quinta-feira, dezembro 13, 2012

Cloud Atlas



Ontem assisti um dos filmes mais comentados atualmente aqui na Holanda, na Europa e provavelmente no mundo todo: Cloud Atlas. 1 livro, 3 diretores e 6 estórias que entrelaçam passado, presente e futuro. O filme é uma adaptação do livro do escritor cult David Mitchell, e tem a direção da dupla de The Matrix e do diretor alemão Tom Tywker (Run, Lola, Run). A combinação destes talentos produziu nada menos do que um espetáculo visual. E uma estória (ou melhor dizendo, uma teia de estórias) que intriga o expectador do início ao fim.

Cloud Atlas é uma teia complexa de estórias e personagens que vamos admitir, exige um certo grau de inteligência do expectador, mas que surpreende a cada cena. A começar porque não apenas o filme transita o tempo todo entre passado, presente e futuro como os mesmos atores aparecem repetidamente em períodos diferentes (alguns irreconhecíveis em suas maquiagens). Este recurso cinematográfico pode confundir alguns distraídos mas é usado intencionalmente pelos diretores para enfatizar uma das principais mensagens do filme: cada escolha feita repercute no futuro (próximo e distante) e por sua vez, reflete uma situação do passado. Dizendo assim parece óbvio, mas estamos falando aqui das grandes escolhas, aquelas que são capazes de mudar o rumo da vida de uma ou mais pessoas. A famosa escolha entre dois caminhos, quando nos encontramos em uma encruzilhada e precisamos escolher um dos caminhos.

Além deste tema recorrente das escolhas, há ainda outros temas como o fato de toda a raça humana (em todos os continentes) estar entreligada através dos tempos. No universo em que vivemos, somos ao mesmo tempo passado, presente e futuro. Alguns são líderes e se rebelam contra o establishment, outros são seguidores e vivem de acordo com as regras estabelecidas ao longo de séculos. Uns tem em suas mãos a decisão de uma vida. E na luta pela sobrevivência diária, os mais fortes "comem" os mais fracos. Não só a história da humanidade nos mostra isso repetidamente, como o mesmo pode ser observado - em maior ou menor grau - em várias cenas do filme.

Resumindo, Cloud Atlas é um roteiro inteligente e bastante original que trata de temas universais. Assim sendo, o filme transmite mensagens profundas e é uma experiência válida para quem gosta de fugir do lugar comum e questionar a existência.

O escritor inglês David Mitchell teve seu debut literário com o elogiado Ghostwritten (que tenho na minha prateleira há mais de ano e agora estou pensando seriamente em ler). Depois ele escreveu Number9Dream, sendo que Cloud Atlas é o seu terceiro livro. Um escritor que já concorreu (e ganhou) em vários concursos literários, aclamado pela crítica e que certamente irá agradar os leitores de Murakami...Fiquem avisados!

1 comentários:

Sayd Mansur disse...

Bacana! Não sabia desses outros livros dele. beijos.

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Cloud Atlas



Ontem assisti um dos filmes mais comentados atualmente aqui na Holanda, na Europa e provavelmente no mundo todo: Cloud Atlas. 1 livro, 3 diretores e 6 estórias que entrelaçam passado, presente e futuro. O filme é uma adaptação do livro do escritor cult David Mitchell, e tem a direção da dupla de The Matrix e do diretor alemão Tom Tywker (Run, Lola, Run). A combinação destes talentos produziu nada menos do que um espetáculo visual. E uma estória (ou melhor dizendo, uma teia de estórias) que intriga o expectador do início ao fim.

Cloud Atlas é uma teia complexa de estórias e personagens que vamos admitir, exige um certo grau de inteligência do expectador, mas que surpreende a cada cena. A começar porque não apenas o filme transita o tempo todo entre passado, presente e futuro como os mesmos atores aparecem repetidamente em períodos diferentes (alguns irreconhecíveis em suas maquiagens). Este recurso cinematográfico pode confundir alguns distraídos mas é usado intencionalmente pelos diretores para enfatizar uma das principais mensagens do filme: cada escolha feita repercute no futuro (próximo e distante) e por sua vez, reflete uma situação do passado. Dizendo assim parece óbvio, mas estamos falando aqui das grandes escolhas, aquelas que são capazes de mudar o rumo da vida de uma ou mais pessoas. A famosa escolha entre dois caminhos, quando nos encontramos em uma encruzilhada e precisamos escolher um dos caminhos.

Além deste tema recorrente das escolhas, há ainda outros temas como o fato de toda a raça humana (em todos os continentes) estar entreligada através dos tempos. No universo em que vivemos, somos ao mesmo tempo passado, presente e futuro. Alguns são líderes e se rebelam contra o establishment, outros são seguidores e vivem de acordo com as regras estabelecidas ao longo de séculos. Uns tem em suas mãos a decisão de uma vida. E na luta pela sobrevivência diária, os mais fortes "comem" os mais fracos. Não só a história da humanidade nos mostra isso repetidamente, como o mesmo pode ser observado - em maior ou menor grau - em várias cenas do filme.

Resumindo, Cloud Atlas é um roteiro inteligente e bastante original que trata de temas universais. Assim sendo, o filme transmite mensagens profundas e é uma experiência válida para quem gosta de fugir do lugar comum e questionar a existência.

O escritor inglês David Mitchell teve seu debut literário com o elogiado Ghostwritten (que tenho na minha prateleira há mais de ano e agora estou pensando seriamente em ler). Depois ele escreveu Number9Dream, sendo que Cloud Atlas é o seu terceiro livro. Um escritor que já concorreu (e ganhou) em vários concursos literários, aclamado pela crítica e que certamente irá agradar os leitores de Murakami...Fiquem avisados!

1 comentários:

Sayd Mansur disse...

Bacana! Não sabia desses outros livros dele. beijos.