segunda-feira, janeiro 29, 2007

Ainda sobre a tal felicidade


Dando continuidade às minhas divagações sobre felicidade, segue um texto da Martha Medeiros - porque estou com preguiça de escrever eu mesma e porque, basicamente, ela já escreveu por mim.


Felicidade Realista
De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

O dom de ser feliz

Hoje acordei ranzinza (depois de assistir Serendipity ontem à noite, hehehe...) e cá estou eu pensando novamente no dom de ser feliz. Talvez por ser um tema recorrente na minha vida nos últimos anos, talvez simplesmente por eu ser uma daquelas pessoas questionadoras. Ou por ser, digamos assim, uma pessoa complicada.

De qualquer forma, com o passar dos anos percebo cada vez mais que alguns já nasceram com este dom...enquanto outros passam a vida inteira tentando aperfeiçoá-lo - e com alguma sorte e muito treino, até conseguem. Mas até hoje não sei ao certo se é predisposição genética (defeito de fábrica) ou se são as circunstâncias da vida, para alguns mais favoráveis do que para outros. Mais provavelmente, uma combinação dos dois.

Fato é que nem todo mundo sabe ser feliz. Fato também é que é fácil ser feliz quando tudo na vida da gente está no lugar onde deveria estar: trabalho, amigos, família, etc...Sim, é fácil ser feliz quando a vida segue de acordo com nossos planos e expectativas. Mais difícil é quando vemos esses planos serem destruídos, quando somos obrigados a mudar o rumo e desistir de alguns sonhos. Quando somos confrontados com nossos erros e fraquezas. Em suma, nem sempre é fácil ser feliz em períodos de crise e crescimento. E definitivamente, não é fácil ser feliz quando se está no olho do furacão.

Eu vejo a felicidade como um conjunto de fatores. Algumas pessoas conseguem reunir em uma vida vários desses fatores e para elas, ser feliz não chega a ser um dom. Dom mesmo têm aqueles que aguentam firme apesar de tudo, que não desistem de buscar sua felicidade - mesmo que um dia de cada vez.

E eu juro que já escrevi sobre isso antes...

Serendipity

Ontem passou Serendipity na tv e eu, na falta do que fazer e precisando descansar a cabeça depois de um fim-de-semana cansativo com um garoto de 6 anos, decidi assistir.

Pois bem, não sei se é a idade (que alguns chamam de maturidade) ou um temperamento não chegado a romantismos mas achei o filme inacreditável - no sentido literal da palavra. Cá entre nós, qual a probabilidade de uma nota de 5 dólares retornar ao seu dono uma segunda vez em uma cidade como Nova Iorque? Qual a probabilidade de uma pessoa achar um determinado livro dentre tantos livros em tantos sebos espalhados pela cidade? E mais: qual a probabilidade dessas duas coisas acontecerem?

Pois no filme as duas coisas acontecem, bem ao estilo Holywood. Em outras palavras (e já me desculpando pelo espírito-de-porco), altamente improvável. Resumindo, não sei se fiquei mais chocada com o excesso de romantismo do filme ou com mais uma constatação da minha total ausência de romantismo (depois de 10 anos de casamento, admito que ficou uma certa amargura...e eu já nem era lá muito romântica).

O engraçado é que acredito sim no destino...mas não da forma como ele é retratado neste filme. Serendipity é acima de tudo, uma comédia romântica cheia de clichês do início ao fim (para alegria dos românticos de plantão). Porque convenhamos, clichês são reconfortantes e por serem clichês, previsíveis. E, needless to say, o ser humano gosta de tudo que é previsível.

Ou isso, ou eu é que devo estar ficando ranzinza. Mas fiquei mesmo é com vontade de assistir Paris, Je t´aime...em cartaz nas melhores salas de cinema de sua cidade.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Quem é você?



Hoje estava lendo um texto da Martha Medeiros e fiquei inspirada (não é pra menos, ela escreve muito bem). Pois nesse texto ela dizia que a gente é o que a gente gosta. E sabe que é isso mesmo? Eu seria algo assim:


Sou um dia de primavera. Ou um dia de inverno com sol e, de preferência, neve. Mas decididamente, não sou um dia de verão (odeio o calor escaldante). Sou instável, hoje chovo, amanhã faço sol.

Sou Clarice, sou Caio. Sou Fernando Pessoa. Sou os poetas metafísicos. Sou e.e.cummings. Woody Allen e Ingmar Bergman. Sou Paulo Leminski. Sou Nick Hornby e Chic Lit também. Na música, sou Brit Pop, sempre.

Sou chocolate suíço. Sou mousse de maracujá. Sou pão de queijo com café recém-passado. Baguette, croissant, pain au chocolat...Sou amante da boa mesa. E dos bons vinhos, não necessariamente franceses.

Sou cheesecake de limão. Sou pizza de catupiri com chopp gelado. No churrasco, sou a linguicinha e a farofa. Acompanhadas de guaraná (ou cerveja). Sou moqueca de peixe. Sou bobó de camarão. Bolo de fubá, feijão tropeiro e tutu à mineira.

Sou livros. Dicionários. Filmes, muitos filmes. Guias de viagem e revistas. Manuais de tarô e astrologia. Gatos. Sou Internet. Sou girassól e sou Van Gogh. Sou Matisse. Sou Pierre Bonnard.

Sou o azul do céu, o laranja e o amarelo. Mas também sou preto e tons de cinza quando chove dentro de mim. Sou humana, sou todas as cores. Sou montanha, sou cachoeira. Sou caminhadas na praia (nostalgia). Sou cheiro de mato.

Sou Amsterdã. Sou Paris e Londres. Sou as Terras Altas da Escócia. O Lake District na Inglaterra (foto). No Brasil, sou Ouro Preto e Visconde de Mauá. Sou São Paulo capital, sou metrópole. Sou o pôr-do-sol em Ipanema. Sou o Jardim Botânico.

