segunda-feira, janeiro 05, 2009
A Descoberta do Mundo
Mas voltando ao post, falo da descoberta do mundo no sentido mais amplo (talvez figurativo) da palavra. A descoberta dos clássicos da literatura e do cinema mundial, entre outras coisas. O primeiro Bertolucci. O primeiro Renoir. O primeiro Truffaut. O primeiro Bergman. E por ai vai.
Só sei que o blog da Cris tem alto teor cultural (acima da média, para não dizer que não avisei). Então quem quiser ler bobagens e amenidades está no endereço errado. Mas eu adorei ler as descobertas desta menina-mulher (ela vai odiar isso, rsrsrsrs). Porque pra mim inteligência é afrodisíaco - sempre foi e sempre será! E tenho a sorte de viver cercada de gente inteligente (a começar por meus amigos e o talentoso F. ). É que eu gosto de gente que questiona. De gente que pensa. Gente que não se conforma em ser apenas mais um no rebanho. Sempre tive vocação pra ovelha negra (o que, vejam bem, não é necessariamente ruim).
A verdade é que ler os posts dela é uma viagem no tempo. Me vejo voltando aos meus vinte anos, época das minhas descobertas - ou pelo menos, as mais importantes. Época em que eu vivia com a cara enfiada nos livros ou escondida nas salas de cinema. Em que levava a vida a sério (carregava os existencialistas por toda parte, pra terem uma idéia) e eu mesma mais a sério ainda. Tive a primeira crise de depressão nesta época...quem mandou ler Camus e Dostojevski em vez de ir pra praia?!! Foi também a época das infindáveis maratonas e festivais no Cineclube Estação Botafogo (nem sei mais como se chama hoje, era Espaço Unibanco mas acho que mudou de novo) . Noites dançando ao som de Bauhaus, Siouxsie, The Clash, The Cramps, etc. no Crepúsculo de Cubatão (eu era dark, acreditem se quiserem).
Lendo os posts dela, relembro as minhas descobertas. Filmes e livros que me marcaram pra vida toda e que fizeram com que eu me tornasse a pessoa que sou hoje - desculpem se soa piegas mas é tão verdadeiro (e eu adoro um clichê). Acima de tudo, me lembro da insaciável sede de conhecimento. A inquietude, a ânsia de aprender, e não necessariamente o que estava sendo ensinado em sala de aula (sempre fui autodidata). Vontade de saber. De querer ler todos os livros, ver todos os filmes e aprender a falar todas as línguas (santa ingenuidade). E nem vou falar na atração irressistível que sempre tive pelas Ciências Humanas. Psicologia, Antropologia, Filosofia, Sociologia e outros estudos nobres. Se eu não tivesse cursado Letras, provavelmente teria feito Psicologia ou algo assim. Teve época que até em astrologia, tarô e alquimia eu acabei me aprofundando. E nos últimos tempos dei pra ler Psiquiatria!
Mas foi só eu escrever essas palavras pra bater aquela nostalgia. E pra me sentir velha. Deve ser o peso dos anos bem e mal vividos (tudo vale a pena quando uma alma não é pequena). O peso de todos os livros que li, filmes que assisti, pessoas que conheci, lugares por onde andei, lugares com os quais sonhei. Pensando bem, foi uma época muito enriquecedora - difícil mas sem dúvida, enriquecedora. E coincidentemente, os amigos que fiz naquela época são meus amigos até hoje (ver post recente: o melhor da festa). Uma coisa de descobrir o mundo juntos. Cumplicidade.
Mas hoje estou verborrágica demais...então vou parar por aqui.
A Descoberta do Mundo
A Descoberta do Mundo é o nome de um livro de crônicas de Clarice Lispector. Minha escritora favorita, desde que a li pela primeira vez (Água Viva). Mas a descoberta do mundo que eu quero falar neste post não é da Clarice e sim de uma jovem blogueira que me faz lembrar muito eu mesma. Só que há vinte anos atrás, obviamente (ou melhor seria dizer, infelizmente). Pensando bem, tenho idade pra ser mãe dela!
Mas voltando ao post, falo da descoberta do mundo no sentido mais amplo (talvez figurativo) da palavra. A descoberta dos clássicos da literatura e do cinema mundial, entre outras coisas. O primeiro Bertolucci. O primeiro Renoir. O primeiro Truffaut. O primeiro Bergman. E por ai vai.
