quinta-feira, dezembro 27, 2007

My Blueberry Nights, de novo

Assisti ao filme que havia comentado recentemente por aqui. E já vou avisando que, apesar de ser bom, ele não se compara aos filmes anteriores do mesmo diretor (principalmente se comparado às obras-de-arte que são os filmes In the Mood for Love e 2046, pequenas grandes pérolas do cinema mundial).

My Blueberry Nights é um road-movie filmado nos EUA e o primeiro filme de língua inglesa do diretor de Hong Kong. Apesar das imagens agradáveis e da ótima trilha sonora, o filme não chega a ter a classe, a sutileza e a sensualidade que tanto marcam o estilo do autor. Talvez pelo fato de ter sido filmado nos EUA e do diretor ter tido de fazer algumas concessões artísticas para o público americano em particular (e para o público mainstream em geral).

Seja como for, o mestre dos amores não-consumados, do não-dito e da sucessão de imagens sutis que dizem mais do que muitas palavras se perde um pouco na tela e o resultado é um estilo diluído daquele considerado um dos melhores diretores asiáticos da atualidade. É que, diferente do que tão bem caracteriza seus filmes anteriores, entre o dito e o não-dito sobra pouco espaço para a imaginação do expectador. Está tudo ali na tela (com direito a voice-over e tudo o mais), o que faz com que boa parte do charme do diretor se perca. Ou isso ou eu é que estou ficando ranzinza de novo!

Enfim, o filme é bom - principalmente pra quem (ainda) não assistiu outros filmes do diretor. Sem dúvida acima da média se comparado a um filme do circuito comercial, mas um filme mediano para o circuito de arte. E os românticos de plantão ainda ganham um happy-end no bom e velho estilo de Holywood!

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Sessão de cinema: Earth




Assisti domingo passado ao documentário Earth, produzido pela BBC com base na belíssima série Planet Earth. Como era de se esperar dessa consagrada equipe de fotógrafos, o documentário é excepcional e nos permite vislumbrar o planeta azul sob ângulos nunca antes vistos. O filme, cuja mensagem principal é a responsabilidade de cada um de nós em ajudar a salvar o planeta antes que seja tarde demais, lida com temas já discutidos no documentário An Inconvenient Truth de Al Gore (entre eles o superaquecimento do planeta e as drásticas consequências das mudanças climáticas que vem ocorrendo nas últimas décadas).

Mas enquanto Al Gore usa fatos e estatísticas para ilustrar a urgência de sua mensagem (o que consegue fazer muito bem, diga-se de passagem), a equipe de Earth usa imagens dos quatro cantos da Terra para comunicar a mesma mensagem (o que também consegue fazer muito bem). Como resultado, uma obra magistral e comovente, onde somos confrontados com imagens de um urso polar nadando no mar porque o gelo vem derretendo cada vez mais na região ártica, colocando em risco sua sobrevivência. Ou uma família de elefantes que precisa migrar distâncias cada vez maiores através do deserto até chegar finalmente às fontes de água tão necessárias à sua sobrevivência porque a superfície do deserto também vem expandindo cada vez mais. Ou a baleia e seu filhote, que realizam uma das maiores migrações do planeta e cuja sobrevivência depende do plâncton, cada vez mais escasso devido às temperaturas cada vez mais elevadas da água do mar.

Só vou dizer que o filme é dedicado à próxima geração...acho que não preciso dizer mais nada, né?

sexta-feira, dezembro 21, 2007

O natal está chegando...

Tudo muda mas algumas coisas permanecem

Mais um ano que passa, mais um inverno que chega, mais um natal se aproximando e nós prestes a virarmos mais um ano cheio de boas intenções, sonhos e esperanças. Engraçado como a vida é cheia de paradoxos: tudo muda o tempo todo (e eu mudo todo dia) mas algumas coisas permanecem as mesmas. E quer a gente queira ou não, é natal - mais uma vez. Quer a gente queira ou não, as estações do ano vem e vão (certamente aqui na Europa), as crianças crescem, uns se apaixonam, outros se separam, uns nascem e outros morrem. Porque apesar de tantas mudanças, algumas coisas na vida são pra lá de previsíveis (e convenhamos, é bom que seja assim).

Só sei que o natal pra mim sempre foi uma época de emoções mistas, como é para todos aqueles que vivem distantes de suas famílias ou que já perderam um ente querido. Na verdade, natal é assim desde os tempos que eu morava no Brasil porque sou filha única então lá em casa éramos três: eu, meu pai e minha mãe, que ficava deprimida todo final de ano pensando na família no sul do país (morávamos no Rio então eu já tinha uma sensação de exílio desde aquela época, muito antes de sair do país). Em toda a minha vida, me lembro somente de dois natais com a casa cheia de família. Um muito especial em Tramandaí quando eu tinha uns 8 anos, com toda a família gaúcha reunida. Um galpão decorado,uma mesa enorme, muita comida, muito barulho e acima de tudo, muitas risadas. E o outro no Rio, no amplo apartamento de uma tia e seus três filhos adolescentes, com meus pais, meu tio (irmão da minha mãe), minha tia (já falecida) e meus primos pequenos (hoje adultos). Ceia tradicional, talheres de prata, copos de cristal, árvore de natal impecável e presentes escolhidos com muito bom gosto para as crianças. Me lembro de ter ganho meu primeiro Shakespeare, uma edição de capa dura de Shakespeare em quadrinhos, porque minha tia era muito letrada (ela era tradutora e falava vários idiomas, então qualquer semelhança é mera coincidência, rsrsrs) e achou que estava mais do que na hora de me apresentar os clássicos.

No mais, quem não tem família logo aprende que os amigos são a família que a gente escolhe! E nos últimos anos, tenho passado o natal bem-acompanhada de amigos brasileiros aqui em Amsterdã. E confesso que este natal será ainda mais especial, porque estarei acompanhada de uma pessoa que fez uma revolução na minha vida este ano, que me fez rir e chorar e me fez sentir viva de novo...A Ceia de Natal do dia 25 será na casa do meu ex-marido, que fará uma ceia tradicional inglesa (pedi a uma amiga pra levar uma farofa, porque peru sem farofa não dá!!!). Meu ex, que anda muito civilizado nos últimos tempos, convidou F. pra ir comigo mas confesso que ainda estou me acostumando com esta nova fase da minha vida (não estou reclamando mas é que tudo mudou tão rápido que mal tive tempo de me acostumar). Ou seja, natal com ex-marido, filho e namorado....Os homens da minha vida, dizer mais o quê!

E já que estou falando de natal, aproveito para deixar aqui meus votos de muita PAZ, AMOR e SAÚDE pra todos meus amigos e companheiros do universo blogueiro. E que 2008 seja um ano muito positivo para todos nós!

terça-feira, dezembro 18, 2007

Pintura de museu

Me inspirei em um post recente da Andrea e resolvi brincar de museu também. E como eu adoro fazer arte, aí está uma foto minha e do meu namorado, tirada por ele semanas atrás. Acho que agora matei a curiosidade dos amigos, né?!!

E quem achou que o namorado holandês era louro de olhos azuis se enganou redondamente, rsrsrs. F. é filho de imigrantes da Indonésia, seus pais moram há quase 60 anos na Holanda. Ele nasceu e cresceu aqui no país dos moinhos (nem nunca foi à Indonésia, quem sabe um dia eu convenço ele e vou junto). Mas não se iludam com a pele morena, ele é mais holandês do que muito holandês que eu conheço - o que é bom e ruim, claro! Aquela velha discussão de nature x nurture, que aliás eu percebo também no meu filho, nascido na Holanda de pais estrangeiros (mãe brasileira e pai inglês porque eu adoro complicar as coisas). Falando em louro, louros mesmo são meus ex-marido e filho (que é uma versão melhorada do pai, como todas as crianças costumam ser nesta idade, hehehe).

Coisas de Holanda...ou melhor dizendo, de Europa no séc. XXI. Lição de geografia pra quem não sabe: nas quatro maiores cidades holandesas (Amsterdã, Haia, Roterdã e Utrecht) mais da metade da população já é composta de imigrantes e filhos e netos de imigrantes (as chamadas segunda e terceira geração). A maioria dessa população é de origem muçulmana, o que é assunto pra outro post...Nada contra Alah e o islamismo em termos gerais - até porque, sou avessa a generalizações, basta lembrar do nazismo de Hitler e dos atuais partidos neonazis que volta e meia insistem em aparecer nos principais centros urbanos da Europa - mas a situação social aqui na Holanda está pra lá de complicada e eu ando com uma preguiça danada de escrever sobre isso. E sim, este assunto dá muito pano pra manga. Mas o meu querido Antônio escreveu um post excelente sobre a questão. Quem quiser ficar informado, é só ler o que ele escreveu aqui. (Antônio, desculpa roubar seu texto mas eu ando tão preguiçosa e você escreveu tão bem).

quinta-feira, dezembro 13, 2007

My Blueberry Nights

Hoje entrou em cartaz nos cinemas da cidade um filme que estou muito curiosa pra assistir (pra não dizer ansiosa mesmo): My Blueberry Nights. Trata-se do novo filme do cineasta Wung Kar Wai, diretor de filmes instigantes como Happy Together (1997), In The Mood for Love (2000) e 2046 (2004). Filmes de arte no sentido mais profundo da palavra (me desculpem se estou parecendo pedante), em que um dos temas recorrentes são o amor e suas facetas. Assisti 2046 há poucas semanas (peguei emprestado da Anna, que a essas alturas já virou minha guru né, gente?) e foi um dos filmes que mais me marcou este ano. Pra dizer o mínimo.

Em My Blueberry Nights, a protagonista do filme é a cantora Norah Jones. O filme narra a estória de Elizabeth, uma moça que larga o namorado e pega a estrada em uma viagem pelos EUA em busca do amor. No caminho ela se depara com vários personagens, cada um deles uma peça importante na construção mental deste quebra-cabeça. Os temas principais são o amor, a solidão, a busca de si mesmo - ou seja, tudo aquilo que ocupa a mente e o coração de nós humildes mortais.

Entre os atores principais estão ainda Jude Law (Alfie, Closer, The Talented Mr. Ripley, entre outros) e Natalie Portman (Closer, Paris Je T´aime, entre outros e os ainda não lançados The Other Boleyn Girl e The Darjeeling Limited que estou louca pra assistir). Vou assistir e depois volto pra contar o que achei! Fica então a dica pros cinéfilos de plantão.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

The Secret History

Mudando radicalmente de assunto (antes que reclamem que isso aqui virou coluna de revista feminina - está comprovado, o amor emburrece mas eu prefiro ser burra e feliz!), estou lendo por indicação da Anna um livro que estava há meses na minha prateleira. Acho até que vou aproveitar os dias escuros do inverno pra tomar vergonha na cara e colocar a leitura em dia. Eu sempre gostei de ler, desde que me conheço por gente (ou desde que aprendi a ler, digamos assim). Mas tenho fases em que fico meses sem ler absolutamente nada...Então o que não falta aqui em casa é livro aguardando a hora de ser degustado.

Mas eu queria falar era do primeiro romance da autora Donna Tartt, The Secret History (1993), um début que não passou despercebido no mundo literário. O segundo romance dela, The Little Friend (2002), fez um sucesso modesto entre os críticos, sendo o primeiro considerado (quase) unânimamente sua melhor obra. Achei o livro ano passado no meu sebo favorito aqui na cidade e trouxe pra casa.

Ainda nem cheguei na metade mas aviso que é daqueles livros difíceis de largar. Me fez lembrar um pouco outro livro que li tempos atrás e também gostei muito na época: The Lake of Dead Languages (2003), da autora Carol Goodman. E já que raramente falo de livros por aqui (shame on me), vou aproveitar o embalo e deixar mais uma dica de leitura: The Last Life (1999), de Claire Messud. A autora é pouco conhecida mas escreve maravilhosamente bem...Vale a pena conferir!

Cedo demais

Então era cedo demais. É amor demais pra desistir tão cedo. Problemas sempre existirão nos relacionamentos humanos...eu acredito que, quando duas pessoas realmente se amam, elas devem seguir o coração e só depois usar a cabeça pra tentar resolver o que pode ser resolvido. Porque alguns problemas podem e devem ser resolvidos, outros a gente precisa aceitar e aprender a viver com eles. A vida não é perfeita, somos humanos.

E a gente pode chorar o quanto quiser, se escabelar, perder o sono, perder a fome...mas não adianta tentar fugir do destino. O destino a gente abraça. E no final das contas, o amor é isso. Coração batendo forte, de novo.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Acabou-se o que era doce

Fim de festa...Acabou-se o que era doce. A dor é grande mas a gente sempre sobrevive (eu mesma já sobrevivi antes portanto caros amigos, não se preocupem). A gente cai, levanta, tenta de novo. Cai, levanta, tenta de novo. Cai, levanta...e um dia decide desistir. Por tempo (in)determinado.

Acredito que a sabedoria esteja em saber avaliar o melhor momento de desistir (nem muito cedo, nem tarde demais). Saber se respeitar e ouvir o que realmente necessitamos em nossas vidas naquele dado momento. E às vezes tudo o que precisamos é de parar tudo e buscar as respostas dentro de nós mesmos. Não adianta esperar ajuda externa, nem esperar que os outros mudem ou que a gente mude porque os outros querem. Porque a verdade é que a gente só consegue mudar a si mesmo e olhe lá.

No fundo, bem no fundo, eu sabia que (ainda) não estava preparada para iniciar um relacionamento. Que (ainda) não estava preparada pra tanta emoção. E eu até avisei mas ele insistiu e eu quis acreditar que era possível. Quase seis meses de muita emoção, momentos de pura felicidade, momentos de dúvida e inquietação, a tristeza profunda depois de cada briga que mais uma vez não pudemos evitar- porque assim é o A-M-O-R. Hoje tudo que preciso é de espaço, preciso de paz e de cabeça fria, preciso cuidar de mim mesma. Preciso urgentemente fazer as pazes com aquelas partes de mim mesma que não gosto (the inner child), porque ignorá-las nunca deu nem nunca dará certo, acreditem. Preciso aprender de uma vez por todas que quando as coisas não dão certo, a culpa não é necessariamente minha nem de ninguém. Porque eu tenho o mau hábito de me dar a culpa por tudo (mas já estou mudando isso).

No final das contas, o mais duro é saber que só o A-M-O-R não basta. Que duas pessoas podem se amar muito e mesmo assim serem incapazes de fazer a outra feliz, por uma ou outra razão (relationships are hard work). Que quando duas pessoas têm idéias ou expectativas diferentes quanto a um relacionamento, não há amor que chegue pra atenuar as distâncias.

Quem nunca sofreu por amor que atire a primeira pedra...

terça-feira, dezembro 04, 2007

Feliz aniversário 2x!

Amanhã é meu aniversário, e este ano tenho mais do que motivos para comemorar. Mas nem adianta que a idade eu não conto...só vou dizer que o melhor presente que eu poderia ter ganho eu já ganhei há quase 6 meses.

Então amanhã tenho um motivo pra lá de especial para comemorar mais esta primavera. Vou pra casa do F. e fico por lá até domingo. Vamos namorar muito, assistir muitos filmes e ouvir muita música. Vamos comemorar meu níver com um jantar a dois num dos meus restaurantes favoritos, o vietnamita Little V. E sábado tem mais comemoração porque aí é aniversário dele, sagitariano como eu (desconfio que é por isso que nos entendemos tão bem, apesar de termos temperamentos tão diferentes).

