quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Sobre diagnósticos


Se é que alguém andou acompanhando minhas especulações tempos atrás...Segundo diagnóstico recente eu não sou bipolar coisa nenhuma, sou é borderline! O diagnóstico não é oficial, e nem tampouco definitivo...E eu na verdade nunca cheguei a ser diagnosticada como bipolar mas como tenho uma amiga que recebeu este diagnóstico ano passado, acabei entrando na viagem dela (é que somos mesmo muito parecidas). A verdade é que tenho duas amigas bipolares e elas juram de pés juntos que também sou bipolar. Aí a gente acaba se confundindo mesmo, fazer o quê!

Mas entre bipolar e borderline, sou acima de tudo eu mesma, sempre! Cheguei à (óbvia) conclusão de que sempre serei mais do que um rótulo (felizmente meus amigos sempre souberam disso e F. também). Complicada, sem dúvida. Temperamental, claro. Mente inquieta, sempre. A boa notícia é que voltei à terapia, e desta vez farei terapia cognitiva. No mais, a gente vai levando. E sabem de uma coisa? Não estou ligando muito pra esses rótulos porque hoje em dia todo mundo é bipolar, borderline, ADHD, autista e por ai vai (vai ver Caetano estava certo: de perto ninguém é normal).

Meu filho mesmo - depois de uma bateria exaustiva de testes e muita especulação - foi oficialmente diagnosticado ano passado como tendo um grau leve de autismo. Não chega a ser debilitante mas algumas das características típicas do autismo estão lá, não há como negar. No caso dele (não vou entrar em detalhes) é verdade mesmo, tanto que ele mudou para uma escola especial e o desempenho nesta escola melhorou 100%. Em vez de classes com 30 alunos, classes reduzidas com 12 alunos...mais atenção para cada aluno, melhor concentração, melhor rendimento escolar. Ele deixou de ser inseguro e medroso e hoje em dia é uma criança segura, confiante e alegre. E quando antes tinha dificuldade em acompanhar a aula (devido a problemas de concentração, até porque a escola antiga era mesmo caótica), hoje ele já é o melhor aluno da sua turma!

Mas quem não entendeu nada do que escrevi aqui encima, não precisa se desesperar! Os distúrbios de personalidade são difíceis de diagnosticar - até porque, no tempo da minha mãe essas classificações ainda não existiam. Algumas pessoas eram simplesmente tidas como excêntricas (sabe aquele tio esquisito) ou difíceis de lidar e pronto, estava explicado! Na maioria das vezes, dizia-se que fulano tinha um temperamento forte (e na pior das hipóteses, insuportável). Só que nos últimos tempos as coisas mudarem e se você não prestar atenção, mais cedo ou mais tarde acaba recebendo um rótulo!

E claro, receber um rótulo tem dois lados. O lado bom é que com o diagnóstico correto fica mais fácil estabelecer o tipo de tratamento a ser seguido. O lado ruim é que o paciente corre o risco de se identificar com o rótulo de tal forma que passa a viver a vida de forma limitada. No final das contas, cabe ao paciente tirar proveito do lado bom e descartar o ruim. Como tudo na vida, diga-se de passagem.

6 comentários:

Anônimo disse...

Bethe, nem me fale em rótulos e falsos diagnósticos! Mas fiquei interessada nesse do leve autismo. Como foi reconhecido? Desconfio que uma criança que conheço pode estar com algum problema social e gostaria de ajudar.

Obrigada : )

Kris disse...

Oi! Cheguei aqui pelo blog da Anna. Vc tá gostando? Porque eu de-tes-tei a cognitivo-comportamental, gostava tanto de psicanálise... Sei lá, tem umas coisas de programação neurolinguística que pra mim são insuportáveis. =]

Andrea Drewanz disse...

Também fiquei interessada nesta história do leve autismo. Quais seriam as características?
Depois vc poderia retornar a este assunto?

Kris disse...

Bom... Certamente temos muita coisa em comum - fora a Anna, hehe. Acho que peguei bronca de PNL por causa desses cursos de auto ajuda (que um amigo meu, brainwashed, quer me levar de qq jeito). E qdo eu fiz a terapia eu tinha um livro - "a mente vencendo o humor" que eu tinha de ler e completar... Tipo livro de primário, sabe? Peguei aversão.
Beijo e bom final de semana =]

Anônimo disse...

Tem um livro interessante sobre o subject Borderline:Lost in the Mirror: An Inside Look at Borderline Personality Disorder by Richard Moskovitz

bjs,L

Bebete Indarte disse...

hahahaha, eu já fui borderline...
só rindo mesmo pra esses tempos modernos.

