domingo, maio 27, 2012

Filmes recentes

Agora que estou solteira, a primeira coisa que decidi fazer é ir mais ao cinema! Ainda mais porque aqui em Amsterdam inventaram há tempos algo fantástico chamado Cineville, que é uma rede de 13 salas de cinema de arte. E eles oferecem um passe especial para TODAS as salas de cinema por míseros 18 euros por mes. E o cinema EYE, recém-inaugurado aqui no meu bairro, também faz parte.

Pois eu ganhei o passe de Dia das Mães e desde então já assisti ótimos filmes! Todos os filmes são bem diferentes, mas um é melhor do que o outro. Seguem as minhas recomendações.


Intouchables



O filme mais popular na França em 2011...e com toda razão! Uma estória comovente de amizade entre classes diferentes, que intercala magistralmente cenas hilárias e cenas comoventes. Um filme que faz rir, que faz chorar, que faz pensar. Enfim...maravilhoso!

Philippe é um milionário que sofre um acidente e acaba numa cadeira de rodas. Driss é um francês descendente de africanos que mora num banlieue parisiense. Um tem dinheiro sobrando e vários empregados em sua mansão luxuosa. O outro vive do seguro social e é obrigado a procurar emprego e por isso, acaba indo a uma entrevista na casa de Philippe. Uma mesma cidade  - Paris, mas que poderia ser qualquer capital européia com suas diferenças sociais - dois mundos diferentes.

Uma das coisas que mais me agradou no filme é que nenhum dos dois se comporta como vítima de seu destino. Philippe não se sente injustiçado por ter acabado numa cadeira de rodas quando poderia estar curtindo a vida. E Driss sobrevive da melhor maneira possível em condições deploráveis. Ele divide um apartamento pequeno com vários membros da família, como é comum ver em famílias de imigrantes.


Wuthering Heights (2011)



Uma versão moderna de um velho clássico. Desta vez, a obra foi adaptada para as telas pela diretora inglesa Andrea Arnold, cujo trabalho eu já conhecia de Fish Tank. Como eu tinha gostado muito do filme e as críticas para Wuthering Heights estavam só elogiando esta nova adaptacão, decidi conferir. E o filme é mesmo muito bom, com ênfase no naturalismo, muitas cenas de natureza, chuvas e tempestades mas também pastos verdejantes, como é a região Yorkshire Moors.

O legal no filme é que os atores não tinham experiência prévia de cinema, com exceção de Kaya Scudelario que é uma atriz cult na Inglaterra por causa da série SKINS (que eu assisti e recomendo para os fortes). Além disso, ela escolheu conscientemente um ator negro para fazer o papel de Heatcliff. Porque o filme trata de um amor impossível entre pessoas de classes diferentes e ao escolher o ator, ela colocou ainda mais ênfase nessas diferenças sociais.



This Must Be The Place




Filme do diretor Paolo Sorrentino (que também fez Le conseguenze dell´amore e Il Divo, que não assisti) com uma das melhores atuações de Sean Penn!  Ele conta a estória de Cheyenne, um ex-rock star que fez uma fortuna nos anos 80 e depois entrou na ..., como é o caso de muitos rock stars.

Cheyenne vive confortavelmente com sua mulher em uma mansão em Dublin. Ele é um rock star aposentado que leva uma vidinha sem maiores aventuras e emoções. Depois de ter feito sua fortuna com uma banda nos anos 80, hoje ele tenta achar seu lugar num mundo em que ele é apenas mais uma pessoa andando pelas ruas.

Até o dia em que recebe a notícia de que seu pai, com quem não tem contato há 30 anos, está com uma doença grave Aí ele decide visitar sua família em New York, mas infelizmente não chega a tempo para se despedir de seu pai. Então ele decide vingar o pai, que foi prisioneiro em um campo de concentração na época da Segunda Guerra Mundial e vai atrás de um dos nazistas que o humilhou naquela época. A partir daí, o filme se transforma um road movie, passando por vários estados dos EUA.

A fotografia é um dos pontos fortes, realmente maravilhosa! A trilha sonora também tem uma função essencial na estória. Uma das cenas-chave do filme é durante um concerto de David Byrne, em que ele canta This Must Be The Place, a música que dá título ao filme.


Monsieur Lahzar

 
Filme canadense que trata de temas sérios e ao mesmo tempo necessários. A estória começa com o suicídio de uma professora, que se enforca em plena sala de aula, pouco antes da escola abrir suas portas. Dois alunos presenciam a cena e ficam chocados. Os outros alunos também ficam desorientados ao saber da tragédia. Enfim, um verdadeiro drama numa escola canadense.

Logo a diretora da escola em Montreal sai à procura de um substituto para a classe. E é aí que um simpático senhor algeriano aparece na escola oferecendo seus serviços. Ele afirma que foi professor em Algiers durante 19 ano e que tem muita experiência com crianças.

