quinta-feira, setembro 17, 2009

Um novo começo

Ontem foi um dia especial pra mim. O dia que marca um novo começo. É que depois de mais de 15 anos trabalhando em casa como tradutora freelancer, mudei de trabalho e mais especificamente, de área. Mais ou menos assim: da noite pro dia. É o fim de um longo e conturbado período da minha vida. Período de muitas dúvidas e poucas certezas quanto ao futuro.

Só vou dizer que em plena recessão - e as coisas por aqui não andam nada fáceis, com o número de desempregados aumentando a cada dia - tive a sorte de conseguir um estágio em uma das várias fundações subsidiadas pela prefeitura da cidade de Amsterdã. Trata-se de uma fundação intercultural cuja meta principal é a integração de imigrantes (novos e antigos). Pra quem não sabe (e já vou avisando) a Holanda, que no tempo que eu mudei pra cá tinha uma das políticas de imigração mais liberais da Comunidade Européia, hoje tem uma das políticas mais rígidas e restritivas. Em outras palavras: está cada vez mais difícil entrar no país! Sem falar que quem já está aqui (especialmente o grupo de imigrantes marroquinos e turcos, alvo principal dessas fundações) agora tem de passar obrigatoriamente por um processo de inburgering. Inburgering é um termo cada vez mais corrente nos últimos anos e implica que os imigrantes devem aprender não apenas o idioma holandês mas também os costumes e regras de convivência da sociedade holandesa. O que eu nem acho pedir demais se uma pessoa decide morar num país estrangeiro (convenhamos, a gente é que tem de se adaptar a eles, nenhum país vai mudar seus costumes por causa de nós, né?). O chato é que muitas vezes isso significa que o candidato à imigração deve passar num teste de conhecimentos básicos do holandês ANTES mesmo de embarcar no avião. Ou seja, ele deve aprender o idioma holandês no seu país de origem antes de conseguir o visto.

Quanto a mim, depois de 15 anos de Holanda estava mais do que na hora de um novo desafio. E este estágio é acima de tudo uma ótima oportunidade de mudar de área e expandir minha rede social (praticamente inexistente quando se trabalha em casa). Eu sempre gostei de traduções mas a verdade é que ano passado mal consegui pagar minhas contas. A essas alturas do campeonato (e com a crise mundial) não tenho mais condições de concorrer com os tradutores que moram no Brasil. Isso porque a maioria esmagadora dos projetos que eu costumava fazer (leia-se software localization) é feita em agências de tradução no eixo Rio-São Paulo. As empresas daqui conseguem um corte substancial de custos ao enviarem os projetos pra lá. E claro, com a Internet hoje em dia isso é a coisa mais simples do mundo. Vapt vupt. E lá se foram minhas traduções...Welcome to capitalism.

Mas hoje eu não vim aqui pra reclamar e sim pra comemorar. Porque o fim de um ciclo é sempre o início de outro. E mudanças sempre trazem consigo novas oportunidades de crescimento. Fecha-se uma porta, abre-se outra. E a gente tem mais é de não perder as esperanças. A gente tem mais é de seguir em frente sem medo, acreditando que nesta vida nada - mas nada mesmo - acontece por acaso. Um brinde à vida e seus ciclos!

7 comentários:

Lilly disse...

Boa sorte!!

Cris Ambrosio disse...

Bom começo pra você! :)

NiNah disse...

Que bom querida. Parabéns e sorte. Muita!
Bjo

Antonio Da Vida disse...

Boa sorte, Beth! :-)
xxx

Paula Regina disse...

Oi Beth, sou nova por aqui pois te "conheci" pelo meu blog Era do Gelo e passei para te desejar toda sorte do mundo no novo ciclo! Concordo plenamente com você que a vida é feita de ciclos e ninguém melhor do que nós imigrantes para entender muito bem o que é isso.
bjs

Anônimo disse...

Boa sorte nessa nova fase!

beijuuuuuus,L

Pat Ferret disse...

SEMPRE torcendo por ti, pq vc é a melhor das amigas com quem nunca encontrei. Vai em frente, pq mudanças sempre são, se não pra melhor, pelo menos para nos ensinar algo de novo!

(Fala a "moça" - UI! - que, aos 40, resolveu virar motociclista! E essa é apenas e MENOR das mudanças que tenho vivido... Rsrsrs)

Tecnologia do Blogger.