Sou louca, sou paradoxal. Sou eu mesma! E agora passo a vez para vocês. Façam suas listinhas e divirtam-se.

domingo, janeiro 21, 2007

Gatos, a emoção de lidar

Ainda no assunto gatos, um dos livros mais bonitos que tive a sorte de colocar as mãos é Gatos, a emoção de lidar de Nise da Silveira. Esta excelente psiquiatra (junguiana) é conhecida, entre outras coisas, pelo seu belo projeto Museu de Imagens do Inconsciente, desenvolvido com seus pacientes psiquiátricos. O livro foi publicado em 1998 pela Léo Christiano Editorial em edição limitada e infelizmente está esgotado...Deixo então aqui registrado um trecho do livro:


Observei que os resultados terapêuticos das relações afetivas entre o animal e o doente eram excelentes. Mas era difícil que essa idéia tivesse campo para desenvolver-se. No Brasil a aproximação entre doente e animal, infelizmente, ainda não era cultivada. A preocupação dos terapeutas, ao contrário, afastava o animal do doente, sob alegações inconscientes. Compensadoramente, amigos distantes foram solidários: o Pr. Boris Levinson, psicanalista americano, comentou por carta esses fatos ocorridos no Brasil, como a expulsão, envenenamento ou morte contra os animais. Eis um trecho da carta: Sem dúvida, para muitos desses doentes, os animais eram a sua única linha de vida para a saúde mental.

O que se tem observado é que animais como cães, gatos, peixes e pássaros são requisitados como novos terapeutas em hospitais franceses, canadenses, americanos e suíços, depois de ter sido constatado que eles são indispensáveis à melhora ou à cura dos portadores de várias doenças.

A paixão pelos gatos


Hoje decidi falar de outra paixão minha, os gatos. Paixão inesperada (como toda paixão na vida da gente), que aconteceu quando vim morar na Holanda. No Brasil, pelo menos na minha época, os cãos eram os bichos de estimação favoritos. Em minha casa mesmo tivemos dois cãezinhos (uma pequinês e um yorkshire terrier).

Quanto aos gatos, tudo começou em setembro de 1994, quando aluguei um quarto na casa de um senhor inglês. E adivinhem só: ele tinha um gato que foi a minha primeira paixão em Amsterdam. O gatinho era uma graça e muito travesso - o danado vivia arrumando um jeito de se enfiar no meu quarto (era só eu deixar a porta aberta alguns minutos) e no final, até na minha cama dormia! Morei nesta casa por um ano e até hoje me lembro de como fiquei triste ao me mudar e me despedir do Chico, que faleceu alguns anos depois. Ao me despedir dele, eu também me despedia de uma fase da minha vida.

Meio ano depois, quando eu e Jeff conseguimos um apartamento para morar, decidimos adotar um gatinho em um dos asilos da cidade. E assim adotamos a gata Eva, a gatinha preto e branco mais dócil que já conheci (infelizmente falecida). Ela fez parte da minha segunda fase na Holanda e acompanhou minha trajetória por 10 anos. Neste período me casei, perdi minha mãe, engravidei, tive meu filho e me separei. Ela faleceu com cerca de 16 anos, por coincidência ou não, três meses antes do Jeff sair de casa. Sua morte nos deixou muito tristes e me lembro de ter visto, na época, uma metáfora na morte da Eva. Porque sua morte coincidiu com o fim do nosso casamento...e marcou mais uma fase da minha vida que se encerrava.

Um ano depois, eu ainda estava reorganizando minha vida pós-divórcio e cada vez sentia mais falta de um gato dentro de casa. Por essa época, minha vizinha veio bater à minha porta em lágrimas com uma gatinha de um ano, me perguntando se eu gostaria de adotá-la porque não podia mais ficar com ela. E foi assim que a Lisa veio parar aqui em casa! O mais engraçado é que ela também é uma gata preto e branco e muito parecida com a Eva. A vida tem dessas coisas...

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Hilário


Para quem está em busca de inspiração ou apenas de citações hilárias, irônicas e no mínimo inteligentes:
http://www.despair.com/viewall.html.

O site dispõe de um serviço especial em que o cliente pode criar seu próprio calendário com fotos e citações exclusivas ou ainda, litografias e fotos para colocar na mesa do computador. Eu quéeeeeeeero!

Blythe, Blythe, Blythe!

Minhas bonequinhas Blythe andam fazendo sucesso no orkut. E não é pra menos, elas são encantadoras! E eu me apaixono a cada dia mais por elas (nem Freud explica).

Verdade seja dita: sempre gostei de brincar de boneca, eu tinha uma casinha de bonecas de 3 andares, com luz em todos os cômodos e piscina na cobertura - minha mãe encomendou na época para um senhor que morava no nosso bairro. E como o dinheiro era curto (minha mãe vivia improvisando, como a tal casa de boneca), eu nunca tive uma Barbie, brincava mesmo era com a Suzi da Estrela (quem se lembra?). Em compensação, minha mãe fazia roupinhas lindas pras minhas bonecas, de deixar muita menina no colégio com inveja (elas até faziam encomendas!). E hoje em dia, volta e meia compro uma Barbie pra dar de presente pras filhas das minhas amigas, rsrsrsrs...

Needless to say, meu sonho de consumo atual é uma das Blythes à venda no eBay...algumas chegam a custar (míseros) 500 dólares no disputado leilão on-line! Eu disse que não nasci pra ser pobre!

