sexta-feira, outubro 08, 2010

Sabático, um privilégio para poucos



O tal sabático, tão comum nos EUA e Europa (principalmente Inglaterra, França, Alemanha e Holanda) está virando moda entre as classes mais abastadas do Brasil (porque é preciso dinheiro para viajar, não se iludam). Uma experiência sem dúvida mais do que válida - desde que sua família tenha condições de bancar seus sonhos. Infelizmente, esta não é a realidade de grande maioria dos jovens brasileiros.

Aqui na Holanda isso não é novidade - vejo frequentemente jovens partindo por tempo ilimitado para a Índia, Ásia e outras aventuras. O texto abaixo foi publicado na ISTO É Indepentende e achei tão interessante que decidi compartilhar com vocês. Porque em um mundo ideal, todos os jovens teriam oportunidade de viajar para lugares diferentes e entrar em contato com outras culturas. Uma experiência enriquecedora que no Brasil ainda é privilégio de poucos.



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Jovens brasileiros aderem ao período sabático entre o ensino médio e a universidade. E isso pode fazer bem para a futura carreira, garantem especialistas (por Claudia Jordão)

A tendência é mundial. Jovens britânicos, australianos, neozelandeses e israelenses terminam o ensino médio e, antes de entrar na faculdade, tiram o seu gap year. O termo significa um “ano em suspenso”, dedicado a viagens pelo mundo, trabalhos voluntários ou cursos específicos – de preferência, realizados longe de conhecidos e de casa. A pausa é uma maneira de viver experiências diferentes, uma forma de amadurecer, de adquirir bagagem para a vida adulta e de pensar com calma a profissão futura. A prática começa a ganhar força no Brasil. Embora a maioria dos jovens que terminam o ensino médio emende cursinho, faculdade e trabalho, alguns estão tirando uma espécie de período sabático, que pode durar até um ano. Ficam longe do frisson profissional, mas ganham experiência de vida. O que, segundo especialistas, pode ser um diferencial na hora de batalhar espaço no mercado de trabalho, especialmente se a viagem proporciona o aprendizado de outra língua ou alguma especialidade.

Pedro Augusto Silva Santos, 19 anos, terminou o ensino médio sem a certeza da profissão que seguiria. Sentia-se inclinado ao direito, mas só decidiu por economia depois de passar 2009 no Canadá. “Meu pai percebeu que eu estava inseguro e disse: ‘Vá ficar um tempo fora’”, conta Santos, que atualmente faz cursinho. Em Vancouver, ele participou do Foundation, programa oferecido pela STB (agência de intercâmbio), que auxilia o aluno a escolher sua carreira. Patrícia Mendoza, 19 anos, também se sentiu segura para escolher a profissão após deixar a família, de classe média alta de Belo Horizonte, para realizar um trabalho voluntário numa escola de educação infantil na cidade de Barooga, na Austrália. “Minhas amigas diziam: ‘trabalhar de graça, pra quê?’Mas garanto que ganhei muito mais que dinheiro”, resume Patrícia, que apostou num pacote da ONG AFS Intercultura Brasil e agora pretende cursar relações internacionais. Viajar para fazer trabalho voluntário também é tendência no Brasil. “A nossa expectativa de crescimento na venda de pacotes para este ano é de 40% em relação a 2009”, diz Gisele Mainardi, gerente de produto da Central de Intercâmbio.

