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Se é que alguém andou acompanhando minhas especulações tempos atrás...Segundo diagnóstico recente eu não sou
bipolar coisa nenhuma, sou é
borderline! O diagnóstico não é oficial, e nem tampouco definitivo...E eu na verdade nunca cheguei a ser diagnosticada como bipolar mas como tenho uma amiga que recebeu este diagnóstico ano passado, acabei entrando na viagem dela (é que somos mesmo muito parecidas). A verdade é que tenho duas amigas bipolares e elas juram de pés juntos que também sou bipolar. Aí a gente acaba se confundindo mesmo, fazer o quê!
Mas entre bipolar e borderline, sou acima de tudo eu mesma, sempre! Cheguei à (óbvia) conclusão de que sempre serei mais do que um rótulo (felizmente meus amigos sempre souberam disso e F. também). Complicada, sem dúvida. Temperamental, claro. Mente inquieta, sempre. A boa notícia é que voltei à terapia, e desta vez farei
terapia cognitiva. No mais, a gente vai levando. E sabem de uma coisa? Não estou ligando muito pra esses rótulos porque hoje em dia todo mundo é bipolar, borderline, ADHD, autista e por ai vai (vai ver Caetano estava certo:
de perto ninguém é normal).
Meu filho mesmo - depois de uma bateria exaustiva de testes e muita especulação - foi oficialmente diagnosticado ano passado como tendo um grau leve de
autismo. Não chega a ser debilitante mas algumas das características típicas do autismo estão lá, não há como negar. No caso dele (não vou entrar em detalhes) é verdade mesmo, tanto que ele mudou para uma escola especial e o desempenho nesta escola melhorou 100%. Em vez de classes com 30 alunos, classes reduzidas com 12 alunos...mais atenção para cada aluno, melhor concentração, melhor rendimento escolar. Ele deixou de ser inseguro e medroso e hoje em dia é uma criança segura, confiante e alegre. E quando antes tinha dificuldade em acompanhar a aula (devido a problemas de concentração, até porque a escola antiga era mesmo caótica), hoje ele já é o melhor aluno da sua turma!
Mas quem não entendeu nada do que escrevi aqui encima, não precisa se desesperar! Os
distúrbios de personalidade são difíceis de diagnosticar - até porque, no tempo da minha mãe essas classificações ainda não existiam. Algumas pessoas eram simplesmente tidas como excêntricas (sabe aquele tio esquisito) ou difíceis de lidar e pronto, estava explicado! Na maioria das vezes, dizia-se que fulano tinha um temperamento forte (e na pior das hipóteses, insuportável). Só que nos últimos tempos as coisas mudarem e se você não prestar atenção, mais cedo ou mais tarde acaba recebendo um rótulo!
E claro, receber um rótulo tem dois lados. O lado bom é que com o diagnóstico correto fica mais fácil estabelecer o tipo de tratamento a ser seguido. O lado ruim é que o paciente corre o risco de se identificar com o rótulo de tal forma que passa a viver a vida de forma limitada. No final das contas, cabe ao paciente tirar proveito do lado bom e descartar o ruim. Como tudo na vida, diga-se de passagem.