sexta-feira, dezembro 30, 2011

Meu blog em 2012

Pegando carona na animação da Priscila do blog Devaneios e Metaformoses, decidi escolher alguns desafios e memes para o ano que vem. Eu tenho um problema sério de disciplina então vai ser um exercício...Escolhi dois projetos, outros certamente surgirão ao longo do ano. Fiquem ligados!


Regra: Citar 5 respostas a cada uma das 52 perguntas, respondendo a uma pergunta por semana, em forma de "Top 5".

Semana 1: Coisas que me fazem ficar feliz:
Semana 2: Eu nunca...
Semana 3: Coisas pra se fazer no calor:
Semana 4: Minhas citações preferidas são: (trechos de livros, de músicas, frases de autores, etc)
Semana 5: Fazem parte da minha wishlist:
Semana 6: Os super poderes que eu gostaria de ter se fosse um super heroi seriam:
Semana 7: Eu sempre...
Semana 8: Os melhores filmes infantis que já assisti foram:
Semana 9: Pessoas que eu gostaria de conhecer / ter conhecido:
Semana 10: Minhas comidas preferidas são:
Semana 11: Meus brinquedos preferidos na infância eram:
Semana 12: Coisas pra se fazer no frio:
Semana 13: Fico sem graça quando...
Semana 14: Meus sites preferidos na internet:
Semana 15: O que há de pior no mundo virtual?
Semana 16: Isso, pra mim, não é diversão:
Semana 17: Personagens cuja vida eu gostaria de viver por um dia: (filmes, livros, seriados, etc)
Semana 18: Sinto saudades...
Semana 19: Meus seriados preferidos:
Semana 20: Fico de mau humor quando...
Semana 21: Meus piores defeitos:
Semana 22: Na minha geladeira, tem que ter:
Semana 23: Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo:
Semana 24: Casais preferidos (filmes, seriados, livros, etc)
Semana 25: Tenho aflição de...
Semana 26: Se eu pudesse trocar de profissão, eu seria...
Semana 27: Coisas legais pra se fazer nas férias:
Semana 28: Minhas maiores "neuras" e manias são:
Semana 29: Filmes que me falam ao coração:
Semana 30: Fico impaciente com pessoas que...
Semana 31: Quando não tenho nada pra fazer, gosto de...
Semana 32: Ainda quero aprender:
Semana 33: Tenho medo de...
Semana 34: Livros que eu acho que todo mundo deveria ler:
Semana 35: Minhas piores compras foram:
Semana 36: Morro de preguiça de...
Semana 37: O que, de melhor, o mundo virtual te trouxe/traz?
Semana 38: Desculpe, mas eu acho brega:
Semana 39: Minhas melhores qualidades:
Semana 40: Meus "cheiros" preferidos são:
Semana 41: As coisas mais difíceis num relacionamento amoroso são:
Semana 42: Quer acertar no meu presente? Então me dê...
Semana 43: Músicas que eu não canso de ouvir:
Semana 44: Meus vilões preferidos são:
Semana 45: Lembra a minha adolescência:
Semana 46: Parece que todo mundo sabe, menos eu:
Semana 47: Quando estou apaixonado(a), eu...
Semana 48: Nunca tive coragem de...
Semana 49: Lugares no mundo que eu gostaria de conhecer:
Semana 50: Pessoas que eu admiro:
Semana 51: Coisas que me marcaram neste ano que está acabando:
Semana 52: No ano que vem eu quero:


O outro projeto é sobre cinema, minha grande paixão junto com os livros. Eu decidi adaptar o desafio 1 mês 30 filmes porque achei muito corrido e não tenho nem tempo, nem disciplina para isso! Vou  postar quando tiver vontade ao longo do ano...O nome do meu projeto será Os Filmes da Minha Vida. Optei por fazer o meu próprio desafio, então quem quiser me acompanhar nesta viagem ao mundo do cinema, fique de olho! Quem quiser entrar no desafio, fique à vontade. Agora vamos à minha lista:

 1. Filme favorito na categoria: drama
 2. Filme favorito na categoria: romance
 3. Filme favorito na categoria: horror (psicológico)
 4. Filme favorito na categoria: animação
 5. Filme favorito na categoria: anime
 6. Filme favorito na categoria: documentário
 7  Filme favorito na categoria: cinema europeu
 8  Filme favorito na categoria: cinema brasileiro
 9. Filme favorito na categoria: cinema asiático
10. Filme favorito na categoria: cinema africano
11. Diretor americano favorito
12. Diretor europeu favorito
13. Diretora americana favorita
14. Diretora européia favorita
15. Diretor brasileiro favorito
16. Diretora brasileira favorita
17. 3 atrizes favoritas (uma só não basta)
18. 3 atores favoritos (um só não basta)
19. Filme favorito baseado em fatos reais
20. Filme favorito baseado em livro
21. Filme favorito baseado em série (trilogias, etc)
22. Filme ideal para o fim-de-semana ou feriado
23. Filme para quando se está feliz
24. Filme para quando se está com dor de cotovelo
25. Filme para quando não se sabe o que fazer da vida
26. Filme que faz lembrar alguém
27. Filme com algum lugar que sonha visitar um dia
28. Filme com algum lugar que já visitou
29. Filme que mais me fez chorar
30. Filme que mais me fez rir (até as lágrimas)

quinta-feira, dezembro 29, 2011

História de amor não convencional, só para mentes abertas





Para os distraídos ou desavisados, já digo que sempre tive uma mente aberta e portanto, nunca me choquei com relacionamentos homosexuais. Tenho ótimos amigos gays e também me relaciono sem problema com lésbicas (conheci algumas muito legais). Eu acho que cada um tem o direito de viver como bem entende. Liberdade e respeito são as palavras-chave. Sempre.