A partir daí, o filme enfoca a relação do professor com os alunos e como eles conseguem sobreviver o período delicado após o trágico acontecimento. Um detalhe importante é que o próprio Lahzar também sobreviveu recentemente sua tragédia pessoal, ele perdeu sua esposa e suas duas filhas. Ou seja, assim como as crianças da escola, ele também precisa lidar com o luto. Como se não bastasse, Monsieur Lahzar ainda aguarda seu visto de exílio político no Canadá, o que ele esconde da diretora.

O tema é triste mas o diretor mostra grande sensibilidade ao lidar com temas sociais importantes. Um filme recomendado para pessoas engajadas e interessadas em questões sociais. Eu gostei muito.

5 comentários:

Milena F. disse...

Vc sabe que adorei os Intouchables e quero muito assitir o Mr Lazhar (que ainda não saiu por aqui), mas esse do Sean Penn eu tinha visto o trailler na época e não tinha gostado de jeito nenhum do ambiente do filme... Não tinha tido vontade nenhuma de assitir! Jah o outro, não tinha ouvido falar ainda, mas sempre adorei os livros das irmãs Brontë!!!

tania disse...

Que sonho esse passe, heim? Eu já me dou por feliz por haver descoberto que, nos cinemas aqui de São Paulo, minha carteira funcional de professora me dá direito a meia-entrada. Tá bom demais! Mas, um passe desses, e uma rede de cinemas como essa aí, seriam muito bem vindos por aqui também. Se bem que, estando em Sampa, não posso reclamar - a oferta de filmes é boa. Ruim será me reacostumar `a pequena e mal selecionada oferta dos cinemas de Natal.
Beijoca

Mateus Medina disse...

Tô muito afim de ver "
Intouchables".

Talvez no próximo fim de semana.

Valeu pelas dicas, bjos

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Beth, preciso ver mais filmes, rs. Da tua lista só vi o primeiro e adorei. Acredita que ele ainda continua em cartaz no cinema da nossa cidade já há 3 meses?

O filme é simplesmente divino. Aquie ele tem o título: O melhor amigo.

Bom fim de semana

Bjao

Marcia disse...

Eu vi o This Must Be the Place e não gostei. Sei lá, ele força muito a coisa do filme indie e achei o resultado forçado. E Dublin é feia demais, hehehe, de fato o filme melhora um pouco nos EUA. A filha do Bono está nele ( é aquela menina meio estranha que anda de skate). Os outros eu vou anotar, especialmente Wuthering Heights, que é bem triste mas adoro a história.

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Filmes recentes

Agora que estou solteira, a primeira coisa que decidi fazer é ir mais ao cinema! Ainda mais porque aqui em Amsterdam inventaram há tempos algo fantástico chamado Cineville, que é uma rede de 13 salas de cinema de arte. E eles oferecem um passe especial para TODAS as salas de cinema por míseros 18 euros por mes. E o cinema EYE, recém-inaugurado aqui no meu bairro, também faz parte.

Pois eu ganhei o passe de Dia das Mães e desde então já assisti ótimos filmes! Todos os filmes são bem diferentes, mas um é melhor do que o outro. Seguem as minhas recomendações.


Intouchables



O filme mais popular na França em 2011...e com toda razão! Uma estória comovente de amizade entre classes diferentes, que intercala magistralmente cenas hilárias e cenas comoventes. Um filme que faz rir, que faz chorar, que faz pensar. Enfim...maravilhoso!

Philippe é um milionário que sofre um acidente e acaba numa cadeira de rodas. Driss é um francês descendente de africanos que mora num banlieue parisiense. Um tem dinheiro sobrando e vários empregados em sua mansão luxuosa. O outro vive do seguro social e é obrigado a procurar emprego e por isso, acaba indo a uma entrevista na casa de Philippe. Uma mesma cidade  - Paris, mas que poderia ser qualquer capital européia com suas diferenças sociais - dois mundos diferentes.

Uma das coisas que mais me agradou no filme é que nenhum dos dois se comporta como vítima de seu destino. Philippe não se sente injustiçado por ter acabado numa cadeira de rodas quando poderia estar curtindo a vida. E Driss sobrevive da melhor maneira possível em condições deploráveis. Ele divide um apartamento pequeno com vários membros da família, como é comum ver em famílias de imigrantes.


Wuthering Heights (2011)



Uma versão moderna de um velho clássico. Desta vez, a obra foi adaptada para as telas pela diretora inglesa Andrea Arnold, cujo trabalho eu já conhecia de Fish Tank. Como eu tinha gostado muito do filme e as críticas para Wuthering Heights estavam só elogiando esta nova adaptacão, decidi conferir. E o filme é mesmo muito bom, com ênfase no naturalismo, muitas cenas de natureza, chuvas e tempestades mas também pastos verdejantes, como é a região Yorkshire Moors.

