terça-feira, novembro 27, 2012

Terapia cognitiva



A primeira medida que tomei depois que decidi tirar minhas férias virtuais do Facebook  foi começar uma terapia cognitiva. Pra quem não sabe, é um dos métodos mais eficazes no tratamento da depressão. Porque já foi comprovado que melhor que apenas remédio é a combinação remédio e terapia. E quem leu um dos meus posts recentes deve saber que a coisa aqui anda pra lá de esquisita...eu como sou macaca velha, reconheço os sintomas.

Não, depressão não é assunto bacana mas é importante falar sobre isso vez ou outra porque é uma doença invisível e muita gente sofre sozinha...e eu não tenho vergonha nenhuma (nem nunca tive) de falar sobre o assunto porque não vou alimentar tabus. Depressão é uma doença e não um estado de espírito ou falta de força de vontade ou sei lá o que mais que as pessoas dizem. Infelizmente, só quem tem pra entender isso (e a gente além de sofrer com a doença, ainda sofre com a ignorância como eu mesma escrevi aqui neste post).

Mas voltando à terapia cognitiva, fiz uma vez e gostei muito só que foram apenas duas sessões e agora decidi pegar pesado (aproveitando que o inverno está mesmo chegando). Terei sessões semanais nos próximos 2 ou 3 meses...com direito a dever de casa e tudo mais!

A primeira sessão foi ótima e a terapeuta me deu logo uma dica de um livro pra ler em casa. Mas como o autor é holandês (e eu vou ler em holandês, claro) acho que não vem ao caso citar o título aqui. De qualquer forma, a terapia é muito conhecida há anos e certamente existe uma boa bibliografia em português. Aaron Beck é o fundador desta escola e tem muitos títulos traduzidos no Brasil, assim como sua filha Judith Beck.

A base da terapia é que antes dos sentimentos, vem os pensamentos. Somos o que pensamos e se quisermos mudar a maneira como nos sentimos (por exemplo, tristes ou deprimidos) precisamos cortar o mal pela raiz e "reprogramar" nossos pensamentos. Eu sei que alguns que leem isso vão achar a coisa mais óbvia do mundo mas quem sofre de depressão sabe que é uma tarefa diária. Você precisa literalmente se "reprogramar" para transformar cada pensamento negativo em algo positivo. Para ver oportunidades e portas onde você não vê mais nenhuma saída. E isso exige muita disciplina e treino.

Tem gente que teve sorte de ter nascido com uma predisposição para ser otimista e positivo, outros passam a vida inteira tentando aprender. E com alguma sorte, um dia aprendem! Sem falar dos fatores externos (ambiente, trabalho etc) que influenciam diariamente nosso estado de espírito e dos quais nem sempre temos controle (eu que o diga). Ou seja, já que existem tantos fatores externos fora do nosso controle - e que muitas vezes não podemos mesmo mudar - a solução é tentar mudar a maneira como vemos estes fatores. De certa forma, eu diria até reprogramar nossa visão de mundo. Como diz aquele velho e sábio ditado: "Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas."

Last but not least, um artigo para quem tenha ficado interessado no assunto:
Aaron Beck e a terapia cognitiva


quinta-feira, novembro 22, 2012

Atividades de Inverno

Meu cantinho criativo

Material de scrapbooking
A boa notícia pra quem costuma ler este blog é que decidi voltar às origens e postar mais, depois de algumas semanas conturbadas. Verdade seja dita, eu sempre tive muitos interesses e tenho ao menos dois hobbies que me satisfazem enormemente: blogar e scrapbooking (pra quem ainda não conhece, aqui está o meu outro blog). Além disso, tenho ainda cultivado um novo vício, o Pinterest. O Pinterest é a minha maior fonte de inspiração nos últimos tempos e quem não conhece, não sabe o que está perdendo! Ali tem tudo pra todo mundo. Dicas de decoração, moda, fotografia, lugares, acima de tudo muito design. Eu mesma já tenho trinta boards, o que chega a ser um exagero mas o fato é que tenho interesses diversos (e se for pensar bem, isso é que faz uma pessoa interessante, não é mesmo?).



E agora que saí do Facebook confesso que tenho me sentido melhor, além de ter me dado conta de quanto tempo eu perdia ali...tempo que poderia ser usado para outras atividades como, por exemplo, scrapbooking! E claro, tempo para postar mais aqui no blog e conversar com vocês, caros amigos e leitores. Porque eu sempre amei o mundo dos blogs e fiz grandes amizades na blogosfera. E talvez por isso tenha tido dificuldades em me adaptar às "regras" do Facebook, digamos assim. Sem falar que a blogosfera obviamente tem muito mais a ver comigo e pelo menos no meu blog eu posso falar o que eu quero, né? E esta é a primeira e sem dúvida, a maior diferença entre um blog pessoal e o Facebook.