Quem quiser entrar na onda, puxe a cadeira e fique à vontade:
http://www.flickr.com/groups/48889084360@N01/pool/

domingo, janeiro 14, 2007

Das nossas escolhas

Lendo um blog na net, tive a felicidade de reencontrar um de meus poemas favoritos dos tempos em que cursava a Faculdade de Letras. Um poema que fala de escolhas e, acima de tudo, de renúncias. Porque cada escolha que fazemos na vida traz inevitavelmente consigo uma renúncia.

Como bem ilustra o poema a seguir, a vida muitas vezes nos apresenta dois caminhos distintos. São momentos cruciais que definirão nossas vidas por anos a vir, só nos cabe decidir - e torcer que tenhamos feito a melhor escolha naquele momento em que o futuro nada mais é do que uma incógnita.

Alguns escolhem o caminho mais fácil e seguem pelas estradas da vida de coração leve. Outros escolhem o caminho mais difícil, caminhos nunca antes explorados. Outros ainda, ficam paralisados pela escolha e optam por não fazer nada. E têm ainda aqueles para os quais arriscar o novo é a única escolha possível. Eu acredito que o maior arrependimento que existe é pelas coisas que deixamos de fazer, e não pelas coisas que fizemos. A melancolia das emoções não vividas, das palavras não ditas, dos lugares não conhecidos, do que poderia ter sido...enfim, das escolhas não feitas.


"Two roads diverged in a yellow wood
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth
Then took the other as just as fair
And having perhaps the better claim
Because it was grassy and wanted wear
Though as for that, the passing there
Had worn them really about the same
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black
Oh, I kept the first for another day!
Yet, knowing how way leads onto way
I doubted if I should ever come back
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence
Two roads diverged in a wood
And I took the one less traveled by
And that has made all the difference".
by Robert Frost

Intensidade x profundidade

O ser humano é cheio de mistérios. Outro dia estava divagando sobre duas características que as pessoas costumam confundir regularmente: intensidade e profundidade. Percebi que muitas pessoas acreditam viver a vida com profundidade por viverem intensamente, mantendo-se sempre ocupadas e com as agendas cheias. Mas se pararmos para pensar, viver intensamente e viver profundamente são coisas bem diferentes.

Pessoas intensas vivem com suas emoções à flor da pele, são instintivas, intuitivas e, acima de tudo, impulsivas. Elas vivem para o momento - e não deixam de estar certas, porque a vida é aqui e agora. É comum se sentirem atropeladas pelos acontecimentos. Mas essa intensidade de sentimentos nem sempre vem acompanhada de profundidade.

Quando há profundidade, a pessoa pára para analisar os acontecimentos à sua volta e digeri-los a seu tempo (como eu costumo repetir com frequência: vivendo e aprendendo). Essas pessoas não têm medo de encarar seus próprios monstros antes de prosseguirem em seu caminho. Elas não têm medo de assumir seus erros e, com o tempo e o necessário amadurecimento, elas aprendem com eles.

O interessante é que a cultura ocidental sempre valorizou pessoas intensas, sempre valorizou a ação acima do pensamento, pessoas que fazem e acontecem. Basta observar que pessoas extrovertidas costumam ter mais sucesso pessoal e profissional do que pessoas introvertidas. Eu até desconfio que pessoas introvertidas não se adaptam ao mundo em que vivemos hoje - um mundo em que, basicamente, as pessoas são o que elas têm (nem mais, nem menos).

A tradição oriental, por sua vez, valoriza os momentos de introspecção e meditação, a busca de significado nos pequenos detalhes do dia-a-dia. Os orientais buscam a profundidade por trás dos acontecimentos cotidianos, como se percebe nitidamente em sua religião e literatura. Ao invés de se deixarem levar por suas emoções, eles tentam entendê-las, aceitá-las e finalmente, dominá-las - só então podem apreciar o real significado por trás de suas emoções.

Com o passar dos anos, percebo que estou cada vez mais introspectiva (contemplativa), apesar do temperamento extrovertido. Na verdade, tenho dentro de mim um pouco das duas coisas: tento viver a vida intensamente mas, ao mesmo tempo, vivo em busca do significado oculto nas pessoas e acontecimentos ao meu redor. Pode ser um defeito, eu prefiro ver como uma qualidade.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Depois do rosa, o preto (mudando de assunto)

Hoje vou falar daquilo que ninguém gosta de falar: a Morte (com inicial maiúscula porque é preciso respeitar essa senhora). Por mais que nos esforcemos em compreendê-la, ela continua sendo incompreensível para a mente humana. Suas visitas, muitas vezes inesperadas, ultrapassam nossa capacidade de raciocínio e nos deixam perplexos e impotentes.

Hoje soube do falecimento de Sarah, a bebê da minha vizinha. Ela tinha 7 meses, dos quais 4 meses havia passado em hospitais. A bebê finalmente levou alta do hospital sexta passada e voltou para casa, no dia seguinte fui visitá-la. Ontem, 5 dias depois, ela faleceu (ela estava com vários equipamentos em casa, inclusive oxigênio). E eu fui visitar a mãe inconsolável - sem palavras, porque não existem palavras para consolar essa dor.

Quanto a mim, meu contato mais íntimo com esta senhora vestida de preto e olhar impassível foi a morte da minha mãe, há quase 8 anos (20-02-1999). Como moro no exterior, cheguei no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e segui para o enterro, onde já era aguardada. Foi a experiência mais surreal da minha vida - no sentido literal da palavra. Me senti como uma personagem de um filme, como alguém que assiste uma trama que se passa em um lugar muito, muito distante. Para terem uma idéia, no dia seguinte fui ao Shopping Rio-Sul comprar sapatos na liquidação, como se nada tivesse acontecido.

Porque a morte nos deixa assim, impotentes e desajeitados. Ela nos prega peças, interrompe vidas quando menos esperamos e, sempre, sempre nos pega desprevenidos - mesmo quando acreditamos estarmos preparados. E neste momento, não consigo imaginar dor maior do que a perda de um filho.