E por isso decidi escrever sobre este pequeno grande filme chamado The Kids Are All Right (2010) que assisti em pleno dia de natal - mais inconvencional, impossível. Mas não se iludam, o filme é antes de mais nada uma história de amor. Nesse caso, uma história de amor entre duas mulheres - sim, um casal de lésbicas - que formam com seus dois filhos (uma jovem de 18 anos e um rapaz de 15 anos) uma família pra lá de moderna. Sim, porque quando se pensa em famílias tradicionais, pensa-se em pai, mãe e filhos, certo?

Pois aqui a coisa é diferente e nem por isso menos família! Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) são um típico casal de lésbicas que resolve ter filhos e por isso recorrem a um banco de esperma. Tudo corre muito bem e sem problemas até que a filha mais velha completa 18 anos e o irmão pede a ela que entre em contato com o tal banco pra saber quem é o pai biológico (por lei, essa informação só pode ser fornecida quando a criança em questão completa 18 anos). A moça acaba cedendo ao irmão e eles entram em contato com o pai biológico.

Aí começa a novela porque não apenas o cara conquista a amizade dos dois como começa a se envolver com Jules, que passa por um período emocional conturbado na relação com Nic. Enfim, receita para desastre...mas no final, o amor vence e tudo acaba bem!

Pra completar, temos mais uma boa atuação de uma das minhas atrizes favoritas, Julianne Moore (Magnolia, Far from Heaven, The Hours, A Single Man, Crazy Stupid Love, entre muitos outros). O ator Mark Ruffalo também está ótimo no papel de pai biológico. Ele é um cara super centrado em si mesmo, o típico hedonista que só pensa no seu próprio prazer e só quer aproveitar a vida (até aí tudo bem). Só que dessa vez ele se dá mal...e acaba se tornando o "intruso" na estória. Não conto mais pra não estragar!

Enfim, fica a dica pra quem curte filmes originais com estórias de amor diferentes! O filme é ótimo e dirigido magistralmente por Lisa Cholodenko. Se você tem mente aberta, confira. Diversão garantida.


Uma família nada tradicional

terça-feira, dezembro 27, 2011

100 fatos sobre mim - 91 a 100




Este último post da série é dedicado aos meus companheiros de brincadeira Priscila, Mateus e Maria Valéria. Vocês pensaram que eu tinha esquecido, né? Não esqueci não, tava era sem idéia pra terminar este "desafio"...De qualquer forma, adorei brincar com vocês, rsrsrrs.


91 - Sou muito emotiva e choro com facilidade (o que em algumas situações é péssimo).

92 - Sou ansiosa pra cacete...tem dia que nem eu me aguento!

93 - Penso e falo muito rápido (a famosa metralhadora). Dizem as más línguas que tenho ADHD...a estes eu respondo: era só o que me faltava!

94 - Minha grande paixão são os livros, desde que aprendi a ler nunca mais parei.

95 - Costumo ser sincera em 90% dos casos, nos outros 10% fico calada pra evitar aborrecimentos e poupar a mim mesma.

96 - Sou extrovertida, falante e sociável...mas já fui tímida quando criança!

97 - Como se não bastasse a ansiedade, sofro de depressão. Não, não tem a menor graça.

98 - Em compensação, por causa desta "maldita" do item anterior, sou uma pessoa muito vivida pra minha idade e mais forte do que eu mesma poderia um dia imaginar.  A verdade é que o ser humano aprende muito mais com o sofrimento...

99 - Também por causa da tal depressão, evito cada vez mais situações e pessoas que me estressam e nada acrescentam à minha qualidade de vida. LESS IS MORE.

100 - Pra mim, o mais importante na vida são duas coisas: autoconhecimento e paz de espírito (desconfio que ambos são inseparáveis). Essas duas coisas valem mais do que todo ouro do mundo...e por isso vou continuar buscando-as em 2012!

Ganhei no sorteio!

Quem diria, o ano novo ainda nem chegou e eu já tive a sorte de ganhar no sorteio de aniversário do blog da Milena, uma brasileira que mora em Paris! Diga-se de passagem, o blog dela é altamente recomendado para quem quer saber mais sobre Paris (não percam a dica da melhor boulangerie da capital francesa aqui). Também tem relatos (com fotos) de viagens por outras cidades francesas. E também outras andanças pela Europa, como viagens recentes a Genebra e Copenhagem (que ainda estão na minha lista de lugares a conhecer).. Quem quiser conferir, tá tudo aqui.

Depois da divulgação básica*, quero agradecer a Milena por surpresa tão cheirosa...Com o kit de produtos L'Occitane, minha pele vai ficar mais macia do que nunca em 2012! Vejam só o belo pacote de produtos que ganhei no sorteio (e morram de inveja):







* Blogueira que se preze também divulga links dos blogueiros que gosta! E assim as pessoas vão se achando e nosso mundinho de blogs vai crescendo a cada dia...

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Correria de fim-de-ano...





Meu Deus, que semana mais corrida! Pra lá e pra cá a semana inteira, agora finalmente em casa. Liam foi pra casa do pai e eu resolvi botar as pernas pro ar e relaxar. Aproveitando a época de festas, cá estou eu com uma taça de vinho tinto, queijo de cabra e linguicas fuet (linguiças secas francesas muito populares por aqui). E aproveito a folga pra vir correndo conversar com vocês.