No mais, só posso dizer que ando feliz da vida. E curtindo muito o presente que a vida me deu este ano. E espero tê-lo perto de mim por muitos e muitos anos.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Beowulf, Atonement e sangria

Mais um fim-de-semana pra cinéfilo nenhum botar defeito! Sessão dupla de cinema no sábado: Beowulf (filme em 3D com roteiro de Neil Gaiman absolutamente imperdível, uma experiência e tanto na sala escura) e Atonement (baseado no romance de Ian McEwan, um de meus autores favoritos da atualidade). Domingo aproveitamos o dia de chuva pra ficarmos em casa e assistirmos mais 3 filmes: o holandês Alles is Liefde (o filme de Natal aqui na Holanda e comentado por toda parte mas que não achamos grande coisa...podem nos chamar de esnobes à vontade), o primeiro Lord of the Rings (curioso como Beowulf nos deu uma súbita vontade de rever a trilogia do Anel, sem querer desmerecer o primeiro, claro). E um clássico de science fiction existencial dos anos 70: Soylent Green (1973). F. adora ficção científica de boa qualidade (estou falando daqueles filmes que fazem a gente pensar e não apenas filmes com espadas de laser e efeitos especiais), a começar por Star Trek..Eu que nunca fã deste gênero de cinema (prefiro um bom drama, de preferência cinema europeu), acabei descobrindo muita coisa interessante com ele que normalmente não teria assistido.

Ah, e a sangria do título do post foi a que tomamos no Y Mucho Más, acompanhada de muitos tapas tradicionais (como os deliciosos calamares). Sim, o fim-de-semana foi muito bom, obrigada!

segunda-feira, novembro 19, 2007

Retrato falado




A Andrea do Box de idéias (e como tem idéias esta menina) me passou um meme e como sou educada, vou responder...até porque, acho esse negócio bem divertido!

Uma hora: Pôr-do-sol
Um astro: Lua
Um móvel: Cama
Um líquido: Vinho rosé
Uma pedra preciosa: Ametista
Uma árvore: Coqueiro
Uma flor:Girassól
Uma cor: Lilás
Um animal: Gato
Uma música: Your Song (Elton John)
Um livro: qualquer um da Clarice Lispector
Uma Comida: Japonesa
Um lugar: Amsterdã
Um verbo: Sentir
Uma expressão: Nada como um dia após o outro
Um mês: Maio
Um número: 5
Um instrumento musical: Violino
Estação do ano: Primavera
Um filme: Eternal Sunshine of the Spotless Mind

E para manter a tradição, passo adiante para Antônio, Anna, Bebete, Tróia e La Belle! Agora é a vez de vocês.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Herman Hesse



Suffering only hurts because you fear it.
Suffering only hurts because you complain about it.
It pursues you only because you flee from it.
You must not flee,
You must not complain,
You must not fear.
You must love.

Because you know quite well,
deep within you, that there is
a single magic,
a single power,
a single salvation,
and a single happiness,
and that is called loving.

Well then, love your suffering.
Do not resist it,
do not flee from it.
Taste how sweet it is in its essence,
give yourself to it,
do not meet it with aversion.
It is only aversion that hurts,
nothing else.


PS. Photo from Fernando de Noronha, BRAZ. One of earth´s paradises that I am still going to visit someday in this life!!!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Fim de ano, mais uma vez

Novembro deu as caras, o inverno está quase chegando aqui na Holanda e só agora me dei conta como este ano passou rápido! 2007 tem sido um ano pra lá de especial, uma mudança de 180 graus na minha vida (sem exageros). O que só serve pra confirmar aquele velho ditado: A felicidade é como uma borboleta, quanto mais você a persegue, mais ela foge...mas se você a deixa quieta, ela vem e pousa delicadamente no seu ombro (ou algo assim porque não me lembro das palavras direito).

Engraçado como as melhores coisas da vida acontecem quando a gente menos espera, e muitas vezes quando a gente já havia desistido. Não adianta querer apressar as coisas, nem querer colocar a carroça na frente dos cavalos, o importante é deixar o rio fluir e aguentar firme as eventuais tempestades - nunca esquecendo que depois da tempestade vem a bonança (lamento o clichê mas é a pura verdade). O importante é saber que tudo na vida é uma questão de timing (e sincronicidade, por isso é preciso estar atento aos sinais). E que é preciso tempo para que as coisas amadureçam...um dia de cada vez.

Só sei dizer que 2007 tem sido um ano de fortes emoções, emoções que havia me esquecido que existiam - e a paixão sem dúvida é a maior delas. Foi o ano em que saí do casulo e voltei a viver intensamente (apesar do medo), um ano de (re)descobertas mas também um ano de dúvidas e inseguranças. Um ano em que me vi obrigada a confrontar os fantasmas e medos do passado. Um ano de altos e baixos mas acima de tudo de plenitude emocional, recheado de momentos mágicos já gravados devidamente na memória. E que venha 2008!

sexta-feira, novembro 02, 2007

Livro infantil pra adulto nenhum botar defeito

Li ontem (ou melhor, devorei) Coraline, livro do Neil Gaiman que peguei emprestado da minha querida amiga Anna. É que tenho a sorte de morarmos na mesma cidade, então volta e meia pego algo emprestado da biblioteca dela! Coraline é um daqueles livros (supostamente) infantis que conquistam o público adulto, na tradição de Crônicas de Nárnia, Alice no País dos Espelhos, etc. Temas fantásticos tão presentes no mundo infantil onde a linha entre o sonho e a realidade é sempre tênue, onde polulam pesadelos daqueles que a gente acorda no meio da noite gritando e não consegue dormir de novo...em vez do coelho branco de Alice, um gato preto que fala, universos paralelos, um espelho mágico (pra não dizer macabro), um corredor escuro cheio de portas, criaturas com olhos de botão dignas de um filme de Tim Burton e por ai vai...

Diga-se de passagem, Neil Gaiman já havia me conquistado muitos anos atrás com a série em quadrinhos Sandman, que eu comprava religiosamente nas bancas de jornais quando foram publicados no Brasil. E olha que eu nunca fui aficcionada por quadrinhos mas o universo de Neil Gaiman é realmente um mundo à parte! Vale a pena conferir.

PS. Anna, separa o Neverwhere pra mim, tá?!!

quinta-feira, novembro 01, 2007

Ainda há cura...

58%How Addicted to Blogging Are You?


terça-feira, outubro 30, 2007

Gothic Fair



Domingo passado foi como se eu tivesse entrado numa Máquina do Tempo (ao estilo daquele seriado cult da minha infância, quem se lembra do Dr. Smith?) e voltado uns 20 anos atrás...É que fui com F. numa feira gótica realizada duas vezes por ano perto de Haia (onde ele mora e onde eu moro nos fins-de-semana, pra quem ainda não percebeu). E há muito tempo que não via tanta gente de preto em um mesmo lugar! Era gótico pra todo lado, muita roupa preta, botas e coturnos, saias rendadas, corsetes justíssimos e meias-arrastão, cabelos bem transados (e aqui a regra de ouro é: quanto mais esquisito melhor). Em suma, muita gente bonita!

Na feira tinha de tudo pra todos os gostos, eram cerca de 500 barraquinhas vendendo desde roupas no estilo gótico, muita bijoux de prata, bolsas da Emily the Strange e Corpse Bride, até barracas vendendo CDs e DVDs de bandas goth metal etc, espadas e facas artesanais (o F. se empolgou e comprou uma espada japonesa autêntica e eu acho que daqui em diante vou me comportar muito bem, hehehe). Além de barracas vendendo coisas que não podem faltar em um ritual tradicional de bruxaria (leia-se Wicca) e uma barraca solitária onde se podia fazer uma consulta de tarô (eu como faço minhas próprias consultas em casa não entrei na fila, estou falando sério). Teve ainda show ao vivo de duas bandas no domingo, a segunda assistimos um pouco e gostei muito, uma mistura de sons da Idade Média com música tradicional irlandesa (celta), no estilo pagan folk. A banda alemã se chama Faun, têm vários álbuns lançados e vou pedir pro F. baixar umas músicas deles da net pra mim. Principalmente porque me fez lembrar uma de minhas bandas favoritas de todos os tempos, Dead Can Dance.

Com todo este clima, inevitavelmente me lembrei dos tempos em que eu era gótica, ou melhor dizendo dark (termo infeliz criado pela mídia no início dos anos 80, ai como a gente odiava aquele termo, hehehe). É que aquilo não era apenas uma questão de gosto musical mas acima de tudo, de estilo de vida...e eu levava tudo muito a sério, claro! Tempos em que passava os fins-de-semana inteiros no Crepúsculo de Cubatão (saudades daquela pista de dança e daquele bar escuro onde tomei muitos porres de kamikaze com minha amiga V.). Tempos em que eu só tinha roupas pretas no meu guarda-roupa, pintava meus cabelos de preto e em dias de profunda depressão (ou mau-humor) saía na noite de batom preto (porque batom preto de dia também é demais!!!). Tempos em que me trancava no quarto pra ouvir Bauhaus, Joy Division, Siouxsie e The Cure para desespero da minha mãe...Falando assim pode até parecer engraçado (e de certa forma é...essas fases da vida da gente), mas hoje posso afirmar que foi uma das épocas mais marcantes da minha vida. Basta dizer que dois dos meus melhores amigos, que conheço há mais de 20 anos, conheci naquela época!

segunda-feira, outubro 22, 2007

Dedicated to You (2)



Because I hate seeing you sad.
(I hope you feel better now)



Hope you don´t mind
I hope you don´t mind

that I put down in words
how wonderful life is
now you´re in the world
(Your Song)

quinta-feira, outubro 18, 2007

Os ratinhos de novo!


Com a vida dupla que venho levando nos últimos tempos (isso que dá ser mãe dia de semana e namorada no fim-de-semana), me vi obrigada a assistir o mesmo filme duas vezes. É que semanas atrás, como comentei por aqui, assisti Ratatouille com o F. e meu filho ficou chateado porque não fui assistir com ele. Então pra evitar uma crise aguda de ciúme, prometi assistir o filme de novo. Tem horas que é preciso rebolar muito para agradar a gregos e troianos (leia-se: filho, ex-marido e namorado). Por sorte sou fã de carteirinha dos filmes da Pixar, então não chegou a ser um sacrifício rever Ratatouille, muito pelo contrário.

Aproveitei a semana de férias escolares - aqui tem férias o ano todo, nem queiram saber - e fui pro cinema com o Liam hoje. Desta vez assisti não a versão original mas a versão dublada, numa sala cheia de crianças!!! E confesso que, apesar de purista (pra não dizer ranzinza mesmo), a essas alturas do campeonato já me acostumei a assistir filmes dublados (em holandês) e até que as vozes não são tão ruins assim. Podia ser pior, muito pior.

E verdade seja dita, sou fã de filmes infantis...tanto que não vejo a hora de assistir Meet the Robinsons! Já combinei com F. de irmos com Liam daqui a 2 semanas quando tomei coragem e decidi levar meu filho a tiracolo pra dormir uma noite na casa do namorado..Eles já se conheceram mas meu filho ainda não foi na casa dele.

E hoje vi o trailer de um filme que fiquei com vontade de assistir (porque eu também fui criança um dia). Mister Magorius´s Wonder Emporium é um daqueles típicos filmes lançados na temporada de natal (como The Polar Express, que vi ano retrasado com Liam no cinema) e me fez lembrar dois filmes que gostei muito: A Fantástica Fábrica de Chocolate (me refiro à versão clássica da minha infância, que me desculpem os fãs do Tim Burton) e Toys. E já que estou falando de filmes infantis, fim-de-semana passado aproveitei que fiquei de cama e assisti Bridge to Terabithia na casa do F. O filme é legal(zinho), embora o enredo seja bem diferente do que eu tinha imaginado.

Mas agora chega de filmes, né? Acho que me empolguei.

terça-feira, outubro 16, 2007

Há males que vem para o bem

Pela quantidade de comentários, estou começando a desconfiar que o post anterior incomodou mais do que eu imaginava ou gostaria. Mas juro que é apenas minha opinião, não tenho culpa se sempre acabo criando polêmicas por onde vou. E quem me conhece sabe que tenho o mau hábito de falar (neste caso, escrever) exatamente o que penso. No mais, quem sou eu pra saber o que é melhor pros outros...Como diz um ditado holandês: een vrouw is de andere niet.

Mudando radicalmente de assunto - porque vim aqui pra falar de outra coisa e vou falar logo antes que me arrependa e decida ficar calada para sempre - sábado tive um acidente que me fez tomar uma decisão que vinha adiando há tempos (leia-se: anos). Torci o pé (o que já tinha acontecido várias vezes antes, desde meus tempos de Brasil) e literalmente caí de uma escada, mas desta vez a dor foi tão grande, mas tão grande, que desmaiei...Fiquei mais de meia hora inconsciente e o gerente do bar, sem saber o que fazer, acabou chamando uma ambulância...eles vieram, foi um estardalhaço (não, eu não estava bêbada apesar de estarmos saindo de um bar e essa ter sido sem dúvida a primeira impressão dos passantes, pra minha humilhação e do meu namorado), mediram minha pressão, açúcar no sangue, enfaixaram meu pé e quando viram que era mesmo um entorse, me mandaram pra casa e recomendaram descanso total nos próximos 3 ou 4 dias. Passei o domingo na cama do namorado (infelizmente não foi tão divertido quanto a frase parece sugerir então fica para a próxima, hehehe...) e voltei segunda pra casa.

Hoje de manhã fui à minha médica pra ela avaliar o estrago com a intenção de dizer a ela que esta foi a gota d´água pra mim. A verdade é que estou (no mínimo) uns 30kg acima do meu peso e isso não ajudou em nada na hora da queda, muito pelo contrário...Resumindo, decidi que agora é hora de tomar uma atitude na vida e tentar perder algum peso! Não vai ser fácil...pra início de conversa porque ela se recusou a me dar um moderador de apetite (e está certíssima), e em vez disso me encomendou uns exames de sangue e vai me encaminhar pra uma dietista.

E já que nessas horas o melhor é rir do que chorar, eu estava aqui pensando e não pude deixar de vislumbrar uma certa dose de ironia nesta história toda. É que as pessoas costumam querer emagrecer pra arrumar namorado e eu fui arrumar namorado pra querer emagrecer, rsrsrsrs. E cá entre nós, minha grande sorte é que o amor é (realmente) cego e ele gosta de mim assim mesmo. E digo mais, hoje somos mais apaixonados do que há 13 anos atrás quando eu era magra! F. já disse que está disposto a me dar todo o apoio porque quer me ver saudável, sem complicações de saúde daqui a uns tempos e acima de tudo, feliz comigo mesma.

Então agora é momento de decisão (há males que vem para o bem) até porque, hoje não tenho mais desculpas pra continuar carregando este excesso de peso por toda parte! Engordei muito na época em que estive deprimida quando comer, mais do que uma fuga, era uma espécie de consolo (acontece nas melhores famílias, não se iludam). Mas hoje quero aproveitar que estou feliz e que a vida está entrando nos eixos (e está mesmo) pra mudar meus hábitos alimentares de uma vez por todas e curtir a vida ainda mais.

Agora ou vai ou racha. Torçam por mim!

terça-feira, outubro 09, 2007

O melhor de dois mundos

As casadas que me desculpem...mas casamento pra mim já era (sem falar que papel assinado nunca foi garantia de nada nesta vida, sorry girls). É que depois de ter sido casada 10 anos, ter me divorciado e ter encontrado um novo amor sem sequer estar procurando (e vocês que lêem isso aqui já sabem a estória de cor), cheguei à conclusão de que para mim o melhor tipo de relação é mesmo a LAT (Living Apart Together). Diga-se de passagem, um tipo de relação que vem deixando de ser a exceção para se tornar cada vez mais a regra aqui na Holanda e nos países escandinavos (até porque a situação econômica nesses países oferece essa opção, no Brasil a coisa tende a ser mais complicada).

Pra quem não tem idéia do que estou falando, a idéia básica é duas pessoas terem um relacionamento (favor não confundir com relacionamento aberto), mas cada um morando em sua casa. Ou seja, namora-se muito mas nada de juntar os trapos! É bem verdade que a pessoa vive transitando pra lá e pra cá e, dependendo das agendas, dorme-se várias noites consecutivas na casa do parceiro - eu mesma tenho passado metade da semana em Amsterdã e a outra metade em Haia e não apenas me acostumei com este esquema como já acho a coisa mais normal do mundo! E no final das contas, um dia a gente acorda e se dá conta de que ficou com o melhor de dois mundos. Porque não precisa abrir mão da vida que levava antes (amigos, hobbies, etc), não precisa pedir licença pra ficar sozinho quando está de mau humor ou precisa repensar a vida e ainda pode curtir mágicos momentos a dois sem se estressar com detalhes como a rotina das obrigações domésticas, contas atrasadas, o que fazer para o jantar, etc etc etc (been there, done that). Porque cá entre nós, rotina é a morte (pelo menos pra mim sempre foi assim).