Pequena Sarah, descanse em paz.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Ainda da série Desperate Housewives


Só eu mesma pra achar essas coisas na internet. Este mug da John Lewis é simplesmente uma graça...pena eu não morar na Inglaterra porque compraria um com certeza! Este ainda por cima combina com a minha nova roupagem, hehehe.

Diga-se de passagem, sou fissurada por mugs (quanto mais coloridos e originais, melhor). Convenhamos, não nasci pra ser pobre!

domingo, janeiro 07, 2007

The Housewives Tarot


Uma amiga me indicou o blog de uma taróloga e lendo um ou outro post (ela escreve divinamente, fiquei verde de inveja), encontrei um set de tarot muito original, bem ao estilo Desperate Housewives, vejam só:

http://www.housewivestarot.com/

Este baralho realmente excedeu todas as minhas expectativas, e olha que eu já me deparei com vários tipos de tarô nesta vida...E como sou leal, até hoje uso o primeiro tarô que ganhei há mais de 15 anos (o tradicional Tarô de Marseille). Mas admito que fiquei muito curiosa para ter em minhas mãos este tarô da dona-de-casa...apesar da minha aversão às tarefas domésticas, que isso fique bem claro!

E aproveitando o tópico mulherzinha e a virada do ano, decidi lançar uma nova versão do meu blog, dessa vez em cor-de-rosa. Bem-vindos à versão 2.007 Light.

Surtos criativos

Não sei o que anda acontecendo comigo nos últimos tempos mas a criatividade aqui em casa está em alta. Deve ser a minha fase maníaca, fiquem avisados.

Uma das manias recentes é olhar trabalhos artesanais no http://www.etsy.com/ (belo site de artistas e artesões profissionais que descobri outro dia) e no flickr, como este link: http://www.flickr.com/photos/tags/crafts/clusters/

Mas ainda não tinha achado nada que realmente me desse vontade de colocar as mãos à obra - literalmente, nesse caso. Até que outro dia me deparei com uns altares maravilhosos (shrines ou altar boxes, como são chamados em inglês) e fiquei fascinada. Curioso é que já tinha visto algo parecido em uma loja aqui em Amsterdam que vende arte popular do México, Guatemala, Equador, etc.

Esses altares em geral têm temas religiosos, como Jesus, Maria, São Miguel, Virgem de Guadalupe, etc. mas eu já vi variações com Buda e outros temas orientais. E há ainda uma variação do altar box chamada memory box (com todo tipo de memorabilia imaginável). Em suma, a imaginação é o limite.

Agora o problema vai ser achar tantas pedrinhas, lantejoulas, plumas, paetês e outros balangandãs...além obviamente das figuras para colocar no centro do altar e claro, caixas de madeira, papelão ou algo semelhante (vou dar uma olhada da próxima vez que for na IKEA).

Digamos assim, ao menos no quesito criatividade já fiz minhas resoluções para 2007. Agora só falta resolver as questões práticas da vida...

Grey´s Anatomy



Mal posso esperar: amanhã estréia a terceira temporada da minha série favorita dos últimos tempos, Grey´s Anatomy. Acompanhei religiosamente as duas primeiras temporadas na tv holandesa, comprei o DVD da primeira temporada logo que saiu nas lojas...e agora não vejo a hora de me instalar confortavelmente na frente da tv para assistir as novas aventuras e desventuras desta turma de formandos de Medicina (Cirurgia) em um hospital de Seattle.

O engraçado mesmo é que não tenho nem nunca tive o menor interesse pela Medicina como profissão mas adoro a série assim mesmo! E enquanto um monte de gente se declara fã de séries como Lost e Desperate Housewifes, pra mim Grey´s Anatomy continua sendo the one and only (nem Freud explica).

Isso sem falar na trilha sonora, simplesmente impecável! Para terem uma idéia, o último episódio da segunda temporada terminou com nada menos do que Chasing Cars, da banda Snow Patrol.

PS. E eu finalmente aprendi a colocar links no meu blog, a gente tarda mas não falha, rsrsrsrs.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Pensamento para 2007

“You must understand the whole of life, not just one little part of life. That is why you must read, that is why you must look at the skies, that is why you must sing and dance, and write poems, and suffer, and understand, for all that is life” . (Krishnamurti)

Adeus ano velho

Apesar do mundo enlouquecido ao meu redor, também desejo um 2007 com muita paz, amor e saúde para todos nós. E tem mais, acredito que 2007 será um ano melhor para mim. Será melhor porque 2006 foi melhor do que 2005. E porque nos últimos tempos, tenho a nítida sensação de estar novamente tomando as rédeas da minha vida - sinto estar voltando para casa, depois de um longo e tenebroso inverno, uma sensação inigualável.

Quanto às resoluções de ano novo, entra ano, sai ano e as pessoas fazem sempre as mesmas promessas para si mesmas. Todo ano elas irão emagrecer, parar de fumar, voltar pra academia, etc etc etc. Não me entendam mal, é fundamental termos metas e objetivos na vida mas acredito que não é preciso decretar uma data no calendário para mudar a vida. Porque nós mudamos a cada dia, a cada semana, a cada mês...a vida da gente não muda da noite para o dia com a virada do ano, nem nossos problemas desaparecem subitamente.

A verdade é que, mais cedo ou mais tarde, colhemos os frutos do que plantamos. E no final das contas, quando realmente queremos algo (e se a intenção for boa) o universo conspira a nosso favor. Por falar em universo, informo aos desavisados que o regente de 2007 é Júpiter - que na astrologia representa, entre outras coisas, estudos, expansão pessoal e espiritualidade. Mais uma oportunidade para aprofundarmos nossa vida espiritual e descobrirmos que a felicidade está dentro de nós mesmos (e juro que não estou falando isso só porque é ano novo).
Tecnologia do Blogger.

