quarta-feira, julho 30, 2008

Remorso?

De uma coisa vocês podem estar certos: remorso todo mundo tem. Eu ontem estava lendo uma revista (holandesa) com um artigo sobre o assunto. To cut a long story short, a conclusão básica é que a gente costuma sentir mais remorso das coisas que não fez - ou deixou de fazer por sabe-se lá que cargas d´água - do que das coisas que fez! Claro que a gente se arrepende de algumas coisas que fez...Só que ao menos temos a glória de poder espalhar aos quatro ventos que tentamos, que corremos o risco, que aprendemos. Enfim...E tem ainda aqueles que dizem com orgulho que são o resultado de suas escolhas (o que vale pra todos nós, tenhamos orgulho ou não). Bem...se eu sou o resultado das minhas escolhas, confesso que tem dias em que acho que deveria ter escolhido melhor (e quem nunca teve um dia desses?). É que infelizmente tem escolhas na vida que a gente faz e passa anos sofrendo as consequências...E então a gente pensa que se soubesse naquela época tudo aquilo que sabe hoje, teria feito diferente. Mas naquela época aquela era a melhor escolha. Porque acreditem meus caros amigos, a sabedoria vem com a idade. Uma das grandes ironias da vida é que justamente quando somos jovens temos mais escolhas e menos sabedoria. No mais, é como diz o velho ditado: não adianta chorar o leite derramado.

Por outro lado, segundo psicólogos e especialistas de plantão, nada pior do que o remorso que sentimos por aquilo que deixamos de fazer. Aquela viagem de sonhos. A declaração de amor nunca feita. A proposta de emprego irrecusável que recusamos (valha-me Deus). Aquele amor que deixamos escapar pelas mãos por medo, orgulho ou sei lá o quê. O curso ou workshop do qual desistimos na última hora. O cãozinho ou gatinho abandonado que não levamos pra casa. Os filhos que não tivemos. Os caminhos que não trilhamos. Os mares não navegados. Em suma, as escolhas que não fizemos.

A verdade nua e crua é que cada escolha traz consigo uma renúncia. E durma-se com um barulho desses...

segunda-feira, julho 28, 2008

Coração dividido

A amizade é um amor que nunca morre.
Mário Quintana.


E com esta estória de ir pra Maastricht de última hora perdi uma festa de arromba na casa da queridíssima Bebete. Sei que não é desculpa pra dar furo nos amigos mas eu e F. já estávamos combinando esta viagem desde março, só faltava reunir os fatores favoráveis. Então com meu filho de férias na Inglaterra e a meteorologia anunciando temperaturas elevadas no fim-de-semana (verão no norte europeu é imprevisível), confesso que não pensamos duas vezes! E sim, amei Maastricht mas foi só ler o blog do Antônio (que veio de Bruxelas especialmente pra festa) pra eu sentir aquele aperto no coração. Porque a vida tem dessas coisas: tem horas que a gente fica mesmo com o coração dividido, não tem jeito. Então decidi escrever este post não pra pedir desculpas pelo furo mas pra dizer que apesar da ausência, vocês são muito especiais e estão sempre presentes na minha vida (mesmo que não no sentido literal da palavra).

Weekend break: Maastricht


Finalmente conheci Maastricht, a cidade mais antiga da Holanda (com direito a ruínas dos tempos dos romanos). Fomos passar o fim-de-semana nesta cidade holandesa que antigamente fazia parte da Bélgica (região Limburg). Arquitetura peculiar e nada holandesa, andar pelas ruas de casas brancas e paralelepípedos faz lembrar a Bretagne (região do norte da França) e a Bélgica, então você até esquece que ainda está na Holanda! Uma cidade muito charmosa, não sei porque cargas dágua nunca tinha visitado antes, além do fato óbvio de que quando a gente mora no lugar (leia-se Europa), deixa de ser prioridade. Isso talvez explique o fato de eu ainda não conhecer Bruxelas, Brugges e Antuérpia, que ficam praticamente aqui do lado. É que morando aqui não tem mais aquela correria de querer conhecer 8 países em 30 dias. Aquela sensação de que não podemos deixar de ir ali e acolá porque Deus sabe quando teremos outra chance! Eu sei que as chances virão mas no momento tenho tentado resolver outras questões mais importantes na minha vida. Eu A-M-O viajar (leia-se: sagitariana dupla) mas confesso que nos últimos anos a sobrevivência tem sido a minha prioridade - certamente depois do divórcio.

Mas voltando à viagem, achei uma oferta especial na internet (www.booking.com) e reservamos duas noites no Eden Designhotel, bem no centro da cidade. Como a cidade é pequena e o centro histórico bastante compacto, deu pra conhecer os principais pontos turísticos sem correria e ainda curtir umas cervejas num dos vários terraços às margens do rio Maas (Mosa em português, creio eu). Imperdível é mesmo a livraria instalada dentro de uma basílica gótica...Belíssima, ainda mais pra quem é rata de livraria como eu! E o que não falta nesta charmosa cidade são trendy cafés (como o badalado Blanche Dael Coffee Lovers), winebars e restaurantes pra todo tipo de budget. E o Bonnefanten Museum tem uma coleção razoável e um museum shop melhor do que o do Museu Van Gogh aqui em Amsterdam - juro por Deus! E pra quem quiser tomar um café (com ou sem torta) dentro do museu tem ainda o café Ipanema (isso mesmo!).

Maastricht (cont.)





terça-feira, julho 22, 2008

Mulher e com muito orgulho, sim senhor


Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?

Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: 'mas agora eu tô comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?

Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta.

E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia. Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito.

Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve. Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu.

Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos e filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.

Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris.

Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher demais para ele.

Ele quem mesmo?