No mais, casamento nunca foi mesmo a minha cara, nem nunca sonhei em casar em igreja com véu e grinalda...sou sagitariana demais para isso! Me lembro muito bem de um momento em minha vida em que me vi casada, trocando fraldas de um bebê e pensei: a vida então é isso?!! E me surpreendo ao ver as pessoas insistirem tanto em uma instituição falida. E me surpreendo ainda mais ao ver pessoas que já foram casadas uma vez se casarem de novo! Porque basta olhar os índices de divórcio pra ver que casamento hoje em dia é igual ganhar na loteria. E provavelmente as chances de se ganhar na loteria são maiores do que de se manter um casamento por 10 anos. Que me desculpem as românticas de plantão mas não é falta de romantismo não, é excesso de realismo mesmo (mas se quiserem me chamar de ranzinza eu deixo).

Agora, pelo amor de Deus...não pensem que vim aqui fazer a apologia do divórcio! Eu não acho que as pessoas devam se separar nas primeiras dificuldades (eu mesma tenho certeza de ter tentado tudo o que podia e mais um pouco antes de decidir me divorciar, inclusive terapia conjugal), mas sacrificar sua felicidade uma vida inteira também não dá, né?!! Como pessoas adultas, acredito que a gente deva sim tentar até onde for (humanamente) possível, mas dali pra frente é burrice...ou teimosia, medo do desconhecido, medo de ficar sozinho ou sabe-se lá o quê. Porque se errar é humano, insistir no erro é burrice (por outro lado, quem sou eu pra julgar os outros).

Pronto, falei e disse (podem concordar ou discordar à vontade).

Food for thought


There are lots of ways of being miserable, but there's only one way of being comfortable, and that is to stop running round after happiness. If you make up your mind not to be happy there's no reason why you shouldn't have a fairly good time. (Edith Wharton)

quarta-feira, outubro 03, 2007

Prova de humanidade

...acho que briga de casal é tão comum que não é exposição não, é prova de humanidade.

Foram essas as palavras da minha querida amiga Anna no blog de outro amigo especial, o Antônio. Sim, esta interação entre blogueiros gera mesmo uma dinâmica curiosa e a troca de idéias é uma constante (o que seria de mim sem vocês?). E eu acabei me inspirando e decidi me alongar no tema do post anterior...Porque como bem disse a Anna (e essa mulher tem cada tirada genial, confiram só no blog dela): briga de casal é mesmo prova de humanidade!

E digo mais, eu acredito que casal que nunca brigou ou está mentindo ou algo está muito errado. E no dia em que tiver a primeira briga de verdade, é pra separar - já vi casais tidos como exemplares viverem anos juntos e subitamente decidirem se separar, para assombro de amigos e familiares. Porque brigas fazem parte de qualquer relacionamento saudável em que exista uma troca sincera de idéias, sentimentos ou opiniões. Brigas em família, brigas entre amigos de infância, entre namorados. Enfim, brigas.

Mas a melhor parte das brigas é quando a gente aprende a lição pra não repetir a briga mais adiante e acabar criando um padrão destrutivo no relacionamento (o que infelizmente acontece com regularidade, outra prova inegável da nossa humanidade). Eu acredito que a briga em si não é o problema, o problema surge apenas quando as pessoas envolvidas não conseguem resolver o conflito. Porque quando o conflito é resolvido, o relacionamento só tem a ganhar. E cada briga é uma oportunidade de conhecer o outro ainda melhor (e quiçá não cometer o mesmo erro da próxima vez).

Só não me perguntem se gosto de brigas...porque eu não gosto mesmo! (haja coração)

terça-feira, outubro 02, 2007

To be continued...

O susto foi grande, bem grande. Porque as pessoas falam, falam, mas nem sempre se entendem. Porque elas se comunicam, mas existem falhas de comunicação. E porque a gente tem de prestar atenção não apenas no que foi dito mas principalmente no não dito! E a gente precisa ter cuidado pra não se precipitar e tomar tudo ao pé da letra. Pra não se precipitar e tomar decisões imaturas. Porque a gente fala sem pensar quando está com raiva e depois se arrepende do estrago. Felizmente alguns estragos ainda têm conserto...e passado o susto, a gente segue em frente mais forte. Sim, o coração ficou apertado mas desta vez as lágrimas não vieram. Porque no fundo ambos sabiam que ainda não era a hora de ir embora - porque ambos sabem que ainda há muito a viver e a aprender um com o outro. E enquanto estes dois corações continuarem batendo forte, ainda há muita estrada pela frente.

No mais, é como diz o poeta: que seja infinito enquanto dure.

quinta-feira, setembro 27, 2007

My dear Blythe




Como volta e meia alguém vem me falar das adoráveis bonequinhas que povoam as páginas deste blog - e porque ontem mesmo estava conversando com a Anna sobre marcadores - decidi unir o útil ao agradável e criar um marcador só para as minhas Blythes. Diga-se de passagem, minhas no sentido figurado da palavra porque tem gente que realmente acredita que eu tenha dinheiro suficiente pra comprar estas bonecas de verdade!!! Quem dera...

Agora quem gosta das bonequinhas, é só clicar no marcador e se deliciar com as fotos postadas ao longo do ano (e cá entre nós, elas são mesmo irresistíveis).

Conselho de amigo

Hoje vou seguir o conselho de um amigo blogueiro (mas acima de tudo amigo né, Antônio?) e escrever de qualquer jeito, porque se for ficar esperando a inspiração vir, desconfio que nunca mais escrevo por aqui (e vocês vão ter de esperar sentados).

Não é que faltem novidades, falta é disposição mesmo, juro por Deus! Nos últimos tempos faltam palavras, mas sobram emoções - sim, o coração continua batendo forte, obrigada. Ando vivendo muito e sentindo mais ainda (porque é assim que a vida deve ser). E o blog meio que ficou para segundo plano, pelo menos até a vida voltar ao normal. Se bem que por mim nem precisa mais voltar ao normal não - é que já estou me acostumando com esta loucura boa.

Mas hoje o que eu queria dizer é isso: há luz no fim do túnel...A gente vive, a gente aprende, a gente sobrevive. E se comparar minha vida hoje com a vida que eu levava há 1 ou 2 anos atrás, hoje sobram motivos para ser grata (e o motivo mais óbvio vocês podem adivinhar).

Gratidão for não ter desistido da batalha e por estar viva, vivendo um dia de cada vez. Gratidão porque a dor me tornou mais sábia, mais forte e mais determinada a lutar pela minha felicidade. Gratidão porque finalmente aprendi o que quero e o que não quero desta vida (e acreditem: não é pouca gente que se debate com essas questões por anos e anos). Redefini prioridades, aprendi a definir meus limites, aprendi que respeito próprio é bom e que amor-próprio é fundamental. Aprendi que temos de abrir mão do velho pra deixar o novo entrar na nossa vida. Aprendi que na vida tudo são ciclos. E que a gente precisa seguir em frente apesar do medo.

Uma das coisas pela qual sou grata atualmente é ver meu filho bem adaptado à nova escola (em breve escreverei um post à parte sobre isso, pra quem acompanhou o drama dos últimos meses). É um alívio constatar que no final das contas, tomamos a melhor decisão. E é muito bom perceber a diferença em cada pequeno detalhe, ver uma criança desabrochando a cada dia e se transformando em gente. Porque quem tem criança em casa sabe muito bem como é isso...a gente se distrai um pouco, o tempo passa e um belo dia a gente descobre que eles viraram gente!!! Meu filho já completa 8 anos ano que vem e volta e meia me surpreende com suas tiradas.

Mas por hoje é só...vou ali e já volto!

segunda-feira, setembro 17, 2007

Cultura pop japonesa

Este fim-de-semana finalmente fui com F. assistir à exposição do artista japonês Yoshitomo Nara (1959) em Haia. Um artista super contemporâneo, influenciado pela subcultura dos comic books (em especial a escola japonesa manga) e pelo punk rock. Ilustrações aparentemente inocentes de crianças e bichinhos em tons pastel escondem a perversão e a violência subjacentes às imagens (e, em última instância, à cultura japonesa). Porque o mundo de Nara não é brincadeira de bonecas, basta observar de perto a fisionomia dessas bonequinhas...isso sem falar nas facas e armas que algumas dessas inocentes figuras carregam. Raiva, ódio, melancolia, medo e outras emoções menos nobres são presença recorrente na obra deste japonês. É ver para crer.

A organização do espaço da exposição também é um detalhe interessante, com casinhas de madeira compondo uma instalação que permite ao público interagir com as obras expostas de forma original. É que você acaba sendo obrigado a ver a mesma obra sob diferentes ângulos à medida em que avança na exposição! Ou seja, aquele detalhe que de perto você não percebeu, mais adiante você vira, olha de novo e lá está ele. Simples e genial. Porque na vida como na arte, no final das contas é tudo uma questão de ângulo (e claro, interpretação).

Depois da visita ao museu ainda aproveitamos a inspiração japonesa pra comer sushi...Muito sushi!

quarta-feira, setembro 12, 2007

Parabéns, blogueiros (Ivan Lessa)

Não fui eu quem disse. Deu no jornal. Num artigo de Scott Rosenberg. Saiu no The Guardian. Scott é co-fundador do prestigiadíssimo sítio Salon, autor do livro Sonhando em Código e blogueia em wordyard.com.


O autor e blogueiro começa seu artigo dizendo que, neste impagável ano da graça de 2007, o ato de bloguear está completando 10 anos de vida.


Em seguida, põe o fato em dúvida: argumenta que é o que dizem. Que o apagar de velinhas merece ser posto em dúvida. Portanto, logo de início, o jornalista, autor, sitiante e blogueiro põe na mesa as credenciais.


Faz o que toda gente dessa estirpe deve fazer: levantar dúvidas. Como bom blogueiro. Dúvidas quanto ao aniversário. Verdade que a cara dele foi livrada pelo próprio, uma vez que optou pela solução Gutemberg.


Fosse no blogue dele, lá estariam os habituais 81 comentários: xingando, duvidando, dando dados, subtraindo informações. O de sempre, enfim.


Tudo bem. Bloguear é sobre os amadores passarem a bola por entre as pernas dos profissionais e deixá-los caídos de bunda no meio do campo.


Parafraseio um trecho de Rosenberg, que insiste no fato de não haver uma data precisa para a comemoração. O Wall Street Journal, que não é bem uma publicação de se jogar fora, afirmou em artigo recente que o “primeiro blogueiro” (atenção para as aspas) foi um cavalheiro por nome Jorn Barger, com um – para dar o nome de batismo completo – weblog intitulado Robot Wisdom, ou seja, sabedoria robô.


Besteira do Journal: choveram reclamações, blogueou-se adoidado por este mundo afora, todos blogueadores gozando e reafirmando o fato de que não tem jeito mesmo, jornal e jornalismo nunca irão publicar as coisas direitinhas como eles são, foram ou deixaram de ser.


Mais um confronto entre papel e eletrônica. Esta última, ao que parece, ganhando de lavagem, ao menos em números.


Certos fatos (ou factos)

Em primeiro lugar, toda a graça dos blogues é que não há fatos. Há suposições, há versões, há interpretações. O mundo é muito pessoal e só pessoalmente há como entendê-lo e interpretá-lo.


Mais: o mundo começa em casa, diante do computador e o longo e, por vezes, doloroso processo de pesquisar as coisas que vai se bloguear.


Ainda mais: o blogue é, em sua essência, um ato de generosidade. Não se está ganhando dinheiro quando se denuncia o verdureiro da esquina cobrando mais caro pelo jiló ou se critica a política externa do Irã ou dos Estados Unidos.


Ou ainda se posta (post?) um clipe da Ava Gardner ou do Errol Garner tocando Laura no piano. É a pura vontade de se botar para fora, em ordem e pensado, o que se passou e passa pela cabeça do indivíduo. E o que a ele dá prazer ou alegria.


Eu, cá entre nós, sou chegado aos blogues que lidam com as coisas que me falam mais de perto aos meus interesses: música popular de qualidade, cinema, passadismos.


Política me deixa gelado. Meu negócio é papo. Não entra na fila dos comentários por pura timidez. Embora já tenha entrado, dados meus pontapés e dito minhas besteiras.


Sem livro, please

Os blogues já foram reunidos e publicados em livro. Em muitas línguas. Principalmente em inglês, que é a língua da Net. Até agora. Já teve livro inclusive em nosso português.


Antes, claro, da reforma ortográfica que vem aí. No que aproveito para dar – não usarei o termo “pauta” – uma deixa: blogueiem com fúria essa reforma. Com fervor: por favor.


Mas eu dizia que blogue em livro não funciona. Mesmo. Vira velho de terno e gravata de pé em frente à praia com a mão direita no bolso urubuservando as mocinhas que passam. Há uma certa obscenidade no blogue em formato de livro.


Blogue, essa a verdade, é o maior buteco do mundo. Buteco, sim, senhor. Com U. O que só se pode discutir em blogue. Outro que também merece uma lenha: é blog ou blogue? É site ou sítio? Eu prefiro sítio. Porque me lembra o Picapau Amarelo. Eu prefiro blogue. Talvez porque tenha uma pinta assim de blague.


Senta aí, companheiro. Puxe uma cadeira. Vai querer o quê? Uma cerveja estupidamente gelada? No problemo, como dizem os Bart Simpson da vida. Diga lá. Vamos.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Ploft pluft !

Mais um fim-de-semana perfeito pra recarregar as baterias...Teve paella de frutos do mar no nosso restaurante espanhol favorito. Teve Kill Bill 1, Kill Bill 2, Shrek 3 e Sideways, porque com dois cinéfilos não podia mesmo ser diferente. Teve Feira Paranormal (nem queiram saber o que é isso) e pra fechar o fim-de-semana com chave de ouro, ainda ganhei meu primeiro iPod (nano), que foi logo carregado com algumas das minhas músicas favoritas!

E sim meus caros amigos, os fantasmas se evanesceram no ar, um por um...ploft pluft! E eu decidi parar de fazer drama e aceitar esta felicidade que se instalou de repente na minha vida quando eu menos esperava (é que estou reaprendendo a ser feliz). E digo mais: pelo andar da carruagem, desconfio que não cabe mais drama na vida desta humilde blogueira.





PS. Schat, bedankt voor alles.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Tô cansada...

Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Do sentido da vida...

Ando de cabeça cheia e sem vontade nenhuma de escrever. Enquanto isso, fico aqui conversando com meus botões e tratando de fazer sentido da vida. Esta mente inquieta que não me deixa sossegar por muito tempo, que me leva por caminhos tortuosos para, na melhor das hipóteses, me trazer de volta renovada. Minha cabeça e suas revoluções por minuto. E não esquecer que é um dia de cada vez, porque não há outra maneira de viver.

Mas aviso aos navegantes que os dias têm sido bons (no news is good news), emoções plenas, alguns sustos menores ao longo do percurso porque a vida tem o hábito de nos surpreender. E quando não é ela que nos prega peças, somos nós que nos surpreendemos a nós mesmos. O ser humano é um enigma...Uma corrente de pensamentos vagos e emoções à flor da pele. Nessas horas respiro fundo e tento seguir em frente de cabeça erguida e sem medo (ou apesar dele, o que é ainda melhor). Porque convenhamos: a vida não é para os covardes e sim para aqueles que têm coragem de viver. E sim, viver é correr riscos.