Só sei que o blog da Cris tem alto teor cultural (acima da média, para não dizer que não avisei). Então quem quiser ler bobagens e amenidades está no endereço errado. Mas eu adorei ler as descobertas desta menina-mulher (ela vai odiar isso, rsrsrsrs). Porque pra mim inteligência é afrodisíaco - sempre foi e sempre será! E tenho a sorte de viver cercada de gente inteligente (a começar por meus amigos e o talentoso F. ). É que eu gosto de gente que questiona. De gente que pensa. Gente que não se conforma em ser apenas mais um no rebanho. Sempre tive vocação pra ovelha negra (o que, vejam bem, não é necessariamente ruim).
A verdade é que ler os posts dela é uma viagem no tempo. Me vejo voltando aos meus vinte anos, época das minhas descobertas - ou pelo menos, as mais importantes. Época em que eu vivia com a cara enfiada nos livros ou escondida nas salas de cinema. Em que levava a vida a sério (carregava os existencialistas por toda parte, pra terem uma idéia) e eu mesma mais a sério ainda. Tive a primeira crise de depressão nesta época...quem mandou ler Camus e Dostojevski em vez de ir pra praia?!! Foi também a época das infindáveis maratonas e festivais no Cineclube Estação Botafogo (nem sei mais como se chama hoje, era Espaço Unibanco mas acho que mudou de novo) . Noites dançando ao som de Bauhaus, Siouxsie, The Clash, The Cramps, etc. no Crepúsculo de Cubatão (eu era dark, acreditem se quiserem).
Lendo os posts dela, relembro as minhas descobertas. Filmes e livros que me marcaram pra vida toda e que fizeram com que eu me tornasse a pessoa que sou hoje - desculpem se soa piegas mas é tão verdadeiro (e eu adoro um clichê). Acima de tudo, me lembro da insaciável sede de conhecimento. A inquietude, a ânsia de aprender, e não necessariamente o que estava sendo ensinado em sala de aula (sempre fui autodidata). Vontade de saber. De querer ler todos os livros, ver todos os filmes e aprender a falar todas as línguas (santa ingenuidade). E nem vou falar na atração irressistível que sempre tive pelas Ciências Humanas. Psicologia, Antropologia, Filosofia, Sociologia e outros estudos nobres. Se eu não tivesse cursado Letras, provavelmente teria feito Psicologia ou algo assim. Teve época que até em astrologia, tarô e alquimia eu acabei me aprofundando. E nos últimos tempos dei pra ler Psiquiatria!
Mas foi só eu escrever essas palavras pra bater aquela nostalgia. E pra me sentir velha. Deve ser o peso dos anos bem e mal vividos (tudo vale a pena quando uma alma não é pequena). O peso de todos os livros que li, filmes que assisti, pessoas que conheci, lugares por onde andei, lugares com os quais sonhei. Pensando bem, foi uma época muito enriquecedora - difícil mas sem dúvida, enriquecedora. E coincidentemente, os amigos que fiz naquela época são meus amigos até hoje (ver post recente: o melhor da festa). Uma coisa de descobrir o mundo juntos. Cumplicidade.
Mas hoje estou verborrágica demais...então vou parar por aqui.
7:23 PM
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1 comentários:
- Cris Ambrosio disse...
-
Ai, Beth... nem sei o que dizer! :P
Nós realmente somos muito parecidas! Legal demais isso.
E você falou muito bem: descoberta. Eu finalmente descobri quem eu sou e que tipo de pessoa quero ser, e isso já foi um grande passo.
Ah, e para alguém que quer viver de escrever como eu, saber que fez alguém viajar com coisas que escreve é imenso. Obrigada!
(Tecnicamente, eu também tenho idade pra ser mãe de alguém e já me chamaram de coisas infinitamente piores que "menina-mulher", então não se preocupe xP) - 2:35 AM
1 comentários:
Ai, Beth... nem sei o que dizer! :P
Nós realmente somos muito parecidas! Legal demais isso.
E você falou muito bem: descoberta. Eu finalmente descobri quem eu sou e que tipo de pessoa quero ser, e isso já foi um grande passo.
Ah, e para alguém que quer viver de escrever como eu, saber que fez alguém viajar com coisas que escreve é imenso. Obrigada!
(Tecnicamente, eu também tenho idade pra ser mãe de alguém e já me chamaram de coisas infinitamente piores que "menina-mulher", então não se preocupe xP)
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