terça-feira, maio 31, 2011

I Love Expedit



Finalmente comprei a estante de livros que estava paqueirando há anos!!! É a famosa EXPEDIT 4x4 da IKEA, uma loja super popular aqui na Holanda e em toda a Europa.  Se não estou enganada tem em São Paulo, mas não sei se já abriram filial no Rio.

Estava mesmo precisando de uma nova estante, porque a antiga estava explodindo de tantos livros, um sobre o outro, em fileiras duplas e por ai vocês imaginam o drama. Ou seja, pra quem ama livros como eu, uma nova estante é uma festa! E combinou muito com a sala, porque a estante atrás é aberta e a parede é amarela (isso mesmo, amarelo porque no outono-inverno aqui na Holanda são meses cinzentos e não há brasileiro que aguente). Diga-se de passagem, as outras paredes da casa também são coloridas de azul cobalto e verde-limão (ou algo assim). Aqui tem uma foto da minha cozinha, onde tem ainda um mural de cortiça (postado aqui) que vivo mudando de acordo com meu estado de espírito...

Enfim, cada qual com seu estilo de interior, o meu é o estilo bazar, como chamam por essas bandas. Muitas cores, tecidos coloridos, peças diferentes (não necessariamente caras), de preferência compradas numa loja ou feira de artesanato ou mercado. Enfim, nada que agrade aos mais conversadores.




PS. A casinha de bonecas ao lado da estante achei na rua, acreditem se quiserem!

segunda-feira, maio 30, 2011

Você se permite a tristeza?



Eu volta e meia me pego pensando nisso. Hoje em dia as pessoas estão tão preocupadas em serem felizes a todo custo que elas correm o risco de esquecer que a tristeza também faz parte da vida. Assim como o dia e a noite, o sol e a lua, tristeza e alegria muitas vezes caminham de mãos dadas (quer a gente queira ou não). E eu arrisco ainda dizer que as maiores lições que aprendi nesta vida não vieram em momentos de alegria mas sim de tristeza. Verdadeiros rituais de passagem em que a gente aprende uma lição pra nunca mais repetir o mesmo erro.

Mas hoje preciso confessar uma coisa: o que me cansa é viver na contramão. Viver em um mundo em que a alegria e a felicidade são super valorizadas e as pessoas estão cada vez mais vazias (e sim, perdidas). Basta olhar as vitrines virtuais na mídia social. Todo mundo feliz e realizado, caras bonitas e saudáveis. Todo mundo de bem com a vida, com aquele eterno sorriso (Colgate) nos lábios. Eu nunca fui assim, nem queria que fosse diferente. Mas às vezes ser eu mesma dói. E mesmo assim não troco essa busca intensa, essa inquietação que carrego comigo, essa melancolia (não confundir com depressão porque desta eu fujo como o diabo da cruz, inevitavelmente ela me alcança mas eu luto com todas as armas disponíveis até vencer mais uma batalha contra este cachorro preto*.). Me desculpem as Polianas da vida, mas eu ainda prefiro meus eternos questionamentos, minha sede insaciável, porque são eles que me fizeram e me fazem crescer. Que me tornaram a pessoa que sou. Eu prefiro as águas profundas em vez das águas tranquilas em que muitos nadam.

Pra finalizar, queria dividir com vocês esta ótima crônica da Silmara. Para ler e refletir!

Do direito à tristeza
O moço publicou em sua página na internet: estava triste. Não forneceu detalhes. Tristeza de amor ou de saudade? Traçara uma feijoada inteira e ainda não digerira a culpa, ou vira um cão ser atropelado? Não conseguira pagar a fatura do cartão ou perdera o derradeiro suspiro da avó? Ninguém ficou sabendo. Em minutos, pipocaram manifestações consternadas. Preocupadas com a lacônica desolação do remetente.

Salvo parcas exceções, ninguém gosta de ver o próximo triste. (E quem gosta, não conta aos outros.) Para os que detectam o pesar alheio, livrar o tristonho daquilo que o consome torna-se, então, uma missão. Quase coletiva. Parentes e amigos – e foi aqui que entrei na história – se unem, literalmente ou não, para extirpar-lhe o objeto da apoquentação, protegê-lo da (suposta) perniciosa falta de sorriso, alimentá-lo de alegria. Todo mundo tem em si uma mãe. Pronta para colocar um bandaid na tristeza, que é um machucado da alma. Disposta a atacar a melancolia, dar conselhos, prescrever remédios, recomendar patuás, ensinar simpatias, inventar, azucrinar!, tudo para ver o triste alegre de novo. Enfim: ninguém dá sossego a um cabisbaixo. Caímos todos na armadilha da alegria eterna. Que tristeza!