No mais, a vida flui. E hoje eu só tenho uma certeza: tudo é exatamente como deveria ser.
Esta espécie de loucura (Fernando Pessoa)


Esta espécie de loucura

Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há.

sábado, setembro 01, 2007

Sites indispensáveis

Estava eu outro dia lendo este artigo na Time e decidi colocar aqui um post de utilidade pública. Segue a minha listinha de sites indispensáveis os quais não poderia viver sem e que certamente consultaria em uma ilha deserta se tivesse comigo um laptop (porque ilha deserta sem laptop deve ser uma tristeza, viu...). Já aviso que muitos deles já está no listão da Time, não tem jeito.

1. Internet Movie Database
2. Guardian Unlimited Books
3. Guardian Unlimited Films
4. National Geographic Channel
5. Lonely Planet
6. Wikipedia
7. Flickr
8. TV links (cortesia da Anna)
9. BBC Science and Nature
10. BBC Learning
11. BBC Relationships
12. Ask Men (last but not least, hehehe)



quarta-feira, agosto 29, 2007

Meninas Super Poderosas

Hoje me encontrei com Anna e Arnild pra bater papo e colocar os assuntos em dia (e assunto nunca falta quando nos encontramos). Encontrar com estas meninas antenadas, (muito) viajadas e super bem-informadas é sempre um enorme prazer, um exercício mental (brain gym), sintonia total e garantia de um papo irreverente e inteligente. O tipo de interação que acrescenta algo à vida da gente - e vou confessar que ando cada dia mais seletiva no quesito amizade. Com o passar dos anos, simplesmente decidi que não tenho mais tempo a perder com pessoas que não tenham nada de bom a acrescentar à minha vida. E ponto final.

Duas mulheres com vidas e personalidades diferentes pelas quais tenho enorme admiração, cada uma à sua maneira! Deixo aqui então esta declaração de amizade (piegas mas sincera como aquela que vos escreve). É uma honra ter vocês pra compartilhar minhas aventuras e desventuras por esta vida afora!

PS. Anna, desculpa ter roubado escancaradamente a foto do seu flickr, rsrsrsrs. Cara-de-pau, eu?

terça-feira, agosto 28, 2007

Fim-de-semana

O fim-de-semana passado começou sexta à noite com tapas e cerveja espanhola num dos Tapasbar mais gostosos da cidade, Y Mucho Más. No dia seguinte, teve caminhada na praia (porque o tempo permitiu, temperatura agradável de 23 graus), comida chinesa e sessão de cinema em casa: 1408, thriller recém-lançado nos cinemas daqui mas F. é apressado e já fez o download (ele é cinéfilo como eu, claro). Domingo ainda assistimos a um Woody Alleen dos antigos (Sleeper) em casa, fomos jantar fora e acabamos emendando numa sessão de cinema: Ratatouille. O filme é o mais fofo que assisti nos últimos tempos, saí do cinema com vontade de levar um ratinho daqueles pra casa...ou melhor ainda, de ir pra Paris agora mesmo!

E claro, teve ainda aquelas coisinhas impublicáveis que todo casal enamorado gosta de fazer nos fins-de-semana quando estão juntos (ainda mais quando estão juntos somente nos fins-de-semana, pois moramos em cidades diferentes). E eu só vou dizer que estou curtindo muito esta fase apaixonada, mas quase tinha me esquecido que relacionamento é um processo contínuo, que requer esforços de ambas as partes para dar certo. Que relacionamento requer respeito pelas diferenças (ainda mais em relacionamentos interculturais, como é o caso), aceitação do outro, amor-próprio e muito, muito diálogo. E acima de tudo, muito amor. No meu caso, o que tem atrapalhado é o medo...até natural depois de um casamento fracassado e um processo de divórcio dolorido (foram anos pra sair do buraco). Medo da entrega, medo da intimidade e, acima de tudo, medo de sofrer...Porque eu acho que já sofri o bastante, viu? Medo de quebrar a cara mais uma vez, medo de não ser boa o bastante...Medo de me expôr demais, medo de me auto-sabotar, medo do próprio medo.

Felizmente tenho conseguido curtir ao máximo estes momentos, apesar do medo. O importante agora é curtir o presente (porque o passado já passou mesmo e o futuro ninguém sabe, né?). No mais, tudo a seu tempo...

domingo, agosto 19, 2007

Viajando pelo UK



As férias de verão finalmente chegaram ao fim e Liam acaba de retornar hoje de 3 semanas viajando de trem com o pai pelo Reino Unido! O menino mal tem 7 anos e já conheceu grande parte da Inglaterra, com passagem pela Escócia (onde, para minha surpresa, escalaram a famosa montanha Ben Nevis!) e País de Gales, onde acamparam em uma das principais reservas naturais do UK, o Snowdonia National Park.

A viagem começou em Canterbury, de onde seguiram para Londres (com visitas obrigatórias ao London Zoo e ao Natural History Museum). Foi ainda em Londres que Liam realizou o sonho de todo menino que se preze de andar num double-decker (sim, aqueles ônibus vermelhos que são a marca registrada da capital inglesa). Depois seguiram rumo ao norte para visitar a avó paterna em Yorkshire e aproveitaram para ir até a região costeira, Robin Hood´s Bay e Whitby (conheço ambas e recomendo). Dali seguiram para Kendal, um dos portais de entrada de Lake District - onde aliás acampamos quando Liam tinha 3 anos e um dos lugares mais lindos que conheci aqui na Europa (e juro que não estou exagerando).

Foi uma viagem de aventuras e acima de tudo, muitas caminhadas! E eu que sou preguiçosa fiquei cansada só de ouvir eles contarem suas estórias...Caminhadas de 7 a 8 horas por dia, sem falar na escalada de Ben Nevis, ainda por cima debaixo de chuva! Só mesmo sendo inglês pra encarar uma dessas, com esta meu filho provou de uma vez por todas que tem mesmo sangue britânico! Oh My God...rsrsrs

E eu estou orgulhosa do meu menino e feliz por ele ter voltado inteiro de mais uma aventura! E a aventura continua amanhã, com o primeiro dia de aula na nova escola. Quem disse que vida de criança é fácil?

Graffiti art





Dedicated to F.

terça-feira, agosto 14, 2007

Atenção chocólatras !!!

Surfando pela net, encontrei um site interessante para os chocólatras entre nós. Embora deva confessar que tenho até conseguido eliminar o chocolate da minha dieta nos últimos tempos...é que felizmente tem outras coisas na vida que nos dão a mesma sensação de euforia e tranquilidade que uma (over)dose de chocolate, é tudo uma questão de substituição - se é que vocês entendem do que estou falando, hehehe.

Mas uma boa barra de chocolate vez ou outra (ainda mais se for belga) não faz mal a ninguém...Muito pelo contrário, pesquisas comprovaram que o chocolate meio-amargo (puro) em doses pequenas faz bem ao coração!

Confiram só este blog de dar água na boca:
http://www.chocablog.com

domingo, agosto 12, 2007

Sessão de cinema: Paris Je T´aime

Thomas Listen. Listen. There are times when life calls out for a change. A transition. Like the seasons. Our spring was wonderful, but summer is over now and we missed out on autumn. And now all of a sudden, it's cold, so cold that everything is freezing over. Our love fell asleep, and the snow took it by surprise. But if you fall asleep in the snow, you don't feel death coming. Take care...(do segmento Faubourg Saint-Denis)

Este fim-de-semana assisti com F. um filme que já estava querendo assistir há tempos. Ele já tinha feito download do filme para assistirmos em casa mas para minha sorte - porque eu amo cinema e nada supera a experiência de assistir um belo filme em uma sala escura - o filme voltou ao cartaz na cidade dele (e nos últimos tempos também um pouco minha cidade).

Mas antes que eu comece a divagar, vamos ao que interessa. Paris Je T´aime é um fascinante caleidoscópio de imagens composto de diferentes estórias em diferentes arrondissements de uma das minhas cidades favoritas. Uma ode cinematográfica à cidade-luz dirigida por nada menos que 18 diretores, entre eles alguns dos melhores diretores da atualidade - como Olivier Assayas, os irmãos Coen, Alfonso Cuarón, Isabel Coixet, Tom Tykwer, Gus Van Sant e até mesmo Walter Salles, só para citar alguns.

Como era de se esperar, alguns segmentos dominam a paisagem, deixando inevitavelmente uma marca mais forte. Outros são menos bem-sucedidos (incluiria aqui a segmento de Gus Van Sant, que já fez coisa bem melhor) mas mesmo assim contribuem na elaboração do quadro final. Entre meus favoritos, não poderia deixar de incluir os segmentos Quais de Seine (que mostra o encontro casual entre uma moça muçulmana e um rapaz francês com uma delicadeza impressionante) e Faubourg Saint-Denis (com o casal apaixonado Thomas e Francine). O fragmento Tuilleries (dos insuperáveis irmãos Cohen) é, sem dúvida, um dos momentos mais hilários do filme. Já Loin du 16ème (de Walter Salles) consegue sintetizar em imagens e com o mínimo de palavras um pouco da vida dos imigrantes em Paris, esta população invisível (mas nem tanto assim) que tenta (sobre)viver da melhor forma possível nos subúrbios da cidade (aliás uma realidade em qualquer capital européia nos dias de hoje). Ainda falando de imigrantes, a estória do rapaz africano em Place de Fêtes é algo de singelo e comovente...O episódio Père-Lachaise mostra um casal em plena lua-de-mel que é confrontado com suas diferenças e recebe uma ajudinha de nada menos do que Oscar Wilde (isso mesmo!). Já o segmento Tour Eiffel homenageia a Paris dos artistas e dos mímicos em uma rápida sucessão de imagens policromáticas e poéticas.

Fica a dica pra quem (como eu) ama Paris ou sonha em conhecer a charmosa capital francesa!


sexta-feira, agosto 10, 2007

O dilema

Ando num dilema de uns tempos pra cá...Tenho pensado seriamente em pegar mais leve neste blog, deixar um pouco as indagações, desabafos e confissões pessoais de lado e falar um pouco mais do cotidiano - algo como um diário de cinema em vez de um diário confessional. Estava com uma amiga ontem (também blogueira e das boas) e comentamos exatamente sobre isso. E lá fui eu pra casa carregando (mais) um dilema dentro do peito: como encontrar o meio-termo, como polir as arestas sem deixar de ser eu mesma? Tenho a plena consciência de que se eu fizesse isso, deixaria de ser quem eu sou (esta que vos escreve) para ser outra pessoa, uma réplica revisada e com as arestas aparadas de mim mesma. Ou seja, não seria mais eu e sim uma versão publicável (com as necessárias correções) de mim mesma.

Porque de uma coisa vocês podem estar certos: eu sou exatamente isso aqui, sem tirar nem pôr. E sim, estou ciente de que às vezes me exponho demais mas que se dane...Porque a verdade nua e crua é que eu odeio qualquer tipo de censura - já basta a auto-censura, muito obrigada! Não, eu não aceito ser tolida nem me encaixar em moldes que não me dizem nada (e foi por essas e outras que saí do orkut, diga-se de passagem). Lamento informar mas sempre fui assim...

O problema (lá venho eu complicando as coisas) é que blog é um espaço público. Então inevitavelmente tem aqueles dias em que leio e releio alguns posts e penso: será que falei demais? Porque falar de menos nunca foi meu problema...sempre morri pelo excesso e quem me conhece sabe muito bem disso.

Mas sabem de uma coisa? Por enquanto vou é continuar sendo eu mesma - até porque, só sei ser isso aqui mesmo! E não se fala mais nisso.

quinta-feira, agosto 09, 2007

1 ano de blog!

E meu blog completa hoje seu primeiro aniversário! Um ano de muitas divagações, desabafos, especulações e acima de tudo, um ano de escrivinhações (porque convenhamos, eu gosto de escrever, né?). E também de muitas Blythes, uma das minhas paixões nos últimos tempos e uma espécie de marca registrada deste meu espaço virtual (se é que alguém ainda não percebeu isso).

Verdade seja dita, minha produtividade já não é mais a mesma dos primeiros tempos de blog mas é que a vida lá fora anda gritando mais forte - o que é sempre uma boa notícia, meus caros amigos! E coincidência ou não, não só a minha produtividade como a de vários amigos blogueiros tem andado em baixa nos últimos tempos. Desconfio até de uma certa epidemia de writer´s block! rsrsrs...

Importante mesmo é saber que tenho este cantinho pra conversar com meus amigos, trocar idéias e contar um pouco sobre a minha vida deste lado de cá do Atlântico...Dias de chuva, sol, tempestade, trovoadas...Alegrias e tristezas, perdas e ganhos, boas surpresas e outras melhores ainda (é só ler os posts mais recentes). Em suma: pequenas e grandes mudanças na vida de um ser em constante evolução.

Poema para o dia de hoje

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Fernando Pessoa (Odes de Ricardo Reis)

terça-feira, agosto 07, 2007

Introducing Anouk

A cantora holandesa é pouco conhecida no Brasil, há pouco tempo coloquei um clipe de uma música dela aqui no blog (confira neste post)...Então pra quem gostou, seguem mais dois clipes que eu gosto muito, e que foram hits aqui na Holanda alguns anos atrás: Nobody´s Wife e Michel.



quarta-feira, agosto 01, 2007

You are my hero


Fazer o quê com esta paixão que me tira a concentração e nem me deixa trabalhar direito...esta paixão que faz com que eu me sinta adolescente de novo, que me faz acreditar que a vida ainda vale a pena ser vivida. Que me faz acordar e ter vontade de levantar da cama e encarar mais um dia de peito e coração abertos. Fazer o quê com esta paixão que veio chegando de fininho e invadiu minha vida assim de repente, da noite pro dia...

Mas nem tudo é tão simples e o ser humano adora complicar as coisas quando tem uma chance. Eu mesma tenho este mau hábito mas estou aprendendo a me controlar porque decidi que não vou me permitir sabotar esta relação - seria burrice ao extremo, que isso fique bem claro. No mais, ter consciência de nossos medos, fraquezas e das inevitáveis armadilhas no caminho já é um bom começo. O resto fica por conta da comunicação do casal. E neste ponto não tenho do que reclamar até agora, muito pelo contrário.

Verdade é que esta (súbita) paixão mexeu com algumas emoções do passado que eu já tinha até esquecido que existiam...e não é nada fácil lidar com tanta emoção em um espaço tão curto de tempo. Principalmente quando a gente já tinha decidido aposentar o coração!

Minha sorte é que F. é alguém pra lá de especial, que procura entender as dores do meu passado e tem muita paciência com este coração desacostumado a amar. Pois então, meus caros amigos: encontrei meu herói...

terça-feira, julho 31, 2007

Dossier Bergman


Ainda estou aqui tentando digerir a notícia...então não dá mesmo pra deixar passar em branco! Até porque, a morte de Bergman é, sem sombra de dúvida, o assunto da semana no mundo do cinema e da arte em geral.

Então deixo aqui um link interessante para os saudosos do grande mestre sueco, e para os curiosos em geral: Dossier Ingmar Bergman (Guardian Unlimited).

segunda-feira, julho 30, 2007

Fim de uma era

Acabo de saber do falecimento do meu diretor de cinema favorito e, sem sombra de dúvida, um dos maiores ícones do cinema mundial: Ingmar Bergman. Um diretor que inspirou e continua inspirando gerações de cineastas pelo mundo afora. Luto oficial: a Sétima Arte acaba de perder um de seus maiores cineastas.

Bergman foi e continua sendo essencial na minha formação de cinema. Não que eu tenha pretensão a qualquer tipo de formação acadêmica...mas como cinéfila de carteirinha que já frequentou muitos festivais e cinematecas por esta vida afora, só posso dizer que ele foi e continua sendo uma das minhas principais fontes de referência e inspiração. E claro, a mais pura admiração. Até hoje me lembro do primeiro filme do diretor sueco que assisti aos 14 anos com minha mãe: Sonata de Outono. Saí do cinema sem palavras, garganta apertada e uma sensação inenarrável...completamente assoberbada com as imagens que acabara de ver na tela (porque dos diálogos eu nem preciso falar). A mesma sensação se repetiu ao assistir vários de seus filmes mais tarde. Entre os meus favoritos de todos os tempos poderia citar: Morangos Silvestres, O Sétimo Selo, Cenas de Um Casamento, Persona, Gritos e Sussuros, Face a Face, Da Vida de Marionetes e Fanny e Alexander.