Mas voltando ao assunto do post, aqui na Holanda nós realmente temos as quatro estações do ano, diferente de quando eu morava no Rio de Janeiro em que era verão o ano inteiro. As estações são bem distintas, assim como as atividades relacionadas a cada estação. Outono pra mim é sempre um período difícil, os dias começam a ficar mais curtos, chove muito, as folhas caem das árvores e somos lembrados diariamente que o inverno está chegando...Em compensação, eu aproveito pra ler bastante, porque no verão eu leio pouquíssimo (verão passado não li nada). Todo ano é a mesma coisa: é só entrar o outono que eu começo a devorar livros. No inverno então nem se fala porque não há nada (ou quase nada) melhor do que deitar à noite numa cama quentinha com um bom livro como companhia!

Outono e inverno também é a época em que as pessoas começam a passar cada vez mais tempo dentro de casa e por isso as lojas começam a vender todo tipo de decoração para o lar: almofadas e colchas macias para o sofá da sala, velas e castiçais de todos os tipos e cores para iluminar as noites escuras (muito populares aqui no norte da Europa). Pra quem curte aromaterapia, também é fácil encontrar velas com aromas em muitas lojas: aromas de inverno como maçã e canela, especiarias, etc. E por falar em aroma, há ainda uma enorme variedade de guloseimas de inverno disponíveis nas lojas e supermercados (a dieta agradece). Speculaas é uma das guloseimas mais vendidas por aqui (e que eu infelizmente adoro), vejam neste site: delícias da Holanda. É que em dezembro comemora-se não apenas o natal na Holanda mas também Sinterklaas, uma tradição holandesa muito interessante, sobre a qual já comentei aqui no blog.



Sinterklaas

Moral da estória: com tantos livros e guloseimas a gente até que consegue sobreviver os longos meses de inverno! O segredo é criar um lar aconchegante, tirar proveito de velas para decorar a casa, montar uma bela árvore de natal e pronto. Um chocolate quente, um bom filme e a gente sobrevive as noites escuras...


terça-feira, novembro 20, 2012

Chicklit with a Twist

Mudando radicamente de assunto, porque nem eu aguento mais esta ladainha de Facebook (pelo amor de Deus, né?). Hoje queria falar de uma escritora que nunca havia lido antes mas que agora viciei. É a Emily Barr, uma escritora inglesa conhecida por escrever bestsellers que combinam o popular estilo chicklit com um toque de suspense e mistério...a fórmula perfeita para prender a atenção do leitor!

Pois eu acabei de devorar dois livros dela e confesso que são muito bem escritos. O primeiro deles se chama Out of My Depth e conta a estória de 4 amigas de ginásio que se reencontram vinte anos depois na casa de uma delas no sul da França. Os capítulos revezam entre o período do ginásio em que elas tinham 16, 17 anos e o encontro vinte anos depois. Como se não bastasse a tensão inerente a um encontro desses, com expectativas e inseguranças da parte de cada uma delas, há ainda um segredo a ser revelado. Um segredo que irá mudar para sempre a relação entre as quatro amigas. E que o leitor só descobrirá perto do fim...

O segundo livro, que devorei em 2 dias (quase 400 páginas) se chama Stranded. E é literalmente isso que acontece na estória: uma inglesa divorciada e com uma filha de 10 anos decide fazer uma espécie de sabbatical e tirar umas semanas de férias para refletir. Ela está prestes a completar quarenta anos (a famosa "crise dos 40", pela qual já passei). Ela compra passagens pra Malásia e acaba numa ilha paradisíaca com mais 6 turistas (um casal americano, um casal australiano, uma outra inglesa e um rapaz escocês com o qual acaba namorando). O problema é que o que seria um passeio de um dia acaba virando 29 dias de sobrevivência na selva! Bem ao estilo de LOST, a popular série de tv que muitos de vocês certamente conhecem (e eu não assisti até hoje por pura implicância, rsrsrs).