A tristeza, o tal direito inalienável, tem seu revés: se o amigo a tornou pública é porque, de certo modo, pedia algum socorro. E não seria meu dever acudi-lo? Tentar animá-lo, contar piada, fazer gracinhas? O que fazer, afinal, com alguém entristecido? Toda boa ação corre riscos. E nada mais triste que uma alegria com dúvidas.

Ofereci-lhe um café forte. O que, ao menos, aquece tudo. Diz ele que aceita, mas não sei ainda para quando vai querê-lo. Não importa. A tristeza, no fundo, sabe a hora de ser feliz.


O cachorro preto


  * em inglês, a expressão Black Dog é usada para denominar a depressão.

segunda-feira, maio 23, 2011

Uma família (muito) moderna

Sábado fui a uma festa de aniversário de uma amiga brasileira que conheço há quase 10 anos aqui em Amsterdã. Ela foi babá do Liam por uns tempos, e o conhece desde que ele tinha 8 meses!  A festa é um evento anual no jardim da casa dela, geralmente com uns cinquenta convidados, muitas crianças, muita cerveja e muita caipirinha. Também muitos beliscos e tortas vegetarianos e claro...pão de queijo!

Mas o assunto do post (e do título acima) é que reencontrei na festa uma pessoa muito querida que não via há uns 3 anos. Essa mesma pessoa me viu sentada no jardim conversando tranquilamente com Liam, F. e meu ex-marido (que também é amigo de anos da aniversariante e tinha muitos conhecidos ali). Ela se aproximou, sentou e logo disse: que bacana ver uma família moderna como essas, onde todos se dão bem e se respeitam! Coisa rara de se ver.

E eu me dei conta de que é isso mesmo. Hoje em dia quase não existem aquelas famílias tradicionais de antigamente. As pessoas casam, separam, formam novos laços e cada um (sobre)vive da melhor maneira possível. Ainda assim, uma família como a nossa ainda é coisa rara - a começar pela guarda alternada. Vejam bem, eu tenho um namorado que praticamente adotou o meu filho (e a relação deles se torna cada vez melhor à medida em que os anos passam). Tenho um ex-marido que me ajuda na criação do Liam e com quem mantenho relações cordiais - até demais, considerando-se que quando éramos casados mal conseguíamos nos comunicar! Enquanto isso, conheço muita gente que se separa e não quer mais ver a cara do ex-conjuge nem pintada de ouro. Há também pais que - por inúmeros motivos - acabam se distanciando dos filhos. Sem falar nas mães que entram numa batalha judicial com o único objetivo de punir o ex-parceiro e esquecem do mais importante. Eu acho isso tudo muito triste. Mas até entendo que em alguns casos, não dá pra ser de outro jeito (há que se ter um certo grau de maturidade para isso).

O meu filho tem a sorte de ter uma mãe e ...dois pais! Ou seja, podemos não ter família ou parentes aqui mas a gente compensa da melhor maneira possível. Podemos não ter dinheiro mas temos algo ainda mais importante. Moral da estória: filho de pais separados não precisa necessariamente sofrer pelo resto dos seus dias. Sim, há vida depois do divórcio (caso alguém ainda esteja em dúvida quanto a isso).

Enfim, isso é que eu chamo de família moderna.

quarta-feira, maio 18, 2011

Você gostaria de saber quanto tempo de vida ainda tem?



Ontem saiu por aqui uma notícia que me deixou pensativa (pra não dizer apreensiva). Em breve será comercializado na Inglaterra um exame de sangue que permitirá especificar com alta precisão quantos anos de vida  uma pessoa ainda tem pela frente. Em outras palavras, o teste fornece uma previsão de quando a pessoa irá morrer.  Para mais informações, leia artigo em inglês aqui.

Eu confesso que fico meio assustada com estes avanços da ciência e não sei se gostaria de fazer um  teste desses...Não apenas pelo preço exorbitante (cerca de 500 dólares) mas principalmente porque não sei se saber quando irei morrer iria melhorar minha qualidade de vida...Muito pelo contrário, eu que já tenho preocupações suficientes iria ainda me preocupar com a minha morte! Porque uma coisa é saber que todos morreremos um dia, mas saber quando morreremos é bem outra estória, né?