O gap year é uma modalidade do período sabático. O termo é antigo (leia quadro), mas vem adquirindo novos contornos. “O conceito original está ligado a um afastamento para a realização de um projeto pessoal, como escrever um livro”, diz Herbert Steinberg, autor do livro “Sabático, um Tempo para Crescer”. Hoje, no entanto, não é fundamental ter um projeto pessoal definido para fazer uma pausa e as malas. Com a correria da vida cotidiana, o período sabático tem funcionado como uma válvula de escape. Ou seja, um tempo para respirar, fazer um balanço da vida, reciclar ideias, redefinir metas. Foi para fugir do estresse que, há dois anos, o advogado Fernando Correa de Camargo Neto, 30 anos, pediu demissão e viajou durante nove meses por 30 países. “Eu trabalhava muito e não tinha tempo para a minha vida pessoal”, diz Camargo. Depois de escalar o vulcão Pacaya, na Guatemala, participar de uma produção cinematográfica em Bollywood, na Índia, e pular com guerreiros masai na Tanzânia – quando estão felizes, os masai pulam –, Camargo se sentiu renovado para voltar para casa. “Tão difícil quanto deixar o meu mundo para conhecer outros mundos foi voltar e me recolocar”, diz ele.

O período sabático também costuma ser motivado pelo fechamento de um ciclo de vida, como aconteceu com a escritora americana Elizabeth Gilbert. Autora do best-selller “Comer, Rezar, Amar”, que virou filme, ela viajou para Itália, Índia e Indonésia após o fim de seu casamento. Depois de se reencontrar, voltou apaixonada e com o projeto do livro na bagagem. Seu livro, inclusive, ajudou a aquecer o mercado de viagens sabáticas no Brasil. Neste primeiro semestre, a STB registrou um aumento de 30% na procura por esse tipo de viagem em relação ao ano passado. E, de olho no filão, a agência acaba de lançar roteiros inspirados no livro para os países visitados por Elizabeth para quem quer um hiato mais longo do que as férias. Quem já tirou um sabático garante que fazer esta pausa não é um sonho distante, basta planejar. “É importante que a pessoa negocie com a família, esclareça os seus pontos”, diz o escritor Steinberg. “E faça um pé de meia, para o tempo que estiver fora e para quando voltar.” Afinal, é preciso recomeçar.

11 comentários:

Eve disse...

Aqui na Alemanha, a maioria dos jovens faz isso. Mas, tb tem aqueles que não têm condições. Esses são enquadrados na categoria "pobres" da Alemanha. Sim, um dos critérios pra avaliar o índice de "pobreza" é esse.

Quando eu era jovem, achava que isso era coisa de rico fresco. Obviamente pq eu não podia ter esse "privilégio". Agora que estou aqui, valorizo muito quem tem essa oportunidade.

Bjs!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Acho fantástica essa experiência, mas, realmente oportunidade de poucos. Alguns conseguem com bolsa e tal, mas, são poucos os casos. Tenho um amigo que foi prá Lisboa recentemente passar 06 meses, porém, depois de muito lutar por uma vaga com bolsa.

bjs

Anita disse...

Dou e nao dou valor. A revista "Intermediair" uma vez destacou a inutilidade de anos sabaticos. E tambem na mesma revista um psicologo apontou a incapacidade das pessoas se lancarem a projetos concretos, de estudo/trabalho. Um ano sabatico nao passaria de um certo "enfiar a cabeca na areia". E' bom descobrir o mundo por 6 meses ou um ano. Mas isso so da certo se vc vive em um pais muito prospero e de economia estavel.

Anônimo disse...

Bem que fiquei com vontade viu?? Mas sonhar é bonito... cadê a grana? rsrsr. sem contar que como sou concursada, teria que pedir afastamento sem vencimentos( o que não costuma ser visto com bons olhos em emprego algum).Tbem não posso pedir demissão, fazer loucuras, depois de tantos anos lutando pra ter meu emprego concursado numa cidade boa.
acho que farei um sabático light qdo tirar a licença premio( mas só posso daqui 4 anos)... rsrsrs!!
e pra ano 2012, tbem planejo um sabatico light: conhecer os Grandes Lagos, nos USA( me aguarde). Já me sugeriram convidar uma pessoa especial pra me acompanhar nessa viagem, mas quem disse que quero?? srsrrs essa viagem pros Grandes Lagos tenho que fazer sozinha com minha mochila(rsrsr!!!), é uma coisa de encontro comigo mesma, se é que vc me entende.( companhia de pessoa especial deixo pra outro destino mais apropriado, se houver oportunidade). beijão

Beth Blue disse...

