segunda-feira, julho 19, 2010

Impressões da Tunísia, parte II




Como comentei no post anterior, meus planos de fazer excursões foram por água abaixo por causa do calor excessivo.  E também porque no meu segundo dia na Tunísia cometi um erro que me atrapalhou o resto da viagem...O erro foi ter ido sozinha visitar a Medina de Sousse - pior ainda, com uma criança loura! Uma mulher estrangeira sozinha com uma criança é presa fácil de vendedores agressivos...e o que poderia ter sido uma aventura inesquecível se transformou em um pesadelo. Pra terem uma idéia do prejuízo, em menos de 2 horas gastei o equivalente a 3 dias de comidas, bebidas e passeios de barco...Nunca vi vendedores tão agressivos em toda a minha vida! Talvez porque more há 16 anos na Europa e não esteja mais acostumada com essas coisas...aqui você entra e sai das lojas sem maiores problemas.

Só sei que fui levada a três lojas recomendadas por um dito guia local - o cara me viu chegando desnorteada e veio logo se apresentar, dizendo que trabalhava no hotel onde eu estava hospedada (descobri depois que era um dos truques mais comuns por lá, uma tourist trap daquelas que a gente cai uma vez na vida pra nunca mais). Pois o cara me levou pra ver umas lojas, que disse serem barateiras e fiscalizadas pelo governo tunisiano...Logo na primeira após muita insistência do vendedor comprei três anéis de prata (dois com turquesa) por um precinho especial segundo eles..mas que provavelmente compraria pelo mesmo preço ou mais barato aqui! Eles mostram, insistem, praticamente não deixam você sair da loja sem comprar alguma coisa. Pedem gentilmente para sentar, oferecem água ou outra bebida gelada por conta da casa. Te chamam de madame e por ai vai. Na segunda loja, conseguiram convencer meu filho a comprar uma chuteira de futebol por 100 euros (que eu poderia comprar por muito menos aqui, acabei de ver numa liquidação que com este dinheiro eu compraria ao menos 2 chuteiras Nike aqui mas agora não adianta chorar o leite derramado, né?). Enfim, o menino caiu na estória deles e me encheu tanto que tive de levar a mercadoria. Golpe sujo e muito comum também. Enfim, vivendo e aprendendo!

Quanto à Medina propriamente dita, ela é uma das construções mais antigas encontradas em várias cidades do Norte da África, fazendo parte de qualquer roteiro turístico pra quem vai à Tunísia, Marrocos ou Algéria. A medina consiste de uma muralha (espécie de fortaleza) que protege a entrada da cidade. É a parte mais antiga da cidade, com várias ruelas estreitas e muitas lojinhas (me lembrou muito o famoso comércio do Saara no Rio), uma espécie de labirinto porque depois que você entra é difícil sair - eu que o diga! Entre todo o tipo de mercadoria disponível, Liam viu uns camaleões e aproveitou pra tirar umas fotos legais. No dia anterior havíamos tirado fotos na marina com um belíssimo falcão (que ele aliás desenha muito bem). Ele também descobriu no café Jasmin, às beiras da marina, periquitos em gaiolas típicas do país e voltava sempre pra visitar os bichos (foto acima). E já que o assunto é bicho...Liam ficou muito chateado porque não viu sequer um golfinho!!! Fizemos duas vezes o passeio de 2 horas de catamarã e nada (o passeio em si é muito agradável, principalmente no horário que fizemos, de 16hs às 18hs). Disse a ele que golfinho ele vai ver mesmo é no Brasil...eu mesma já vi várias vezes na Baía de Guanabara quando pegava a barca pra ir à Paquetá, não sei se ainda é assim mas era na minha época.

Quem lê isso aqui deve achar que odiei a viagem...não é verdade, mas teria curtido muito mais se não fosse o assalto na Medina (me senti literalmente roubada) e o calor extremo ao qual não estou mais acostumada. Enfim, daquelas experiências típicas de marinheiro de primeira viagem visitando país no norte da África. Da próxima vez já saberei como agir e não pago mais mico, rsrsrsrs.






PS. Agora fala sério, quem vai à Tunísia pra comprar chuteira de futebol? Meu namorado quase morreu quando eu contei pra ele o que tinha acontecido...se ele tivesse ido comigo eu teria economizado uma grana enorme porque como bom turista holandês, ele não teria me deixado comprar NADA.

9 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Beth, tudo é válido como experiência. Agora você já sabe como a coisa funciona por aí.
As fotos de Liam ficaram lindas, fiquei babando com teu filho lindo.
É uma pena não terem visto golfinhos, realmente, eles são atrações a parte.
bjssssss

Anita disse...

Adoro dizer "nao" ! E fazer cara de paisagem.

Labelle® Paz disse...

Encontrei uns 'guias' assim em Bs As, vê se pode? Claro que neguei a 'cortesia' e desvendei as lojas e toda a cidade sozinha, mas confesso que fiquei pensando se fiz a melhor escolha na época. Pelo menos ficará a lembrança da chuteira 'africana'...risos.