Enfim, uma autora altamente recomendada (e viciante) pra quem curte livros com alta dose de adrenalina...puro escapismo! A má notícia é que procurei nos sites da Saraiva e da Livraria Cultura e os livros dela parecem não terem sido traduzidos ainda no Brasil...A boa notícia é que eles vendem os livros importados então fica a dica pra quem lê em inglês! Se alguém encontrar os livros traduzidos, por favor comente aqui.

segunda-feira, novembro 19, 2012

Das prioridades


A coisa anda pra lá de esquisita nas últimas semanas e eu nem tenho conseguido me animar pra postar aqui no blog (alguns leitores talvez tenham percebido isso). São situações que independem de mim e que tem aumentado o desgaste emocional e mental. E por isso decidi que está mais do que na hora de (re)definir minhas prioridades. Uma das primeiras medidas tomadas foi desativar (temporariamente) minha conta do Facebook. Isso porque cheguei à conclusão de que além de tomar tempo precioso (não tenho a vida ganha), também andei me incomodando com algumas figuras ressurgidas do passado, digamos assim. Amizades que fiz na época do meu divórcio, um dos períodos mais conturbados que passei aqui na Holanda. Muitas se afastaram na época e depois eu mesma decidi me afastar. Só que voltei ao Facebook ano passado e acabei adicionando automaticamente essas pessoas como se nada tivesse acontecido. Grande erro!

Enfim, acho que todo mundo deve ter estórias parecidas mas a verdade é que não vale a pena tentar "reestabelecer" amizades passadas quando elas obviamente já fecharam a página. E felizmente eu tenho bons amigos e não preciso "esmolar" amizade de ninguém! Mas o que a gente faz com a mágoa?

Verdade seja dita, ser abandonada por pessoas que você considerava amigas durante uma das maiores crises da sua vida, no meio de uma depressão horrível, é algo que eu não desejo a ninguém. E foi exatamente isso que eu vivi. Você fica doente, as pessoas se afastam. E se tem uma doença que afasta as pessoas é a depressão (pra que mentir, né gente?). Quem já teve, sabe muito bem disso. Hoje em dia - e principalmente nas redes sociais, eu digo e repito - ninguém quer saber de problemas. As pessoas só querem se relacionar com quem está com a vida ganha, tudo nos trinques. Ninguém quer ouvir falar de crise, divórcio, desemprego...crise, que crise? São assuntos nada populares, mas que fazem parte da vida de muitas pessoas (ainda mais com esta crise do euro que nunca acaba). Só que manda a regra que não é de bom tom sair por aí reclamando da vida. As pessoas só querem saber de alto astral, só querem saber da companhia de quem está de bem com a vida.

Enfim, decidi dar um tempo na rede pra organizar a cabeça e cuidar de outras prioridades. E quando a maré tiver melhorado pro meu lado e eu me sentir mais forte, eu volto. Deixei grandes amizades ali,  mas elas sabem como me encontrar e nunca precisaram de Facebook pra isso!  Seja aqui mesmo através do blog, por telefone ou por e-mail.

E agora vamos virar a página (prometo não incomodá-los mais com este assunto inóspito). Porque pra frente é que se anda, né?

quinta-feira, novembro 08, 2012

O Fim do Império Branco

 
 


Nesses dias esquisitos, ao menos posso dizer que fiquei feliz com a vitória do Obama. Diga-se de passagem, uma vitória dupla: ser reeleito em plena crise americana, com altos índices de desemprego e uma economia estagnada. Isso significa que alguma coisa ele está fazendo certo. E ao menos assim, ele poderá dar continuidade aos seus planos. E continuidade é essencial nestes tempos difíceis.

No mais, o Império Branco dos republicanos vem sendo cada vez mais ameaçado pelas minorias. É que o eleitor típico de Romney é o americano branco de classe média, residente nas zonas rurais (o velho cowboy). Já o eleitorado de Obama abrange várias classes sociais e comunidades de imigrantes. E neste ponto ele acertou em cheio. Enfim, é o fim do Império Branco.

Interessante observar as eleições americanas daqui da Europa, onde os "problemas" de imigração são bastante semelhantes aos dos EUA mas as soluções tem sido diferentes até os dias de hoje. Aqui na Holanda, por exemplo, nunca se elegeu um presidente negro (ponto para os EUA). Também existem pouquíssimos negros (ou latinos, asiáticos) em universidades e em cargos de chefia em grandes empresas. Até mesmo em hospitais, a maioria dos médicos é branca. E isso não sou eu que digo, está nos jornais pra quem quiser ler. A discriminação já começa no ensino primário (já comentei sobre isso por aqui) e vai até o mercado de trabalho. No meu bairro existe uma escola branca (onde os pais holandeses matriculam suas crianças e a fila de espera é de dois anos). Todas as outras escolas são negras (80% filhos de imigrantes ou mais). E pra você que nunca ouviu falar em escola branca e escola negra, estes são termos correntes na mídia holandesa. Sentiram o drama? Detalhe que este é um problema também na França, Alemanha e Inglaterra...não apenas um problema holandês.

E é justamente isso que eu admiro no Obama. Ele entende esta mudança social - até porque, faz parte dela - que começou há uns 50 anos e agora se vê pelas ruas das cidades americanas e européias. Aqui mesmo em Amsterdam, quase metade da população jovem é filha de imigrantes (nascida aqui e muitos com passaporte holandês). E qualquer candidato que queira arrecadar votos nas capitais holandesas, precisa levar isso em consideração na hora de preparar sua campanha.

