terça-feira, maio 08, 2012

The Pleasure Seekers





Engraçado, eu nunca tive nenhuma fascinação específica pela Índia como país, mas tenho lido muita literatura indiana nos últimos tempos, uma melhor do que a outra! The Pleasure Seekers é mais um livro com a Índia como pano de fundo, mas bem diferente do Space Between Us que li antes deste. Ele acompanha a bela estória de amor de Sian (nascida em Walles) e Babo, um jovem indiano. Os dois se conhecem na Londres de 1968, ano em que o jovem de 18 anos Babo acaba de chegar ao país. Babo vem de uma família de classe média alta.

O livro acompanha a trajetória dos dois ao longo de mais de 30 anos, desde o momento em que Babo é chamado pela família de volta com a desculpa de que sua mãe está doente (o que ele logo descobre ser mentira e apenas um motivo para afastá-lo da sua nova paixão). Alguns meses depois, a família de Babo aceita o namoro com a condição de que Sian venha morar dois anos na Índia, na casa da família de Babo. Se o amor deles sobreviver a esse período, a família aceitará o casamento.

Dois anos se passam, Sian se adapta cada vez mais a uma nova vida na Índia e eles finalmente se casam. Um casamento indiano, conforme manda a tradição. Nos próximos anos, Sian e Babo tem duas meninas e seu amor continua florescendo apesar das dificuldades no caminho.

O livro é dividido em três partes distintas. A primeira parte é Sylvan Lodge 1968 - 1974 e abrange os primeiros dois anos em que Sian e Babo moram na casa dos pais dele e os primeiros anos do casamento, antes deles terem sua própria casa e ainda morando com os sogros. A segunda parte é The House of Orange and Black Gates 1974 - 1995, a casa de Sian e Babo onde eles criam suas filhas até o dia em que elas, por sua vez, resolvem sair do ninho. A mais velha decide casar e a caçula resolve refazer o caminho inverso da mãe e passar um tempo em Londres. Essa parte conta ainda as estórias de vários membros da família, como o tio Choku. A terceira parte se chama Lewisham to Ganga Bazaar 1996 - 2001 e fecha o ciclo. Ela conta a temporada de Bean (a caçula) em Londres e o momento em que ela decide voltar pra Índia e passar uns tempos com a avó em Ganga Bazaar para lidar com algumas questões pessoais.

Enfim uma saga cativante de uma família indiana, avós, pais, filhos, sobrinhos, primos...tudo está ali. O eixo principal da estória continua sendo Sian, Babo e Mayuri e Bean, as duas filhas nascidas na Índia. O livro compõe um retrato delicado e profundo de um casamento inter-racial com seus desejos, buscas e questionamentos. Enfim, vale a pena ler! Em especial para aquelas que como eu, também largaram seu país pra viverem com um amor no estrangeiro. Vocês certamente irão se identificar com muitos aspectos dessa busca. Fica a dica.



PS. Detalhe interessante é que a autora indiana Tishani Doshi dedica o livro a seus pais: For my parents, the original pleasure seekers.

3 comentários:

Day disse...

Eu tenho fascinação pela Índia, talvez um dia ainda faça uma viagem pra lá.
Parece muito bom mesmo esse livro,vou deixar a dica anotada aqui.
Abraço

Pri S. disse...

Adorei suas impressões sobre o livro. Vou procurar pra ver se foi publicado aqui no Brasil. ;-)

tania disse...

O que acho notável é seu interesse por romances que tematizam estórias de vida semelhantes `a sua no que diz respeito a situação de migração. Isso certamente não te escapou. Creio, inclusive, que você comentou sobre isso (a identificação e o particular interesse por essa temática nos romances). Não deixa de ser um modo de exercer a reflexividade, de se ver nesse jogo de espelhos e por analogias buscar compreender mais sobre as variáveis envolvidas nesse tipo de experiência. Acho que seria bom pra mim também ler esses romances. Vou tomando nota. Mas fato é que a fila aqui está grande e estou com três (Anéis de Saturno, relendo, e Jakob, o Mentiroso e As Correções, que havia ficado em Natal e só agora pude retomar), andando devagar e simultaneamente...rs Um deles (o primeiro) é leitura de ficção, mas também é para um artigo que quero escrever (um dia...). Gostaria de ter outras 24h cada dia, num plano paralelo, só para ler romances (contos, poesia...) e assistir filmes. Mas...