Labelle® Paz disse...

Tem selinho pra ti lá no blog!

tania disse...

Mas viagem sem mico não existe, né? A não ser quando é lugar que você já conhece. Não lembra como errei o trem na minha ida de Berlim para Amsterdã? Mico foi o que não faltou naquela viagem, mas foi a melhor (junto com a que fiz pro Peru, com Macchu Picchu incluído em 2003).
Essas experiências é que rendem estórias pra contar. E, cara, hoje não há lugar em que não haja vendedores agressivos nesses pontos turísticos, ainda mais em regiões mais pobres. Em Cuzco, que é tão arrumadinha e pequena, fui intensamente assediada por ambulantes o tempo todo, principalmente de postais. Chega uma hora que você relaxa. Mas, isso só aconteceu porque fiquei lá quatro dias inteiros e deu pra acostumar um pouco. É chato mesmo porque quando a gente tá de férias quer é sossego.
Beijo grande, bom ter vc de volta ao blog!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth,

indiquei um selinho prá ti, quando puder passa prá pegar!
bjsssssss

Anônimo disse...

Que curiosidade que deu agora de conhecer a Africa, viu?? gostos ler seus relatos.
e ano que bem, por volta de maio ou junho, me aguarde, que vou dar um pulinho em Amsterdã pra te dar um beijo e um abraço!! ( ficarei na casa d aminha irmã em Londres, com alguns tours pela Europa) :-)
E a Tania tem razão, viagem sem mico não existe (uma hora vou escrever um post sobre a chave/ fechadura da casa onde fiquei em Munique)..kkkkkk
... então , ano que vem mais proximo da data, te informo melhor qdo estareí por aí.
beijos !!!

Leticiabon disse...

Estou rindo aqui. Acho que eu também cairia nas histórias do vendedor, apesar de me achar durona. Me lembrei do filme Sex and ths city dois, rola essa história de golpe aos turistas também...desse jeitinho que você contou!

Beth Blue disse...

Pois é meninas...foi uma aventura e tanto! E agora que o susto passou, dá até pra rir de mim mesma e da minha inocência perdida.

Albuq e Labelle, obrigada pelo selinho! Vou lá buscar assim que puder.

Letícia, agora fiquei curiosa pra assistir Sex and the City e ver as aventuras das quatro no Marrocos, rsrsrsrs.

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Impressões da Tunísia, parte II




Como comentei no post anterior, meus planos de fazer excursões foram por água abaixo por causa do calor excessivo.  E também porque no meu segundo dia na Tunísia cometi um erro que me atrapalhou o resto da viagem...O erro foi ter ido sozinha visitar a Medina de Sousse - pior ainda, com uma criança loura! Uma mulher estrangeira sozinha com uma criança é presa fácil de vendedores agressivos...e o que poderia ter sido uma aventura inesquecível se transformou em um pesadelo. Pra terem uma idéia do prejuízo, em menos de 2 horas gastei o equivalente a 3 dias de comidas, bebidas e passeios de barco...Nunca vi vendedores tão agressivos em toda a minha vida! Talvez porque more há 16 anos na Europa e não esteja mais acostumada com essas coisas...aqui você entra e sai das lojas sem maiores problemas.

Só sei que fui levada a três lojas recomendadas por um dito guia local - o cara me viu chegando desnorteada e veio logo se apresentar, dizendo que trabalhava no hotel onde eu estava hospedada (descobri depois que era um dos truques mais comuns por lá, uma tourist trap daquelas que a gente cai uma vez na vida pra nunca mais). Pois o cara me levou pra ver umas lojas, que disse serem barateiras e fiscalizadas pelo governo tunisiano...Logo na primeira após muita insistência do vendedor comprei três anéis de prata (dois com turquesa) por um precinho especial segundo eles..mas que provavelmente compraria pelo mesmo preço ou mais barato aqui! Eles mostram, insistem, praticamente não deixam você sair da loja sem comprar alguma coisa. Pedem gentilmente para sentar, oferecem água ou outra bebida gelada por conta da casa. Te chamam de madame e por ai vai. Na segunda loja, conseguiram convencer meu filho a comprar uma chuteira de futebol por 100 euros (que eu poderia comprar por muito menos aqui, acabei de ver numa liquidação que com este dinheiro eu compraria ao menos 2 chuteiras Nike aqui mas agora não adianta chorar o leite derramado, né?). Enfim, o menino caiu na estória deles e me encheu tanto que tive de levar a mercadoria. Golpe sujo e muito comum também. Enfim, vivendo e aprendendo!