Ainda sobre a tal felicidade


Dando continuidade às minhas divagações sobre felicidade, segue um texto da Martha Medeiros - porque estou com preguiça de escrever eu mesma e porque, basicamente, ela já escreveu por mim.


Felicidade Realista
De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

O dom de ser feliz

Hoje acordei ranzinza (depois de assistir Serendipity ontem à noite, hehehe...) e cá estou eu pensando novamente no dom de ser feliz. Talvez por ser um tema recorrente na minha vida nos últimos anos, talvez simplesmente por eu ser uma daquelas pessoas questionadoras. Ou por ser, digamos assim, uma pessoa complicada.

De qualquer forma, com o passar dos anos percebo cada vez mais que alguns já nasceram com este dom...enquanto outros passam a vida inteira tentando aperfeiçoá-lo - e com alguma sorte e muito treino, até conseguem. Mas até hoje não sei ao certo se é predisposição genética (defeito de fábrica) ou se são as circunstâncias da vida, para alguns mais favoráveis do que para outros. Mais provavelmente, uma combinação dos dois.

Fato é que nem todo mundo sabe ser feliz. Fato também é que é fácil ser feliz quando tudo na vida da gente está no lugar onde deveria estar: trabalho, amigos, família, etc...Sim, é fácil ser feliz quando a vida segue de acordo com nossos planos e expectativas. Mais difícil é quando vemos esses planos serem destruídos, quando somos obrigados a mudar o rumo e desistir de alguns sonhos. Quando somos confrontados com nossos erros e fraquezas. Em suma, nem sempre é fácil ser feliz em períodos de crise e crescimento. E definitivamente, não é fácil ser feliz quando se está no olho do furacão.

Eu vejo a felicidade como um conjunto de fatores. Algumas pessoas conseguem reunir em uma vida vários desses fatores e para elas, ser feliz não chega a ser um dom. Dom mesmo têm aqueles que aguentam firme apesar de tudo, que não desistem de buscar sua felicidade - mesmo que um dia de cada vez.

E eu juro que já escrevi sobre isso antes...

Serendipity

Ontem passou Serendipity na tv e eu, na falta do que fazer e precisando descansar a cabeça depois de um fim-de-semana cansativo com um garoto de 6 anos, decidi assistir.

Pois bem, não sei se é a idade (que alguns chamam de maturidade) ou um temperamento não chegado a romantismos mas achei o filme inacreditável - no sentido literal da palavra. Cá entre nós, qual a probabilidade de uma nota de 5 dólares retornar ao seu dono uma segunda vez em uma cidade como Nova Iorque? Qual a probabilidade de uma pessoa achar um determinado livro dentre tantos livros em tantos sebos espalhados pela cidade? E mais: qual a probabilidade dessas duas coisas acontecerem?

Pois no filme as duas coisas acontecem, bem ao estilo Holywood. Em outras palavras (e já me desculpando pelo espírito-de-porco), altamente improvável. Resumindo, não sei se fiquei mais chocada com o excesso de romantismo do filme ou com mais uma constatação da minha total ausência de romantismo (depois de 10 anos de casamento, admito que ficou uma certa amargura...e eu já nem era lá muito romântica).

O engraçado é que acredito sim no destino...mas não da forma como ele é retratado neste filme. Serendipity é acima de tudo, uma comédia romântica cheia de clichês do início ao fim (para alegria dos românticos de plantão). Porque convenhamos, clichês são reconfortantes e por serem clichês, previsíveis. E, needless to say, o ser humano gosta de tudo que é previsível.

Ou isso, ou eu é que devo estar ficando ranzinza. Mas fiquei mesmo é com vontade de assistir Paris, Je t´aime...em cartaz nas melhores salas de cinema de sua cidade.

Quem é você?



Hoje estava lendo um texto da Martha Medeiros e fiquei inspirada (não é pra menos, ela escreve muito bem). Pois nesse texto ela dizia que a gente é o que a gente gosta. E sabe que é isso mesmo? Eu seria algo assim:


Sou um dia de primavera. Ou um dia de inverno com sol e, de preferência, neve. Mas decididamente, não sou um dia de verão (odeio o calor escaldante). Sou instável, hoje chovo, amanhã faço sol.

Sou Clarice, sou Caio. Sou Fernando Pessoa. Sou os poetas metafísicos. Sou e.e.cummings. Woody Allen e Ingmar Bergman. Sou Paulo Leminski. Sou Nick Hornby e Chic Lit também. Na música, sou Brit Pop, sempre.

Sou chocolate suíço. Sou mousse de maracujá. Sou pão de queijo com café recém-passado. Baguette, croissant, pain au chocolat...Sou amante da boa mesa. E dos bons vinhos, não necessariamente franceses.

Sou cheesecake de limão. Sou pizza de catupiri com chopp gelado. No churrasco, sou a linguicinha e a farofa. Acompanhadas de guaraná (ou cerveja). Sou moqueca de peixe. Sou bobó de camarão. Bolo de fubá, feijão tropeiro e tutu à mineira.

Sou livros. Dicionários. Filmes, muitos filmes. Guias de viagem e revistas. Manuais de tarô e astrologia. Gatos. Sou Internet. Sou girassól e sou Van Gogh. Sou Matisse. Sou Pierre Bonnard.

Sou o azul do céu, o laranja e o amarelo. Mas também sou preto e tons de cinza quando chove dentro de mim. Sou humana, sou todas as cores. Sou montanha, sou cachoeira. Sou caminhadas na praia (nostalgia). Sou cheiro de mato.

