aproveito pra colocar logo o selo aqui no blog antes que me esqueça...é que ando enrolada esta semana com traduções e otras cositas más. Mas pra ser sincera, blog eu escrevo é pra mim mesma (e meus amigos sabem muito bem disso). Escrevo para tentar entender melhor o que acontece à minha volta (e dentro de mim mesma), para tentar pôr alguma ordem no caos das minhas emoções e pensamentos. Minha intenção nunca foi agradar ninguém (e juro que tem dias que não consigo agradar nem a mim mesma, rsrsrs). Por outro lado, se alguém gosta do que lê por aqui, fico muito feliz - pra não dizer lisonjeada mesmo!

Só sei que não falta é gente escrevendo bem por este mundo afora...embora porcarias sempre existam nesta aldeia blogal onde há espaço para todos (mas com o tempo a gente aprende a separar o joio do trigo). E como os blogs que leio regularmente já foram (devidamente) agraciados com o tal selo de qualidade, não tenho nenhuma indicação no momento. Mas se lembrar de um blog que vale a pena conferir, eu volto por aqui!

Carta ao Zézim (extrato)

E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente.
(Caio Fernando Abreu)


Pra quem gosta de Caio (e eu sou apaixonada por ele há quase 20 anos), o texto completo está aqui.

A chuva e as borboletas



Hoje choveu horrores...aliás, continua chovendo. Além da chuva, o vento incansável esvoaçando os cabelos e arrastando consigo guarda-chuvas. Um dia cinzento em pleno inverno que mais parece dia de outono. Coisas de Holanda e nem adianta reclamar. Das duas uma, ou as estações do ano enlouqueceram de vez ou Al Gore está mais do que certo. Pelo amor de Deus.

Mas felizmente não vim aqui pra falar de meteorologia. Ainda não cheguei a este ponto da falta de assunto - pelo contrário, assunto nunca faltou só que tem épocas em que estou tão imersa em meus pensamentos que prefiro ficar sozinha analisando, analisando e tirando conclusões (algumas apressadas, outras nem tanto assim). Ou na melhor das hipóteses, tem épocas que estou tão ocupada vivendo a vida que as palavras se tornam supérfluas. Em lugar das palavras, emoções. E emoção a gente sente, não tem palavras pra descrever o indescritível. A gente pode até tentar mas fica sempre faltando alguma coisa na transcrição para o papel (ou neste caso, a tela do computador).

Só sei que a vida é assim: uma sequência interminável de dias de sol intercalados com dias de chuva (não necessariamente nesta ordem), alegrias e tristezas, dias bons, dias ruins e dias em que tudo fica em suspenso e esperamos algo acontecer (seja bom ou ruim). E eu ando mais feliz do que triste, mais adolescente do que qualquer outra coisa. E curtindo muito as borboletas que decidiram habitar meu estômago por tempo indeterminado - e que assim o seja porque, em se tratando de borboletas, todo o cuidado é pouco.

Música de elevador

Música de elevador, como bem diz uma grande amiga minha que volta do Brasil semana que vem, é o que tenho ouvido nos últimos tempos. Eu tenho fases que meu gosto musical é pra lá de duvidoso mas o mais engraçado é que não tenho a menor vergonha. Só não posso esperar que a Anna ou o F. queiram discutir música comigo, porque se tem duas pessoas que conhecem música pra caramba são esses dois. Como boa amiga e bom namorado, eles até toleram meu gosto musical duvidoso e costumam economizar comentários (ao estilo gosto não se discute, se lamenta). E o F. até download de umas trilhas sonoras de elevador pra mim ele faz, hehehe. Sem comentários mas faz. Pra vocês terem uma idéia do que estou falando, ai vai uma música que tenho ouvido regularmente nos últimos tempos. E pra avacalhar de vez (sorry Anna), mando um clipe com cenas da minha série de tv favorita: Grey´s Anatomy!

Sem comentários, por favor.

Ano novo, vida nova

Pois eu não acredito nessa estória de resoluções de ano novo. Entra ano, sai ano e as pessoas dizem que vão parar de fumar, emagrecer, encontrar o amor da vida delas, arrumar um emprego decente, parar de beber, parar de fazer barraco, etc etc etc. Resolução mesmo a gente faz independentemente de data marcada! Não tem essa de resolver mudar a vida porque é ano novo (ano novo, vida nova). O que a gente precisa entender de uma vez por todas é que hora de mudar só existe uma: a hora em que estamos prontos para a mudança e ponto final. E sim, parece simples e é mesmo!

Eu mesma tomei outubro passado a resolução de mudar radicalmente minha dieta e perder o excesso de peso que venho carregando há anos (porque tem uma hora que basta, né). E adivinhem só: já perdi 10 kgs (decidi esperar os primeiros dez quilos antes de espalhar a novidade)!!! Basicamente, cortei todas as porcarias da minha dieta (e não era pouca coisa: biscoitos, salgadinhos, pizza, sorvetes e açúcar, sem falar que sou chocólatra assumida - ou melhor, era). Comprei mais frutas, enchi a geladeira de produtos light (leite e iogurte desnatados, queijos magros, etc), parei de usar o (maldito) açúcar para adoçar o café e isso já foi suficiente para perder 10 kgs. Sim, porque nem comecei o meu programa de exercícios ainda - esta é a minha resolução de ano novo, hehehe...

Verdade seja dita, nunca fui adepta de dietas e nem sequer tentei perder peso desde que meu filho nasceu (ou antes disso, se é mesmo pra ser sincera)...Eu não acredito em dietas radicais, milkshakes e pílulas milagrosas e sim em reeducação alimentar, como já comentei antes por aqui. E é exatamente isso que tenho feito nos últimos meses, caros amigos e leitores. Minha próxima meta é menos 5kgs até meados de março. E depois menos 5 kgs até final de junho. Ou seja, 10 kgs a menos nos próximos 6 meses porque não quero perder peso muito rápido (as consequências podem ser desastrosas, não é à toa que tenho ido regularmente a uma dietista).

No mais, quero mesmo é ser ainda mais feliz este ano do que fui ano passado (e o saldo de 2007 já foi muito positivo), viver a vida plenamente, me permitir viver minhas emoções e amar sem medo de sofrer. Aceitar minhas limitações e ser menos crítica comigo mesma. Arrumar mais tempo pros amigos e ter mais paciência com meu filho. Ler mais livros e assistir mais filmes. Curtir mais e encucar menos. Descomplicar em vez de complicar a vida (um dia eu aprendo). Continuar ouvindo mais o coração e menos a razão, mas saber definir limites sempre que necessário. Em suma, continuar sendo eu mesma, tentando sempre melhorar o que pode ser melhorado. Um ser em constante evolução, cada dia melhor.

E vamos em frente que atrás vem gente!