O legal no filme é que os atores não tinham experiência prévia de cinema, com exceção de Kaya Scudelario que é uma atriz cult na Inglaterra por causa da série SKINS (que eu assisti e recomendo para os fortes). Além disso, ela escolheu conscientemente um ator negro para fazer o papel de Heatcliff. Porque o filme trata de um amor impossível entre pessoas de classes diferentes e ao escolher o ator, ela colocou ainda mais ênfase nessas diferenças sociais.



This Must Be The Place




Filme do diretor Paolo Sorrentino (que também fez Le conseguenze dell´amore e Il Divo, que não assisti) com uma das melhores atuações de Sean Penn!  Ele conta a estória de Cheyenne, um ex-rock star que fez uma fortuna nos anos 80 e depois entrou na ..., como é o caso de muitos rock stars.

Cheyenne vive confortavelmente com sua mulher em uma mansão em Dublin. Ele é um rock star aposentado que leva uma vidinha sem maiores aventuras e emoções. Depois de ter feito sua fortuna com uma banda nos anos 80, hoje ele tenta achar seu lugar num mundo em que ele é apenas mais uma pessoa andando pelas ruas.

Até o dia em que recebe a notícia de que seu pai, com quem não tem contato há 30 anos, está com uma doença grave Aí ele decide visitar sua família em New York, mas infelizmente não chega a tempo para se despedir de seu pai. Então ele decide vingar o pai, que foi prisioneiro em um campo de concentração na época da Segunda Guerra Mundial e vai atrás de um dos nazistas que o humilhou naquela época. A partir daí, o filme se transforma um road movie, passando por vários estados dos EUA.

A fotografia é um dos pontos fortes, realmente maravilhosa! A trilha sonora também tem uma função essencial na estória. Uma das cenas-chave do filme é durante um concerto de David Byrne, em que ele canta This Must Be The Place, a música que dá título ao filme.


Monsieur Lahzar

 
Filme canadense que trata de temas sérios e ao mesmo tempo necessários. A estória começa com o suicídio de uma professora, que se enforca em plena sala de aula, pouco antes da escola abrir suas portas. Dois alunos presenciam a cena e ficam chocados. Os outros alunos também ficam desorientados ao saber da tragédia. Enfim, um verdadeiro drama numa escola canadense.

Logo a diretora da escola em Montreal sai à procura de um substituto para a classe. E é aí que um simpático senhor algeriano aparece na escola oferecendo seus serviços. Ele afirma que foi professor em Algiers durante 19 ano e que tem muita experiência com crianças.

A partir daí, o filme enfoca a relação do professor com os alunos e como eles conseguem sobreviver o período delicado após o trágico acontecimento. Um detalhe importante é que o próprio Lahzar também sobreviveu recentemente sua tragédia pessoal, ele perdeu sua esposa e suas duas filhas. Ou seja, assim como as crianças da escola, ele também precisa lidar com o luto. Como se não bastasse, Monsieur Lahzar ainda aguarda seu visto de exílio político no Canadá, o que ele esconde da diretora.

O tema é triste mas o diretor mostra grande sensibilidade ao lidar com temas sociais importantes. Um filme recomendado para pessoas engajadas e interessadas em questões sociais. Eu gostei muito.

5 comentários:

Milena F. disse...

Vc sabe que adorei os Intouchables e quero muito assitir o Mr Lazhar (que ainda não saiu por aqui), mas esse do Sean Penn eu tinha visto o trailler na época e não tinha gostado de jeito nenhum do ambiente do filme... Não tinha tido vontade nenhuma de assitir! Jah o outro, não tinha ouvido falar ainda, mas sempre adorei os livros das irmãs Brontë!!!

tania disse...

Que sonho esse passe, heim? Eu já me dou por feliz por haver descoberto que, nos cinemas aqui de São Paulo, minha carteira funcional de professora me dá direito a meia-entrada. Tá bom demais! Mas, um passe desses, e uma rede de cinemas como essa aí, seriam muito bem vindos por aqui também. Se bem que, estando em Sampa, não posso reclamar - a oferta de filmes é boa. Ruim será me reacostumar `a pequena e mal selecionada oferta dos cinemas de Natal.
Beijoca

Mateus Medina disse...

Tô muito afim de ver "
Intouchables".

Talvez no próximo fim de semana.

Valeu pelas dicas, bjos

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Beth, preciso ver mais filmes, rs. Da tua lista só vi o primeiro e adorei. Acredita que ele ainda continua em cartaz no cinema da nossa cidade já há 3 meses?

O filme é simplesmente divino. Aquie ele tem o título: O melhor amigo.

Bom fim de semana

Bjao

Marcia disse...

Eu vi o This Must Be the Place e não gostei. Sei lá, ele força muito a coisa do filme indie e achei o resultado forçado. E Dublin é feia demais, hehehe, de fato o filme melhora um pouco nos EUA. A filha do Bono está nele ( é aquela menina meio estranha que anda de skate). Os outros eu vou anotar, especialmente Wuthering Heights, que é bem triste mas adoro a história.