E vocês, fariam um exame de sangue para prever quantos anos de vida ainda tem pela frente?

segunda-feira, maio 16, 2011

Das vantagens de se ter mais de 40 anos



Nos últimos tempos tenho me sentido velha, talvez por ter vivido mais coisas do que gostaria de ter vivido. Mas aí parei pra pensar e cheguei à (feliz) conclusão de que ter mais de 40 anos também tem suas vantagens. Com o passar dos anos, percebo isso cada vez mais claramente. Sim, a maturidade traz consigo algumas jóias valiosíssimas. Sabedoria é uma delas.

Num mundo que glorifica a juventude, decidi ser do contra e fazer minha listinha com algumas das vantagens de se ter mais de 40 anos. Então ai vai:

* Você já não se preocupa há tempos com o que os vizinhos irão pensar
* Você não precisa mais dar satisfação da sua vida a ninguém
* Você não tem mais vergonha de ir sozinha ao cinema ou mesmo viajar sozinha
* Você não tem mais medo de ficar sozinha porque a essas alturas do campeonato já aprendeu a curtir sua própria companhia (caso contrário, procure um terapeuta)
* Você não se sente mais obrigada a sair no sábado à noite e, em vez disso, fica em casa com seus livros e filmes e sabe que não está perdendo nada
* Você finalmente aprendeu a beber e a combinar bebidas ou seja, já pagou micos o bastante pra saber o que pode ou não misturar (eu que o diga)
* Você já é macaca velha e aprendeu a não cometer mais os mesmos erros - você até comete erros, mas outros!
* Você aprendeu a esperar menos dos outros porque quanto maiores as expectativas, maior a decepção
* Você aprendeu a ser menos crítica consigo mesma (tá bom, ainda estou aprendendo) e a cuidar melhor de si
* Você finalmente aprendeu a só gostar de quem gosta de você, o que parece simples mas não é...
* Last but not least, você já aprendeu que tudo muda e que nada é para sempre.

sábado, maio 14, 2011

Para quem gosta de ler

Alexander Deineka [ Woman reading ] 


Henri Matisse
Van Gogh


Edward Hopper


Walt Disney

Marilyn Monroe

Woody Allen


Virginia Woolf



Mon Oncle, Jacques Tati

Vinícius de Moraes


Minha gatinha


Dizem que as imagens valem mais do que palavras. Então meu post de hoje contém apenas isso: imagens. Com exceção da última, todas as imagens foram retirados do site O silêncio dos livros. Um site repleto de imagens e ilustrações de vários estilos e artistas. Altamente recomendado para quem adora ler como eu!

Desnecessário dizer, cada uma das imagens que selecionei tem um significado especial para mim.

terça-feira, maio 10, 2011

Meu psiquiatra favorito

Niles e Frasier

Pra começar, quero avisar que passei os anos 90 inteiros assistindo comédias britânicas na BBC com meu ex-marido inglês (o pai do Liam). Entre elas: Men Behaving Badly, Absolutely Fabulous e claro, os clássicos e indispensáveis Fawlty Towers e Monty Python. Enfim, mais britânico impossível, né?

Isso tudo mudou há cerca de 4 anos, quando comecei a namorar F. É que F. além de gostar muito das comédias inglesas, também adora algumas sit coms americanas. E assim ele foi me apresentando algumas séries, como Becker, Seinfeld e...Frasier! Bem, Frasier simplesmente me conquistou e já posso afirmar que ele é meu psiquiatra favorito! E olha que eu já tive vários psiquiatras na minha vida, hehehe.



Uma das séries de maior sucesso de todos os tempos na tv americana, Frasier conseguiu a façanha de ficar 11 temporadas no ar - coisa rara hoje em dia. Os personagens principais são Frasier Crane e seu irmão Niles (ambos psiquiatras, Frasier tem um talk show na rádio em Seatlle). Tem ainda o pai deles, Martin Crane, agente da polícia aposentado, que mora com Frasier. E Daphne, a fisioterapeuta inglesa de Martin, que dá um toque especial à série com seu sotaque irresistível. Tem ainda Roz, produtora do programa de rádio e que participa com Frasier em todas as emissões.

Mas uma das grandes estrelas da série é Eddie, o adorável cachorrinho de Martin! Que, diga-se de passagem, é um dos cães mais famosos da tv americana e conquista o coração de todos com suas estripulias. Agora me digam se dá pra resistir esta carinha?