É que comigo vai tudo muito bem, obrigada (as coisas poderiam estar piores). Acho que o novo trabalho tem influenciado meu humor positivamente. Inverno pra mim sempre foi uma época perigosa, ainda mais se eu ficar em casa como no ano passado. Dias curtos e pouca luz. Pra completar, tem chovido muito este mês (e nada de neve)! Então é importante manter-se ocupado, quem mora aqui por essas bandas sabe muito bem disso. Questão de saúde pública. Não, não estou brincando!

Mas olha - levando em consideração os dias cinzentos, a crise do euro e a grana curta - estou melhor do que costumo estar neste mês de dezembro. Acabei de voltar de uma consulta com o psiquiatra e pela primeira vez na vida pedi pra ele baixar a dosagem dos antidepressivos! Tudo bem que ele discordou (e tem seus motivos) mas eu pedi assim mesmo, na maior cara de pau. É que mudei de remédio em março (adeus Prozac, amigo de longa data) e ainda estamos "ajustando" a dosagem. De qualquer forma, vou poupá-los dessa longa estória.

Só sei que mais um ano passou voando e lá vem natal de novo. E ano novo também, o momento ideal para fazermos novos planos, largar o que não está dando certo e mudar de rumo, conforme for necessário. Momento de parar pra respirar fundo e redefinir prioridades. De avaliar nossas relações (inclusive com nós mesmos, talvez a relação mais importante de todas).

Mas este ano eu não vou cair na tentação de fazer uma lista de resoluções de ano novo. É que depois de uma certa idade, a gente aprende que essas listas não servem pra muita coisa mesmo! Mas isso não quer dizer que eu não tenha alguns planos para o ano que vem (tenho poucos mas tenho, Less is More). Só que decidi fazer diferente: mais ação e menos palavras...Porque no final das contas, isso é o que realmente importa. O resto é conversa fiada (mesmo).

E aproveito para desejar a todos queridos amigos e leitores um feliz natal e um ano novo repleto de realizações pessoais. Porque sempre é bom (poder) começar de novo.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Estabilidade.





Taí uma coisa que nunca tive nesta vida. Estabilidade. Nem aqui na Holanda, nem no Brasil. Em 17 anos de Holanda, posso afimar que nunca tive estabilidade emocional nem financeira. E sim, claro que a vida de imigrante é difícil mas é aquela velha estória: para uns é mais difícil do que para outros. Eu conheço gente que mora há menos tempo aqui, que nem fala holandês direito e tem emprego fixo e passaporte holandês. Gente que vem pra cá casada, acerta a papelada, compra casa, arruma emprego e segue em frente. E sim, também conheço gente ilegal que está batalhando a vida até hoje e que não teve essa sorte. Pra mim nada foi simples, nem era no Brasil...(sabe aquela estória que a gente leva os problemas com a gente? Pois é, levei os de lá e arrumei novos aqui).

E antes que você mude de página. Não, este post não é pra reclamar. Não é pra me fazer de vítima nem pedir piedade. É apenas uma constatação minha, depois de uma longa e produtiva conversa que tive hoje com uma colega holandesa que como eu, também sempre teve de lutar pelas coisas. É que para algumas pessoas, a vida é uma eterna batalha. Termina uma batalha, começa outra. Pra mim nada me foi dado -  a não ser um coração enorme e uma inteligência acima da média (pra que mentir se ouvi e ainda ouço isso a vida inteira?).

E por falar em inteligência, é óbvio que inteligência não é tudo na vida (se fosse, eu "estaria feita" e não precisaria escrever este post). A começar porque existem vários tipos de inteligência...Em retrospectiva, o que me faltou em alguns momentos estratégicos foi inteligência emocional. Bom senso. Ou talvez seria melhor dizer estabilidade emocional pra fazer as escolhas certas. Eu nunca escondi de ninguém que tive não apenas uma mas duas depressões horríveis aqui na Holanda. Sobrevivi as duas com muita dificuldade e até hoje lido com as consequências disso. Muitos se afastaram, eu me afastei de outros. Porque a verdade é que ninguém sabe lidar com uma pessoa deprimida (felizmente existem os psicólogos e psiquiatras). Sofri com a doença e sofro até hoje com a ignorância dos outros. E tem dias que eu solto mesmo o verbo porque não vou mais sofrer calada. Sim, decidi fazer isso por mim mesma porque cansei de querer agradar os outros.

Eu acho que esta foi uma das principais "causas" dos meus problemas aqui. Um dos principais fatores que afetaram a minha vida na Holanda. E também não sou ingênua ao ponto de achar que tudo seria mais fácil no Brasil (a grama do vizinho sempre é mais verde). Aí sempre vem um e diz que não posso usar isso como desculpa por "não ter realizado nada" - mentira, também tive minhas realizações pessoais. Vem outro e diz que não devia ser tão "determinista". Que devia deixar pra lá e ser otimista. Mais uma vez, não é determinismo, é constatação. Constatação não apenas de 17 anos vivendo na Holanda como constatação de vida inteira. Eu não falo porque li aqui ou ali. Eu falo por experiência própria.

Quando as pessoas vem com este papo de que eu "devia ser mais positiva" eu até concordo em partes. O que não significa que eu possa mudar da noite pro dia e parar de sofrer agora. O que para alguns é um talento natural (predisposição genética) para ser feliz, para outros é um aprendizado de vida inteira. Achar que tudo depende da gente é uma visão muito restrita de mundo. Depende em partes. Depende dos nossos esforços, mas também depende de alguma sorte.

