quinta-feira, outubro 23, 2008

As pérolas de Ang Lee











Ang Lee é daqueles diretores que sempre me surpreende com seus filmes. Na minha opinião (e de muitos), um dos melhores e mais versáteis diretores da atualidade, com filmes simplesmente imperdíveis em seu variado currículo. Como Pushing Hands, The Wedding Banquet, Eat Man Drink Woman, The Ice Storm, Sense and Sensibility e Brokeback Mountain. Esse último assisti anteontem pela primeira vez. Apesar de não ser um filme recente (2005), não assisti antes porque confesso ter o mau hábito de implicar com certos filmes (silly me, I know). É que o trailer me fez lembrar bastante aqueles comerciais de Malrboro. E eu odeio filme de cowboy!

Resultado, mordi a língua porque o filme é um daqueles épicos inesquecíveis e que, de uma forma ou de outra, mexe com o expectador. Uma história de amor proibido. Acima de tudo, uma bela história de amor que em alguns aspectos da narrativa me fez lembrar The Bridges of Madison County (1995). Aquela coisa de amor platônico e acima de tudo sofrido, que não chega a se concretizar. No caso dos dois protagonistas de Brokeback Mountain, o amor até assume formas concretas mas fica sempre um gosto de quero mais, fica sempre faltando algo. E é triste ver como os preconceitos sociais - ainda mais nos anos 60 e 70 nos EUA, época retratada em grande parte do filme - afetam as vidas de alguns mais do que de outros. É assim que um dos personagens (Heath Ledger) não consegue nunca assumir sua homosexualidade e passa a vida inteira reprimindo seus sentimentos mais profundos. Com tristes consequências para os dois envolvidos, é claro. E eu fiquei torcendo o filme inteiro para que ele não deixasse aquele amor ir embora. Para que assumisse de uma vez por todas o amor que no fundo ele sabia ser o mais importante de sua vida. Mas a sociedade foi mais forte e nesta brincadeira uma história de amor que poderia ter sido perfeita acaba sendo sacrificada. No final do filme ficamos com aquele gosto amargo na boca. O que poderia ter sido se...Eu não veria como uma história de amor gay (e houve alguma controvérsia, principalmente em certos segmentos religiosos) mas acima de tudo, uma história de amor. Um amor tão natural como as montanhas que são pano-de-fundo para seus encontros fugidios.

Pra finalizar este post, só queria dizer que tenho a sorte de ser heterossexual mas tenho muitos amigos gays e sei muito bem que a vida deles nem sempre é fácil. Acreditem ou não, até aqui na Holanda tem havido uma nova onda de preconceitos, desta vez são os imigrantes muçulmanos que volta e meia espancam um homosexual nas ruas de Amsterdã ou de outra cidade holandesa. Então se em pleno séc. XXI ainda existe este preconceito arraigado em algumas partes do planeta, imagine em 1963 quando o filme começa.

Uma história de amor triste e um épico inesquecível na tradição do mestre Ang Lee.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Beth, parece que vc está melhor, que bom!

Tb gostei muito de Broke Back Mountain e, principalmente, de Ice Storm. Achei o filme tão bem caracterizado nos anos 60 e a história é tão atual tb.

Acho que não vi os outros filmes dele...Boas dicas, obrigada!

bjs

Antonio Da Vida disse...

Concordo com vc, adoro o Ang Lee! É um dos poucos diretores de cinema da atualidade, como François Ozon, Pedro Almodóvar, ou mesmo o velho Woody Allen, que me fazem sair de casa e ir ao cinema sem falta e sem pestanejar. Não tem erro, é sempre bom!

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As pérolas de Ang Lee











Ang Lee é daqueles diretores que sempre me surpreende com seus filmes. Na minha opinião (e de muitos), um dos melhores e mais versáteis diretores da atualidade, com filmes simplesmente imperdíveis em seu variado currículo. Como Pushing Hands, The Wedding Banquet, Eat Man Drink Woman, The Ice Storm, Sense and Sensibility e Brokeback Mountain. Esse último assisti anteontem pela primeira vez. Apesar de não ser um filme recente (2005), não assisti antes porque confesso ter o mau hábito de implicar com certos filmes (silly me, I know). É que o trailer me fez lembrar bastante aqueles comerciais de Malrboro. E eu odeio filme de cowboy!

Resultado, mordi a língua porque o filme é um daqueles épicos inesquecíveis e que, de uma forma ou de outra, mexe com o expectador. Uma história de amor proibido. Acima de tudo, uma bela história de amor que em alguns aspectos da narrativa me fez lembrar The Bridges of Madison County (1995). Aquela coisa de amor platônico e acima de tudo sofrido, que não chega a se concretizar. No caso dos dois protagonistas de Brokeback Mountain, o amor até assume formas concretas mas fica sempre um gosto de quero mais, fica sempre faltando algo. E é triste ver como os preconceitos sociais - ainda mais nos anos 60 e 70 nos EUA, época retratada em grande parte do filme - afetam as vidas de alguns mais do que de outros. É assim que um dos personagens (Heath Ledger) não consegue nunca assumir sua homosexualidade e passa a vida inteira reprimindo seus sentimentos mais profundos. Com tristes consequências para os dois envolvidos, é claro. E eu fiquei torcendo o filme inteiro para que ele não deixasse aquele amor ir embora. Para que assumisse de uma vez por todas o amor que no fundo ele sabia ser o mais importante de sua vida. Mas a sociedade foi mais forte e nesta brincadeira uma história de amor que poderia ter sido perfeita acaba sendo sacrificada. No final do filme ficamos com aquele gosto amargo na boca. O que poderia ter sido se...Eu não veria como uma história de amor gay (e houve alguma controvérsia, principalmente em certos segmentos religiosos) mas acima de tudo, uma história de amor. Um amor tão natural como as montanhas que são pano-de-fundo para seus encontros fugidios.

Pra finalizar este post, só queria dizer que tenho a sorte de ser heterossexual mas tenho muitos amigos gays e sei muito bem que a vida deles nem sempre é fácil. Acreditem ou não, até aqui na Holanda tem havido uma nova onda de preconceitos, desta vez são os imigrantes muçulmanos que volta e meia espancam um homosexual nas ruas de Amsterdã ou de outra cidade holandesa. Então se em pleno séc. XXI ainda existe este preconceito arraigado em algumas partes do planeta, imagine em 1963 quando o filme começa.

Uma história de amor triste e um épico inesquecível na tradição do mestre Ang Lee.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Beth, parece que vc está melhor, que bom!

Tb gostei muito de Broke Back Mountain e, principalmente, de Ice Storm. Achei o filme tão bem caracterizado nos anos 60 e a história é tão atual tb.

Acho que não vi os outros filmes dele...Boas dicas, obrigada!

bjs

Antonio Da Vida disse...

Concordo com vc, adoro o Ang Lee! É um dos poucos diretores de cinema da atualidade, como François Ozon, Pedro Almodóvar, ou mesmo o velho Woody Allen, que me fazem sair de casa e ir ao cinema sem falta e sem pestanejar. Não tem erro, é sempre bom!