Fim de uma Era, como tão bem descreve este artigo publicado hoje em um blog de cinema:

Bergmanolatry is sometimes an excuse for grumpy denunciations of the decline of arthouse cinema, and the decline of a media that supports it. But right now I'm straining to think of a European film-maker who really does believe in the urgency of moral questions the way Bergman did. It really is the end of an era.
Tecnologia do Blogger.

My Blueberry Nights, de novo

Assisti ao filme que havia comentado recentemente por aqui. E já vou avisando que, apesar de ser bom, ele não se compara aos filmes anteriores do mesmo diretor (principalmente se comparado às obras-de-arte que são os filmes In the Mood for Love e 2046, pequenas grandes pérolas do cinema mundial).

My Blueberry Nights é um road-movie filmado nos EUA e o primeiro filme de língua inglesa do diretor de Hong Kong. Apesar das imagens agradáveis e da ótima trilha sonora, o filme não chega a ter a classe, a sutileza e a sensualidade que tanto marcam o estilo do autor. Talvez pelo fato de ter sido filmado nos EUA e do diretor ter tido de fazer algumas concessões artísticas para o público americano em particular (e para o público mainstream em geral).

Seja como for, o mestre dos amores não-consumados, do não-dito e da sucessão de imagens sutis que dizem mais do que muitas palavras se perde um pouco na tela e o resultado é um estilo diluído daquele considerado um dos melhores diretores asiáticos da atualidade. É que, diferente do que tão bem caracteriza seus filmes anteriores, entre o dito e o não-dito sobra pouco espaço para a imaginação do expectador. Está tudo ali na tela (com direito a voice-over e tudo o mais), o que faz com que boa parte do charme do diretor se perca. Ou isso ou eu é que estou ficando ranzinza de novo!

Enfim, o filme é bom - principalmente pra quem (ainda) não assistiu outros filmes do diretor. Sem dúvida acima da média se comparado a um filme do circuito comercial, mas um filme mediano para o circuito de arte. E os românticos de plantão ainda ganham um happy-end no bom e velho estilo de Holywood!

Sessão de cinema: Earth




Assisti domingo passado ao documentário Earth, produzido pela BBC com base na belíssima série Planet Earth. Como era de se esperar dessa consagrada equipe de fotógrafos, o documentário é excepcional e nos permite vislumbrar o planeta azul sob ângulos nunca antes vistos. O filme, cuja mensagem principal é a responsabilidade de cada um de nós em ajudar a salvar o planeta antes que seja tarde demais, lida com temas já discutidos no documentário An Inconvenient Truth de Al Gore (entre eles o superaquecimento do planeta e as drásticas consequências das mudanças climáticas que vem ocorrendo nas últimas décadas).

Mas enquanto Al Gore usa fatos e estatísticas para ilustrar a urgência de sua mensagem (o que consegue fazer muito bem, diga-se de passagem), a equipe de Earth usa imagens dos quatro cantos da Terra para comunicar a mesma mensagem (o que também consegue fazer muito bem). Como resultado, uma obra magistral e comovente, onde somos confrontados com imagens de um urso polar nadando no mar porque o gelo vem derretendo cada vez mais na região ártica, colocando em risco sua sobrevivência. Ou uma família de elefantes que precisa migrar distâncias cada vez maiores através do deserto até chegar finalmente às fontes de água tão necessárias à sua sobrevivência porque a superfície do deserto também vem expandindo cada vez mais. Ou a baleia e seu filhote, que realizam uma das maiores migrações do planeta e cuja sobrevivência depende do plâncton, cada vez mais escasso devido às temperaturas cada vez mais elevadas da água do mar.

Só vou dizer que o filme é dedicado à próxima geração...acho que não preciso dizer mais nada, né?

O natal está chegando...

Tudo muda mas algumas coisas permanecem

Mais um ano que passa, mais um inverno que chega, mais um natal se aproximando e nós prestes a virarmos mais um ano cheio de boas intenções, sonhos e esperanças. Engraçado como a vida é cheia de paradoxos: tudo muda o tempo todo (e eu mudo todo dia) mas algumas coisas permanecem as mesmas. E quer a gente queira ou não, é natal - mais uma vez. Quer a gente queira ou não, as estações do ano vem e vão (certamente aqui na Europa), as crianças crescem, uns se apaixonam, outros se separam, uns nascem e outros morrem. Porque apesar de tantas mudanças, algumas coisas na vida são pra lá de previsíveis (e convenhamos, é bom que seja assim).

Só sei que o natal pra mim sempre foi uma época de emoções mistas, como é para todos aqueles que vivem distantes de suas famílias ou que já perderam um ente querido. Na verdade, natal é assim desde os tempos que eu morava no Brasil porque sou filha única então lá em casa éramos três: eu, meu pai e minha mãe, que ficava deprimida todo final de ano pensando na família no sul do país (morávamos no Rio então eu já tinha uma sensação de exílio desde aquela época, muito antes de sair do país). Em toda a minha vida, me lembro somente de dois natais com a casa cheia de família. Um muito especial em Tramandaí quando eu tinha uns 8 anos, com toda a família gaúcha reunida. Um galpão decorado,uma mesa enorme, muita comida, muito barulho e acima de tudo, muitas risadas. E o outro no Rio, no amplo apartamento de uma tia e seus três filhos adolescentes, com meus pais, meu tio (irmão da minha mãe), minha tia (já falecida) e meus primos pequenos (hoje adultos). Ceia tradicional, talheres de prata, copos de cristal, árvore de natal impecável e presentes escolhidos com muito bom gosto para as crianças. Me lembro de ter ganho meu primeiro Shakespeare, uma edição de capa dura de Shakespeare em quadrinhos, porque minha tia era muito letrada (ela era tradutora e falava vários idiomas, então qualquer semelhança é mera coincidência, rsrsrs) e achou que estava mais do que na hora de me apresentar os clássicos.

No mais, quem não tem família logo aprende que os amigos são a família que a gente escolhe! E nos últimos anos, tenho passado o natal bem-acompanhada de amigos brasileiros aqui em Amsterdã. E confesso que este natal será ainda mais especial, porque estarei acompanhada de uma pessoa que fez uma revolução na minha vida este ano, que me fez rir e chorar e me fez sentir viva de novo...A Ceia de Natal do dia 25 será na casa do meu ex-marido, que fará uma ceia tradicional inglesa (pedi a uma amiga pra levar uma farofa, porque peru sem farofa não dá!!!). Meu ex, que anda muito civilizado nos últimos tempos, convidou F. pra ir comigo mas confesso que ainda estou me acostumando com esta nova fase da minha vida (não estou reclamando mas é que tudo mudou tão rápido que mal tive tempo de me acostumar). Ou seja, natal com ex-marido, filho e namorado....Os homens da minha vida, dizer mais o quê!

E já que estou falando de natal, aproveito para deixar aqui meus votos de muita PAZ, AMOR e SAÚDE pra todos meus amigos e companheiros do universo blogueiro. E que 2008 seja um ano muito positivo para todos nós!

Pintura de museu

Me inspirei em um post recente da Andrea e resolvi brincar de museu também. E como eu adoro fazer arte, aí está uma foto minha e do meu namorado, tirada por ele semanas atrás. Acho que agora matei a curiosidade dos amigos, né?!!

E quem achou que o namorado holandês era louro de olhos azuis se enganou redondamente, rsrsrs. F. é filho de imigrantes da Indonésia, seus pais moram há quase 60 anos na Holanda. Ele nasceu e cresceu aqui no país dos moinhos (nem nunca foi à Indonésia, quem sabe um dia eu convenço ele e vou junto). Mas não se iludam com a pele morena, ele é mais holandês do que muito holandês que eu conheço - o que é bom e ruim, claro! Aquela velha discussão de nature x nurture, que aliás eu percebo também no meu filho, nascido na Holanda de pais estrangeiros (mãe brasileira e pai inglês porque eu adoro complicar as coisas). Falando em louro, louros mesmo são meus ex-marido e filho (que é uma versão melhorada do pai, como todas as crianças costumam ser nesta idade, hehehe).

Coisas de Holanda...ou melhor dizendo, de Europa no séc. XXI. Lição de geografia pra quem não sabe: nas quatro maiores cidades holandesas (Amsterdã, Haia, Roterdã e Utrecht) mais da metade da população já é composta de imigrantes e filhos e netos de imigrantes (as chamadas segunda e terceira geração). A maioria dessa população é de origem muçulmana, o que é assunto pra outro post...Nada contra Alah e o islamismo em termos gerais - até porque, sou avessa a generalizações, basta lembrar do nazismo de Hitler e dos atuais partidos neonazis que volta e meia insistem em aparecer nos principais centros urbanos da Europa - mas a situação social aqui na Holanda está pra lá de complicada e eu ando com uma preguiça danada de escrever sobre isso. E sim, este assunto dá muito pano pra manga. Mas o meu querido Antônio escreveu um post excelente sobre a questão. Quem quiser ficar informado, é só ler o que ele escreveu aqui. (Antônio, desculpa roubar seu texto mas eu ando tão preguiçosa e você escreveu tão bem).

My Blueberry Nights

Hoje entrou em cartaz nos cinemas da cidade um filme que estou muito curiosa pra assistir (pra não dizer ansiosa mesmo): My Blueberry Nights. Trata-se do novo filme do cineasta Wung Kar Wai, diretor de filmes instigantes como Happy Together (1997), In The Mood for Love (2000) e 2046 (2004). Filmes de arte no sentido mais profundo da palavra (me desculpem se estou parecendo pedante), em que um dos temas recorrentes são o amor e suas facetas. Assisti 2046 há poucas semanas (peguei emprestado da Anna, que a essas alturas já virou minha guru né, gente?) e foi um dos filmes que mais me marcou este ano. Pra dizer o mínimo.

Em My Blueberry Nights, a protagonista do filme é a cantora Norah Jones. O filme narra a estória de Elizabeth, uma moça que larga o namorado e pega a estrada em uma viagem pelos EUA em busca do amor. No caminho ela se depara com vários personagens, cada um deles uma peça importante na construção mental deste quebra-cabeça. Os temas principais são o amor, a solidão, a busca de si mesmo - ou seja, tudo aquilo que ocupa a mente e o coração de nós humildes mortais.

Entre os atores principais estão ainda Jude Law (Alfie, Closer, The Talented Mr. Ripley, entre outros) e Natalie Portman (Closer, Paris Je T´aime, entre outros e os ainda não lançados The Other Boleyn Girl e The Darjeeling Limited que estou louca pra assistir). Vou assistir e depois volto pra contar o que achei! Fica então a dica pros cinéfilos de plantão.

The Secret History

Mudando radicalmente de assunto (antes que reclamem que isso aqui virou coluna de revista feminina - está comprovado, o amor emburrece mas eu prefiro ser burra e feliz!), estou lendo por indicação da Anna um livro que estava há meses na minha prateleira. Acho até que vou aproveitar os dias escuros do inverno pra tomar vergonha na cara e colocar a leitura em dia. Eu sempre gostei de ler, desde que me conheço por gente (ou desde que aprendi a ler, digamos assim). Mas tenho fases em que fico meses sem ler absolutamente nada...Então o que não falta aqui em casa é livro aguardando a hora de ser degustado.

Mas eu queria falar era do primeiro romance da autora Donna Tartt, The Secret History (1993), um début que não passou despercebido no mundo literário. O segundo romance dela, The Little Friend (2002), fez um sucesso modesto entre os críticos, sendo o primeiro considerado (quase) unânimamente sua melhor obra. Achei o livro ano passado no meu sebo favorito aqui na cidade e trouxe pra casa.

Ainda nem cheguei na metade mas aviso que é daqueles livros difíceis de largar. Me fez lembrar um pouco outro livro que li tempos atrás e também gostei muito na época: The Lake of Dead Languages (2003), da autora Carol Goodman. E já que raramente falo de livros por aqui (shame on me), vou aproveitar o embalo e deixar mais uma dica de leitura: The Last Life (1999), de Claire Messud. A autora é pouco conhecida mas escreve maravilhosamente bem...Vale a pena conferir!

Cedo demais

Então era cedo demais. É amor demais pra desistir tão cedo. Problemas sempre existirão nos relacionamentos humanos...eu acredito que, quando duas pessoas realmente se amam, elas devem seguir o coração e só depois usar a cabeça pra tentar resolver o que pode ser resolvido. Porque alguns problemas podem e devem ser resolvidos, outros a gente precisa aceitar e aprender a viver com eles. A vida não é perfeita, somos humanos.

E a gente pode chorar o quanto quiser, se escabelar, perder o sono, perder a fome...mas não adianta tentar fugir do destino. O destino a gente abraça. E no final das contas, o amor é isso. Coração batendo forte, de novo.

Acabou-se o que era doce

Fim de festa...Acabou-se o que era doce. A dor é grande mas a gente sempre sobrevive (eu mesma já sobrevivi antes portanto caros amigos, não se preocupem). A gente cai, levanta, tenta de novo. Cai, levanta, tenta de novo. Cai, levanta...e um dia decide desistir. Por tempo (in)determinado.

Acredito que a sabedoria esteja em saber avaliar o melhor momento de desistir (nem muito cedo, nem tarde demais). Saber se respeitar e ouvir o que realmente necessitamos em nossas vidas naquele dado momento. E às vezes tudo o que precisamos é de parar tudo e buscar as respostas dentro de nós mesmos. Não adianta esperar ajuda externa, nem esperar que os outros mudem ou que a gente mude porque os outros querem. Porque a verdade é que a gente só consegue mudar a si mesmo e olhe lá.

No fundo, bem no fundo, eu sabia que (ainda) não estava preparada para iniciar um relacionamento. Que (ainda) não estava preparada pra tanta emoção. E eu até avisei mas ele insistiu e eu quis acreditar que era possível. Quase seis meses de muita emoção, momentos de pura felicidade, momentos de dúvida e inquietação, a tristeza profunda depois de cada briga que mais uma vez não pudemos evitar- porque assim é o A-M-O-R. Hoje tudo que preciso é de espaço, preciso de paz e de cabeça fria, preciso cuidar de mim mesma. Preciso urgentemente fazer as pazes com aquelas partes de mim mesma que não gosto (the inner child), porque ignorá-las nunca deu nem nunca dará certo, acreditem. Preciso aprender de uma vez por todas que quando as coisas não dão certo, a culpa não é necessariamente minha nem de ninguém. Porque eu tenho o mau hábito de me dar a culpa por tudo (mas já estou mudando isso).

No final das contas, o mais duro é saber que só o A-M-O-R não basta. Que duas pessoas podem se amar muito e mesmo assim serem incapazes de fazer a outra feliz, por uma ou outra razão (relationships are hard work). Que quando duas pessoas têm idéias ou expectativas diferentes quanto a um relacionamento, não há amor que chegue pra atenuar as distâncias.

Quem nunca sofreu por amor que atire a primeira pedra...

Feliz aniversário 2x!

Amanhã é meu aniversário, e este ano tenho mais do que motivos para comemorar. Mas nem adianta que a idade eu não conto...só vou dizer que o melhor presente que eu poderia ter ganho eu já ganhei há quase 6 meses.

Então amanhã tenho um motivo pra lá de especial para comemorar mais esta primavera. Vou pra casa do F. e fico por lá até domingo. Vamos namorar muito, assistir muitos filmes e ouvir muita música. Vamos comemorar meu níver com um jantar a dois num dos meus restaurantes favoritos, o vietnamita Little V. E sábado tem mais comemoração porque aí é aniversário dele, sagitariano como eu (desconfio que é por isso que nos entendemos tão bem, apesar de termos temperamentos tão diferentes).

No mais, só posso dizer que ando feliz da vida. E curtindo muito o presente que a vida me deu este ano. E espero tê-lo perto de mim por muitos e muitos anos.