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The Pleasure Seekers





Engraçado, eu nunca tive nenhuma fascinação específica pela Índia como país, mas tenho lido muita literatura indiana nos últimos tempos, uma melhor do que a outra! The Pleasure Seekers é mais um livro com a Índia como pano de fundo, mas bem diferente do Space Between Us que li antes deste. Ele acompanha a bela estória de amor de Sian (nascida em Walles) e Babo, um jovem indiano. Os dois se conhecem na Londres de 1968, ano em que o jovem de 18 anos Babo acaba de chegar ao país. Babo vem de uma família de classe média alta.

O livro acompanha a trajetória dos dois ao longo de mais de 30 anos, desde o momento em que Babo é chamado pela família de volta com a desculpa de que sua mãe está doente (o que ele logo descobre ser mentira e apenas um motivo para afastá-lo da sua nova paixão). Alguns meses depois, a família de Babo aceita o namoro com a condição de que Sian venha morar dois anos na Índia, na casa da família de Babo. Se o amor deles sobreviver a esse período, a família aceitará o casamento.

Dois anos se passam, Sian se adapta cada vez mais a uma nova vida na Índia e eles finalmente se casam. Um casamento indiano, conforme manda a tradição. Nos próximos anos, Sian e Babo tem duas meninas e seu amor continua florescendo apesar das dificuldades no caminho.

O livro é dividido em três partes distintas. A primeira parte é Sylvan Lodge 1968 - 1974 e abrange os primeiros dois anos em que Sian e Babo moram na casa dos pais dele e os primeiros anos do casamento, antes deles terem sua própria casa e ainda morando com os sogros. A segunda parte é The House of Orange and Black Gates 1974 - 1995, a casa de Sian e Babo onde eles criam suas filhas até o dia em que elas, por sua vez, resolvem sair do ninho. A mais velha decide casar e a caçula resolve refazer o caminho inverso da mãe e passar um tempo em Londres. Essa parte conta ainda as estórias de vários membros da família, como o tio Choku. A terceira parte se chama Lewisham to Ganga Bazaar 1996 - 2001 e fecha o ciclo. Ela conta a temporada de Bean (a caçula) em Londres e o momento em que ela decide voltar pra Índia e passar uns tempos com a avó em Ganga Bazaar para lidar com algumas questões pessoais.

Enfim uma saga cativante de uma família indiana, avós, pais, filhos, sobrinhos, primos...tudo está ali. O eixo principal da estória continua sendo Sian, Babo e Mayuri e Bean, as duas filhas nascidas na Índia. O livro compõe um retrato delicado e profundo de um casamento inter-racial com seus desejos, buscas e questionamentos. Enfim, vale a pena ler! Em especial para aquelas que como eu, também largaram seu país pra viverem com um amor no estrangeiro. Vocês certamente irão se identificar com muitos aspectos dessa busca. Fica a dica.



PS. Detalhe interessante é que a autora indiana Tishani Doshi dedica o livro a seus pais: For my parents, the original pleasure seekers.

3 comentários:

Day disse...

Eu tenho fascinação pela Índia, talvez um dia ainda faça uma viagem pra lá.
Parece muito bom mesmo esse livro,vou deixar a dica anotada aqui.
Abraço

Pri S. disse...

Adorei suas impressões sobre o livro. Vou procurar pra ver se foi publicado aqui no Brasil. ;-)

tania disse...

O que acho notável é seu interesse por romances que tematizam estórias de vida semelhantes `a sua no que diz respeito a situação de migração. Isso certamente não te escapou. Creio, inclusive, que você comentou sobre isso (a identificação e o particular interesse por essa temática nos romances). Não deixa de ser um modo de exercer a reflexividade, de se ver nesse jogo de espelhos e por analogias buscar compreender mais sobre as variáveis envolvidas nesse tipo de experiência. Acho que seria bom pra mim também ler esses romances. Vou tomando nota. Mas fato é que a fila aqui está grande e estou com três (Anéis de Saturno, relendo, e Jakob, o Mentiroso e As Correções, que havia ficado em Natal e só agora pude retomar), andando devagar e simultaneamente...rs Um deles (o primeiro) é leitura de ficção, mas também é para um artigo que quero escrever (um dia...). Gostaria de ter outras 24h cada dia, num plano paralelo, só para ler romances (contos, poesia...) e assistir filmes. Mas...