Frasier e Eddie

Pra quem quiser saber mais, existem vários sites dedicados a série, um deles é este aqui. Fiz download de todas as temporadas e estou assistindo todos os episódios em ordem cronológica (coisa de fã mesmo). Já estou na oitava temporada e com muita pena que daqui a pouco acaba a festa...vou curtir as últimas séries devagarinho...

domingo, maio 08, 2011

Poema de dia das mães

 





Hoje é Dia das Mães e eu amanheci com um café da manhã muito especial preparado pelo meu filho! Ele agora tem 11 anos e já prepara tudo sozinho, o que me deixa feliz ao ver que se torna cada dia mais independente e ao mesmo tempo triste por constatar que os filhos crescem tão rápido... Então aproveito pra desejar a todas mamães que lêem este blog um Feliz Dias das Mães e que curtam muito seus filhos enquanto eles ainda estão por perto...afinal, a gente cria os filhos para o mundo então é bom irmos nos acostumando com a idéia desde cedo.

Também não posso deixar de falar da minha mãe, que faleceu há 12 anos e continua muito presente na minha vida. Pra finalizar, deixo registrado aqui este belo poema de Drummond para todos aqueles que viveram esta grande perda. Porque igual amor de mãe, não há.


Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
 feito grão de milho.
 (Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, maio 04, 2011

A volta ao lar

The Vintage Housewife



Este post  da Line do blog Meias Palavras me inspirou a escrever um daqueles posts que estava há tempos na minha cabeça...Então vamos lá antes que a vontade passe, rsrsrs.

Nos últimos tempos, basta observar com cuidado a mídia pra que se veja uma exaltação ao passado, principalmente em algumas revistas femininas. É quase um novo backlash ao feminismo, aquele velho movimento que levou as mulheres pra rua, pras universidades e pro mercado de trabalho. Eu não estou aqui pra criticar o estilo de vida de ninguém (cada um vive como quer e como pode). E digo mais, até admiro quem sabe cozinhar e costurar! Mas ao mesmo tempo me pergunto o que faz as mulheres quererem voltar ao passado (um passado que talvez sequer tenha existido). Porque na época da vintage housewife da ilustração cima, as mulheres eram donas-de-casa por falta de opção mesmo. Não era uma questão de se manterem ocupadas enquanto criam os filhos pequenos.

Hoje em dia virou quase um hobbie (dos mais cobiçados) ficar em casa assando cupcakes, costurando, fazendo tricô,  crochê e outras atividades dos tempos da minha vó, etc. E cuidando das crianças enquanto o marido faz carreira, claro. São as SAHM (Stay At Home Mothers), com elas mesmo se denominam. Um estilo de vida cada vez mais popular aqui na Holanda, em outros países da Europa e nos EUA. Me arrisco a dizer que mais do que um estilo de vida, é um novo movimento (novo velho, se é que me entendem). Corrijam-me se eu estiver errada!

Um dos meus questionamentos é se no Brasil as mulheres de classe média teriam a opção de ficar em casa assando bolos e fazendo tricô.  Porque eu desconfio que a questão seja em partes uma questão econômica. Na Holanda ao menos é assim: quando o marido ganha o suficiente pra manter um padrão de vida confortável, muitas mulheres optam por ficar em casa - até porque, creche é bem caro aqui por essas bandas.

Eu desconfio que este novo movimento feminino - o termo feminista obviamente não se presta a este contexto -  tenha uma grande dose de nostalgia do passado. Uma espécie de reação ao mundo tecnológico em que vivemos, um mundo moderno e cheio de gadgets. Uma vida de corre-pra-prá-corre-pra-lá sem nem saber pra onde. Uma época em que as redes sociais e as amizades virtuais passaram a ser regra em vez de exceção. Onde não há mais tempo pra sentar com uma amiga, tomar um café e comer um bolo.

Enfim, este assunto dá muito pano pra manga então quer quiser deixar sua opinião aqui, não se acanhe. Leitoras e leitores, está aberta a discussão!


Mas eu admito que são muito gostosos!

domingo, maio 01, 2011

Posso fazer propaganda?

Passei dois dias totalmente absorvida num mini album e decidi postar aqui porque o meu outro blog de scrapbooking ainda é novo e tem poucas visitas  - vejam só a cara de pau!!! No mais, o que mais vejo nos últimos tempos é gente fazendo auto-promoção...Nunca fui fã dessas coisas (quem me conhece sabe que não sou boa de marketing) mas dessa vez decidi mudar e promover meus scraps. Por que não?