Beowulf, Atonement e sangria

Mais um fim-de-semana pra cinéfilo nenhum botar defeito! Sessão dupla de cinema no sábado: Beowulf (filme em 3D com roteiro de Neil Gaiman absolutamente imperdível, uma experiência e tanto na sala escura) e Atonement (baseado no romance de Ian McEwan, um de meus autores favoritos da atualidade). Domingo aproveitamos o dia de chuva pra ficarmos em casa e assistirmos mais 3 filmes: o holandês Alles is Liefde (o filme de Natal aqui na Holanda e comentado por toda parte mas que não achamos grande coisa...podem nos chamar de esnobes à vontade), o primeiro Lord of the Rings (curioso como Beowulf nos deu uma súbita vontade de rever a trilogia do Anel, sem querer desmerecer o primeiro, claro). E um clássico de science fiction existencial dos anos 70: Soylent Green (1973). F. adora ficção científica de boa qualidade (estou falando daqueles filmes que fazem a gente pensar e não apenas filmes com espadas de laser e efeitos especiais), a começar por Star Trek..Eu que nunca fã deste gênero de cinema (prefiro um bom drama, de preferência cinema europeu), acabei descobrindo muita coisa interessante com ele que normalmente não teria assistido.

Ah, e a sangria do título do post foi a que tomamos no Y Mucho Más, acompanhada de muitos tapas tradicionais (como os deliciosos calamares). Sim, o fim-de-semana foi muito bom, obrigada!

Retrato falado




A Andrea do Box de idéias (e como tem idéias esta menina) me passou um meme e como sou educada, vou responder...até porque, acho esse negócio bem divertido!

Uma hora: Pôr-do-sol
Um astro: Lua
Um móvel: Cama
Um líquido: Vinho rosé
Uma pedra preciosa: Ametista
Uma árvore: Coqueiro
Uma flor:Girassól
Uma cor: Lilás
Um animal: Gato
Uma música: Your Song (Elton John)
Um livro: qualquer um da Clarice Lispector
Uma Comida: Japonesa
Um lugar: Amsterdã
Um verbo: Sentir
Uma expressão: Nada como um dia após o outro
Um mês: Maio
Um número: 5
Um instrumento musical: Violino
Estação do ano: Primavera
Um filme: Eternal Sunshine of the Spotless Mind

E para manter a tradição, passo adiante para Antônio, Anna, Bebete, Tróia e La Belle! Agora é a vez de vocês.

Herman Hesse



Suffering only hurts because you fear it.
Suffering only hurts because you complain about it.
It pursues you only because you flee from it.
You must not flee,
You must not complain,
You must not fear.
You must love.

Because you know quite well,
deep within you, that there is
a single magic,
a single power,
a single salvation,
and a single happiness,
and that is called loving.

Well then, love your suffering.
Do not resist it,
do not flee from it.
Taste how sweet it is in its essence,
give yourself to it,
do not meet it with aversion.
It is only aversion that hurts,
nothing else.


PS. Photo from Fernando de Noronha, BRAZ. One of earth´s paradises that I am still going to visit someday in this life!!!

Fim de ano, mais uma vez

Novembro deu as caras, o inverno está quase chegando aqui na Holanda e só agora me dei conta como este ano passou rápido! 2007 tem sido um ano pra lá de especial, uma mudança de 180 graus na minha vida (sem exageros). O que só serve pra confirmar aquele velho ditado: A felicidade é como uma borboleta, quanto mais você a persegue, mais ela foge...mas se você a deixa quieta, ela vem e pousa delicadamente no seu ombro (ou algo assim porque não me lembro das palavras direito).

Engraçado como as melhores coisas da vida acontecem quando a gente menos espera, e muitas vezes quando a gente já havia desistido. Não adianta querer apressar as coisas, nem querer colocar a carroça na frente dos cavalos, o importante é deixar o rio fluir e aguentar firme as eventuais tempestades - nunca esquecendo que depois da tempestade vem a bonança (lamento o clichê mas é a pura verdade). O importante é saber que tudo na vida é uma questão de timing (e sincronicidade, por isso é preciso estar atento aos sinais). E que é preciso tempo para que as coisas amadureçam...um dia de cada vez.

Só sei dizer que 2007 tem sido um ano de fortes emoções, emoções que havia me esquecido que existiam - e a paixão sem dúvida é a maior delas. Foi o ano em que saí do casulo e voltei a viver intensamente (apesar do medo), um ano de (re)descobertas mas também um ano de dúvidas e inseguranças. Um ano em que me vi obrigada a confrontar os fantasmas e medos do passado. Um ano de altos e baixos mas acima de tudo de plenitude emocional, recheado de momentos mágicos já gravados devidamente na memória. E que venha 2008!

Livro infantil pra adulto nenhum botar defeito

Li ontem (ou melhor, devorei) Coraline, livro do Neil Gaiman que peguei emprestado da minha querida amiga Anna. É que tenho a sorte de morarmos na mesma cidade, então volta e meia pego algo emprestado da biblioteca dela! Coraline é um daqueles livros (supostamente) infantis que conquistam o público adulto, na tradição de Crônicas de Nárnia, Alice no País dos Espelhos, etc. Temas fantásticos tão presentes no mundo infantil onde a linha entre o sonho e a realidade é sempre tênue, onde polulam pesadelos daqueles que a gente acorda no meio da noite gritando e não consegue dormir de novo...em vez do coelho branco de Alice, um gato preto que fala, universos paralelos, um espelho mágico (pra não dizer macabro), um corredor escuro cheio de portas, criaturas com olhos de botão dignas de um filme de Tim Burton e por ai vai...

Diga-se de passagem, Neil Gaiman já havia me conquistado muitos anos atrás com a série em quadrinhos Sandman, que eu comprava religiosamente nas bancas de jornais quando foram publicados no Brasil. E olha que eu nunca fui aficcionada por quadrinhos mas o universo de Neil Gaiman é realmente um mundo à parte! Vale a pena conferir.

PS. Anna, separa o Neverwhere pra mim, tá?!!

Ainda há cura...

58%How Addicted to Blogging Are You?


Gothic Fair



Domingo passado foi como se eu tivesse entrado numa Máquina do Tempo (ao estilo daquele seriado cult da minha infância, quem se lembra do Dr. Smith?) e voltado uns 20 anos atrás...É que fui com F. numa feira gótica realizada duas vezes por ano perto de Haia (onde ele mora e onde eu moro nos fins-de-semana, pra quem ainda não percebeu). E há muito tempo que não via tanta gente de preto em um mesmo lugar! Era gótico pra todo lado, muita roupa preta, botas e coturnos, saias rendadas, corsetes justíssimos e meias-arrastão, cabelos bem transados (e aqui a regra de ouro é: quanto mais esquisito melhor). Em suma, muita gente bonita!

Na feira tinha de tudo pra todos os gostos, eram cerca de 500 barraquinhas vendendo desde roupas no estilo gótico, muita bijoux de prata, bolsas da Emily the Strange e Corpse Bride, até barracas vendendo CDs e DVDs de bandas goth metal etc, espadas e facas artesanais (o F. se empolgou e comprou uma espada japonesa autêntica e eu acho que daqui em diante vou me comportar muito bem, hehehe). Além de barracas vendendo coisas que não podem faltar em um ritual tradicional de bruxaria (leia-se Wicca) e uma barraca solitária onde se podia fazer uma consulta de tarô (eu como faço minhas próprias consultas em casa não entrei na fila, estou falando sério). Teve ainda show ao vivo de duas bandas no domingo, a segunda assistimos um pouco e gostei muito, uma mistura de sons da Idade Média com música tradicional irlandesa (celta), no estilo pagan folk. A banda alemã se chama Faun, têm vários álbuns lançados e vou pedir pro F. baixar umas músicas deles da net pra mim. Principalmente porque me fez lembrar uma de minhas bandas favoritas de todos os tempos, Dead Can Dance.

Com todo este clima, inevitavelmente me lembrei dos tempos em que eu era gótica, ou melhor dizendo dark (termo infeliz criado pela mídia no início dos anos 80, ai como a gente odiava aquele termo, hehehe). É que aquilo não era apenas uma questão de gosto musical mas acima de tudo, de estilo de vida...e eu levava tudo muito a sério, claro! Tempos em que passava os fins-de-semana inteiros no Crepúsculo de Cubatão (saudades daquela pista de dança e daquele bar escuro onde tomei muitos porres de kamikaze com minha amiga V.). Tempos em que eu só tinha roupas pretas no meu guarda-roupa, pintava meus cabelos de preto e em dias de profunda depressão (ou mau-humor) saía na noite de batom preto (porque batom preto de dia também é demais!!!). Tempos em que me trancava no quarto pra ouvir Bauhaus, Joy Division, Siouxsie e The Cure para desespero da minha mãe...Falando assim pode até parecer engraçado (e de certa forma é...essas fases da vida da gente), mas hoje posso afirmar que foi uma das épocas mais marcantes da minha vida. Basta dizer que dois dos meus melhores amigos, que conheço há mais de 20 anos, conheci naquela época!

Dedicated to You (2)



Because I hate seeing you sad.
(I hope you feel better now)



Hope you don´t mind
I hope you don´t mind

that I put down in words
how wonderful life is
now you´re in the world
(Your Song)

Os ratinhos de novo!


Com a vida dupla que venho levando nos últimos tempos (isso que dá ser mãe dia de semana e namorada no fim-de-semana), me vi obrigada a assistir o mesmo filme duas vezes. É que semanas atrás, como comentei por aqui, assisti Ratatouille com o F. e meu filho ficou chateado porque não fui assistir com ele. Então pra evitar uma crise aguda de ciúme, prometi assistir o filme de novo. Tem horas que é preciso rebolar muito para agradar a gregos e troianos (leia-se: filho, ex-marido e namorado). Por sorte sou fã de carteirinha dos filmes da Pixar, então não chegou a ser um sacrifício rever Ratatouille, muito pelo contrário.

Aproveitei a semana de férias escolares - aqui tem férias o ano todo, nem queiram saber - e fui pro cinema com o Liam hoje. Desta vez assisti não a versão original mas a versão dublada, numa sala cheia de crianças!!! E confesso que, apesar de purista (pra não dizer ranzinza mesmo), a essas alturas do campeonato já me acostumei a assistir filmes dublados (em holandês) e até que as vozes não são tão ruins assim. Podia ser pior, muito pior.

E verdade seja dita, sou fã de filmes infantis...tanto que não vejo a hora de assistir Meet the Robinsons! Já combinei com F. de irmos com Liam daqui a 2 semanas quando tomei coragem e decidi levar meu filho a tiracolo pra dormir uma noite na casa do namorado..Eles já se conheceram mas meu filho ainda não foi na casa dele.

E hoje vi o trailer de um filme que fiquei com vontade de assistir (porque eu também fui criança um dia). Mister Magorius´s Wonder Emporium é um daqueles típicos filmes lançados na temporada de natal (como The Polar Express, que vi ano retrasado com Liam no cinema) e me fez lembrar dois filmes que gostei muito: A Fantástica Fábrica de Chocolate (me refiro à versão clássica da minha infância, que me desculpem os fãs do Tim Burton) e Toys. E já que estou falando de filmes infantis, fim-de-semana passado aproveitei que fiquei de cama e assisti Bridge to Terabithia na casa do F. O filme é legal(zinho), embora o enredo seja bem diferente do que eu tinha imaginado.

Mas agora chega de filmes, né? Acho que me empolguei.

Há males que vem para o bem

Pela quantidade de comentários, estou começando a desconfiar que o post anterior incomodou mais do que eu imaginava ou gostaria. Mas juro que é apenas minha opinião, não tenho culpa se sempre acabo criando polêmicas por onde vou. E quem me conhece sabe que tenho o mau hábito de falar (neste caso, escrever) exatamente o que penso. No mais, quem sou eu pra saber o que é melhor pros outros...Como diz um ditado holandês: een vrouw is de andere niet.

Mudando radicalmente de assunto - porque vim aqui pra falar de outra coisa e vou falar logo antes que me arrependa e decida ficar calada para sempre - sábado tive um acidente que me fez tomar uma decisão que vinha adiando há tempos (leia-se: anos). Torci o pé (o que já tinha acontecido várias vezes antes, desde meus tempos de Brasil) e literalmente caí de uma escada, mas desta vez a dor foi tão grande, mas tão grande, que desmaiei...Fiquei mais de meia hora inconsciente e o gerente do bar, sem saber o que fazer, acabou chamando uma ambulância...eles vieram, foi um estardalhaço (não, eu não estava bêbada apesar de estarmos saindo de um bar e essa ter sido sem dúvida a primeira impressão dos passantes, pra minha humilhação e do meu namorado), mediram minha pressão, açúcar no sangue, enfaixaram meu pé e quando viram que era mesmo um entorse, me mandaram pra casa e recomendaram descanso total nos próximos 3 ou 4 dias. Passei o domingo na cama do namorado (infelizmente não foi tão divertido quanto a frase parece sugerir então fica para a próxima, hehehe...) e voltei segunda pra casa.

Hoje de manhã fui à minha médica pra ela avaliar o estrago com a intenção de dizer a ela que esta foi a gota d´água pra mim. A verdade é que estou (no mínimo) uns 30kg acima do meu peso e isso não ajudou em nada na hora da queda, muito pelo contrário...Resumindo, decidi que agora é hora de tomar uma atitude na vida e tentar perder algum peso! Não vai ser fácil...pra início de conversa porque ela se recusou a me dar um moderador de apetite (e está certíssima), e em vez disso me encomendou uns exames de sangue e vai me encaminhar pra uma dietista.

E já que nessas horas o melhor é rir do que chorar, eu estava aqui pensando e não pude deixar de vislumbrar uma certa dose de ironia nesta história toda. É que as pessoas costumam querer emagrecer pra arrumar namorado e eu fui arrumar namorado pra querer emagrecer, rsrsrsrs. E cá entre nós, minha grande sorte é que o amor é (realmente) cego e ele gosta de mim assim mesmo. E digo mais, hoje somos mais apaixonados do que há 13 anos atrás quando eu era magra! F. já disse que está disposto a me dar todo o apoio porque quer me ver saudável, sem complicações de saúde daqui a uns tempos e acima de tudo, feliz comigo mesma.

Então agora é momento de decisão (há males que vem para o bem) até porque, hoje não tenho mais desculpas pra continuar carregando este excesso de peso por toda parte! Engordei muito na época em que estive deprimida quando comer, mais do que uma fuga, era uma espécie de consolo (acontece nas melhores famílias, não se iludam). Mas hoje quero aproveitar que estou feliz e que a vida está entrando nos eixos (e está mesmo) pra mudar meus hábitos alimentares de uma vez por todas e curtir a vida ainda mais.

Agora ou vai ou racha. Torçam por mim!

O melhor de dois mundos

As casadas que me desculpem...mas casamento pra mim já era (sem falar que papel assinado nunca foi garantia de nada nesta vida, sorry girls). É que depois de ter sido casada 10 anos, ter me divorciado e ter encontrado um novo amor sem sequer estar procurando (e vocês que lêem isso aqui já sabem a estória de cor), cheguei à conclusão de que para mim o melhor tipo de relação é mesmo a LAT (Living Apart Together). Diga-se de passagem, um tipo de relação que vem deixando de ser a exceção para se tornar cada vez mais a regra aqui na Holanda e nos países escandinavos (até porque a situação econômica nesses países oferece essa opção, no Brasil a coisa tende a ser mais complicada).

