segunda-feira, novembro 18, 2013

Melhor livro do ano


Este ano descobri uma nova escritora favorita: Ruth Ozeki. Ela é uma escritora americana e o último (terceiro) livro dela, A Tale for the Time Being, concorreu ao Man Booker Prize desde ano. Perdeu para Luminaries, de uma escritora da Nova Zelândia, mas ganhou desta singela leitora o prêmio de MELHOR LIVRO DO ANO. E eu já li 24 livros este ano, o que é pouco para mim mas é que fiquei os meses de primavera/verão sem ler nada...shame on me!

Eu simplesmente me apaixonei pela estória e pelo estilo da autora. Na verdade, são duas estórias paralelas, em tempo e lugares distintos. Os temas principais são o tempo, a morte e o biculturalismo - este último tema me atrai por motivos óbvios, afinal eu também aprendi a (sobre)viver entre duas culturas (no meu caso, a brasileira e a holandesa). Outros temas não menos importantes são depressão, suicídio e...zen-budismo! Enfim, um prato variado capaz de manter o leitor envolvido até a última página.

O que torna este livro interessante é o fato de a escritora relatar de forma tão minuciosa os contrastes entre duas culturas e dois estilos de vida tão distintos: a cultura americana e a cultura japonesa. E isso ela faz magistralmente, pois ela mesma cresceu e vive nos EUA, filha de mãe japonesa.

As duas protagonistas da estória (que não podiam ser mais diferentes) são uma jovem japonesa chamada Nao, que mora no Japão depois de ter vivido seus "anos de formação" nos EUA com seus pais (o pai era engenheiro e trabalhou no Silicon Valley até ser demitido e se ver obrigado a retornar a Tóquio, onde acaba desempregado e deprimido). Nao volta aos 13 anos para o Japão e não consegue se adaptar à cultura japonesa, e além de lidar com problemas de adaptação ela sofre ainda com bullying na escola. A outra personagem é Ruth, uma escritora americana já na terceira idade que mora com seu marido em uma ilha isolada que pertence ao território de British Columbia (Canadá), onde a Internet oferece o único acesso à civilização.

Estes dois universos e personagens se cruzam quando Ruth encontra numa praia uma lancheira da Hello Kitty (mais japonês impossível), contendo intacto um diário escrito em japonês. Logo ela descobre que esta caixinha é um resíduo trazido pelo mar de um dos maiores tsunamis da história do Japão: o tsunami de Tohoku em 2011 (leia mais aqui). O tsunami foi tão devastador que afetou ainda vários países na costa do Pacífico, do Alasca até o Chile.

Enfim, o livro é uma viagem surpreendente por duas culturas, duas vidas e com toques de zen-budismo e até mesmo uma aula de meditação oferecidos por Jiku, bisavó de Nao e monge budista, outra personagem-chave nesta trama original. Em suma, leiam!



PS. Pesquisei no site da Livraria Cultura mas oi livro parece ainda não ter sido traduzido para o mercado brasileiro...quem puder ler em inglês, leia!

2 comentários:

Eliana disse...

Nossa, Beth, parece mesmo ser bem interessante! Uau!

kalina morena disse...

oi Beth,
parabens pela resenha concisa e tao clara. adorei. eh texto de quem le, entende e sabe contar :-)
vou tentar comprar o livro. tomara que ainda de tempo porque to indo pro brasil domingo proximo.
abracos e parabens pelos 24 livros esse ano. super alimento para alma.
Kalina

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Melhor livro do ano


Este ano descobri uma nova escritora favorita: Ruth Ozeki. Ela é uma escritora americana e o último (terceiro) livro dela, A Tale for the Time Being, concorreu ao Man Booker Prize desde ano. Perdeu para Luminaries, de uma escritora da Nova Zelândia, mas ganhou desta singela leitora o prêmio de MELHOR LIVRO DO ANO. E eu já li 24 livros este ano, o que é pouco para mim mas é que fiquei os meses de primavera/verão sem ler nada...shame on me!

Eu simplesmente me apaixonei pela estória e pelo estilo da autora. Na verdade, são duas estórias paralelas, em tempo e lugares distintos. Os temas principais são o tempo, a morte e o biculturalismo - este último tema me atrai por motivos óbvios, afinal eu também aprendi a (sobre)viver entre duas culturas (no meu caso, a brasileira e a holandesa). Outros temas não menos importantes são depressão, suicídio e...zen-budismo! Enfim, um prato variado capaz de manter o leitor envolvido até a última página.

O que torna este livro interessante é o fato de a escritora relatar de forma tão minuciosa os contrastes entre duas culturas e dois estilos de vida tão distintos: a cultura americana e a cultura japonesa. E isso ela faz magistralmente, pois ela mesma cresceu e vive nos EUA, filha de mãe japonesa.

As duas protagonistas da estória (que não podiam ser mais diferentes) são uma jovem japonesa chamada Nao, que mora no Japão depois de ter vivido seus "anos de formação" nos EUA com seus pais (o pai era engenheiro e trabalhou no Silicon Valley até ser demitido e se ver obrigado a retornar a Tóquio, onde acaba desempregado e deprimido). Nao volta aos 13 anos para o Japão e não consegue se adaptar à cultura japonesa, e além de lidar com problemas de adaptação ela sofre ainda com bullying na escola. A outra personagem é Ruth, uma escritora americana já na terceira idade que mora com seu marido em uma ilha isolada que pertence ao território de British Columbia (Canadá), onde a Internet oferece o único acesso à civilização.

Estes dois universos e personagens se cruzam quando Ruth encontra numa praia uma lancheira da Hello Kitty (mais japonês impossível), contendo intacto um diário escrito em japonês. Logo ela descobre que esta caixinha é um resíduo trazido pelo mar de um dos maiores tsunamis da história do Japão: o tsunami de Tohoku em 2011 (leia mais aqui). O tsunami foi tão devastador que afetou ainda vários países na costa do Pacífico, do Alasca até o Chile.

Enfim, o livro é uma viagem surpreendente por duas culturas, duas vidas e com toques de zen-budismo e até mesmo uma aula de meditação oferecidos por Jiku, bisavó de Nao e monge budista, outra personagem-chave nesta trama original. Em suma, leiam!



PS. Pesquisei no site da Livraria Cultura mas oi livro parece ainda não ter sido traduzido para o mercado brasileiro...quem puder ler em inglês, leia!

2 comentários:

Eliana disse...

Nossa, Beth, parece mesmo ser bem interessante! Uau!

kalina morena disse...

oi Beth,
parabens pela resenha concisa e tao clara. adorei. eh texto de quem le, entende e sabe contar :-)
vou tentar comprar o livro. tomara que ainda de tempo porque to indo pro brasil domingo proximo.
abracos e parabens pelos 24 livros esse ano. super alimento para alma.
Kalina