Eu nem vou falar de EUA porque não moro lá. Mas aqui na Holanda a coisa está pegando fogo. Os holandeses não querem conviver com culturas diferentes da sua (e não me refiro apenas a muçulmanos) mas infelizmente para eles, isso é inevitável. A verdade é que eles continuam achando sua cultura superior e não querem saber de assimilar novos valores culturais (alguns até tentam, poucos conseguem). Quanto a mim, prefiro acreditar que há algo de bom em toda cultura. E crio meu filho para respeitar as diferentes culturas porque no final das contas, ninguém é melhor do que ninguém. Eu aproveito o que acho bom da cultura holandesa, tiro algo da cultura inglesa, misturo um pouco da brasileira e assim vamos vivendo, tentando tirar o melhor de dois (ou mais) mundos!

Os imigrantes estão deixando de ser minoria para ser maioria. E isso não é ruim. A sociedade moderna é cada vez mais multicultural e não adianta bater pé (como os republicanos que queriam deportar os ilegais) e exigir uma sociedade branca porque esta era passou! Eu vejo ao meu redor holandeses reclamando, saudosos dos tempos em que não se via lojas turcas e mesquitas por toda parte. Mas esta é a nova paisagem social e eles terão de se acostumar com isso mais cedo ou mais tarde. Eu já me acostumei há tempos e nem acredito que me adaptasse em um bairro branco onde a maioria dos moradores fosse holandeses...meu filho menos ainda.

Enfim, este é o grande desafio do futuro. O fim de um império.


segunda-feira, novembro 05, 2012

Zona de turbulência

 



Pra quem percebeu a ausência aqui no blog, acabei de passar por uma "zona de turbulência" e olha que meu "inferno astral" só começa oficialmente hoje...Período bastante delicado, tentando manter a cabeça erguida apesar de tudo e de todos. Sim, o astral baixou de vez e tenho tentado levantar de todo jeito. Alguns dias eu até venço esta batalha contra o inimigo invisível...outros dias, chego do trabalho e vou dormir! Sem mais.

Insatisfação no trabalho porque infelizmente não tenho colegas e passo os dias sozinha num escritório. E eu que já não sou uma pessoa que gosta de trabalhar em escritório, imaginem então...Meu contrato de estágio vence no início de janeiro e estou revendo possibilidades. Muito chato acordar segunda de manhã cedo, ver a chuva lá fora e ter de pegar ônibus e metrô pra passar o dia sozinha. Pior mesmo é quando não tem nada pra fazer...já imaginaram?

Fato é que ando precisando de mais uma virada na minha vida...só que esta virada está demorando muito pra chegar. Este é o meu terceiro estágio e nada de emprego! Esta crise do Euro certamente dificultou a minha vida, não vou mentir e nem fingir que está tudo bem (como alguns insistem em fazer). Quem arrumou emprego antes da crise tomar o mercado, teve sorte. O que eu chamo de timing. Claro que as coisas sempre podem estar piores mas não está fácil. Meu único "consolo" é que não estou sozinha. Não estou mesmo (sim, eu leio jornais).

Pra piorar, o Facebook nessas horas não presta pra nada. Pelo contrário, até atrapalha. Aquilo ali é só festa mesmo e quem reclama acaba literalmente perdendo "amigos". Ninguém quer saber de seus problemas, todo mundo com emprego legal, viagens, tudo nos trinques! Não é a toa que alguns pesquisadores nos EUA já encontraram uma ligação entre Facebook e depressão em adolescentes (sei bem como é isso).

Enfim, tenho tentado ficar quieta no meu canto mas a coisa anda pra lá de esquisita...torçam por mim, tá?!!



52 x 5 Momentos pra compartilhar



Mais posts atrasados, claro...

Semana 42 - Quer acertar no meu presente? Muito fácil, me dê...
1) Livros
2) Livros
3) Livros
4) Livros
5) Ou mais...livros!

Semana 43 -Músicas que não me canso de ouvir
Difícil responder porque minha vida nos últimos anos tem sido repleta de livros, filmes e séries de tv mas música não tem sido algo que faz parte da minha vida...

1) Algumas músicas da Adele, como Turning Tables
2) Krezip (banda holandesa)
3) Blof (banda holandesa)
4) Massive Attack (sempre gostei)
5) Snow Patrol

Semana 44 - Meus vilões preferidos são...
1) Al Pacino em The Godfather
2) Robert de Niro (Lucifer) em Angel Heart
3) Visconde de Valmont em Ligações Perigosas
4) Anthony Hopkins em Silence of the Lambs
5) Last but not least, Magneto em X-Men




Vendendo a alma para o Diabo...