Pra quem não tem idéia do que estou falando, a idéia básica é duas pessoas terem um relacionamento (favor não confundir com relacionamento aberto), mas cada um morando em sua casa. Ou seja, namora-se muito mas nada de juntar os trapos! É bem verdade que a pessoa vive transitando pra lá e pra cá e, dependendo das agendas, dorme-se várias noites consecutivas na casa do parceiro - eu mesma tenho passado metade da semana em Amsterdã e a outra metade em Haia e não apenas me acostumei com este esquema como já acho a coisa mais normal do mundo! E no final das contas, um dia a gente acorda e se dá conta de que ficou com o melhor de dois mundos. Porque não precisa abrir mão da vida que levava antes (amigos, hobbies, etc), não precisa pedir licença pra ficar sozinho quando está de mau humor ou precisa repensar a vida e ainda pode curtir mágicos momentos a dois sem se estressar com detalhes como a rotina das obrigações domésticas, contas atrasadas, o que fazer para o jantar, etc etc etc (been there, done that). Porque cá entre nós, rotina é a morte (pelo menos pra mim sempre foi assim).

No mais, casamento nunca foi mesmo a minha cara, nem nunca sonhei em casar em igreja com véu e grinalda...sou sagitariana demais para isso! Me lembro muito bem de um momento em minha vida em que me vi casada, trocando fraldas de um bebê e pensei: a vida então é isso?!! E me surpreendo ao ver as pessoas insistirem tanto em uma instituição falida. E me surpreendo ainda mais ao ver pessoas que já foram casadas uma vez se casarem de novo! Porque basta olhar os índices de divórcio pra ver que casamento hoje em dia é igual ganhar na loteria. E provavelmente as chances de se ganhar na loteria são maiores do que de se manter um casamento por 10 anos. Que me desculpem as românticas de plantão mas não é falta de romantismo não, é excesso de realismo mesmo (mas se quiserem me chamar de ranzinza eu deixo).

Agora, pelo amor de Deus...não pensem que vim aqui fazer a apologia do divórcio! Eu não acho que as pessoas devam se separar nas primeiras dificuldades (eu mesma tenho certeza de ter tentado tudo o que podia e mais um pouco antes de decidir me divorciar, inclusive terapia conjugal), mas sacrificar sua felicidade uma vida inteira também não dá, né?!! Como pessoas adultas, acredito que a gente deva sim tentar até onde for (humanamente) possível, mas dali pra frente é burrice...ou teimosia, medo do desconhecido, medo de ficar sozinho ou sabe-se lá o quê. Porque se errar é humano, insistir no erro é burrice (por outro lado, quem sou eu pra julgar os outros).

Pronto, falei e disse (podem concordar ou discordar à vontade).

Food for thought


There are lots of ways of being miserable, but there's only one way of being comfortable, and that is to stop running round after happiness. If you make up your mind not to be happy there's no reason why you shouldn't have a fairly good time. (Edith Wharton)

Prova de humanidade

...acho que briga de casal é tão comum que não é exposição não, é prova de humanidade.

Foram essas as palavras da minha querida amiga Anna no blog de outro amigo especial, o Antônio. Sim, esta interação entre blogueiros gera mesmo uma dinâmica curiosa e a troca de idéias é uma constante (o que seria de mim sem vocês?). E eu acabei me inspirando e decidi me alongar no tema do post anterior...Porque como bem disse a Anna (e essa mulher tem cada tirada genial, confiram só no blog dela): briga de casal é mesmo prova de humanidade!

E digo mais, eu acredito que casal que nunca brigou ou está mentindo ou algo está muito errado. E no dia em que tiver a primeira briga de verdade, é pra separar - já vi casais tidos como exemplares viverem anos juntos e subitamente decidirem se separar, para assombro de amigos e familiares. Porque brigas fazem parte de qualquer relacionamento saudável em que exista uma troca sincera de idéias, sentimentos ou opiniões. Brigas em família, brigas entre amigos de infância, entre namorados. Enfim, brigas.

Mas a melhor parte das brigas é quando a gente aprende a lição pra não repetir a briga mais adiante e acabar criando um padrão destrutivo no relacionamento (o que infelizmente acontece com regularidade, outra prova inegável da nossa humanidade). Eu acredito que a briga em si não é o problema, o problema surge apenas quando as pessoas envolvidas não conseguem resolver o conflito. Porque quando o conflito é resolvido, o relacionamento só tem a ganhar. E cada briga é uma oportunidade de conhecer o outro ainda melhor (e quiçá não cometer o mesmo erro da próxima vez).

Só não me perguntem se gosto de brigas...porque eu não gosto mesmo! (haja coração)

To be continued...

O susto foi grande, bem grande. Porque as pessoas falam, falam, mas nem sempre se entendem. Porque elas se comunicam, mas existem falhas de comunicação. E porque a gente tem de prestar atenção não apenas no que foi dito mas principalmente no não dito! E a gente precisa ter cuidado pra não se precipitar e tomar tudo ao pé da letra. Pra não se precipitar e tomar decisões imaturas. Porque a gente fala sem pensar quando está com raiva e depois se arrepende do estrago. Felizmente alguns estragos ainda têm conserto...e passado o susto, a gente segue em frente mais forte. Sim, o coração ficou apertado mas desta vez as lágrimas não vieram. Porque no fundo ambos sabiam que ainda não era a hora de ir embora - porque ambos sabem que ainda há muito a viver e a aprender um com o outro. E enquanto estes dois corações continuarem batendo forte, ainda há muita estrada pela frente.

No mais, é como diz o poeta: que seja infinito enquanto dure.

My dear Blythe




Como volta e meia alguém vem me falar das adoráveis bonequinhas que povoam as páginas deste blog - e porque ontem mesmo estava conversando com a Anna sobre marcadores - decidi unir o útil ao agradável e criar um marcador só para as minhas Blythes. Diga-se de passagem, minhas no sentido figurado da palavra porque tem gente que realmente acredita que eu tenha dinheiro suficiente pra comprar estas bonecas de verdade!!! Quem dera...

Agora quem gosta das bonequinhas, é só clicar no marcador e se deliciar com as fotos postadas ao longo do ano (e cá entre nós, elas são mesmo irresistíveis).

Conselho de amigo

Hoje vou seguir o conselho de um amigo blogueiro (mas acima de tudo amigo né, Antônio?) e escrever de qualquer jeito, porque se for ficar esperando a inspiração vir, desconfio que nunca mais escrevo por aqui (e vocês vão ter de esperar sentados).

Não é que faltem novidades, falta é disposição mesmo, juro por Deus! Nos últimos tempos faltam palavras, mas sobram emoções - sim, o coração continua batendo forte, obrigada. Ando vivendo muito e sentindo mais ainda (porque é assim que a vida deve ser). E o blog meio que ficou para segundo plano, pelo menos até a vida voltar ao normal. Se bem que por mim nem precisa mais voltar ao normal não - é que já estou me acostumando com esta loucura boa.

Mas hoje o que eu queria dizer é isso: há luz no fim do túnel...A gente vive, a gente aprende, a gente sobrevive. E se comparar minha vida hoje com a vida que eu levava há 1 ou 2 anos atrás, hoje sobram motivos para ser grata (e o motivo mais óbvio vocês podem adivinhar).

Gratidão for não ter desistido da batalha e por estar viva, vivendo um dia de cada vez. Gratidão porque a dor me tornou mais sábia, mais forte e mais determinada a lutar pela minha felicidade. Gratidão porque finalmente aprendi o que quero e o que não quero desta vida (e acreditem: não é pouca gente que se debate com essas questões por anos e anos). Redefini prioridades, aprendi a definir meus limites, aprendi que respeito próprio é bom e que amor-próprio é fundamental. Aprendi que temos de abrir mão do velho pra deixar o novo entrar na nossa vida. Aprendi que na vida tudo são ciclos. E que a gente precisa seguir em frente apesar do medo.

Uma das coisas pela qual sou grata atualmente é ver meu filho bem adaptado à nova escola (em breve escreverei um post à parte sobre isso, pra quem acompanhou o drama dos últimos meses). É um alívio constatar que no final das contas, tomamos a melhor decisão. E é muito bom perceber a diferença em cada pequeno detalhe, ver uma criança desabrochando a cada dia e se transformando em gente. Porque quem tem criança em casa sabe muito bem como é isso...a gente se distrai um pouco, o tempo passa e um belo dia a gente descobre que eles viraram gente!!! Meu filho já completa 8 anos ano que vem e volta e meia me surpreende com suas tiradas.

Mas por hoje é só...vou ali e já volto!

Cultura pop japonesa

Este fim-de-semana finalmente fui com F. assistir à exposição do artista japonês Yoshitomo Nara (1959) em Haia. Um artista super contemporâneo, influenciado pela subcultura dos comic books (em especial a escola japonesa manga) e pelo punk rock. Ilustrações aparentemente inocentes de crianças e bichinhos em tons pastel escondem a perversão e a violência subjacentes às imagens (e, em última instância, à cultura japonesa). Porque o mundo de Nara não é brincadeira de bonecas, basta observar de perto a fisionomia dessas bonequinhas...isso sem falar nas facas e armas que algumas dessas inocentes figuras carregam. Raiva, ódio, melancolia, medo e outras emoções menos nobres são presença recorrente na obra deste japonês. É ver para crer.

A organização do espaço da exposição também é um detalhe interessante, com casinhas de madeira compondo uma instalação que permite ao público interagir com as obras expostas de forma original. É que você acaba sendo obrigado a ver a mesma obra sob diferentes ângulos à medida em que avança na exposição! Ou seja, aquele detalhe que de perto você não percebeu, mais adiante você vira, olha de novo e lá está ele. Simples e genial. Porque na vida como na arte, no final das contas é tudo uma questão de ângulo (e claro, interpretação).

Depois da visita ao museu ainda aproveitamos a inspiração japonesa pra comer sushi...Muito sushi!

Parabéns, blogueiros (Ivan Lessa)

Não fui eu quem disse. Deu no jornal. Num artigo de Scott Rosenberg. Saiu no The Guardian. Scott é co-fundador do prestigiadíssimo sítio Salon, autor do livro Sonhando em Código e blogueia em wordyard.com.


O autor e blogueiro começa seu artigo dizendo que, neste impagável ano da graça de 2007, o ato de bloguear está completando 10 anos de vida.


Em seguida, põe o fato em dúvida: argumenta que é o que dizem. Que o apagar de velinhas merece ser posto em dúvida. Portanto, logo de início, o jornalista, autor, sitiante e blogueiro põe na mesa as credenciais.


Faz o que toda gente dessa estirpe deve fazer: levantar dúvidas. Como bom blogueiro. Dúvidas quanto ao aniversário. Verdade que a cara dele foi livrada pelo próprio, uma vez que optou pela solução Gutemberg.


Fosse no blogue dele, lá estariam os habituais 81 comentários: xingando, duvidando, dando dados, subtraindo informações. O de sempre, enfim.


Tudo bem. Bloguear é sobre os amadores passarem a bola por entre as pernas dos profissionais e deixá-los caídos de bunda no meio do campo.


Parafraseio um trecho de Rosenberg, que insiste no fato de não haver uma data precisa para a comemoração. O Wall Street Journal, que não é bem uma publicação de se jogar fora, afirmou em artigo recente que o “primeiro blogueiro” (atenção para as aspas) foi um cavalheiro por nome Jorn Barger, com um – para dar o nome de batismo completo – weblog intitulado Robot Wisdom, ou seja, sabedoria robô.


Besteira do Journal: choveram reclamações, blogueou-se adoidado por este mundo afora, todos blogueadores gozando e reafirmando o fato de que não tem jeito mesmo, jornal e jornalismo nunca irão publicar as coisas direitinhas como eles são, foram ou deixaram de ser.


Mais um confronto entre papel e eletrônica. Esta última, ao que parece, ganhando de lavagem, ao menos em números.


Certos fatos (ou factos)

Em primeiro lugar, toda a graça dos blogues é que não há fatos. Há suposições, há versões, há interpretações. O mundo é muito pessoal e só pessoalmente há como entendê-lo e interpretá-lo.


Mais: o mundo começa em casa, diante do computador e o longo e, por vezes, doloroso processo de pesquisar as coisas que vai se bloguear.


Ainda mais: o blogue é, em sua essência, um ato de generosidade. Não se está ganhando dinheiro quando se denuncia o verdureiro da esquina cobrando mais caro pelo jiló ou se critica a política externa do Irã ou dos Estados Unidos.


Ou ainda se posta (post?) um clipe da Ava Gardner ou do Errol Garner tocando Laura no piano. É a pura vontade de se botar para fora, em ordem e pensado, o que se passou e passa pela cabeça do indivíduo. E o que a ele dá prazer ou alegria.


Eu, cá entre nós, sou chegado aos blogues que lidam com as coisas que me falam mais de perto aos meus interesses: música popular de qualidade, cinema, passadismos.


Política me deixa gelado. Meu negócio é papo. Não entra na fila dos comentários por pura timidez. Embora já tenha entrado, dados meus pontapés e dito minhas besteiras.


Sem livro, please

Os blogues já foram reunidos e publicados em livro. Em muitas línguas. Principalmente em inglês, que é a língua da Net. Até agora. Já teve livro inclusive em nosso português.


Antes, claro, da reforma ortográfica que vem aí. No que aproveito para dar – não usarei o termo “pauta” – uma deixa: blogueiem com fúria essa reforma. Com fervor: por favor.


Mas eu dizia que blogue em livro não funciona. Mesmo. Vira velho de terno e gravata de pé em frente à praia com a mão direita no bolso urubuservando as mocinhas que passam. Há uma certa obscenidade no blogue em formato de livro.


Blogue, essa a verdade, é o maior buteco do mundo. Buteco, sim, senhor. Com U. O que só se pode discutir em blogue. Outro que também merece uma lenha: é blog ou blogue? É site ou sítio? Eu prefiro sítio. Porque me lembra o Picapau Amarelo. Eu prefiro blogue. Talvez porque tenha uma pinta assim de blague.


Senta aí, companheiro. Puxe uma cadeira. Vai querer o quê? Uma cerveja estupidamente gelada? No problemo, como dizem os Bart Simpson da vida. Diga lá. Vamos.

Ploft pluft !

Mais um fim-de-semana perfeito pra recarregar as baterias...Teve paella de frutos do mar no nosso restaurante espanhol favorito. Teve Kill Bill 1, Kill Bill 2, Shrek 3 e Sideways, porque com dois cinéfilos não podia mesmo ser diferente. Teve Feira Paranormal (nem queiram saber o que é isso) e pra fechar o fim-de-semana com chave de ouro, ainda ganhei meu primeiro iPod (nano), que foi logo carregado com algumas das minhas músicas favoritas!

E sim meus caros amigos, os fantasmas se evanesceram no ar, um por um...ploft pluft! E eu decidi parar de fazer drama e aceitar esta felicidade que se instalou de repente na minha vida quando eu menos esperava (é que estou reaprendendo a ser feliz). E digo mais: pelo andar da carruagem, desconfio que não cabe mais drama na vida desta humilde blogueira.





PS. Schat, bedankt voor alles.

Tô cansada...

Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

Do sentido da vida...

Ando de cabeça cheia e sem vontade nenhuma de escrever. Enquanto isso, fico aqui conversando com meus botões e tratando de fazer sentido da vida. Esta mente inquieta que não me deixa sossegar por muito tempo, que me leva por caminhos tortuosos para, na melhor das hipóteses, me trazer de volta renovada. Minha cabeça e suas revoluções por minuto. E não esquecer que é um dia de cada vez, porque não há outra maneira de viver.

Mas aviso aos navegantes que os dias têm sido bons (no news is good news), emoções plenas, alguns sustos menores ao longo do percurso porque a vida tem o hábito de nos surpreender. E quando não é ela que nos prega peças, somos nós que nos surpreendemos a nós mesmos. O ser humano é um enigma...Uma corrente de pensamentos vagos e emoções à flor da pele. Nessas horas respiro fundo e tento seguir em frente de cabeça erguida e sem medo (ou apesar dele, o que é ainda melhor). Porque convenhamos: a vida não é para os covardes e sim para aqueles que têm coragem de viver. E sim, viver é correr riscos.

No mais, a vida flui. E hoje eu só tenho uma certeza: tudo é exatamente como deveria ser.

Esta espécie de loucura (Fernando Pessoa)



Esta espécie de loucura

Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há.

