sábado, junho 23, 2012

Cinema belga: The Invader (2011)


 
Em termos de Cinema Europeu, o Cinema Belga é sem sombra de dúvida um dos mais engajados socialmente (assim como o cinema inglês de Ken Loach, Mike Leigh e Michael Winterbottom, entre outros). A começar pelos famosos irmãos Dardenne, que produziram alguns dos melhores filmes do cinema belga das últimas duas décadas. Entre eles, os premiados La promesse, Rosetta, L´Enfant e ano passado, o festejado Le gamin au vélo (este último ainda preciso ver, os outros vi todos).

Mas este post é sobre o filme The Invader, que finalmente conferi ontem. Este é o primeiro filme do videomaker e artista Nicolas Provost e já veio muito elogiado pela crítica. Um filme forte, com imagens ainda mais fortes. O protagonista é um jovem africano ilegal que tenta sobreviver a todo custo em Bruxelas. O filme lida com aspectos sérios da realidade de muitos imigrantes nas grandes capitais européias, a comecar pela exploração no trabalho (os sans papier trabalham em condições péssimas que beiram a escravidão humana no séc. XXI). Exploração de uns, total indiferença da parte de outros. Como as inúmeras cenas em que o africano Amadou caminha ao léu pelas ruas de Bruxelas sem ser percebido pela multidão, como se fosse literalmente invisível (o que na verdade ele é mesmo por não fazer parte do sistema). Um João ninguém em busca de uma solução que não existe...

O filme é bastante realista e é preciso estomago para aturar algumas cenas. Mas também é muito bem dirigido, sendo que as imagens dizem mais do que os diálogos (que aliás são poucos). Enfim, vale a pena conferir!

4 comentários:

tania disse...

Em São Paulo há muitos espaços alternativos de cinema nos quais é possível ver filmes assim. Mas daqui a pouco voltarei pra Natal e pro regime pobre de oferta cinematográfica. Por isso, tomei uma resolução nestes dias que correm: vou abdicar de alguns supérfluos e investir numa conexão `a internet a melhor possível pra poder baixar filmes, coisa que até hoje nunca tive o hábito de fazer. (Até por preferir vê-los no cinema e, quando não é possível, no dvd ou bluray, mesmo comprado fora). Mas fico muito limitada com isso. Investir no serviço de internet e num monitor maior e de ótima qualidade para assistir aos filmes pode ser uma boa solução. Até porque, apesar da ótima programação cultural de Sampa, não vejo a hora de voltar pra minha casa. Natal não tem muitos cinemas nem boa programação, mas tem outras coisas da melhor qualidade das quais tenho sentido falta. Clima bom, acesso fácil a tudo de que se precisa no dia a dia e, principalmente, minha casa, minha cama, minha cozinha. Oh saudade! E não falo isso por estar mal instalada em Sampa; pelo contrário: estou bem, morando com uma pessoa muito bacana, numa casa e bairro ótimos. Só que o bom de sair de casa por uns tempos é justamente isso: ganhar distanciamento para perceber o que valorizamos nela e na nossa vidinha cotidiana.
Beijo, e obrigada pelas dicas de filmes.

Anita disse...

Beth, as vezes depois do trampo quando vou caminhando de volta pra casa dos anes de canais ate a estação central vejo o interior de algumas cozinhas de restaurantes. Principalmente agora, que fez uns dias de calor. Ao nível da rua, o restaurante e com uma porta subterranea já pra vez uma nesga da cozinha. Sempre muito pequena (minima mesmo) abafada (claro, no subsolo) e quem cozinha são sempre africanos. Ilegais muito provalmente. Um drama isso. Vivem uma subvida.

Anônimo disse...

Gostei muito da dica. Temos procurado sair do que já conhecemos.
Ontem mesmo vimos um de produção franco grega, também sobre imigrantes.
Gostamos muito.
Esse aqui oh: http://en.wikipedia.org/wiki/Eden_in_West

Anotei sua dica.
Bj

PS: Ahh! Bete queria perguntar se vc conhece alguma loja de produtos brasileiros na cidade (?)
BJ

Palavras Vagabundas disse...