Sou Amsterdã. Sou Paris e Londres. Sou as Terras Altas da Escócia. O Lake District na Inglaterra (foto). No Brasil, sou Ouro Preto e Visconde de Mauá. Sou São Paulo capital, sou metrópole. Sou o pôr-do-sol em Ipanema. Sou o Jardim Botânico.

Sou louca, sou paradoxal. Sou eu mesma! E agora passo a vez para vocês. Façam suas listinhas e divirtam-se.

Gatos, a emoção de lidar

Ainda no assunto gatos, um dos livros mais bonitos que tive a sorte de colocar as mãos é Gatos, a emoção de lidar de Nise da Silveira. Esta excelente psiquiatra (junguiana) é conhecida, entre outras coisas, pelo seu belo projeto Museu de Imagens do Inconsciente, desenvolvido com seus pacientes psiquiátricos. O livro foi publicado em 1998 pela Léo Christiano Editorial em edição limitada e infelizmente está esgotado...Deixo então aqui registrado um trecho do livro:


Observei que os resultados terapêuticos das relações afetivas entre o animal e o doente eram excelentes. Mas era difícil que essa idéia tivesse campo para desenvolver-se. No Brasil a aproximação entre doente e animal, infelizmente, ainda não era cultivada. A preocupação dos terapeutas, ao contrário, afastava o animal do doente, sob alegações inconscientes. Compensadoramente, amigos distantes foram solidários: o Pr. Boris Levinson, psicanalista americano, comentou por carta esses fatos ocorridos no Brasil, como a expulsão, envenenamento ou morte contra os animais. Eis um trecho da carta: Sem dúvida, para muitos desses doentes, os animais eram a sua única linha de vida para a saúde mental.

O que se tem observado é que animais como cães, gatos, peixes e pássaros são requisitados como novos terapeutas em hospitais franceses, canadenses, americanos e suíços, depois de ter sido constatado que eles são indispensáveis à melhora ou à cura dos portadores de várias doenças.

A paixão pelos gatos


Hoje decidi falar de outra paixão minha, os gatos. Paixão inesperada (como toda paixão na vida da gente), que aconteceu quando vim morar na Holanda. No Brasil, pelo menos na minha época, os cãos eram os bichos de estimação favoritos. Em minha casa mesmo tivemos dois cãezinhos (uma pequinês e um yorkshire terrier).

Quanto aos gatos, tudo começou em setembro de 1994, quando aluguei um quarto na casa de um senhor inglês. E adivinhem só: ele tinha um gato que foi a minha primeira paixão em Amsterdam. O gatinho era uma graça e muito travesso - o danado vivia arrumando um jeito de se enfiar no meu quarto (era só eu deixar a porta aberta alguns minutos) e no final, até na minha cama dormia! Morei nesta casa por um ano e até hoje me lembro de como fiquei triste ao me mudar e me despedir do Chico, que faleceu alguns anos depois. Ao me despedir dele, eu também me despedia de uma fase da minha vida.

Meio ano depois, quando eu e Jeff conseguimos um apartamento para morar, decidimos adotar um gatinho em um dos asilos da cidade. E assim adotamos a gata Eva, a gatinha preto e branco mais dócil que já conheci (infelizmente falecida). Ela fez parte da minha segunda fase na Holanda e acompanhou minha trajetória por 10 anos. Neste período me casei, perdi minha mãe, engravidei, tive meu filho e me separei. Ela faleceu com cerca de 16 anos, por coincidência ou não, três meses antes do Jeff sair de casa. Sua morte nos deixou muito tristes e me lembro de ter visto, na época, uma metáfora na morte da Eva. Porque sua morte coincidiu com o fim do nosso casamento...e marcou mais uma fase da minha vida que se encerrava.

Um ano depois, eu ainda estava reorganizando minha vida pós-divórcio e cada vez sentia mais falta de um gato dentro de casa. Por essa época, minha vizinha veio bater à minha porta em lágrimas com uma gatinha de um ano, me perguntando se eu gostaria de adotá-la porque não podia mais ficar com ela. E foi assim que a Lisa veio parar aqui em casa! O mais engraçado é que ela também é uma gata preto e branco e muito parecida com a Eva. A vida tem dessas coisas...

Hilário


Para quem está em busca de inspiração ou apenas de citações hilárias, irônicas e no mínimo inteligentes:
http://www.despair.com/viewall.html.

O site dispõe de um serviço especial em que o cliente pode criar seu próprio calendário com fotos e citações exclusivas ou ainda, litografias e fotos para colocar na mesa do computador. Eu quéeeeeeeero!

Blythe, Blythe, Blythe!

Minhas bonequinhas Blythe andam fazendo sucesso no orkut. E não é pra menos, elas são encantadoras! E eu me apaixono a cada dia mais por elas (nem Freud explica).

Verdade seja dita: sempre gostei de brincar de boneca, eu tinha uma casinha de bonecas de 3 andares, com luz em todos os cômodos e piscina na cobertura - minha mãe encomendou na época para um senhor que morava no nosso bairro. E como o dinheiro era curto (minha mãe vivia improvisando, como a tal casa de boneca), eu nunca tive uma Barbie, brincava mesmo era com a Suzi da Estrela (quem se lembra?). Em compensação, minha mãe fazia roupinhas lindas pras minhas bonecas, de deixar muita menina no colégio com inveja (elas até faziam encomendas!). E hoje em dia, volta e meia compro uma Barbie pra dar de presente pras filhas das minhas amigas, rsrsrsrs...

Needless to say, meu sonho de consumo atual é uma das Blythes à venda no eBay...algumas chegam a custar (míseros) 500 dólares no disputado leilão on-line! Eu disse que não nasci pra ser pobre!