Eve, aqui na Holanda também existem jovens pobres, e nas principais cidades (como Amsterdã) isso fica óbvio...geralmente são filhos de imigrantes.

Esta é a realidade que o turista não vê, só quem mora há anos em um país.

Beth Blue disse...

Maria Valéria: essa viagem pros Grandes Lagos tenho que fazer sozinha com minha mochila(rsrsr!!!), é uma coisa de encontro comigo mesma, se é que vc me entende.

Se te entendo! Eu adoro viajar sozinha, fui a Londres e Paris sem o menor problema (aqui na Europa é bem mais comum ver mulheres viajando sozinhas).

Nos meus tempos de Brasil, quando a coisa pegava eu ia passar uma semana em Visconde de Mauá (meu esconderijo favorito). Sozinha...e adorava! Uma espécie de sabático mesmo. Ótimo pra recarregar as baterias e redefinir prioridades...

tania disse...

Tenho direito a um semestre sabático de cinco em cinco anos, todo professor na federal, em regime de 40h e dedicação exclusiva (não posso ter outro vínculo, só consultorias). E ainda tenho direito a um ano afastada para fazer pós-doutorado, com possibilidade de renovação por mais um ano.

Não sei se tirarei qualquer dessas licenças, porque ando considerando uma mudança de universidade para breve (quero dizer, a partir do final do meu mandato, do ano que vem). Isso dependerá de tanta coisa, que não tenho como prever agora, inclusive da eleição presidencial.

A tendência, segundo meu entendimento e de boa parte (não vou dizer a maioria, porque não tenho números exatos disso) dos meus colegas professores universitários, é que os concursos fiquem suspensos em um governo Serra, assim como talvez o Programa Reuni, programa de expansão da universidade que trouxe de fato muitos concursos (e mais vagas para alunos, cursos novos, infra-estrutura) e descongelou o mercado de trabalho para prof. universitários, há anos 'morto'.

Havia departamentos desertos, sendo mantidos por contratações temporárias de prof. substitutos com apenas graduação, que saem mais baratos (muito mal pagos), mas são despreparados e não têm de fato como desenvolver carreira na universidade a partir desse vínculo (só podem dar aulas e prof. na universidade, concursado, não é só pra dar aulas; é pra pesquisa, extensão comunitária, administração, nós somos multi-tarefa por definição etc.).

Assim, se Serra ganhar (bato na madeira), podemos guardar nossa viola pelos próximos quatro anos e eu posso esquecer a idéia de prestar concurso pra São Paulo ou outra capital qualquer. Duvido que haverá algum (lembro do período FHC). Então, além de torcer pela continuidade do Reuni e da expansão da universidade em todas as frentes (com tudo o que possa haver de criticável no modelo, pois nada é perfeito), estou dando um tempo pra ver como vai ficar o negócio.

O bom é que, na pior das hipóteses, fico aqui mais uns anos e ainda conservo meu direito de tirar as licenças previstas aí. E a primeira delas é o semestre sabático, que passarei em alguma outra universidade, como pesquisadora convidada, ou fazendo pesquisa e escrevendo livro. Quem sabe fora do Brasil... Pra mim, a nível individual, é ganhar-ganhar. Não vou sair perdendo diretamente se pensar só em mim, pois tenho estabilidade no emprego (14 anos aqui) e direito adquirido no trabalho é muito difícil algum governo conseguir tirar, mas a universidade perderá e assim eu perderei também. Não é à toa que nosso meio é maciçamente pró-Dilma, apesar de nunca haver unanimidade e apesar de reconhecermos as mancadas dos dois mandatos do Lula. Ainda assim, melhor essas mancadas, que pelo menos foram investigadas e pudemos chegar a tomar conhecimento delas, do que aquelas outras, abafadas, não denunciadas, não investigadas, ou das CPIs que acabaram em pizza da era FHC e anteriores. Ssempre tentando manter o pé no chão e lidar com o fato de que perfeição não existe e a gente precisa se posicionar dentro da realidade que vive.