Beth,
por aqui nem sempre podemos ver cinema europeu, belga então...
Gostei da indicação, quem sabe consigo assistir na internet.
bjs
Jussara

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Cinema belga: The Invader (2011)


 
Em termos de Cinema Europeu, o Cinema Belga é sem sombra de dúvida um dos mais engajados socialmente (assim como o cinema inglês de Ken Loach, Mike Leigh e Michael Winterbottom, entre outros). A começar pelos famosos irmãos Dardenne, que produziram alguns dos melhores filmes do cinema belga das últimas duas décadas. Entre eles, os premiados La promesse, Rosetta, L´Enfant e ano passado, o festejado Le gamin au vélo (este último ainda preciso ver, os outros vi todos).

Mas este post é sobre o filme The Invader, que finalmente conferi ontem. Este é o primeiro filme do videomaker e artista Nicolas Provost e já veio muito elogiado pela crítica. Um filme forte, com imagens ainda mais fortes. O protagonista é um jovem africano ilegal que tenta sobreviver a todo custo em Bruxelas. O filme lida com aspectos sérios da realidade de muitos imigrantes nas grandes capitais européias, a comecar pela exploração no trabalho (os sans papier trabalham em condições péssimas que beiram a escravidão humana no séc. XXI). Exploração de uns, total indiferença da parte de outros. Como as inúmeras cenas em que o africano Amadou caminha ao léu pelas ruas de Bruxelas sem ser percebido pela multidão, como se fosse literalmente invisível (o que na verdade ele é mesmo por não fazer parte do sistema). Um João ninguém em busca de uma solução que não existe...

O filme é bastante realista e é preciso estomago para aturar algumas cenas. Mas também é muito bem dirigido, sendo que as imagens dizem mais do que os diálogos (que aliás são poucos). Enfim, vale a pena conferir!

4 comentários:

tania disse...

Em São Paulo há muitos espaços alternativos de cinema nos quais é possível ver filmes assim. Mas daqui a pouco voltarei pra Natal e pro regime pobre de oferta cinematográfica. Por isso, tomei uma resolução nestes dias que correm: vou abdicar de alguns supérfluos e investir numa conexão `a internet a melhor possível pra poder baixar filmes, coisa que até hoje nunca tive o hábito de fazer. (Até por preferir vê-los no cinema e, quando não é possível, no dvd ou bluray, mesmo comprado fora). Mas fico muito limitada com isso. Investir no serviço de internet e num monitor maior e de ótima qualidade para assistir aos filmes pode ser uma boa solução. Até porque, apesar da ótima programação cultural de Sampa, não vejo a hora de voltar pra minha casa. Natal não tem muitos cinemas nem boa programação, mas tem outras coisas da melhor qualidade das quais tenho sentido falta. Clima bom, acesso fácil a tudo de que se precisa no dia a dia e, principalmente, minha casa, minha cama, minha cozinha. Oh saudade! E não falo isso por estar mal instalada em Sampa; pelo contrário: estou bem, morando com uma pessoa muito bacana, numa casa e bairro ótimos. Só que o bom de sair de casa por uns tempos é justamente isso: ganhar distanciamento para perceber o que valorizamos nela e na nossa vidinha cotidiana.
Beijo, e obrigada pelas dicas de filmes.

Anita disse...

Beth, as vezes depois do trampo quando vou caminhando de volta pra casa dos anes de canais ate a estação central vejo o interior de algumas cozinhas de restaurantes. Principalmente agora, que fez uns dias de calor. Ao nível da rua, o restaurante e com uma porta subterranea já pra vez uma nesga da cozinha. Sempre muito pequena (minima mesmo) abafada (claro, no subsolo) e quem cozinha são sempre africanos. Ilegais muito provalmente. Um drama isso. Vivem uma subvida.

Anônimo disse...

Gostei muito da dica. Temos procurado sair do que já conhecemos.
Ontem mesmo vimos um de produção franco grega, também sobre imigrantes.
Gostamos muito.
Esse aqui oh: http://en.wikipedia.org/wiki/Eden_in_West

Anotei sua dica.
Bj

PS: Ahh! Bete queria perguntar se vc conhece alguma loja de produtos brasileiros na cidade (?)
BJ

Palavras Vagabundas disse...

Beth,
por aqui nem sempre podemos ver cinema europeu, belga então...
Gostei da indicação, quem sabe consigo assistir na internet.
bjs
Jussara