terça-feira, agosto 15, 2006

Amsterdam, parte II

Resolvi aproveitar o espaço deste blog para contar aos meus amigos um pouco sobre a minha Amsterdam -- a minha vida deste lado do oceano. Muitos ficam curiosos quando digo que moro na Holanda há 12 anos, outros admiram minha coragem e outros ainda pensam que sou louca (esses últimos provavelmente estão certos).

Percebi que a nova leva de brasileiros que tem emigrado para a Holanda (e outros países europeus) conta mais ou menos a mesma estória (de certa forma, só muda o nome dos personagens). Emigraram em nome do amor, para unir-se ao amor encontrado num dos milhares de sites de namoro na net. Sem exageros, 9 entre 10 das brasileiras que vi chegar à Holanda nos últimos 3 anos vieram dessa forma. Diga-se de passagem, um motivo nobre...só que a minha estória foi bem outra.

Minha estória foi diferente -- e assemelha-se a de muitos que se aventuraram pra cá naquela época, início dos anos 90. Sempre tive muita vontade de conhecer lugares e culturas diferentes, de navegar mares nunca antes navegados (no sentido literal e figurado da palavra pois afinal de contas, sou sagitariana dupla!). Vim visitar uma amiga brasileira e me apaixonei perdidamente pela cidade...Na época, eu trabalhava como tradutora em Dublin, tinha emprego com salário garantido no final do mês, aluguel pago pela empresa e até work permit.

Pois bem, larguei tudo isso pra me aventurar de mala e cuia em Amsterdam. Nos dois primeiros meses, fiquei hospedada no quarto dessa amiga (que mora aqui há 15 anos) enquanto procurava quartos para alugar nos jornais. Era verão de 1994, um verão abençoado com dias intermináveis de sol, e eu passava meus dias passeando pelas ruas da cidade, descobrindo cada rua, cada beco, cada pracinha, cada monumento. Cada dia uma nova descoberta...e eu andava até fazer calo. Quando cansava, sentava em um dos inúmeros brown cafés da cidade para tomar um cappucino, com um sorriso de satisfação no rosto e a cabeça repleta de novas impressões.

Cheguei a viver na ilegalidade durante quase dois anos, o que hoje em dia é quase impossível -- embora existam muitos ilegais, e não apenas brasileiros, nas grandes cidades holandesas: Amsterdam, Rotterdam e Haia. Naquela época, as leis de imigração ainda não eram tão rígidas como hoje. Depois de um ano de muitas aventuras e descobertas na cidade, estava prestes a voltar ao Brasil quando me apaixonei por um certo rapaz inglês...mas isso eu conto outra hora!

2 comentários:

Eu não sei, você sabe? disse...

Eu estou adorando...
aó acho injustiça ficar para poucos. De certa forma, só posso me sentir honrada.
Beijinho!

Anônimo disse...

To curiosa por mais fotos de Amsterdam! E se possivel do lar onde vc vive!
beijos,
Mara

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Amsterdam, parte II

Resolvi aproveitar o espaço deste blog para contar aos meus amigos um pouco sobre a minha Amsterdam -- a minha vida deste lado do oceano. Muitos ficam curiosos quando digo que moro na Holanda há 12 anos, outros admiram minha coragem e outros ainda pensam que sou louca (esses últimos provavelmente estão certos).

Percebi que a nova leva de brasileiros que tem emigrado para a Holanda (e outros países europeus) conta mais ou menos a mesma estória (de certa forma, só muda o nome dos personagens). Emigraram em nome do amor, para unir-se ao amor encontrado num dos milhares de sites de namoro na net. Sem exageros, 9 entre 10 das brasileiras que vi chegar à Holanda nos últimos 3 anos vieram dessa forma. Diga-se de passagem, um motivo nobre...só que a minha estória foi bem outra.

Minha estória foi diferente -- e assemelha-se a de muitos que se aventuraram pra cá naquela época, início dos anos 90. Sempre tive muita vontade de conhecer lugares e culturas diferentes, de navegar mares nunca antes navegados (no sentido literal e figurado da palavra pois afinal de contas, sou sagitariana dupla!). Vim visitar uma amiga brasileira e me apaixonei perdidamente pela cidade...Na época, eu trabalhava como tradutora em Dublin, tinha emprego com salário garantido no final do mês, aluguel pago pela empresa e até work permit.

Pois bem, larguei tudo isso pra me aventurar de mala e cuia em Amsterdam. Nos dois primeiros meses, fiquei hospedada no quarto dessa amiga (que mora aqui há 15 anos) enquanto procurava quartos para alugar nos jornais. Era verão de 1994, um verão abençoado com dias intermináveis de sol, e eu passava meus dias passeando pelas ruas da cidade, descobrindo cada rua, cada beco, cada pracinha, cada monumento. Cada dia uma nova descoberta...e eu andava até fazer calo. Quando cansava, sentava em um dos inúmeros brown cafés da cidade para tomar um cappucino, com um sorriso de satisfação no rosto e a cabeça repleta de novas impressões.

Cheguei a viver na ilegalidade durante quase dois anos, o que hoje em dia é quase impossível -- embora existam muitos ilegais, e não apenas brasileiros, nas grandes cidades holandesas: Amsterdam, Rotterdam e Haia. Naquela época, as leis de imigração ainda não eram tão rígidas como hoje. Depois de um ano de muitas aventuras e descobertas na cidade, estava prestes a voltar ao Brasil quando me apaixonei por um certo rapaz inglês...mas isso eu conto outra hora!

2 comentários:

Eu não sei, você sabe? disse...

Eu estou adorando...
aó acho injustiça ficar para poucos. De certa forma, só posso me sentir honrada.
Beijinho!

Anônimo disse...

To curiosa por mais fotos de Amsterdam! E se possivel do lar onde vc vive!
beijos,
Mara