No final das contas, meu mundo é muito mais complexo...e também mais rico. Não existe só preto e branco, existem várias tonalidades...O que me torna uma pessoa complexa mas também rica em experiências. E isso ninguém pode tirar de mim!

domingo, dezembro 11, 2011

Kevin, o (esperado) filme






Quarta-feira passada assisti o filme We Need to Talk about Kevin, baseado no bestseller da autora americana Lionel Schriver. Quem lê este blog sabe que sou fã dela, tendo comentado ainda em 2008 sobre o livro We Need toTalk About Kevin muito antes dele virar filme (leia aqui). Entre outras coisas, o livro traz à discussão um dos velhos debates sobre nurture x nature em uma estória instigante. É impossível não compartilharmos o sofrimento da mãe de Kevin ao conhecermos sua estória desde a decepção inicial logo ao tomar o bebê nos braços, até a depressão pós-parto e as dificuldades em criar laços afetivos com uma criança cada dia mais geniosa e que também não retribui seu afeto. Uma relação mãe-filho conturbada que nos faz questionar nossos próprios conceitos de amor materno e amor filial.

Voltando ao assunto do post, gostei muito do filme - como eu mesma esperava após ler recente entrevista com a escritora. Uma estória com alto teor dramático que poderia facilmente ter virado mais um melodrama holywoodiano como tantos outros mas que recebeu o tratamento adequado. Imagino o alívio da escritora após assistir o filme, que ela mesma considerou fiel à sua obra (na medida em que um filme pode ser fiel a um livro, claro). Eu desconfio que um dos fatores do sucesso na transcrição para o cinema tenha sido o fato dele ter sido dirigido por uma mulher, a inglesa Lynne Ramsay.

Um dos trunfos do filme é a precisão ao montar as imagens, nenhuma cena é demais. As palavras também são usadas com economia e, no final das contas, são as imagens que nos ajudarão a penetrar no pesadelo da mãe de Kevin. Outro aspecto essencial do filme é que em nenhum momento há qualquer tipo de julgamento por parte da diretora. Cabe ao expectador tirar suas próprias conclusões e "tomar lados" conforme achar necessário.

A atuação de Tilda Swinton é um dos destaques do filme. E a atuação do menino Kevin com seu olhar gélido e quase autista também é de arrepiar (no sentido literal da palavra, porque o nome desta criatura deveria ser Demian).  E de resto, o filme é um soco no estômago! Você dificilmente sairá do cinema a mesma pessoa que entrou...

Não vou contar mais sobre a estória porque já contei no outro post sobre o livro. E porque este é um daqueles filmes em que quanto menos informação você tiver, maior o impacto das imagens na tela. Assistam!


quinta-feira, dezembro 08, 2011

Nada é para sempre.


No dia que a gente aprende isso (e muitos nunca aprendem), a vida fica mais fácil. Porque só assim deixamos de ter a ilusão de que nada muda, tudo permanece...Mera ilusão. As pessoas mudam, as situações mudam, nossas necessidades mudam. O mundo muda o  tempo todo. Dias, noites, estações do ano. Sol, chuva, calor, frio. Tempestade, trovão, neve.

Quando a gente aprende que a mudança é inevitável, tudo fica mais fácil - e mesmo assim é difícil. Porque a verdade é que não adianta nos apegarmos a uma pessoa, idéia ou sentimento, porque eles mudam, a gente muda. Nada é para sempre.

E assim as relações começam, algumas se desfazem, outras amadurecem. Elas cumprem seu papel, a gente aprende (ou não) a lição. Tem gente que precisa cometer o mesmo erro ad infinitum (teimosia ou burrice?). E tem gente que se recusa a ir pelo mesmo caminho. Que reconhece os sinais de perigo na estrada. As curvas perigosas, aquele velho beco sem saída.

Tem relacionamento pra todo tipo de gente. Tem relacionamento em que os dois vivem em total simbiose, grudados o tempo todo...esses geralmente não duram porque o sacrifício de abrir mão de sua individualidade sai caro (e nem todos estão dispostos a pagar o preço). Desse tipo de relacionamento eu fujo instintivamente...não tenho culpa de ter nascido sagitariana dupla e prezar por meu espaço e minha liberdade.

Tem relacionamento em que um dos parceiros insiste em tentar mudar o outro...desnecessário dizer, isso nunca dá certo. Então se você está tentando mudar o seu parceiro, economize suas energias e em vez disso, tente mudar a maneira como você lida com o parceiro em questão. E se isso não for possível, pense duas vezes se não está sonhando com o parceiro ideal (irreal).

Tem relacionamento em que uma pessoa tem tanto medo de ficar sozinha que ela prefere manter a relação a todo custo. Ela briga, chora, se escabela mas "não larga o osso" (como dizia uma sábia amiga que não vejo há tempos). A relação se desgata mas ela continua insistindo que tem solução, que ainda é possível mudar o rumo. Muitos casamentos são assim porque a pessoa tem medo da solidão. Agora convenhamos: medo de ficar sozinho não é a melhor base para um relacionamento.

Relação ideal não existe. O que existe é amor. Vontade de ficar juntos. E vontade de dar certo. É preciso cultivar a relação, e para isso é preciso tempo e acima de tudo, energia. Quem não tem energia pra investir numa relação, melhor ficar sozinho. Porque "empurrar com a barriga" é uma forma de egoísmo. Não dá!

No final das contas - e com alguma sorte - a melhor companhia que você terá ao longo de toda a sua vida é você mesmo. E isso não é necessariamente ruim. Nascemos sozinhos. Morremos sozinhos. Fica dado o recado.
Tecnologia do Blogger.