Tecnologia do Blogger.

Terapia cognitiva



A primeira medida que tomei depois que decidi tirar minhas férias virtuais do Facebook  foi começar uma terapia cognitiva. Pra quem não sabe, é um dos métodos mais eficazes no tratamento da depressão. Porque já foi comprovado que melhor que apenas remédio é a combinação remédio e terapia. E quem leu um dos meus posts recentes deve saber que a coisa aqui anda pra lá de esquisita...eu como sou macaca velha, reconheço os sintomas.

Não, depressão não é assunto bacana mas é importante falar sobre isso vez ou outra porque é uma doença invisível e muita gente sofre sozinha...e eu não tenho vergonha nenhuma (nem nunca tive) de falar sobre o assunto porque não vou alimentar tabus. Depressão é uma doença e não um estado de espírito ou falta de força de vontade ou sei lá o que mais que as pessoas dizem. Infelizmente, só quem tem pra entender isso (e a gente além de sofrer com a doença, ainda sofre com a ignorância como eu mesma escrevi aqui neste post).

Mas voltando à terapia cognitiva, fiz uma vez e gostei muito só que foram apenas duas sessões e agora decidi pegar pesado (aproveitando que o inverno está mesmo chegando). Terei sessões semanais nos próximos 2 ou 3 meses...com direito a dever de casa e tudo mais!

A primeira sessão foi ótima e a terapeuta me deu logo uma dica de um livro pra ler em casa. Mas como o autor é holandês (e eu vou ler em holandês, claro) acho que não vem ao caso citar o título aqui. De qualquer forma, a terapia é muito conhecida há anos e certamente existe uma boa bibliografia em português. Aaron Beck é o fundador desta escola e tem muitos títulos traduzidos no Brasil, assim como sua filha Judith Beck.

A base da terapia é que antes dos sentimentos, vem os pensamentos. Somos o que pensamos e se quisermos mudar a maneira como nos sentimos (por exemplo, tristes ou deprimidos) precisamos cortar o mal pela raiz e "reprogramar" nossos pensamentos. Eu sei que alguns que leem isso vão achar a coisa mais óbvia do mundo mas quem sofre de depressão sabe que é uma tarefa diária. Você precisa literalmente se "reprogramar" para transformar cada pensamento negativo em algo positivo. Para ver oportunidades e portas onde você não vê mais nenhuma saída. E isso exige muita disciplina e treino.

Tem gente que teve sorte de ter nascido com uma predisposição para ser otimista e positivo, outros passam a vida inteira tentando aprender. E com alguma sorte, um dia aprendem! Sem falar dos fatores externos (ambiente, trabalho etc) que influenciam diariamente nosso estado de espírito e dos quais nem sempre temos controle (eu que o diga). Ou seja, já que existem tantos fatores externos fora do nosso controle - e que muitas vezes não podemos mesmo mudar - a solução é tentar mudar a maneira como vemos estes fatores. De certa forma, eu diria até reprogramar nossa visão de mundo. Como diz aquele velho e sábio ditado: "Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas."

Last but not least, um artigo para quem tenha ficado interessado no assunto:
Aaron Beck e a terapia cognitiva


Atividades de Inverno

Meu cantinho criativo

Material de scrapbooking
A boa notícia pra quem costuma ler este blog é que decidi voltar às origens e postar mais, depois de algumas semanas conturbadas. Verdade seja dita, eu sempre tive muitos interesses e tenho ao menos dois hobbies que me satisfazem enormemente: blogar e scrapbooking (pra quem ainda não conhece, aqui está o meu outro blog). Além disso, tenho ainda cultivado um novo vício, o Pinterest. O Pinterest é a minha maior fonte de inspiração nos últimos tempos e quem não conhece, não sabe o que está perdendo! Ali tem tudo pra todo mundo. Dicas de decoração, moda, fotografia, lugares, acima de tudo muito design. Eu mesma já tenho trinta boards, o que chega a ser um exagero mas o fato é que tenho interesses diversos (e se for pensar bem, isso é que faz uma pessoa interessante, não é mesmo?).



E agora que saí do Facebook confesso que tenho me sentido melhor, além de ter me dado conta de quanto tempo eu perdia ali...tempo que poderia ser usado para outras atividades como, por exemplo, scrapbooking! E claro, tempo para postar mais aqui no blog e conversar com vocês, caros amigos e leitores. Porque eu sempre amei o mundo dos blogs e fiz grandes amizades na blogosfera. E talvez por isso tenha tido dificuldades em me adaptar às "regras" do Facebook, digamos assim. Sem falar que a blogosfera obviamente tem muito mais a ver comigo e pelo menos no meu blog eu posso falar o que eu quero, né? E esta é a primeira e sem dúvida, a maior diferença entre um blog pessoal e o Facebook.