Um novo começo

Ontem foi um dia especial pra mim. O dia que marca um novo começo. É que depois de mais de 15 anos trabalhando em casa como tradutora freelancer, mudei de trabalho e mais especificamente, de área. Mais ou menos assim: da noite pro dia. É o fim de um longo e conturbado período da minha vida. Período de muitas dúvidas e poucas certezas quanto ao futuro.

Só vou dizer que em plena recessão - e as coisas por aqui não andam nada fáceis, com o número de desempregados aumentando a cada dia - tive a sorte de conseguir um estágio em uma das várias fundações subsidiadas pela prefeitura da cidade de Amsterdã. Trata-se de uma fundação intercultural cuja meta principal é a integração de imigrantes (novos e antigos). Pra quem não sabe (e já vou avisando) a Holanda, que no tempo que eu mudei pra cá tinha uma das políticas de imigração mais liberais da Comunidade Européia, hoje tem uma das políticas mais rígidas e restritivas. Em outras palavras: está cada vez mais difícil entrar no país! Sem falar que quem já está aqui (especialmente o grupo de imigrantes marroquinos e turcos, alvo principal dessas fundações) agora tem de passar obrigatoriamente por um processo de inburgering. Inburgering é um termo cada vez mais corrente nos últimos anos e implica que os imigrantes devem aprender não apenas o idioma holandês mas também os costumes e regras de convivência da sociedade holandesa. O que eu nem acho pedir demais se uma pessoa decide morar num país estrangeiro (convenhamos, a gente é que tem de se adaptar a eles, nenhum país vai mudar seus costumes por causa de nós, né?). O chato é que muitas vezes isso significa que o candidato à imigração deve passar num teste de conhecimentos básicos do holandês ANTES mesmo de embarcar no avião. Ou seja, ele deve aprender o idioma holandês no seu país de origem antes de conseguir o visto.

Quanto a mim, depois de 15 anos de Holanda estava mais do que na hora de um novo desafio. E este estágio é acima de tudo uma ótima oportunidade de mudar de área e expandir minha rede social (praticamente inexistente quando se trabalha em casa). Eu sempre gostei de traduções mas a verdade é que ano passado mal consegui pagar minhas contas. A essas alturas do campeonato (e com a crise mundial) não tenho mais condições de concorrer com os tradutores que moram no Brasil. Isso porque a maioria esmagadora dos projetos que eu costumava fazer (leia-se software localization) é feita em agências de tradução no eixo Rio-São Paulo. As empresas daqui conseguem um corte substancial de custos ao enviarem os projetos pra lá. E claro, com a Internet hoje em dia isso é a coisa mais simples do mundo. Vapt vupt. E lá se foram minhas traduções...Welcome to capitalism.

Mas hoje eu não vim aqui pra reclamar e sim pra comemorar. Porque o fim de um ciclo é sempre o início de outro. E mudanças sempre trazem consigo novas oportunidades de crescimento. Fecha-se uma porta, abre-se outra. E a gente tem mais é de não perder as esperanças. A gente tem mais é de seguir em frente sem medo, acreditando que nesta vida nada - mas nada mesmo - acontece por acaso. Um brinde à vida e seus ciclos!

7 comentários:

Lilly disse...

Boa sorte!!

Cris Ambrosio disse...

Bom começo pra você! :)

NiNah disse...

Que bom querida. Parabéns e sorte. Muita!
Bjo

Antonio Da Vida disse...

Boa sorte, Beth! :-)
xxx

Paula Regina disse...

Oi Beth, sou nova por aqui pois te "conheci" pelo meu blog Era do Gelo e passei para te desejar toda sorte do mundo no novo ciclo! Concordo plenamente com você que a vida é feita de ciclos e ninguém melhor do que nós imigrantes para entender muito bem o que é isso.
bjs

Anônimo disse...

Boa sorte nessa nova fase!

beijuuuuuus,L

Pat Ferret disse...

SEMPRE torcendo por ti, pq vc é a melhor das amigas com quem nunca encontrei. Vai em frente, pq mudanças sempre são, se não pra melhor, pelo menos para nos ensinar algo de novo!

(Fala a "moça" - UI! - que, aos 40, resolveu virar motociclista! E essa é apenas e MENOR das mudanças que tenho vivido... Rsrsrs)