Meu blog em 2012

Pegando carona na animação da Priscila do blog Devaneios e Metaformoses, decidi escolher alguns desafios e memes para o ano que vem. Eu tenho um problema sério de disciplina então vai ser um exercício...Escolhi dois projetos, outros certamente surgirão ao longo do ano. Fiquem ligados!


Regra: Citar 5 respostas a cada uma das 52 perguntas, respondendo a uma pergunta por semana, em forma de "Top 5".

Semana 1: Coisas que me fazem ficar feliz:
Semana 2: Eu nunca...
Semana 3: Coisas pra se fazer no calor:
Semana 4: Minhas citações preferidas são: (trechos de livros, de músicas, frases de autores, etc)
Semana 5: Fazem parte da minha wishlist:
Semana 6: Os super poderes que eu gostaria de ter se fosse um super heroi seriam:
Semana 7: Eu sempre...
Semana 8: Os melhores filmes infantis que já assisti foram:
Semana 9: Pessoas que eu gostaria de conhecer / ter conhecido:
Semana 10: Minhas comidas preferidas são:
Semana 11: Meus brinquedos preferidos na infância eram:
Semana 12: Coisas pra se fazer no frio:
Semana 13: Fico sem graça quando...
Semana 14: Meus sites preferidos na internet:
Semana 15: O que há de pior no mundo virtual?
Semana 16: Isso, pra mim, não é diversão:
Semana 17: Personagens cuja vida eu gostaria de viver por um dia: (filmes, livros, seriados, etc)
Semana 18: Sinto saudades...
Semana 19: Meus seriados preferidos:
Semana 20: Fico de mau humor quando...
Semana 21: Meus piores defeitos:
Semana 22: Na minha geladeira, tem que ter:
Semana 23: Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo:
Semana 24: Casais preferidos (filmes, seriados, livros, etc)
Semana 25: Tenho aflição de...
Semana 26: Se eu pudesse trocar de profissão, eu seria...
Semana 27: Coisas legais pra se fazer nas férias:
Semana 28: Minhas maiores "neuras" e manias são:
Semana 29: Filmes que me falam ao coração:
Semana 30: Fico impaciente com pessoas que...
Semana 31: Quando não tenho nada pra fazer, gosto de...
Semana 32: Ainda quero aprender:
Semana 33: Tenho medo de...
Semana 34: Livros que eu acho que todo mundo deveria ler:
Semana 35: Minhas piores compras foram:
Semana 36: Morro de preguiça de...
Semana 37: O que, de melhor, o mundo virtual te trouxe/traz?
Semana 38: Desculpe, mas eu acho brega:
Semana 39: Minhas melhores qualidades:
Semana 40: Meus "cheiros" preferidos são:
Semana 41: As coisas mais difíceis num relacionamento amoroso são:
Semana 42: Quer acertar no meu presente? Então me dê...
Semana 43: Músicas que eu não canso de ouvir:
Semana 44: Meus vilões preferidos são:
Semana 45: Lembra a minha adolescência:
Semana 46: Parece que todo mundo sabe, menos eu:
Semana 47: Quando estou apaixonado(a), eu...
Semana 48: Nunca tive coragem de...
Semana 49: Lugares no mundo que eu gostaria de conhecer:
Semana 50: Pessoas que eu admiro:
Semana 51: Coisas que me marcaram neste ano que está acabando:
Semana 52: No ano que vem eu quero:


O outro projeto é sobre cinema, minha grande paixão junto com os livros. Eu decidi adaptar o desafio 1 mês 30 filmes porque achei muito corrido e não tenho nem tempo, nem disciplina para isso! Vou  postar quando tiver vontade ao longo do ano...O nome do meu projeto será Os Filmes da Minha Vida. Optei por fazer o meu próprio desafio, então quem quiser me acompanhar nesta viagem ao mundo do cinema, fique de olho! Quem quiser entrar no desafio, fique à vontade. Agora vamos à minha lista:

 1. Filme favorito na categoria: drama
 2. Filme favorito na categoria: romance
 3. Filme favorito na categoria: horror (psicológico)
 4. Filme favorito na categoria: animação
 5. Filme favorito na categoria: anime
 6. Filme favorito na categoria: documentário
 7  Filme favorito na categoria: cinema europeu
 8  Filme favorito na categoria: cinema brasileiro
 9. Filme favorito na categoria: cinema asiático
10. Filme favorito na categoria: cinema africano
11. Diretor americano favorito
12. Diretor europeu favorito
13. Diretora americana favorita
14. Diretora européia favorita
15. Diretor brasileiro favorito
16. Diretora brasileira favorita
17. 3 atrizes favoritas (uma só não basta)
18. 3 atores favoritos (um só não basta)
19. Filme favorito baseado em fatos reais
20. Filme favorito baseado em livro
21. Filme favorito baseado em série (trilogias, etc)
22. Filme ideal para o fim-de-semana ou feriado
23. Filme para quando se está feliz
24. Filme para quando se está com dor de cotovelo
25. Filme para quando não se sabe o que fazer da vida
26. Filme que faz lembrar alguém
27. Filme com algum lugar que sonha visitar um dia
28. Filme com algum lugar que já visitou
29. Filme que mais me fez chorar
30. Filme que mais me fez rir (até as lágrimas)

História de amor não convencional, só para mentes abertas





Para os distraídos ou desavisados, já digo que sempre tive uma mente aberta e portanto, nunca me choquei com relacionamentos homosexuais. Tenho ótimos amigos gays e também me relaciono sem problema com lésbicas (conheci algumas muito legais). Eu acho que cada um tem o direito de viver como bem entende. Liberdade e respeito são as palavras-chave. Sempre.