Mas voltando ao assunto do post, aqui na Holanda nós realmente temos as quatro estações do ano, diferente de quando eu morava no Rio de Janeiro em que era verão o ano inteiro. As estações são bem distintas, assim como as atividades relacionadas a cada estação. Outono pra mim é sempre um período difícil, os dias começam a ficar mais curtos, chove muito, as folhas caem das árvores e somos lembrados diariamente que o inverno está chegando...Em compensação, eu aproveito pra ler bastante, porque no verão eu leio pouquíssimo (verão passado não li nada). Todo ano é a mesma coisa: é só entrar o outono que eu começo a devorar livros. No inverno então nem se fala porque não há nada (ou quase nada) melhor do que deitar à noite numa cama quentinha com um bom livro como companhia!

Outono e inverno também é a época em que as pessoas começam a passar cada vez mais tempo dentro de casa e por isso as lojas começam a vender todo tipo de decoração para o lar: almofadas e colchas macias para o sofá da sala, velas e castiçais de todos os tipos e cores para iluminar as noites escuras (muito populares aqui no norte da Europa). Pra quem curte aromaterapia, também é fácil encontrar velas com aromas em muitas lojas: aromas de inverno como maçã e canela, especiarias, etc. E por falar em aroma, há ainda uma enorme variedade de guloseimas de inverno disponíveis nas lojas e supermercados (a dieta agradece). Speculaas é uma das guloseimas mais vendidas por aqui (e que eu infelizmente adoro), vejam neste site: delícias da Holanda. É que em dezembro comemora-se não apenas o natal na Holanda mas também Sinterklaas, uma tradição holandesa muito interessante, sobre a qual já comentei aqui no blog.



Sinterklaas

Moral da estória: com tantos livros e guloseimas a gente até que consegue sobreviver os longos meses de inverno! O segredo é criar um lar aconchegante, tirar proveito de velas para decorar a casa, montar uma bela árvore de natal e pronto. Um chocolate quente, um bom filme e a gente sobrevive as noites escuras...


Chicklit with a Twist

Mudando radicamente de assunto, porque nem eu aguento mais esta ladainha de Facebook (pelo amor de Deus, né?). Hoje queria falar de uma escritora que nunca havia lido antes mas que agora viciei. É a Emily Barr, uma escritora inglesa conhecida por escrever bestsellers que combinam o popular estilo chicklit com um toque de suspense e mistério...a fórmula perfeita para prender a atenção do leitor!

Pois eu acabei de devorar dois livros dela e confesso que são muito bem escritos. O primeiro deles se chama Out of My Depth e conta a estória de 4 amigas de ginásio que se reencontram vinte anos depois na casa de uma delas no sul da França. Os capítulos revezam entre o período do ginásio em que elas tinham 16, 17 anos e o encontro vinte anos depois. Como se não bastasse a tensão inerente a um encontro desses, com expectativas e inseguranças da parte de cada uma delas, há ainda um segredo a ser revelado. Um segredo que irá mudar para sempre a relação entre as quatro amigas. E que o leitor só descobrirá perto do fim...

O segundo livro, que devorei em 2 dias (quase 400 páginas) se chama Stranded. E é literalmente isso que acontece na estória: uma inglesa divorciada e com uma filha de 10 anos decide fazer uma espécie de sabbatical e tirar umas semanas de férias para refletir. Ela está prestes a completar quarenta anos (a famosa "crise dos 40", pela qual já passei). Ela compra passagens pra Malásia e acaba numa ilha paradisíaca com mais 6 turistas (um casal americano, um casal australiano, uma outra inglesa e um rapaz escocês com o qual acaba namorando). O problema é que o que seria um passeio de um dia acaba virando 29 dias de sobrevivência na selva! Bem ao estilo de LOST, a popular série de tv que muitos de vocês certamente conhecem (e eu não assisti até hoje por pura implicância, rsrsrs).

Enfim, uma autora altamente recomendada (e viciante) pra quem curte livros com alta dose de adrenalina...puro escapismo! A má notícia é que procurei nos sites da Saraiva e da Livraria Cultura e os livros dela parecem não terem sido traduzidos ainda no Brasil...A boa notícia é que eles vendem os livros importados então fica a dica pra quem lê em inglês! Se alguém encontrar os livros traduzidos, por favor comente aqui.