Ah, desculpem, mas só consigo pensar nisso agora. Esse legislativo e esse governo federal irá decidir coisas que interferirão diretamente nas nossas vidas nos próximos anos e na minha sei muito bem como...

Beijos

tania disse...

Ei, Beth, te passei um meme lá no meu blog! Quatro coisas sobre você! Sei que curte essas brincadeiras. Talvez até já tenha feito esse. Me passaram por email, mas, como não passo esse tipo de email adiante (corrente), resolvi postar no blog. Quando responder, me avisa!
Beijão

Anônimo disse...

Ah,Taninha!! Essa mania do PSBD de abolir concurso público e achar que funcionario concursado é vagabundo... pq vc acha que saí de sampa, Capital?? pq privatizaram toda a saude do municipio( sampa é governo PSDB... ahhhf!!), tendencia que tem se espalhado pelo estado todo( que tbem tem o mesmo governo... ahhff), Campinas é uma das poucas cidades onde resta concurso publico( e isso pq ja privatizaram uma parte da cidade...).. então, to aqui fazendo figa, dedos cruzados, batendo na madeira 3 vezes e tomando banho de sal grosso junto com vc... !!! rsrsrs pensamento positivo pra nós duas.
bjs

Beth Blue disse...

Maria Valéria,

Pensamento positivo pra nós três...eu não moro no Brasil mas torço junto!

Natália Hernández disse...

Oii,
eu tenho 16 anos,e sonho com o dia que finalmente poderei conhecer o país de origem da minha família: a Espanha.Meus pais não aprovam o curso que escolhi para faculdade,nem que eu tire o gap year,pois acham que devo terminar a escola em Dezembro e iniciar a faculdade em Janeiro.Você acha que ir sozinha para um país desconhecido aos 17 anos é perigoso?Porque afinal,isso ajuda a tornar a pessoa mais independente,não?!

Tecnologia do Blogger.

Sabático, um privilégio para poucos



O tal sabático, tão comum nos EUA e Europa (principalmente Inglaterra, França, Alemanha e Holanda) está virando moda entre as classes mais abastadas do Brasil (porque é preciso dinheiro para viajar, não se iludam). Uma experiência sem dúvida mais do que válida - desde que sua família tenha condições de bancar seus sonhos. Infelizmente, esta não é a realidade de grande maioria dos jovens brasileiros.

Aqui na Holanda isso não é novidade - vejo frequentemente jovens partindo por tempo ilimitado para a Índia, Ásia e outras aventuras. O texto abaixo foi publicado na ISTO É Indepentende e achei tão interessante que decidi compartilhar com vocês. Porque em um mundo ideal, todos os jovens teriam oportunidade de viajar para lugares diferentes e entrar em contato com outras culturas. Uma experiência enriquecedora que no Brasil ainda é privilégio de poucos.



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Jovens brasileiros aderem ao período sabático entre o ensino médio e a universidade. E isso pode fazer bem para a futura carreira, garantem especialistas (por Claudia Jordão)

A tendência é mundial. Jovens britânicos, australianos, neozelandeses e israelenses terminam o ensino médio e, antes de entrar na faculdade, tiram o seu gap year. O termo significa um “ano em suspenso”, dedicado a viagens pelo mundo, trabalhos voluntários ou cursos específicos – de preferência, realizados longe de conhecidos e de casa. A pausa é uma maneira de viver experiências diferentes, uma forma de amadurecer, de adquirir bagagem para a vida adulta e de pensar com calma a profissão futura. A prática começa a ganhar força no Brasil. Embora a maioria dos jovens que terminam o ensino médio emende cursinho, faculdade e trabalho, alguns estão tirando uma espécie de período sabático, que pode durar até um ano. Ficam longe do frisson profissional, mas ganham experiência de vida. O que, segundo especialistas, pode ser um diferencial na hora de batalhar espaço no mercado de trabalho, especialmente se a viagem proporciona o aprendizado de outra língua ou alguma especialidade.