Quem quiser entrar na onda, puxe a cadeira e fique à vontade:
http://www.flickr.com/groups/48889084360@N01/pool/

Das nossas escolhas

Lendo um blog na net, tive a felicidade de reencontrar um de meus poemas favoritos dos tempos em que cursava a Faculdade de Letras. Um poema que fala de escolhas e, acima de tudo, de renúncias. Porque cada escolha que fazemos na vida traz inevitavelmente consigo uma renúncia.

Como bem ilustra o poema a seguir, a vida muitas vezes nos apresenta dois caminhos distintos. São momentos cruciais que definirão nossas vidas por anos a vir, só nos cabe decidir - e torcer que tenhamos feito a melhor escolha naquele momento em que o futuro nada mais é do que uma incógnita.

Alguns escolhem o caminho mais fácil e seguem pelas estradas da vida de coração leve. Outros escolhem o caminho mais difícil, caminhos nunca antes explorados. Outros ainda, ficam paralisados pela escolha e optam por não fazer nada. E têm ainda aqueles para os quais arriscar o novo é a única escolha possível. Eu acredito que o maior arrependimento que existe é pelas coisas que deixamos de fazer, e não pelas coisas que fizemos. A melancolia das emoções não vividas, das palavras não ditas, dos lugares não conhecidos, do que poderia ter sido...enfim, das escolhas não feitas.


"Two roads diverged in a yellow wood
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth
Then took the other as just as fair
And having perhaps the better claim
Because it was grassy and wanted wear
Though as for that, the passing there
Had worn them really about the same
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black
Oh, I kept the first for another day!
Yet, knowing how way leads onto way
I doubted if I should ever come back
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence
Two roads diverged in a wood
And I took the one less traveled by
And that has made all the difference".
by Robert Frost

Intensidade x profundidade

O ser humano é cheio de mistérios. Outro dia estava divagando sobre duas características que as pessoas costumam confundir regularmente: intensidade e profundidade. Percebi que muitas pessoas acreditam viver a vida com profundidade por viverem intensamente, mantendo-se sempre ocupadas e com as agendas cheias. Mas se pararmos para pensar, viver intensamente e viver profundamente são coisas bem diferentes.

Pessoas intensas vivem com suas emoções à flor da pele, são instintivas, intuitivas e, acima de tudo, impulsivas. Elas vivem para o momento - e não deixam de estar certas, porque a vida é aqui e agora. É comum se sentirem atropeladas pelos acontecimentos. Mas essa intensidade de sentimentos nem sempre vem acompanhada de profundidade.

Quando há profundidade, a pessoa pára para analisar os acontecimentos à sua volta e digeri-los a seu tempo (como eu costumo repetir com frequência: vivendo e aprendendo). Essas pessoas não têm medo de encarar seus próprios monstros antes de prosseguirem em seu caminho. Elas não têm medo de assumir seus erros e, com o tempo e o necessário amadurecimento, elas aprendem com eles.

O interessante é que a cultura ocidental sempre valorizou pessoas intensas, sempre valorizou a ação acima do pensamento, pessoas que fazem e acontecem. Basta observar que pessoas extrovertidas costumam ter mais sucesso pessoal e profissional do que pessoas introvertidas. Eu até desconfio que pessoas introvertidas não se adaptam ao mundo em que vivemos hoje - um mundo em que, basicamente, as pessoas são o que elas têm (nem mais, nem menos).

A tradição oriental, por sua vez, valoriza os momentos de introspecção e meditação, a busca de significado nos pequenos detalhes do dia-a-dia. Os orientais buscam a profundidade por trás dos acontecimentos cotidianos, como se percebe nitidamente em sua religião e literatura. Ao invés de se deixarem levar por suas emoções, eles tentam entendê-las, aceitá-las e finalmente, dominá-las - só então podem apreciar o real significado por trás de suas emoções.

Com o passar dos anos, percebo que estou cada vez mais introspectiva (contemplativa), apesar do temperamento extrovertido. Na verdade, tenho dentro de mim um pouco das duas coisas: tento viver a vida intensamente mas, ao mesmo tempo, vivo em busca do significado oculto nas pessoas e acontecimentos ao meu redor. Pode ser um defeito, eu prefiro ver como uma qualidade.

Depois do rosa, o preto (mudando de assunto)

Hoje vou falar daquilo que ninguém gosta de falar: a Morte (com inicial maiúscula porque é preciso respeitar essa senhora). Por mais que nos esforcemos em compreendê-la, ela continua sendo incompreensível para a mente humana. Suas visitas, muitas vezes inesperadas, ultrapassam nossa capacidade de raciocínio e nos deixam perplexos e impotentes.

Hoje soube do falecimento de Sarah, a bebê da minha vizinha. Ela tinha 7 meses, dos quais 4 meses havia passado em hospitais. A bebê finalmente levou alta do hospital sexta passada e voltou para casa, no dia seguinte fui visitá-la. Ontem, 5 dias depois, ela faleceu (ela estava com vários equipamentos em casa, inclusive oxigênio). E eu fui visitar a mãe inconsolável - sem palavras, porque não existem palavras para consolar essa dor.

Quanto a mim, meu contato mais íntimo com esta senhora vestida de preto e olhar impassível foi a morte da minha mãe, há quase 8 anos (20-02-1999). Como moro no exterior, cheguei no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e segui para o enterro, onde já era aguardada. Foi a experiência mais surreal da minha vida - no sentido literal da palavra. Me senti como uma personagem de um filme, como alguém que assiste uma trama que se passa em um lugar muito, muito distante. Para terem uma idéia, no dia seguinte fui ao Shopping Rio-Sul comprar sapatos na liquidação, como se nada tivesse acontecido.

Porque a morte nos deixa assim, impotentes e desajeitados. Ela nos prega peças, interrompe vidas quando menos esperamos e, sempre, sempre nos pega desprevenidos - mesmo quando acreditamos estarmos preparados. E neste momento, não consigo imaginar dor maior do que a perda de um filho.