Das prioridades


A coisa anda pra lá de esquisita nas últimas semanas e eu nem tenho conseguido me animar pra postar aqui no blog (alguns leitores talvez tenham percebido isso). São situações que independem de mim e que tem aumentado o desgaste emocional e mental. E por isso decidi que está mais do que na hora de (re)definir minhas prioridades. Uma das primeiras medidas tomadas foi desativar (temporariamente) minha conta do Facebook. Isso porque cheguei à conclusão de que além de tomar tempo precioso (não tenho a vida ganha), também andei me incomodando com algumas figuras ressurgidas do passado, digamos assim. Amizades que fiz na época do meu divórcio, um dos períodos mais conturbados que passei aqui na Holanda. Muitas se afastaram na época e depois eu mesma decidi me afastar. Só que voltei ao Facebook ano passado e acabei adicionando automaticamente essas pessoas como se nada tivesse acontecido. Grande erro!

Enfim, acho que todo mundo deve ter estórias parecidas mas a verdade é que não vale a pena tentar "reestabelecer" amizades passadas quando elas obviamente já fecharam a página. E felizmente eu tenho bons amigos e não preciso "esmolar" amizade de ninguém! Mas o que a gente faz com a mágoa?

Verdade seja dita, ser abandonada por pessoas que você considerava amigas durante uma das maiores crises da sua vida, no meio de uma depressão horrível, é algo que eu não desejo a ninguém. E foi exatamente isso que eu vivi. Você fica doente, as pessoas se afastam. E se tem uma doença que afasta as pessoas é a depressão (pra que mentir, né gente?). Quem já teve, sabe muito bem disso. Hoje em dia - e principalmente nas redes sociais, eu digo e repito - ninguém quer saber de problemas. As pessoas só querem se relacionar com quem está com a vida ganha, tudo nos trinques. Ninguém quer ouvir falar de crise, divórcio, desemprego...crise, que crise? São assuntos nada populares, mas que fazem parte da vida de muitas pessoas (ainda mais com esta crise do euro que nunca acaba). Só que manda a regra que não é de bom tom sair por aí reclamando da vida. As pessoas só querem saber de alto astral, só querem saber da companhia de quem está de bem com a vida.

Enfim, decidi dar um tempo na rede pra organizar a cabeça e cuidar de outras prioridades. E quando a maré tiver melhorado pro meu lado e eu me sentir mais forte, eu volto. Deixei grandes amizades ali,  mas elas sabem como me encontrar e nunca precisaram de Facebook pra isso!  Seja aqui mesmo através do blog, por telefone ou por e-mail.

E agora vamos virar a página (prometo não incomodá-los mais com este assunto inóspito). Porque pra frente é que se anda, né?

O Fim do Império Branco

 
 


Nesses dias esquisitos, ao menos posso dizer que fiquei feliz com a vitória do Obama. Diga-se de passagem, uma vitória dupla: ser reeleito em plena crise americana, com altos índices de desemprego e uma economia estagnada. Isso significa que alguma coisa ele está fazendo certo. E ao menos assim, ele poderá dar continuidade aos seus planos. E continuidade é essencial nestes tempos difíceis.

No mais, o Império Branco dos republicanos vem sendo cada vez mais ameaçado pelas minorias. É que o eleitor típico de Romney é o americano branco de classe média, residente nas zonas rurais (o velho cowboy). Já o eleitorado de Obama abrange várias classes sociais e comunidades de imigrantes. E neste ponto ele acertou em cheio. Enfim, é o fim do Império Branco.

Interessante observar as eleições americanas daqui da Europa, onde os "problemas" de imigração são bastante semelhantes aos dos EUA mas as soluções tem sido diferentes até os dias de hoje. Aqui na Holanda, por exemplo, nunca se elegeu um presidente negro (ponto para os EUA). Também existem pouquíssimos negros (ou latinos, asiáticos) em universidades e em cargos de chefia em grandes empresas. Até mesmo em hospitais, a maioria dos médicos é branca. E isso não sou eu que digo, está nos jornais pra quem quiser ler. A discriminação já começa no ensino primário (já comentei sobre isso por aqui) e vai até o mercado de trabalho. No meu bairro existe uma escola branca (onde os pais holandeses matriculam suas crianças e a fila de espera é de dois anos). Todas as outras escolas são negras (80% filhos de imigrantes ou mais). E pra você que nunca ouviu falar em escola branca e escola negra, estes são termos correntes na mídia holandesa. Sentiram o drama? Detalhe que este é um problema também na França, Alemanha e Inglaterra...não apenas um problema holandês.

E é justamente isso que eu admiro no Obama. Ele entende esta mudança social - até porque, faz parte dela - que começou há uns 50 anos e agora se vê pelas ruas das cidades americanas e européias. Aqui mesmo em Amsterdam, quase metade da população jovem é filha de imigrantes (nascida aqui e muitos com passaporte holandês). E qualquer candidato que queira arrecadar votos nas capitais holandesas, precisa levar isso em consideração na hora de preparar sua campanha.