É que, modéstia à parte, o mini album ficou uma gracinha. A foto abaixo é da capa, os papéis tem três tamanhos diferentes, o que faz com que as páginas fiquem sobrepostas. Pra quem curte scrapbooking, tem mais fotos aqui.


Tecnologia do Blogger.

I Love Expedit



Finalmente comprei a estante de livros que estava paqueirando há anos!!! É a famosa EXPEDIT 4x4 da IKEA, uma loja super popular aqui na Holanda e em toda a Europa.  Se não estou enganada tem em São Paulo, mas não sei se já abriram filial no Rio.

Estava mesmo precisando de uma nova estante, porque a antiga estava explodindo de tantos livros, um sobre o outro, em fileiras duplas e por ai vocês imaginam o drama. Ou seja, pra quem ama livros como eu, uma nova estante é uma festa! E combinou muito com a sala, porque a estante atrás é aberta e a parede é amarela (isso mesmo, amarelo porque no outono-inverno aqui na Holanda são meses cinzentos e não há brasileiro que aguente). Diga-se de passagem, as outras paredes da casa também são coloridas de azul cobalto e verde-limão (ou algo assim). Aqui tem uma foto da minha cozinha, onde tem ainda um mural de cortiça (postado aqui) que vivo mudando de acordo com meu estado de espírito...

Enfim, cada qual com seu estilo de interior, o meu é o estilo bazar, como chamam por essas bandas. Muitas cores, tecidos coloridos, peças diferentes (não necessariamente caras), de preferência compradas numa loja ou feira de artesanato ou mercado. Enfim, nada que agrade aos mais conversadores.




PS. A casinha de bonecas ao lado da estante achei na rua, acreditem se quiserem!

Você se permite a tristeza?



Eu volta e meia me pego pensando nisso. Hoje em dia as pessoas estão tão preocupadas em serem felizes a todo custo que elas correm o risco de esquecer que a tristeza também faz parte da vida. Assim como o dia e a noite, o sol e a lua, tristeza e alegria muitas vezes caminham de mãos dadas (quer a gente queira ou não). E eu arrisco ainda dizer que as maiores lições que aprendi nesta vida não vieram em momentos de alegria mas sim de tristeza. Verdadeiros rituais de passagem em que a gente aprende uma lição pra nunca mais repetir o mesmo erro.

Mas hoje preciso confessar uma coisa: o que me cansa é viver na contramão. Viver em um mundo em que a alegria e a felicidade são super valorizadas e as pessoas estão cada vez mais vazias (e sim, perdidas). Basta olhar as vitrines virtuais na mídia social. Todo mundo feliz e realizado, caras bonitas e saudáveis. Todo mundo de bem com a vida, com aquele eterno sorriso (Colgate) nos lábios. Eu nunca fui assim, nem queria que fosse diferente. Mas às vezes ser eu mesma dói. E mesmo assim não troco essa busca intensa, essa inquietação que carrego comigo, essa melancolia (não confundir com depressão porque desta eu fujo como o diabo da cruz, inevitavelmente ela me alcança mas eu luto com todas as armas disponíveis até vencer mais uma batalha contra este cachorro preto*.). Me desculpem as Polianas da vida, mas eu ainda prefiro meus eternos questionamentos, minha sede insaciável, porque são eles que me fizeram e me fazem crescer. Que me tornaram a pessoa que sou. Eu prefiro as águas profundas em vez das águas tranquilas em que muitos nadam.

Pra finalizar, queria dividir com vocês esta ótima crônica da Silmara. Para ler e refletir!

Do direito à tristeza
O moço publicou em sua página na internet: estava triste. Não forneceu detalhes. Tristeza de amor ou de saudade? Traçara uma feijoada inteira e ainda não digerira a culpa, ou vira um cão ser atropelado? Não conseguira pagar a fatura do cartão ou perdera o derradeiro suspiro da avó? Ninguém ficou sabendo. Em minutos, pipocaram manifestações consternadas. Preocupadas com a lacônica desolação do remetente.

Salvo parcas exceções, ninguém gosta de ver o próximo triste. (E quem gosta, não conta aos outros.) Para os que detectam o pesar alheio, livrar o tristonho daquilo que o consome torna-se, então, uma missão. Quase coletiva. Parentes e amigos – e foi aqui que entrei na história – se unem, literalmente ou não, para extirpar-lhe o objeto da apoquentação, protegê-lo da (suposta) perniciosa falta de sorriso, alimentá-lo de alegria. Todo mundo tem em si uma mãe. Pronta para colocar um bandaid na tristeza, que é um machucado da alma. Disposta a atacar a melancolia, dar conselhos, prescrever remédios, recomendar patuás, ensinar simpatias, inventar, azucrinar!, tudo para ver o triste alegre de novo. Enfim: ninguém dá sossego a um cabisbaixo. Caímos todos na armadilha da alegria eterna. Que tristeza!