Quanto à Medina propriamente dita, ela é uma das construções mais antigas encontradas em várias cidades do Norte da África, fazendo parte de qualquer roteiro turístico pra quem vai à Tunísia, Marrocos ou Algéria. A medina consiste de uma muralha (espécie de fortaleza) que protege a entrada da cidade. É a parte mais antiga da cidade, com várias ruelas estreitas e muitas lojinhas (me lembrou muito o famoso comércio do Saara no Rio), uma espécie de labirinto porque depois que você entra é difícil sair - eu que o diga! Entre todo o tipo de mercadoria disponível, Liam viu uns camaleões e aproveitou pra tirar umas fotos legais. No dia anterior havíamos tirado fotos na marina com um belíssimo falcão (que ele aliás desenha muito bem). Ele também descobriu no café Jasmin, às beiras da marina, periquitos em gaiolas típicas do país e voltava sempre pra visitar os bichos (foto acima). E já que o assunto é bicho...Liam ficou muito chateado porque não viu sequer um golfinho!!! Fizemos duas vezes o passeio de 2 horas de catamarã e nada (o passeio em si é muito agradável, principalmente no horário que fizemos, de 16hs às 18hs). Disse a ele que golfinho ele vai ver mesmo é no Brasil...eu mesma já vi várias vezes na Baía de Guanabara quando pegava a barca pra ir à Paquetá, não sei se ainda é assim mas era na minha época.

Quem lê isso aqui deve achar que odiei a viagem...não é verdade, mas teria curtido muito mais se não fosse o assalto na Medina (me senti literalmente roubada) e o calor extremo ao qual não estou mais acostumada. Enfim, daquelas experiências típicas de marinheiro de primeira viagem visitando país no norte da África. Da próxima vez já saberei como agir e não pago mais mico, rsrsrsrs.






PS. Agora fala sério, quem vai à Tunísia pra comprar chuteira de futebol? Meu namorado quase morreu quando eu contei pra ele o que tinha acontecido...se ele tivesse ido comigo eu teria economizado uma grana enorme porque como bom turista holandês, ele não teria me deixado comprar NADA.

9 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Beth, tudo é válido como experiência. Agora você já sabe como a coisa funciona por aí.
As fotos de Liam ficaram lindas, fiquei babando com teu filho lindo.
É uma pena não terem visto golfinhos, realmente, eles são atrações a parte.
bjssssss

Anita disse...

Adoro dizer "nao" ! E fazer cara de paisagem.

Labelle® Paz disse...

Encontrei uns 'guias' assim em Bs As, vê se pode? Claro que neguei a 'cortesia' e desvendei as lojas e toda a cidade sozinha, mas confesso que fiquei pensando se fiz a melhor escolha na época. Pelo menos ficará a lembrança da chuteira 'africana'...risos.

Labelle® Paz disse...

Tem selinho pra ti lá no blog!

tania disse...

Mas viagem sem mico não existe, né? A não ser quando é lugar que você já conhece. Não lembra como errei o trem na minha ida de Berlim para Amsterdã? Mico foi o que não faltou naquela viagem, mas foi a melhor (junto com a que fiz pro Peru, com Macchu Picchu incluído em 2003).
Essas experiências é que rendem estórias pra contar. E, cara, hoje não há lugar em que não haja vendedores agressivos nesses pontos turísticos, ainda mais em regiões mais pobres. Em Cuzco, que é tão arrumadinha e pequena, fui intensamente assediada por ambulantes o tempo todo, principalmente de postais. Chega uma hora que você relaxa. Mas, isso só aconteceu porque fiquei lá quatro dias inteiros e deu pra acostumar um pouco. É chato mesmo porque quando a gente tá de férias quer é sossego.
Beijo grande, bom ter vc de volta ao blog!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth,

indiquei um selinho prá ti, quando puder passa prá pegar!
bjsssssss

Anônimo disse...

Que curiosidade que deu agora de conhecer a Africa, viu?? gostos ler seus relatos.
e ano que bem, por volta de maio ou junho, me aguarde, que vou dar um pulinho em Amsterdã pra te dar um beijo e um abraço!! ( ficarei na casa d aminha irmã em Londres, com alguns tours pela Europa) :-)
E a Tania tem razão, viagem sem mico não existe (uma hora vou escrever um post sobre a chave/ fechadura da casa onde fiquei em Munique)..kkkkkk
... então , ano que vem mais proximo da data, te informo melhor qdo estareí por aí.
beijos !!!

Leticiabon disse...

Estou rindo aqui. Acho que eu também cairia nas histórias do vendedor, apesar de me achar durona. Me lembrei do filme Sex and ths city dois, rola essa história de golpe aos turistas também...desse jeitinho que você contou!

Beth Blue disse...

Pois é meninas...foi uma aventura e tanto! E agora que o susto passou, dá até pra rir de mim mesma e da minha inocência perdida.

Albuq e Labelle, obrigada pelo selinho! Vou lá buscar assim que puder.

Letícia, agora fiquei curiosa pra assistir Sex and the City e ver as aventuras das quatro no Marrocos, rsrsrsrs.