E por isso decidi escrever sobre este pequeno grande filme chamado The Kids Are All Right (2010) que assisti em pleno dia de natal - mais inconvencional, impossível. Mas não se iludam, o filme é antes de mais nada uma história de amor. Nesse caso, uma história de amor entre duas mulheres - sim, um casal de lésbicas - que formam com seus dois filhos (uma jovem de 18 anos e um rapaz de 15 anos) uma família pra lá de moderna. Sim, porque quando se pensa em famílias tradicionais, pensa-se em pai, mãe e filhos, certo?

Pois aqui a coisa é diferente e nem por isso menos família! Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) são um típico casal de lésbicas que resolve ter filhos e por isso recorrem a um banco de esperma. Tudo corre muito bem e sem problemas até que a filha mais velha completa 18 anos e o irmão pede a ela que entre em contato com o tal banco pra saber quem é o pai biológico (por lei, essa informação só pode ser fornecida quando a criança em questão completa 18 anos). A moça acaba cedendo ao irmão e eles entram em contato com o pai biológico.

Aí começa a novela porque não apenas o cara conquista a amizade dos dois como começa a se envolver com Jules, que passa por um período emocional conturbado na relação com Nic. Enfim, receita para desastre...mas no final, o amor vence e tudo acaba bem!

Pra completar, temos mais uma boa atuação de uma das minhas atrizes favoritas, Julianne Moore (Magnolia, Far from Heaven, The Hours, A Single Man, Crazy Stupid Love, entre muitos outros). O ator Mark Ruffalo também está ótimo no papel de pai biológico. Ele é um cara super centrado em si mesmo, o típico hedonista que só pensa no seu próprio prazer e só quer aproveitar a vida (até aí tudo bem). Só que dessa vez ele se dá mal...e acaba se tornando o "intruso" na estória. Não conto mais pra não estragar!

Enfim, fica a dica pra quem curte filmes originais com estórias de amor diferentes! O filme é ótimo e dirigido magistralmente por Lisa Cholodenko. Se você tem mente aberta, confira. Diversão garantida.


Uma família nada tradicional

100 fatos sobre mim - 91 a 100




Este último post da série é dedicado aos meus companheiros de brincadeira Priscila, Mateus e Maria Valéria. Vocês pensaram que eu tinha esquecido, né? Não esqueci não, tava era sem idéia pra terminar este "desafio"...De qualquer forma, adorei brincar com vocês, rsrsrrs.


91 - Sou muito emotiva e choro com facilidade (o que em algumas situações é péssimo).

92 - Sou ansiosa pra cacete...tem dia que nem eu me aguento!

93 - Penso e falo muito rápido (a famosa metralhadora). Dizem as más línguas que tenho ADHD...a estes eu respondo: era só o que me faltava!

94 - Minha grande paixão são os livros, desde que aprendi a ler nunca mais parei.

95 - Costumo ser sincera em 90% dos casos, nos outros 10% fico calada pra evitar aborrecimentos e poupar a mim mesma.

96 - Sou extrovertida, falante e sociável...mas já fui tímida quando criança!

97 - Como se não bastasse a ansiedade, sofro de depressão. Não, não tem a menor graça.

98 - Em compensação, por causa desta "maldita" do item anterior, sou uma pessoa muito vivida pra minha idade e mais forte do que eu mesma poderia um dia imaginar.  A verdade é que o ser humano aprende muito mais com o sofrimento...

99 - Também por causa da tal depressão, evito cada vez mais situações e pessoas que me estressam e nada acrescentam à minha qualidade de vida. LESS IS MORE.

100 - Pra mim, o mais importante na vida são duas coisas: autoconhecimento e paz de espírito (desconfio que ambos são inseparáveis). Essas duas coisas valem mais do que todo ouro do mundo...e por isso vou continuar buscando-as em 2012!

Ganhei no sorteio!

Quem diria, o ano novo ainda nem chegou e eu já tive a sorte de ganhar no sorteio de aniversário do blog da Milena, uma brasileira que mora em Paris! Diga-se de passagem, o blog dela é altamente recomendado para quem quer saber mais sobre Paris (não percam a dica da melhor boulangerie da capital francesa aqui). Também tem relatos (com fotos) de viagens por outras cidades francesas. E também outras andanças pela Europa, como viagens recentes a Genebra e Copenhagem (que ainda estão na minha lista de lugares a conhecer).. Quem quiser conferir, tá tudo aqui.

Depois da divulgação básica*, quero agradecer a Milena por surpresa tão cheirosa...Com o kit de produtos L'Occitane, minha pele vai ficar mais macia do que nunca em 2012! Vejam só o belo pacote de produtos que ganhei no sorteio (e morram de inveja):







* Blogueira que se preze também divulga links dos blogueiros que gosta! E assim as pessoas vão se achando e nosso mundinho de blogs vai crescendo a cada dia...

Correria de fim-de-ano...





Meu Deus, que semana mais corrida! Pra lá e pra cá a semana inteira, agora finalmente em casa. Liam foi pra casa do pai e eu resolvi botar as pernas pro ar e relaxar. Aproveitando a época de festas, cá estou eu com uma taça de vinho tinto, queijo de cabra e linguicas fuet (linguiças secas francesas muito populares por aqui). E aproveito a folga pra vir correndo conversar com vocês.