Eu nem vou falar de EUA porque não moro lá. Mas aqui na Holanda a coisa está pegando fogo. Os holandeses não querem conviver com culturas diferentes da sua (e não me refiro apenas a muçulmanos) mas infelizmente para eles, isso é inevitável. A verdade é que eles continuam achando sua cultura superior e não querem saber de assimilar novos valores culturais (alguns até tentam, poucos conseguem). Quanto a mim, prefiro acreditar que há algo de bom em toda cultura. E crio meu filho para respeitar as diferentes culturas porque no final das contas, ninguém é melhor do que ninguém. Eu aproveito o que acho bom da cultura holandesa, tiro algo da cultura inglesa, misturo um pouco da brasileira e assim vamos vivendo, tentando tirar o melhor de dois (ou mais) mundos!

Os imigrantes estão deixando de ser minoria para ser maioria. E isso não é ruim. A sociedade moderna é cada vez mais multicultural e não adianta bater pé (como os republicanos que queriam deportar os ilegais) e exigir uma sociedade branca porque esta era passou! Eu vejo ao meu redor holandeses reclamando, saudosos dos tempos em que não se via lojas turcas e mesquitas por toda parte. Mas esta é a nova paisagem social e eles terão de se acostumar com isso mais cedo ou mais tarde. Eu já me acostumei há tempos e nem acredito que me adaptasse em um bairro branco onde a maioria dos moradores fosse holandeses...meu filho menos ainda.

Enfim, este é o grande desafio do futuro. O fim de um império.


Zona de turbulência

 




Pra quem percebeu a ausência aqui no blog, acabei de passar por uma "zona de turbulência" e olha que meu "inferno astral" só começa oficialmente hoje...Período bastante delicado, tentando manter a cabeça erguida apesar de tudo e de todos. Sim, o astral baixou de vez e tenho tentado levantar de todo jeito. Alguns dias eu até venço esta batalha contra o inimigo invisível...outros dias, chego do trabalho e vou dormir! Sem mais.

Insatisfação no trabalho porque infelizmente não tenho colegas e passo os dias sozinha num escritório. E eu que já não sou uma pessoa que gosta de trabalhar em escritório, imaginem então...Meu contrato de estágio vence no início de janeiro e estou revendo possibilidades. Muito chato acordar segunda de manhã cedo, ver a chuva lá fora e ter de pegar ônibus e metrô pra passar o dia sozinha. Pior mesmo é quando não tem nada pra fazer...já imaginaram?

Fato é que ando precisando de mais uma virada na minha vida...só que esta virada está demorando muito pra chegar. Este é o meu terceiro estágio e nada de emprego! Esta crise do Euro certamente dificultou a minha vida, não vou mentir e nem fingir que está tudo bem (como alguns insistem em fazer). Quem arrumou emprego antes da crise tomar o mercado, teve sorte. O que eu chamo de timing. Claro que as coisas sempre podem estar piores mas não está fácil. Meu único "consolo" é que não estou sozinha. Não estou mesmo (sim, eu leio jornais).

Pra piorar, o Facebook nessas horas não presta pra nada. Pelo contrário, até atrapalha. Aquilo ali é só festa mesmo e quem reclama acaba literalmente perdendo "amigos". Ninguém quer saber de seus problemas, todo mundo com emprego legal, viagens, tudo nos trinques! Não é a toa que alguns pesquisadores nos EUA já encontraram uma ligação entre Facebook e depressão em adolescentes (sei bem como é isso).

Enfim, tenho tentado ficar quieta no meu canto mas a coisa anda pra lá de esquisita...torçam por mim, tá?!!



52 x 5 Momentos pra compartilhar



Mais posts atrasados, claro...

Semana 42 - Quer acertar no meu presente? Muito fácil, me dê...
1) Livros
2) Livros
3) Livros
4) Livros
5) Ou mais...livros!

Semana 43 -Músicas que não me canso de ouvir
Difícil responder porque minha vida nos últimos anos tem sido repleta de livros, filmes e séries de tv mas música não tem sido algo que faz parte da minha vida...

1) Algumas músicas da Adele, como Turning Tables
2) Krezip (banda holandesa)
3) Blof (banda holandesa)
4) Massive Attack (sempre gostei)
5) Snow Patrol

Semana 44 - Meus vilões preferidos são...
1) Al Pacino em The Godfather
2) Robert de Niro (Lucifer) em Angel Heart
3) Visconde de Valmont em Ligações Perigosas
4) Anthony Hopkins em Silence of the Lambs
5) Last but not least, Magneto em X-Men




Vendendo a alma para o Diabo...