Pedro Augusto Silva Santos, 19 anos, terminou o ensino médio sem a certeza da profissão que seguiria. Sentia-se inclinado ao direito, mas só decidiu por economia depois de passar 2009 no Canadá. “Meu pai percebeu que eu estava inseguro e disse: ‘Vá ficar um tempo fora’”, conta Santos, que atualmente faz cursinho. Em Vancouver, ele participou do Foundation, programa oferecido pela STB (agência de intercâmbio), que auxilia o aluno a escolher sua carreira. Patrícia Mendoza, 19 anos, também se sentiu segura para escolher a profissão após deixar a família, de classe média alta de Belo Horizonte, para realizar um trabalho voluntário numa escola de educação infantil na cidade de Barooga, na Austrália. “Minhas amigas diziam: ‘trabalhar de graça, pra quê?’Mas garanto que ganhei muito mais que dinheiro”, resume Patrícia, que apostou num pacote da ONG AFS Intercultura Brasil e agora pretende cursar relações internacionais. Viajar para fazer trabalho voluntário também é tendência no Brasil. “A nossa expectativa de crescimento na venda de pacotes para este ano é de 40% em relação a 2009”, diz Gisele Mainardi, gerente de produto da Central de Intercâmbio.

O gap year é uma modalidade do período sabático. O termo é antigo (leia quadro), mas vem adquirindo novos contornos. “O conceito original está ligado a um afastamento para a realização de um projeto pessoal, como escrever um livro”, diz Herbert Steinberg, autor do livro “Sabático, um Tempo para Crescer”. Hoje, no entanto, não é fundamental ter um projeto pessoal definido para fazer uma pausa e as malas. Com a correria da vida cotidiana, o período sabático tem funcionado como uma válvula de escape. Ou seja, um tempo para respirar, fazer um balanço da vida, reciclar ideias, redefinir metas. Foi para fugir do estresse que, há dois anos, o advogado Fernando Correa de Camargo Neto, 30 anos, pediu demissão e viajou durante nove meses por 30 países. “Eu trabalhava muito e não tinha tempo para a minha vida pessoal”, diz Camargo. Depois de escalar o vulcão Pacaya, na Guatemala, participar de uma produção cinematográfica em Bollywood, na Índia, e pular com guerreiros masai na Tanzânia – quando estão felizes, os masai pulam –, Camargo se sentiu renovado para voltar para casa. “Tão difícil quanto deixar o meu mundo para conhecer outros mundos foi voltar e me recolocar”, diz ele.

O período sabático também costuma ser motivado pelo fechamento de um ciclo de vida, como aconteceu com a escritora americana Elizabeth Gilbert. Autora do best-selller “Comer, Rezar, Amar”, que virou filme, ela viajou para Itália, Índia e Indonésia após o fim de seu casamento. Depois de se reencontrar, voltou apaixonada e com o projeto do livro na bagagem. Seu livro, inclusive, ajudou a aquecer o mercado de viagens sabáticas no Brasil. Neste primeiro semestre, a STB registrou um aumento de 30% na procura por esse tipo de viagem em relação ao ano passado. E, de olho no filão, a agência acaba de lançar roteiros inspirados no livro para os países visitados por Elizabeth para quem quer um hiato mais longo do que as férias. Quem já tirou um sabático garante que fazer esta pausa não é um sonho distante, basta planejar. “É importante que a pessoa negocie com a família, esclareça os seus pontos”, diz o escritor Steinberg. “E faça um pé de meia, para o tempo que estiver fora e para quando voltar.” Afinal, é preciso recomeçar.

11 comentários:

Eve disse...

Aqui na Alemanha, a maioria dos jovens faz isso. Mas, tb tem aqueles que não têm condições. Esses são enquadrados na categoria "pobres" da Alemanha. Sim, um dos critérios pra avaliar o índice de "pobreza" é esse.