A tristeza, o tal direito inalienável, tem seu revés: se o amigo a tornou pública é porque, de certo modo, pedia algum socorro. E não seria meu dever acudi-lo? Tentar animá-lo, contar piada, fazer gracinhas? O que fazer, afinal, com alguém entristecido? Toda boa ação corre riscos. E nada mais triste que uma alegria com dúvidas.

Ofereci-lhe um café forte. O que, ao menos, aquece tudo. Diz ele que aceita, mas não sei ainda para quando vai querê-lo. Não importa. A tristeza, no fundo, sabe a hora de ser feliz.


O cachorro preto


  * em inglês, a expressão Black Dog é usada para denominar a depressão.

Uma família (muito) moderna

Sábado fui a uma festa de aniversário de uma amiga brasileira que conheço há quase 10 anos aqui em Amsterdã. Ela foi babá do Liam por uns tempos, e o conhece desde que ele tinha 8 meses!  A festa é um evento anual no jardim da casa dela, geralmente com uns cinquenta convidados, muitas crianças, muita cerveja e muita caipirinha. Também muitos beliscos e tortas vegetarianos e claro...pão de queijo!

Mas o assunto do post (e do título acima) é que reencontrei na festa uma pessoa muito querida que não via há uns 3 anos. Essa mesma pessoa me viu sentada no jardim conversando tranquilamente com Liam, F. e meu ex-marido (que também é amigo de anos da aniversariante e tinha muitos conhecidos ali). Ela se aproximou, sentou e logo disse: que bacana ver uma família moderna como essas, onde todos se dão bem e se respeitam! Coisa rara de se ver.

E eu me dei conta de que é isso mesmo. Hoje em dia quase não existem aquelas famílias tradicionais de antigamente. As pessoas casam, separam, formam novos laços e cada um (sobre)vive da melhor maneira possível. Ainda assim, uma família como a nossa ainda é coisa rara - a começar pela guarda alternada. Vejam bem, eu tenho um namorado que praticamente adotou o meu filho (e a relação deles se torna cada vez melhor à medida em que os anos passam). Tenho um ex-marido que me ajuda na criação do Liam e com quem mantenho relações cordiais - até demais, considerando-se que quando éramos casados mal conseguíamos nos comunicar! Enquanto isso, conheço muita gente que se separa e não quer mais ver a cara do ex-conjuge nem pintada de ouro. Há também pais que - por inúmeros motivos - acabam se distanciando dos filhos. Sem falar nas mães que entram numa batalha judicial com o único objetivo de punir o ex-parceiro e esquecem do mais importante. Eu acho isso tudo muito triste. Mas até entendo que em alguns casos, não dá pra ser de outro jeito (há que se ter um certo grau de maturidade para isso).

O meu filho tem a sorte de ter uma mãe e ...dois pais! Ou seja, podemos não ter família ou parentes aqui mas a gente compensa da melhor maneira possível. Podemos não ter dinheiro mas temos algo ainda mais importante. Moral da estória: filho de pais separados não precisa necessariamente sofrer pelo resto dos seus dias. Sim, há vida depois do divórcio (caso alguém ainda esteja em dúvida quanto a isso).

Enfim, isso é que eu chamo de família moderna.

Você gostaria de saber quanto tempo de vida ainda tem?



Ontem saiu por aqui uma notícia que me deixou pensativa (pra não dizer apreensiva). Em breve será comercializado na Inglaterra um exame de sangue que permitirá especificar com alta precisão quantos anos de vida  uma pessoa ainda tem pela frente. Em outras palavras, o teste fornece uma previsão de quando a pessoa irá morrer.  Para mais informações, leia artigo em inglês aqui.

Eu confesso que fico meio assustada com estes avanços da ciência e não sei se gostaria de fazer um  teste desses...Não apenas pelo preço exorbitante (cerca de 500 dólares) mas principalmente porque não sei se saber quando irei morrer iria melhorar minha qualidade de vida...Muito pelo contrário, eu que já tenho preocupações suficientes iria ainda me preocupar com a minha morte! Porque uma coisa é saber que todos morreremos um dia, mas saber quando morreremos é bem outra estória, né?