Tecnologia do Blogger.

Sobre diagnósticos


Se é que alguém andou acompanhando minhas especulações tempos atrás...Segundo diagnóstico recente eu não sou bipolar coisa nenhuma, sou é borderline! O diagnóstico não é oficial, e nem tampouco definitivo...E eu na verdade nunca cheguei a ser diagnosticada como bipolar mas como tenho uma amiga que recebeu este diagnóstico ano passado, acabei entrando na viagem dela (é que somos mesmo muito parecidas). A verdade é que tenho duas amigas bipolares e elas juram de pés juntos que também sou bipolar. Aí a gente acaba se confundindo mesmo, fazer o quê!

Mas entre bipolar e borderline, sou acima de tudo eu mesma, sempre! Cheguei à (óbvia) conclusão de que sempre serei mais do que um rótulo (felizmente meus amigos sempre souberam disso e F. também). Complicada, sem dúvida. Temperamental, claro. Mente inquieta, sempre. A boa notícia é que voltei à terapia, e desta vez farei terapia cognitiva. No mais, a gente vai levando. E sabem de uma coisa? Não estou ligando muito pra esses rótulos porque hoje em dia todo mundo é bipolar, borderline, ADHD, autista e por ai vai (vai ver Caetano estava certo: de perto ninguém é normal).

Meu filho mesmo - depois de uma bateria exaustiva de testes e muita especulação - foi oficialmente diagnosticado ano passado como tendo um grau leve de autismo. Não chega a ser debilitante mas algumas das características típicas do autismo estão lá, não há como negar. No caso dele (não vou entrar em detalhes) é verdade mesmo, tanto que ele mudou para uma escola especial e o desempenho nesta escola melhorou 100%. Em vez de classes com 30 alunos, classes reduzidas com 12 alunos...mais atenção para cada aluno, melhor concentração, melhor rendimento escolar. Ele deixou de ser inseguro e medroso e hoje em dia é uma criança segura, confiante e alegre. E quando antes tinha dificuldade em acompanhar a aula (devido a problemas de concentração, até porque a escola antiga era mesmo caótica), hoje ele já é o melhor aluno da sua turma!

Mas quem não entendeu nada do que escrevi aqui encima, não precisa se desesperar! Os distúrbios de personalidade são difíceis de diagnosticar - até porque, no tempo da minha mãe essas classificações ainda não existiam. Algumas pessoas eram simplesmente tidas como excêntricas (sabe aquele tio esquisito) ou difíceis de lidar e pronto, estava explicado! Na maioria das vezes, dizia-se que fulano tinha um temperamento forte (e na pior das hipóteses, insuportável). Só que nos últimos tempos as coisas mudarem e se você não prestar atenção, mais cedo ou mais tarde acaba recebendo um rótulo!

E claro, receber um rótulo tem dois lados. O lado bom é que com o diagnóstico correto fica mais fácil estabelecer o tipo de tratamento a ser seguido. O lado ruim é que o paciente corre o risco de se identificar com o rótulo de tal forma que passa a viver a vida de forma limitada. No final das contas, cabe ao paciente tirar proveito do lado bom e descartar o ruim. Como tudo na vida, diga-se de passagem.

6 comentários:

Anônimo disse...

Bethe, nem me fale em rótulos e falsos diagnósticos! Mas fiquei interessada nesse do leve autismo. Como foi reconhecido? Desconfio que uma criança que conheço pode estar com algum problema social e gostaria de ajudar.

Obrigada : )

Kris disse...

Oi! Cheguei aqui pelo blog da Anna. Vc tá gostando? Porque eu de-tes-tei a cognitivo-comportamental, gostava tanto de psicanálise... Sei lá, tem umas coisas de programação neurolinguística que pra mim são insuportáveis. =]

Andrea Drewanz disse...

Também fiquei interessada nesta história do leve autismo. Quais seriam as características?
Depois vc poderia retornar a este assunto?

Kris disse...

Bom... Certamente temos muita coisa em comum - fora a Anna, hehe. Acho que peguei bronca de PNL por causa desses cursos de auto ajuda (que um amigo meu, brainwashed, quer me levar de qq jeito). E qdo eu fiz a terapia eu tinha um livro - "a mente vencendo o humor" que eu tinha de ler e completar... Tipo livro de primário, sabe? Peguei aversão.
Beijo e bom final de semana =]

Anônimo disse...

Tem um livro interessante sobre o subject Borderline:Lost in the Mirror: An Inside Look at Borderline Personality Disorder by Richard Moskovitz

bjs,L

Bebete Indarte disse...

hahahaha, eu já fui borderline...
só rindo mesmo pra esses tempos modernos.