Quando eu era jovem, achava que isso era coisa de rico fresco. Obviamente pq eu não podia ter esse "privilégio". Agora que estou aqui, valorizo muito quem tem essa oportunidade.

Bjs!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Acho fantástica essa experiência, mas, realmente oportunidade de poucos. Alguns conseguem com bolsa e tal, mas, são poucos os casos. Tenho um amigo que foi prá Lisboa recentemente passar 06 meses, porém, depois de muito lutar por uma vaga com bolsa.

bjs

Anita disse...

Dou e nao dou valor. A revista "Intermediair" uma vez destacou a inutilidade de anos sabaticos. E tambem na mesma revista um psicologo apontou a incapacidade das pessoas se lancarem a projetos concretos, de estudo/trabalho. Um ano sabatico nao passaria de um certo "enfiar a cabeca na areia". E' bom descobrir o mundo por 6 meses ou um ano. Mas isso so da certo se vc vive em um pais muito prospero e de economia estavel.

Anônimo disse...

Bem que fiquei com vontade viu?? Mas sonhar é bonito... cadê a grana? rsrsr. sem contar que como sou concursada, teria que pedir afastamento sem vencimentos( o que não costuma ser visto com bons olhos em emprego algum).Tbem não posso pedir demissão, fazer loucuras, depois de tantos anos lutando pra ter meu emprego concursado numa cidade boa.
acho que farei um sabático light qdo tirar a licença premio( mas só posso daqui 4 anos)... rsrsrs!!
e pra ano 2012, tbem planejo um sabatico light: conhecer os Grandes Lagos, nos USA( me aguarde). Já me sugeriram convidar uma pessoa especial pra me acompanhar nessa viagem, mas quem disse que quero?? srsrrs essa viagem pros Grandes Lagos tenho que fazer sozinha com minha mochila(rsrsr!!!), é uma coisa de encontro comigo mesma, se é que vc me entende.( companhia de pessoa especial deixo pra outro destino mais apropriado, se houver oportunidade). beijão

Beth Blue disse...

Eve, aqui na Holanda também existem jovens pobres, e nas principais cidades (como Amsterdã) isso fica óbvio...geralmente são filhos de imigrantes.

Esta é a realidade que o turista não vê, só quem mora há anos em um país.

Beth Blue disse...

Maria Valéria: essa viagem pros Grandes Lagos tenho que fazer sozinha com minha mochila(rsrsr!!!), é uma coisa de encontro comigo mesma, se é que vc me entende.

Se te entendo! Eu adoro viajar sozinha, fui a Londres e Paris sem o menor problema (aqui na Europa é bem mais comum ver mulheres viajando sozinhas).

Nos meus tempos de Brasil, quando a coisa pegava eu ia passar uma semana em Visconde de Mauá (meu esconderijo favorito). Sozinha...e adorava! Uma espécie de sabático mesmo. Ótimo pra recarregar as baterias e redefinir prioridades...

tania disse...

Tenho direito a um semestre sabático de cinco em cinco anos, todo professor na federal, em regime de 40h e dedicação exclusiva (não posso ter outro vínculo, só consultorias). E ainda tenho direito a um ano afastada para fazer pós-doutorado, com possibilidade de renovação por mais um ano.

Não sei se tirarei qualquer dessas licenças, porque ando considerando uma mudança de universidade para breve (quero dizer, a partir do final do meu mandato, do ano que vem). Isso dependerá de tanta coisa, que não tenho como prever agora, inclusive da eleição presidencial.

A tendência, segundo meu entendimento e de boa parte (não vou dizer a maioria, porque não tenho números exatos disso) dos meus colegas professores universitários, é que os concursos fiquem suspensos em um governo Serra, assim como talvez o Programa Reuni, programa de expansão da universidade que trouxe de fato muitos concursos (e mais vagas para alunos, cursos novos, infra-estrutura) e descongelou o mercado de trabalho para prof. universitários, há anos 'morto'.