E vocês, fariam um exame de sangue para prever quantos anos de vida ainda tem pela frente?

Das vantagens de se ter mais de 40 anos



Nos últimos tempos tenho me sentido velha, talvez por ter vivido mais coisas do que gostaria de ter vivido. Mas aí parei pra pensar e cheguei à (feliz) conclusão de que ter mais de 40 anos também tem suas vantagens. Com o passar dos anos, percebo isso cada vez mais claramente. Sim, a maturidade traz consigo algumas jóias valiosíssimas. Sabedoria é uma delas.

Num mundo que glorifica a juventude, decidi ser do contra e fazer minha listinha com algumas das vantagens de se ter mais de 40 anos. Então ai vai:

* Você já não se preocupa há tempos com o que os vizinhos irão pensar
* Você não precisa mais dar satisfação da sua vida a ninguém
* Você não tem mais vergonha de ir sozinha ao cinema ou mesmo viajar sozinha
* Você não tem mais medo de ficar sozinha porque a essas alturas do campeonato já aprendeu a curtir sua própria companhia (caso contrário, procure um terapeuta)
* Você não se sente mais obrigada a sair no sábado à noite e, em vez disso, fica em casa com seus livros e filmes e sabe que não está perdendo nada
* Você finalmente aprendeu a beber e a combinar bebidas ou seja, já pagou micos o bastante pra saber o que pode ou não misturar (eu que o diga)
* Você já é macaca velha e aprendeu a não cometer mais os mesmos erros - você até comete erros, mas outros!
* Você aprendeu a esperar menos dos outros porque quanto maiores as expectativas, maior a decepção
* Você aprendeu a ser menos crítica consigo mesma (tá bom, ainda estou aprendendo) e a cuidar melhor de si
* Você finalmente aprendeu a só gostar de quem gosta de você, o que parece simples mas não é...
* Last but not least, você já aprendeu que tudo muda e que nada é para sempre.

Para quem gosta de ler

Alexander Deineka [ Woman reading ] 


Henri Matisse
Van Gogh


Edward Hopper


Walt Disney

Marilyn Monroe

Woody Allen


Virginia Woolf



Mon Oncle, Jacques Tati

Vinícius de Moraes


Minha gatinha


Dizem que as imagens valem mais do que palavras. Então meu post de hoje contém apenas isso: imagens. Com exceção da última, todas as imagens foram retirados do site O silêncio dos livros. Um site repleto de imagens e ilustrações de vários estilos e artistas. Altamente recomendado para quem adora ler como eu!

Desnecessário dizer, cada uma das imagens que selecionei tem um significado especial para mim.

Meu psiquiatra favorito

Niles e Frasier

Pra começar, quero avisar que passei os anos 90 inteiros assistindo comédias britânicas na BBC com meu ex-marido inglês (o pai do Liam). Entre elas: Men Behaving Badly, Absolutely Fabulous e claro, os clássicos e indispensáveis Fawlty Towers e Monty Python. Enfim, mais britânico impossível, né?

Isso tudo mudou há cerca de 4 anos, quando comecei a namorar F. É que F. além de gostar muito das comédias inglesas, também adora algumas sit coms americanas. E assim ele foi me apresentando algumas séries, como Becker, Seinfeld e...Frasier! Bem, Frasier simplesmente me conquistou e já posso afirmar que ele é meu psiquiatra favorito! E olha que eu já tive vários psiquiatras na minha vida, hehehe.



Uma das séries de maior sucesso de todos os tempos na tv americana, Frasier conseguiu a façanha de ficar 11 temporadas no ar - coisa rara hoje em dia. Os personagens principais são Frasier Crane e seu irmão Niles (ambos psiquiatras, Frasier tem um talk show na rádio em Seatlle). Tem ainda o pai deles, Martin Crane, agente da polícia aposentado, que mora com Frasier. E Daphne, a fisioterapeuta inglesa de Martin, que dá um toque especial à série com seu sotaque irresistível. Tem ainda Roz, produtora do programa de rádio e que participa com Frasier em todas as emissões.

Mas uma das grandes estrelas da série é Eddie, o adorável cachorrinho de Martin! Que, diga-se de passagem, é um dos cães mais famosos da tv americana e conquista o coração de todos com suas estripulias. Agora me digam se dá pra resistir esta carinha?


Frasier e Eddie

Pra quem quiser saber mais, existem vários sites dedicados a série, um deles é este aqui. Fiz download de todas as temporadas e estou assistindo todos os episódios em ordem cronológica (coisa de fã mesmo). Já estou na oitava temporada e com muita pena que daqui a pouco acaba a festa...vou curtir as últimas séries devagarinho...