É que comigo vai tudo muito bem, obrigada (as coisas poderiam estar piores). Acho que o novo trabalho tem influenciado meu humor positivamente. Inverno pra mim sempre foi uma época perigosa, ainda mais se eu ficar em casa como no ano passado. Dias curtos e pouca luz. Pra completar, tem chovido muito este mês (e nada de neve)! Então é importante manter-se ocupado, quem mora aqui por essas bandas sabe muito bem disso. Questão de saúde pública. Não, não estou brincando!

Mas olha - levando em consideração os dias cinzentos, a crise do euro e a grana curta - estou melhor do que costumo estar neste mês de dezembro. Acabei de voltar de uma consulta com o psiquiatra e pela primeira vez na vida pedi pra ele baixar a dosagem dos antidepressivos! Tudo bem que ele discordou (e tem seus motivos) mas eu pedi assim mesmo, na maior cara de pau. É que mudei de remédio em março (adeus Prozac, amigo de longa data) e ainda estamos "ajustando" a dosagem. De qualquer forma, vou poupá-los dessa longa estória.

Só sei que mais um ano passou voando e lá vem natal de novo. E ano novo também, o momento ideal para fazermos novos planos, largar o que não está dando certo e mudar de rumo, conforme for necessário. Momento de parar pra respirar fundo e redefinir prioridades. De avaliar nossas relações (inclusive com nós mesmos, talvez a relação mais importante de todas).

Mas este ano eu não vou cair na tentação de fazer uma lista de resoluções de ano novo. É que depois de uma certa idade, a gente aprende que essas listas não servem pra muita coisa mesmo! Mas isso não quer dizer que eu não tenha alguns planos para o ano que vem (tenho poucos mas tenho, Less is More). Só que decidi fazer diferente: mais ação e menos palavras...Porque no final das contas, isso é o que realmente importa. O resto é conversa fiada (mesmo).

E aproveito para desejar a todos queridos amigos e leitores um feliz natal e um ano novo repleto de realizações pessoais. Porque sempre é bom (poder) começar de novo.

Estabilidade.





Taí uma coisa que nunca tive nesta vida. Estabilidade. Nem aqui na Holanda, nem no Brasil. Em 17 anos de Holanda, posso afimar que nunca tive estabilidade emocional nem financeira. E sim, claro que a vida de imigrante é difícil mas é aquela velha estória: para uns é mais difícil do que para outros. Eu conheço gente que mora há menos tempo aqui, que nem fala holandês direito e tem emprego fixo e passaporte holandês. Gente que vem pra cá casada, acerta a papelada, compra casa, arruma emprego e segue em frente. E sim, também conheço gente ilegal que está batalhando a vida até hoje e que não teve essa sorte. Pra mim nada foi simples, nem era no Brasil...(sabe aquela estória que a gente leva os problemas com a gente? Pois é, levei os de lá e arrumei novos aqui).

E antes que você mude de página. Não, este post não é pra reclamar. Não é pra me fazer de vítima nem pedir piedade. É apenas uma constatação minha, depois de uma longa e produtiva conversa que tive hoje com uma colega holandesa que como eu, também sempre teve de lutar pelas coisas. É que para algumas pessoas, a vida é uma eterna batalha. Termina uma batalha, começa outra. Pra mim nada me foi dado -  a não ser um coração enorme e uma inteligência acima da média (pra que mentir se ouvi e ainda ouço isso a vida inteira?).

E por falar em inteligência, é óbvio que inteligência não é tudo na vida (se fosse, eu "estaria feita" e não precisaria escrever este post). A começar porque existem vários tipos de inteligência...Em retrospectiva, o que me faltou em alguns momentos estratégicos foi inteligência emocional. Bom senso. Ou talvez seria melhor dizer estabilidade emocional pra fazer as escolhas certas. Eu nunca escondi de ninguém que tive não apenas uma mas duas depressões horríveis aqui na Holanda. Sobrevivi as duas com muita dificuldade e até hoje lido com as consequências disso. Muitos se afastaram, eu me afastei de outros. Porque a verdade é que ninguém sabe lidar com uma pessoa deprimida (felizmente existem os psicólogos e psiquiatras). Sofri com a doença e sofro até hoje com a ignorância dos outros. E tem dias que eu solto mesmo o verbo porque não vou mais sofrer calada. Sim, decidi fazer isso por mim mesma porque cansei de querer agradar os outros.

Eu acho que esta foi uma das principais "causas" dos meus problemas aqui. Um dos principais fatores que afetaram a minha vida na Holanda. E também não sou ingênua ao ponto de achar que tudo seria mais fácil no Brasil (a grama do vizinho sempre é mais verde). Aí sempre vem um e diz que não posso usar isso como desculpa por "não ter realizado nada" - mentira, também tive minhas realizações pessoais. Vem outro e diz que não devia ser tão "determinista". Que devia deixar pra lá e ser otimista. Mais uma vez, não é determinismo, é constatação. Constatação não apenas de 17 anos vivendo na Holanda como constatação de vida inteira. Eu não falo porque li aqui ou ali. Eu falo por experiência própria.

Quando as pessoas vem com este papo de que eu "devia ser mais positiva" eu até concordo em partes. O que não significa que eu possa mudar da noite pro dia e parar de sofrer agora. O que para alguns é um talento natural (predisposição genética) para ser feliz, para outros é um aprendizado de vida inteira. Achar que tudo depende da gente é uma visão muito restrita de mundo. Depende em partes. Depende dos nossos esforços, mas também depende de alguma sorte.