Havia departamentos desertos, sendo mantidos por contratações temporárias de prof. substitutos com apenas graduação, que saem mais baratos (muito mal pagos), mas são despreparados e não têm de fato como desenvolver carreira na universidade a partir desse vínculo (só podem dar aulas e prof. na universidade, concursado, não é só pra dar aulas; é pra pesquisa, extensão comunitária, administração, nós somos multi-tarefa por definição etc.).

Assim, se Serra ganhar (bato na madeira), podemos guardar nossa viola pelos próximos quatro anos e eu posso esquecer a idéia de prestar concurso pra São Paulo ou outra capital qualquer. Duvido que haverá algum (lembro do período FHC). Então, além de torcer pela continuidade do Reuni e da expansão da universidade em todas as frentes (com tudo o que possa haver de criticável no modelo, pois nada é perfeito), estou dando um tempo pra ver como vai ficar o negócio.

O bom é que, na pior das hipóteses, fico aqui mais uns anos e ainda conservo meu direito de tirar as licenças previstas aí. E a primeira delas é o semestre sabático, que passarei em alguma outra universidade, como pesquisadora convidada, ou fazendo pesquisa e escrevendo livro. Quem sabe fora do Brasil... Pra mim, a nível individual, é ganhar-ganhar. Não vou sair perdendo diretamente se pensar só em mim, pois tenho estabilidade no emprego (14 anos aqui) e direito adquirido no trabalho é muito difícil algum governo conseguir tirar, mas a universidade perderá e assim eu perderei também. Não é à toa que nosso meio é maciçamente pró-Dilma, apesar de nunca haver unanimidade e apesar de reconhecermos as mancadas dos dois mandatos do Lula. Ainda assim, melhor essas mancadas, que pelo menos foram investigadas e pudemos chegar a tomar conhecimento delas, do que aquelas outras, abafadas, não denunciadas, não investigadas, ou das CPIs que acabaram em pizza da era FHC e anteriores. Ssempre tentando manter o pé no chão e lidar com o fato de que perfeição não existe e a gente precisa se posicionar dentro da realidade que vive.

Ah, desculpem, mas só consigo pensar nisso agora. Esse legislativo e esse governo federal irá decidir coisas que interferirão diretamente nas nossas vidas nos próximos anos e na minha sei muito bem como...

Beijos

tania disse...

Ei, Beth, te passei um meme lá no meu blog! Quatro coisas sobre você! Sei que curte essas brincadeiras. Talvez até já tenha feito esse. Me passaram por email, mas, como não passo esse tipo de email adiante (corrente), resolvi postar no blog. Quando responder, me avisa!
Beijão

Anônimo disse...

Ah,Taninha!! Essa mania do PSBD de abolir concurso público e achar que funcionario concursado é vagabundo... pq vc acha que saí de sampa, Capital?? pq privatizaram toda a saude do municipio( sampa é governo PSDB... ahhhf!!), tendencia que tem se espalhado pelo estado todo( que tbem tem o mesmo governo... ahhff), Campinas é uma das poucas cidades onde resta concurso publico( e isso pq ja privatizaram uma parte da cidade...).. então, to aqui fazendo figa, dedos cruzados, batendo na madeira 3 vezes e tomando banho de sal grosso junto com vc... !!! rsrsrs pensamento positivo pra nós duas.
bjs

Beth Blue disse...

Maria Valéria,

Pensamento positivo pra nós três...eu não moro no Brasil mas torço junto!

Natália Hernández disse...

Oii,
eu tenho 16 anos,e sonho com o dia que finalmente poderei conhecer o país de origem da minha família: a Espanha.Meus pais não aprovam o curso que escolhi para faculdade,nem que eu tire o gap year,pois acham que devo terminar a escola em Dezembro e iniciar a faculdade em Janeiro.Você acha que ir sozinha para um país desconhecido aos 17 anos é perigoso?Porque afinal,isso ajuda a tornar a pessoa mais independente,não?!