Sites indispensáveis

Estava eu outro dia lendo este artigo na Time e decidi colocar aqui um post de utilidade pública. Segue a minha listinha de sites indispensáveis os quais não poderia viver sem e que certamente consultaria em uma ilha deserta se tivesse comigo um laptop (porque ilha deserta sem laptop deve ser uma tristeza, viu...). Já aviso que muitos deles já está no listão da Time, não tem jeito.

1. Internet Movie Database
2. Guardian Unlimited Books
3. Guardian Unlimited Films
4. National Geographic Channel
5. Lonely Planet
6. Wikipedia
7. Flickr
8. TV links (cortesia da Anna)
9. BBC Science and Nature
10. BBC Learning
11. BBC Relationships
12. Ask Men (last but not least, hehehe)



Meninas Super Poderosas

Hoje me encontrei com Anna e Arnild pra bater papo e colocar os assuntos em dia (e assunto nunca falta quando nos encontramos). Encontrar com estas meninas antenadas, (muito) viajadas e super bem-informadas é sempre um enorme prazer, um exercício mental (brain gym), sintonia total e garantia de um papo irreverente e inteligente. O tipo de interação que acrescenta algo à vida da gente - e vou confessar que ando cada dia mais seletiva no quesito amizade. Com o passar dos anos, simplesmente decidi que não tenho mais tempo a perder com pessoas que não tenham nada de bom a acrescentar à minha vida. E ponto final.

Duas mulheres com vidas e personalidades diferentes pelas quais tenho enorme admiração, cada uma à sua maneira! Deixo aqui então esta declaração de amizade (piegas mas sincera como aquela que vos escreve). É uma honra ter vocês pra compartilhar minhas aventuras e desventuras por esta vida afora!

PS. Anna, desculpa ter roubado escancaradamente a foto do seu flickr, rsrsrsrs. Cara-de-pau, eu?

Fim-de-semana

O fim-de-semana passado começou sexta à noite com tapas e cerveja espanhola num dos Tapasbar mais gostosos da cidade, Y Mucho Más. No dia seguinte, teve caminhada na praia (porque o tempo permitiu, temperatura agradável de 23 graus), comida chinesa e sessão de cinema em casa: 1408, thriller recém-lançado nos cinemas daqui mas F. é apressado e já fez o download (ele é cinéfilo como eu, claro). Domingo ainda assistimos a um Woody Alleen dos antigos (Sleeper) em casa, fomos jantar fora e acabamos emendando numa sessão de cinema: Ratatouille. O filme é o mais fofo que assisti nos últimos tempos, saí do cinema com vontade de levar um ratinho daqueles pra casa...ou melhor ainda, de ir pra Paris agora mesmo!

E claro, teve ainda aquelas coisinhas impublicáveis que todo casal enamorado gosta de fazer nos fins-de-semana quando estão juntos (ainda mais quando estão juntos somente nos fins-de-semana, pois moramos em cidades diferentes). E eu só vou dizer que estou curtindo muito esta fase apaixonada, mas quase tinha me esquecido que relacionamento é um processo contínuo, que requer esforços de ambas as partes para dar certo. Que relacionamento requer respeito pelas diferenças (ainda mais em relacionamentos interculturais, como é o caso), aceitação do outro, amor-próprio e muito, muito diálogo. E acima de tudo, muito amor. No meu caso, o que tem atrapalhado é o medo...até natural depois de um casamento fracassado e um processo de divórcio dolorido (foram anos pra sair do buraco). Medo da entrega, medo da intimidade e, acima de tudo, medo de sofrer...Porque eu acho que já sofri o bastante, viu? Medo de quebrar a cara mais uma vez, medo de não ser boa o bastante...Medo de me expôr demais, medo de me auto-sabotar, medo do próprio medo.

Felizmente tenho conseguido curtir ao máximo estes momentos, apesar do medo. O importante agora é curtir o presente (porque o passado já passou mesmo e o futuro ninguém sabe, né?). No mais, tudo a seu tempo...

Viajando pelo UK



As férias de verão finalmente chegaram ao fim e Liam acaba de retornar hoje de 3 semanas viajando de trem com o pai pelo Reino Unido! O menino mal tem 7 anos e já conheceu grande parte da Inglaterra, com passagem pela Escócia (onde, para minha surpresa, escalaram a famosa montanha Ben Nevis!) e País de Gales, onde acamparam em uma das principais reservas naturais do UK, o Snowdonia National Park.

A viagem começou em Canterbury, de onde seguiram para Londres (com visitas obrigatórias ao London Zoo e ao Natural History Museum). Foi ainda em Londres que Liam realizou o sonho de todo menino que se preze de andar num double-decker (sim, aqueles ônibus vermelhos que são a marca registrada da capital inglesa). Depois seguiram rumo ao norte para visitar a avó paterna em Yorkshire e aproveitaram para ir até a região costeira, Robin Hood´s Bay e Whitby (conheço ambas e recomendo). Dali seguiram para Kendal, um dos portais de entrada de Lake District - onde aliás acampamos quando Liam tinha 3 anos e um dos lugares mais lindos que conheci aqui na Europa (e juro que não estou exagerando).

Foi uma viagem de aventuras e acima de tudo, muitas caminhadas! E eu que sou preguiçosa fiquei cansada só de ouvir eles contarem suas estórias...Caminhadas de 7 a 8 horas por dia, sem falar na escalada de Ben Nevis, ainda por cima debaixo de chuva! Só mesmo sendo inglês pra encarar uma dessas, com esta meu filho provou de uma vez por todas que tem mesmo sangue britânico! Oh My God...rsrsrs

E eu estou orgulhosa do meu menino e feliz por ele ter voltado inteiro de mais uma aventura! E a aventura continua amanhã, com o primeiro dia de aula na nova escola. Quem disse que vida de criança é fácil?

Graffiti art





Dedicated to F.

Atenção chocólatras !!!

Surfando pela net, encontrei um site interessante para os chocólatras entre nós. Embora deva confessar que tenho até conseguido eliminar o chocolate da minha dieta nos últimos tempos...é que felizmente tem outras coisas na vida que nos dão a mesma sensação de euforia e tranquilidade que uma (over)dose de chocolate, é tudo uma questão de substituição - se é que vocês entendem do que estou falando, hehehe.

Mas uma boa barra de chocolate vez ou outra (ainda mais se for belga) não faz mal a ninguém...Muito pelo contrário, pesquisas comprovaram que o chocolate meio-amargo (puro) em doses pequenas faz bem ao coração!

Confiram só este blog de dar água na boca:
http://www.chocablog.com

Sessão de cinema: Paris Je T´aime

Thomas Listen. Listen. There are times when life calls out for a change. A transition. Like the seasons. Our spring was wonderful, but summer is over now and we missed out on autumn. And now all of a sudden, it's cold, so cold that everything is freezing over. Our love fell asleep, and the snow took it by surprise. But if you fall asleep in the snow, you don't feel death coming. Take care...(do segmento Faubourg Saint-Denis)

Este fim-de-semana assisti com F. um filme que já estava querendo assistir há tempos. Ele já tinha feito download do filme para assistirmos em casa mas para minha sorte - porque eu amo cinema e nada supera a experiência de assistir um belo filme em uma sala escura - o filme voltou ao cartaz na cidade dele (e nos últimos tempos também um pouco minha cidade).

Mas antes que eu comece a divagar, vamos ao que interessa. Paris Je T´aime é um fascinante caleidoscópio de imagens composto de diferentes estórias em diferentes arrondissements de uma das minhas cidades favoritas. Uma ode cinematográfica à cidade-luz dirigida por nada menos que 18 diretores, entre eles alguns dos melhores diretores da atualidade - como Olivier Assayas, os irmãos Coen, Alfonso Cuarón, Isabel Coixet, Tom Tykwer, Gus Van Sant e até mesmo Walter Salles, só para citar alguns.

Como era de se esperar, alguns segmentos dominam a paisagem, deixando inevitavelmente uma marca mais forte. Outros são menos bem-sucedidos (incluiria aqui a segmento de Gus Van Sant, que já fez coisa bem melhor) mas mesmo assim contribuem na elaboração do quadro final. Entre meus favoritos, não poderia deixar de incluir os segmentos Quais de Seine (que mostra o encontro casual entre uma moça muçulmana e um rapaz francês com uma delicadeza impressionante) e Faubourg Saint-Denis (com o casal apaixonado Thomas e Francine). O fragmento Tuilleries (dos insuperáveis irmãos Cohen) é, sem dúvida, um dos momentos mais hilários do filme. Já Loin du 16ème (de Walter Salles) consegue sintetizar em imagens e com o mínimo de palavras um pouco da vida dos imigrantes em Paris, esta população invisível (mas nem tanto assim) que tenta (sobre)viver da melhor forma possível nos subúrbios da cidade (aliás uma realidade em qualquer capital européia nos dias de hoje). Ainda falando de imigrantes, a estória do rapaz africano em Place de Fêtes é algo de singelo e comovente...O episódio Père-Lachaise mostra um casal em plena lua-de-mel que é confrontado com suas diferenças e recebe uma ajudinha de nada menos do que Oscar Wilde (isso mesmo!). Já o segmento Tour Eiffel homenageia a Paris dos artistas e dos mímicos em uma rápida sucessão de imagens policromáticas e poéticas.

Fica a dica pra quem (como eu) ama Paris ou sonha em conhecer a charmosa capital francesa!


O dilema

Ando num dilema de uns tempos pra cá...Tenho pensado seriamente em pegar mais leve neste blog, deixar um pouco as indagações, desabafos e confissões pessoais de lado e falar um pouco mais do cotidiano - algo como um diário de cinema em vez de um diário confessional. Estava com uma amiga ontem (também blogueira e das boas) e comentamos exatamente sobre isso. E lá fui eu pra casa carregando (mais) um dilema dentro do peito: como encontrar o meio-termo, como polir as arestas sem deixar de ser eu mesma? Tenho a plena consciência de que se eu fizesse isso, deixaria de ser quem eu sou (esta que vos escreve) para ser outra pessoa, uma réplica revisada e com as arestas aparadas de mim mesma. Ou seja, não seria mais eu e sim uma versão publicável (com as necessárias correções) de mim mesma.

Porque de uma coisa vocês podem estar certos: eu sou exatamente isso aqui, sem tirar nem pôr. E sim, estou ciente de que às vezes me exponho demais mas que se dane...Porque a verdade nua e crua é que eu odeio qualquer tipo de censura - já basta a auto-censura, muito obrigada! Não, eu não aceito ser tolida nem me encaixar em moldes que não me dizem nada (e foi por essas e outras que saí do orkut, diga-se de passagem). Lamento informar mas sempre fui assim...

O problema (lá venho eu complicando as coisas) é que blog é um espaço público. Então inevitavelmente tem aqueles dias em que leio e releio alguns posts e penso: será que falei demais? Porque falar de menos nunca foi meu problema...sempre morri pelo excesso e quem me conhece sabe muito bem disso.

Mas sabem de uma coisa? Por enquanto vou é continuar sendo eu mesma - até porque, só sei ser isso aqui mesmo! E não se fala mais nisso.

1 ano de blog!

E meu blog completa hoje seu primeiro aniversário! Um ano de muitas divagações, desabafos, especulações e acima de tudo, um ano de escrivinhações (porque convenhamos, eu gosto de escrever, né?). E também de muitas Blythes, uma das minhas paixões nos últimos tempos e uma espécie de marca registrada deste meu espaço virtual (se é que alguém ainda não percebeu isso).

Verdade seja dita, minha produtividade já não é mais a mesma dos primeiros tempos de blog mas é que a vida lá fora anda gritando mais forte - o que é sempre uma boa notícia, meus caros amigos! E coincidência ou não, não só a minha produtividade como a de vários amigos blogueiros tem andado em baixa nos últimos tempos. Desconfio até de uma certa epidemia de writer´s block! rsrsrs...

Importante mesmo é saber que tenho este cantinho pra conversar com meus amigos, trocar idéias e contar um pouco sobre a minha vida deste lado de cá do Atlântico...Dias de chuva, sol, tempestade, trovoadas...Alegrias e tristezas, perdas e ganhos, boas surpresas e outras melhores ainda (é só ler os posts mais recentes). Em suma: pequenas e grandes mudanças na vida de um ser em constante evolução.

Poema para o dia de hoje

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Fernando Pessoa (Odes de Ricardo Reis)

Introducing Anouk

A cantora holandesa é pouco conhecida no Brasil, há pouco tempo coloquei um clipe de uma música dela aqui no blog (confira neste post)...Então pra quem gostou, seguem mais dois clipes que eu gosto muito, e que foram hits aqui na Holanda alguns anos atrás: Nobody´s Wife e Michel.



You are my hero


Fazer o quê com esta paixão que me tira a concentração e nem me deixa trabalhar direito...esta paixão que faz com que eu me sinta adolescente de novo, que me faz acreditar que a vida ainda vale a pena ser vivida. Que me faz acordar e ter vontade de levantar da cama e encarar mais um dia de peito e coração abertos. Fazer o quê com esta paixão que veio chegando de fininho e invadiu minha vida assim de repente, da noite pro dia...

Mas nem tudo é tão simples e o ser humano adora complicar as coisas quando tem uma chance. Eu mesma tenho este mau hábito mas estou aprendendo a me controlar porque decidi que não vou me permitir sabotar esta relação - seria burrice ao extremo, que isso fique bem claro. No mais, ter consciência de nossos medos, fraquezas e das inevitáveis armadilhas no caminho já é um bom começo. O resto fica por conta da comunicação do casal. E neste ponto não tenho do que reclamar até agora, muito pelo contrário.

Verdade é que esta (súbita) paixão mexeu com algumas emoções do passado que eu já tinha até esquecido que existiam...e não é nada fácil lidar com tanta emoção em um espaço tão curto de tempo. Principalmente quando a gente já tinha decidido aposentar o coração!

Minha sorte é que F. é alguém pra lá de especial, que procura entender as dores do meu passado e tem muita paciência com este coração desacostumado a amar. Pois então, meus caros amigos: encontrei meu herói...

Dossier Bergman


Ainda estou aqui tentando digerir a notícia...então não dá mesmo pra deixar passar em branco! Até porque, a morte de Bergman é, sem sombra de dúvida, o assunto da semana no mundo do cinema e da arte em geral.

Então deixo aqui um link interessante para os saudosos do grande mestre sueco, e para os curiosos em geral: Dossier Ingmar Bergman (Guardian Unlimited).

Fim de uma era

Acabo de saber do falecimento do meu diretor de cinema favorito e, sem sombra de dúvida, um dos maiores ícones do cinema mundial: Ingmar Bergman. Um diretor que inspirou e continua inspirando gerações de cineastas pelo mundo afora. Luto oficial: a Sétima Arte acaba de perder um de seus maiores cineastas.

Bergman foi e continua sendo essencial na minha formação de cinema. Não que eu tenha pretensão a qualquer tipo de formação acadêmica...mas como cinéfila de carteirinha que já frequentou muitos festivais e cinematecas por esta vida afora, só posso dizer que ele foi e continua sendo uma das minhas principais fontes de referência e inspiração. E claro, a mais pura admiração. Até hoje me lembro do primeiro filme do diretor sueco que assisti aos 14 anos com minha mãe: Sonata de Outono. Saí do cinema sem palavras, garganta apertada e uma sensação inenarrável...completamente assoberbada com as imagens que acabara de ver na tela (porque dos diálogos eu nem preciso falar). A mesma sensação se repetiu ao assistir vários de seus filmes mais tarde. Entre os meus favoritos de todos os tempos poderia citar: Morangos Silvestres, O Sétimo Selo, Cenas de Um Casamento, Persona, Gritos e Sussuros, Face a Face, Da Vida de Marionetes e Fanny e Alexander.

Fim de uma Era, como tão bem descreve este artigo publicado hoje em um blog de cinema:

Bergmanolatry is sometimes an excuse for grumpy denunciations of the decline of arthouse cinema, and the decline of a media that supports it. But right now I'm straining to think of a European film-maker who really does believe in the urgency of moral questions the way Bergman did. It really is the end of an era.