No final das contas, meu mundo é muito mais complexo...e também mais rico. Não existe só preto e branco, existem várias tonalidades...O que me torna uma pessoa complexa mas também rica em experiências. E isso ninguém pode tirar de mim!

Kevin, o (esperado) filme






Quarta-feira passada assisti o filme We Need to Talk about Kevin, baseado no bestseller da autora americana Lionel Schriver. Quem lê este blog sabe que sou fã dela, tendo comentado ainda em 2008 sobre o livro We Need toTalk About Kevin muito antes dele virar filme (leia aqui). Entre outras coisas, o livro traz à discussão um dos velhos debates sobre nurture x nature em uma estória instigante. É impossível não compartilharmos o sofrimento da mãe de Kevin ao conhecermos sua estória desde a decepção inicial logo ao tomar o bebê nos braços, até a depressão pós-parto e as dificuldades em criar laços afetivos com uma criança cada dia mais geniosa e que também não retribui seu afeto. Uma relação mãe-filho conturbada que nos faz questionar nossos próprios conceitos de amor materno e amor filial.

Voltando ao assunto do post, gostei muito do filme - como eu mesma esperava após ler recente entrevista com a escritora. Uma estória com alto teor dramático que poderia facilmente ter virado mais um melodrama holywoodiano como tantos outros mas que recebeu o tratamento adequado. Imagino o alívio da escritora após assistir o filme, que ela mesma considerou fiel à sua obra (na medida em que um filme pode ser fiel a um livro, claro). Eu desconfio que um dos fatores do sucesso na transcrição para o cinema tenha sido o fato dele ter sido dirigido por uma mulher, a inglesa Lynne Ramsay.

Um dos trunfos do filme é a precisão ao montar as imagens, nenhuma cena é demais. As palavras também são usadas com economia e, no final das contas, são as imagens que nos ajudarão a penetrar no pesadelo da mãe de Kevin. Outro aspecto essencial do filme é que em nenhum momento há qualquer tipo de julgamento por parte da diretora. Cabe ao expectador tirar suas próprias conclusões e "tomar lados" conforme achar necessário.

A atuação de Tilda Swinton é um dos destaques do filme. E a atuação do menino Kevin com seu olhar gélido e quase autista também é de arrepiar (no sentido literal da palavra, porque o nome desta criatura deveria ser Demian).  E de resto, o filme é um soco no estômago! Você dificilmente sairá do cinema a mesma pessoa que entrou...

Não vou contar mais sobre a estória porque já contei no outro post sobre o livro. E porque este é um daqueles filmes em que quanto menos informação você tiver, maior o impacto das imagens na tela. Assistam!


Nada é para sempre.


No dia que a gente aprende isso (e muitos nunca aprendem), a vida fica mais fácil. Porque só assim deixamos de ter a ilusão de que nada muda, tudo permanece...Mera ilusão. As pessoas mudam, as situações mudam, nossas necessidades mudam. O mundo muda o  tempo todo. Dias, noites, estações do ano. Sol, chuva, calor, frio. Tempestade, trovão, neve.

Quando a gente aprende que a mudança é inevitável, tudo fica mais fácil - e mesmo assim é difícil. Porque a verdade é que não adianta nos apegarmos a uma pessoa, idéia ou sentimento, porque eles mudam, a gente muda. Nada é para sempre.

E assim as relações começam, algumas se desfazem, outras amadurecem. Elas cumprem seu papel, a gente aprende (ou não) a lição. Tem gente que precisa cometer o mesmo erro ad infinitum (teimosia ou burrice?). E tem gente que se recusa a ir pelo mesmo caminho. Que reconhece os sinais de perigo na estrada. As curvas perigosas, aquele velho beco sem saída.

Tem relacionamento pra todo tipo de gente. Tem relacionamento em que os dois vivem em total simbiose, grudados o tempo todo...esses geralmente não duram porque o sacrifício de abrir mão de sua individualidade sai caro (e nem todos estão dispostos a pagar o preço). Desse tipo de relacionamento eu fujo instintivamente...não tenho culpa de ter nascido sagitariana dupla e prezar por meu espaço e minha liberdade.

Tem relacionamento em que um dos parceiros insiste em tentar mudar o outro...desnecessário dizer, isso nunca dá certo. Então se você está tentando mudar o seu parceiro, economize suas energias e em vez disso, tente mudar a maneira como você lida com o parceiro em questão. E se isso não for possível, pense duas vezes se não está sonhando com o parceiro ideal (irreal).

Tem relacionamento em que uma pessoa tem tanto medo de ficar sozinha que ela prefere manter a relação a todo custo. Ela briga, chora, se escabela mas "não larga o osso" (como dizia uma sábia amiga que não vejo há tempos). A relação se desgata mas ela continua insistindo que tem solução, que ainda é possível mudar o rumo. Muitos casamentos são assim porque a pessoa tem medo da solidão. Agora convenhamos: medo de ficar sozinho não é a melhor base para um relacionamento.

Relação ideal não existe. O que existe é amor. Vontade de ficar juntos. E vontade de dar certo. É preciso cultivar a relação, e para isso é preciso tempo e acima de tudo, energia. Quem não tem energia pra investir numa relação, melhor ficar sozinho. Porque "empurrar com a barriga" é uma forma de egoísmo. Não dá!

No final das contas - e com alguma sorte - a melhor companhia que você terá ao longo de toda a sua vida é você mesmo. E isso não é necessariamente ruim. Nascemos sozinhos. Morremos sozinhos. Fica dado o recado.