Pequena Sarah, descanse em paz.

Ainda da série Desperate Housewives


Só eu mesma pra achar essas coisas na internet. Este mug da John Lewis é simplesmente uma graça...pena eu não morar na Inglaterra porque compraria um com certeza! Este ainda por cima combina com a minha nova roupagem, hehehe.

Diga-se de passagem, sou fissurada por mugs (quanto mais coloridos e originais, melhor). Convenhamos, não nasci pra ser pobre!

The Housewives Tarot


Uma amiga me indicou o blog de uma taróloga e lendo um ou outro post (ela escreve divinamente, fiquei verde de inveja), encontrei um set de tarot muito original, bem ao estilo Desperate Housewives, vejam só:

http://www.housewivestarot.com/

Este baralho realmente excedeu todas as minhas expectativas, e olha que eu já me deparei com vários tipos de tarô nesta vida...E como sou leal, até hoje uso o primeiro tarô que ganhei há mais de 15 anos (o tradicional Tarô de Marseille). Mas admito que fiquei muito curiosa para ter em minhas mãos este tarô da dona-de-casa...apesar da minha aversão às tarefas domésticas, que isso fique bem claro!

E aproveitando o tópico mulherzinha e a virada do ano, decidi lançar uma nova versão do meu blog, dessa vez em cor-de-rosa. Bem-vindos à versão 2.007 Light.

Surtos criativos

Não sei o que anda acontecendo comigo nos últimos tempos mas a criatividade aqui em casa está em alta. Deve ser a minha fase maníaca, fiquem avisados.

Uma das manias recentes é olhar trabalhos artesanais no http://www.etsy.com/ (belo site de artistas e artesões profissionais que descobri outro dia) e no flickr, como este link: http://www.flickr.com/photos/tags/crafts/clusters/

Mas ainda não tinha achado nada que realmente me desse vontade de colocar as mãos à obra - literalmente, nesse caso. Até que outro dia me deparei com uns altares maravilhosos (shrines ou altar boxes, como são chamados em inglês) e fiquei fascinada. Curioso é que já tinha visto algo parecido em uma loja aqui em Amsterdam que vende arte popular do México, Guatemala, Equador, etc.

Esses altares em geral têm temas religiosos, como Jesus, Maria, São Miguel, Virgem de Guadalupe, etc. mas eu já vi variações com Buda e outros temas orientais. E há ainda uma variação do altar box chamada memory box (com todo tipo de memorabilia imaginável). Em suma, a imaginação é o limite.

Agora o problema vai ser achar tantas pedrinhas, lantejoulas, plumas, paetês e outros balangandãs...além obviamente das figuras para colocar no centro do altar e claro, caixas de madeira, papelão ou algo semelhante (vou dar uma olhada da próxima vez que for na IKEA).

Digamos assim, ao menos no quesito criatividade já fiz minhas resoluções para 2007. Agora só falta resolver as questões práticas da vida...

Grey´s Anatomy



Mal posso esperar: amanhã estréia a terceira temporada da minha série favorita dos últimos tempos, Grey´s Anatomy. Acompanhei religiosamente as duas primeiras temporadas na tv holandesa, comprei o DVD da primeira temporada logo que saiu nas lojas...e agora não vejo a hora de me instalar confortavelmente na frente da tv para assistir as novas aventuras e desventuras desta turma de formandos de Medicina (Cirurgia) em um hospital de Seattle.

O engraçado mesmo é que não tenho nem nunca tive o menor interesse pela Medicina como profissão mas adoro a série assim mesmo! E enquanto um monte de gente se declara fã de séries como Lost e Desperate Housewifes, pra mim Grey´s Anatomy continua sendo the one and only (nem Freud explica).

Isso sem falar na trilha sonora, simplesmente impecável! Para terem uma idéia, o último episódio da segunda temporada terminou com nada menos do que Chasing Cars, da banda Snow Patrol.

PS. E eu finalmente aprendi a colocar links no meu blog, a gente tarda mas não falha, rsrsrsrs.

Pensamento para 2007

“You must understand the whole of life, not just one little part of life. That is why you must read, that is why you must look at the skies, that is why you must sing and dance, and write poems, and suffer, and understand, for all that is life” . (Krishnamurti)

Adeus ano velho

Apesar do mundo enlouquecido ao meu redor, também desejo um 2007 com muita paz, amor e saúde para todos nós. E tem mais, acredito que 2007 será um ano melhor para mim. Será melhor porque 2006 foi melhor do que 2005. E porque nos últimos tempos, tenho a nítida sensação de estar novamente tomando as rédeas da minha vida - sinto estar voltando para casa, depois de um longo e tenebroso inverno, uma sensação inigualável.

Quanto às resoluções de ano novo, entra ano, sai ano e as pessoas fazem sempre as mesmas promessas para si mesmas. Todo ano elas irão emagrecer, parar de fumar, voltar pra academia, etc etc etc. Não me entendam mal, é fundamental termos metas e objetivos na vida mas acredito que não é preciso decretar uma data no calendário para mudar a vida. Porque nós mudamos a cada dia, a cada semana, a cada mês...a vida da gente não muda da noite para o dia com a virada do ano, nem nossos problemas desaparecem subitamente.

A verdade é que, mais cedo ou mais tarde, colhemos os frutos do que plantamos. E no final das contas, quando realmente queremos algo (e se a intenção for boa) o universo conspira a nosso favor. Por falar em universo, informo aos desavisados que o regente de 2007 é Júpiter - que na astrologia representa, entre outras coisas, estudos, expansão pessoal e espiritualidade. Mais uma oportunidade para aprofundarmos nossa vida espiritual e descobrirmos que a felicidade está dentro de nós mesmos (e juro que não estou falando isso só porque é ano novo).