Poema de dia das mães

 





Hoje é Dia das Mães e eu amanheci com um café da manhã muito especial preparado pelo meu filho! Ele agora tem 11 anos e já prepara tudo sozinho, o que me deixa feliz ao ver que se torna cada dia mais independente e ao mesmo tempo triste por constatar que os filhos crescem tão rápido... Então aproveito pra desejar a todas mamães que lêem este blog um Feliz Dias das Mães e que curtam muito seus filhos enquanto eles ainda estão por perto...afinal, a gente cria os filhos para o mundo então é bom irmos nos acostumando com a idéia desde cedo.

Também não posso deixar de falar da minha mãe, que faleceu há 12 anos e continua muito presente na minha vida. Pra finalizar, deixo registrado aqui este belo poema de Drummond para todos aqueles que viveram esta grande perda. Porque igual amor de mãe, não há.


Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
 feito grão de milho.
 (Carlos Drummond de Andrade)

A volta ao lar

The Vintage Housewife



Este post  da Line do blog Meias Palavras me inspirou a escrever um daqueles posts que estava há tempos na minha cabeça...Então vamos lá antes que a vontade passe, rsrsrs.

Nos últimos tempos, basta observar com cuidado a mídia pra que se veja uma exaltação ao passado, principalmente em algumas revistas femininas. É quase um novo backlash ao feminismo, aquele velho movimento que levou as mulheres pra rua, pras universidades e pro mercado de trabalho. Eu não estou aqui pra criticar o estilo de vida de ninguém (cada um vive como quer e como pode). E digo mais, até admiro quem sabe cozinhar e costurar! Mas ao mesmo tempo me pergunto o que faz as mulheres quererem voltar ao passado (um passado que talvez sequer tenha existido). Porque na época da vintage housewife da ilustração cima, as mulheres eram donas-de-casa por falta de opção mesmo. Não era uma questão de se manterem ocupadas enquanto criam os filhos pequenos.

Hoje em dia virou quase um hobbie (dos mais cobiçados) ficar em casa assando cupcakes, costurando, fazendo tricô,  crochê e outras atividades dos tempos da minha vó, etc. E cuidando das crianças enquanto o marido faz carreira, claro. São as SAHM (Stay At Home Mothers), com elas mesmo se denominam. Um estilo de vida cada vez mais popular aqui na Holanda, em outros países da Europa e nos EUA. Me arrisco a dizer que mais do que um estilo de vida, é um novo movimento (novo velho, se é que me entendem). Corrijam-me se eu estiver errada!

Um dos meus questionamentos é se no Brasil as mulheres de classe média teriam a opção de ficar em casa assando bolos e fazendo tricô.  Porque eu desconfio que a questão seja em partes uma questão econômica. Na Holanda ao menos é assim: quando o marido ganha o suficiente pra manter um padrão de vida confortável, muitas mulheres optam por ficar em casa - até porque, creche é bem caro aqui por essas bandas.

Eu desconfio que este novo movimento feminino - o termo feminista obviamente não se presta a este contexto -  tenha uma grande dose de nostalgia do passado. Uma espécie de reação ao mundo tecnológico em que vivemos, um mundo moderno e cheio de gadgets. Uma vida de corre-pra-prá-corre-pra-lá sem nem saber pra onde. Uma época em que as redes sociais e as amizades virtuais passaram a ser regra em vez de exceção. Onde não há mais tempo pra sentar com uma amiga, tomar um café e comer um bolo.

Enfim, este assunto dá muito pano pra manga então quer quiser deixar sua opinião aqui, não se acanhe. Leitoras e leitores, está aberta a discussão!


Mas eu admito que são muito gostosos!

Posso fazer propaganda?

Passei dois dias totalmente absorvida num mini album e decidi postar aqui porque o meu outro blog de scrapbooking ainda é novo e tem poucas visitas  - vejam só a cara de pau!!! No mais, o que mais vejo nos últimos tempos é gente fazendo auto-promoção...Nunca fui fã dessas coisas (quem me conhece sabe que não sou boa de marketing) mas dessa vez decidi mudar e promover meus scraps. Por que não?

É que, modéstia à parte, o mini album ficou uma gracinha. A foto abaixo é da capa, os papéis tem três tamanhos diferentes, o que faz com que as páginas fiquem sobrepostas. Pra quem curte scrapbooking, tem mais fotos aqui.