Texto da Martha Medeiros, dedicado (por mim) à Bebete. Força na peruca, amiga!

segunda-feira, julho 21, 2008

Asperger: dicas de livro e filme

Acabei de ler um livro muito interessante e bastante comentado na mídia nos últimos tempos: The Curious Incident of the Dog in the Night-time, de Mark Haddon. O narrador da estória é um rapaz de 15 anos que sofre da Síndrome de Asperger, um tipo de autismo que já comentei aqui antes.

Voltando ao livro, à medida em que o leitor avança na leitura, ele inevitavelmente vai entrando cada vez mais na cabeça do garoto até começar a ver o mundo sob a perspectiva dele. Só vou dizer que o livro é tão bem escrito que no final a gente acaba se sentindo autista também! Recomendo para todos que tenham contato com pessoas deste tipo. Não se trata de uma autobiografia e sim de uma obra de ficção, mas o autor certamente tem contato com uma pessoa com Síndrome de Asperger pra conseguir descrever tão bem e com detalhes tão vívidos o que passa na mente do protagonista! Interessante, divertido e instrutivo.

E agora o filme que eu sempre penso em recomendar por aqui mas acabo esquecendo. O filme se chama Mozart and the Whale e baseia-se num livro - só que diferente do Curious Incident of the Dog, ele narra uma estória verídica. A estória de um jovem casal autista (ambos têm a Síndrome de Asperger) que se conhece e se apaixona, com todas as consequências envolvidas. E direito à happy end, que obviamente não vou contar pra não estragar o prazer de vocês ao assistir o filme...Eu recomendo!

terça-feira, julho 15, 2008

Sobre rolos e relacionamentos

Não sei se estou ficando velha, careta ou se simplesmente moro há muito tempo no Velho Continente (14 anos e juro que a gente muda sem perceber) mas tenho achado este negócio de ficar de rolo cada dia mais esquisito!!! E cheguei à conclusão de que trata-se de um fenômeno tipicamente brasileiro. Por favor, corrijam-me se eu estiver errada!

Explicando melhor, os homens holandeses não parecem ter esta mania de fugir de compromisso, medo (pânico) de assumir seus sentimentos e aquele eterno blábláblá que a gente cresce ouvindo no Brasil. E não se iludam, quanto mais alto o nível cultural do brasileiro mais moderno o discurso, desde a velha amizade colorida até relações abertas e a bissexualidade tão defendida por Caetano (eu só digo uma coisa: cada macaco no seu galho). Ou isso ou simplesmente os holandeses têm uma situação financeira que permite morar junto, aquela velha estória de quem casa quer casa. Porque eu acredito - ou gostaria de acreditar - que um dos principais motivos pelo qual o espécime brasileiro prefere ficar anos de rolo ao invés de assumir um relacionamento é a falta de grana - pura e simplesmente! Mas talvez eu esteja simplificando uma questão complexa.

De qualquer forma, fico sempre surpresa ao ver a quantidade de mulheres sozinhas no Brasil. Não é de se admirar que muitas delas arrumem marido na Internet e venham de mala e cuia pra cá, fenômeno cada vez mais comum deste lado do atlântico (e lamento informá-los mas não foi o meu caso). Todo mundo sabe que no Brasil tem mais mulher do que homem mas mesmo assim! Tem gente que já parte da teoria de que as mulheres ficaram fáceis e se jogam...outros insistem que os homens é que não querem assumir mais nada hoje em dia. Eu acho tudo muito estranho. Ainda mais porque não vejo nada disso aqui na Holanda. Nem vou falar de Europa porque cada país é uma estória então prefiro não arriscar palpites. O que vejo à minha volta são casais indo morar juntos (nota bene: a tendência da Holanda e países escandinavos nem é casar e sim morar juntos). Casais tendo bebês e se conformando (talvez até demais) à vida adulta. Eu nunca fui dessas mulheres de sonhar com marido e casa cheia de crianças (muito pelo contrário, hehehe), mas também não acho que a outra opção (o rolo) seja melhor. No final das contas, quem você está tentando enrolar: o outro ou você mesma(o)?

Eu gostaria de acreditar que existe um caminho do meio. Que os relacionamentos estão em fase de transição e os papéis femininos e masculinos em constante reavaliação nas últimas décadas, isso todo mundo está careca de saber. O que eu queria saber é o rumo que estamos tomando...E se uma amiga vive brincando que gostaria de escrever uma tese antropológica sobre o orkut, a minha tese seria sobre rolos. Falando sério, que fenômeno mais curioso...

E já que estamos falando de relacionamentos modernos, um modelo cada vez mais popular nos EUA e Europa (especialmente Escandinávia) é o relacionamento LAT (Living Apart Together). Um relacionamento essencialmente monogâmico (não confundir com casamento aberto) em que cada um vive na sua casa, embora passe boa parte do tempo comutando de uma casa a outra (o que mais tenho feito este ano, rsrsrsr). Ou seja, vive-se juntos mas ao mesmo tempo cada um preserva seu espaço. Já comentei aqui no blog que me parece a situação ideal (até prova em contrário), especialmente pra quem já foi casado, já morou junto, etc. Novamente, a situação financeira dos dois deve permitir porque juntar os trapos e dividir as contas é sempre mais fácil (entre aspas). Por essas e outras, não acredito que uma relação deste tipo tenha chances de sucesso no Brasil.

To cut a long story short, acho que ficar de rolo é válido até uma certa idade (eu arriscaria dizer até os trinta mas sabe-se lá). Depois dessa idade, parece que as pessoas estão com medo de assumir seus sentimentos e de se tornarem adultas. A famosa Síndrome de Peter Pan. Porque amar e ser amado não é caretice e sim uma das necessidades mais básicas do ser humano. Disso, meus caros amigos, vocês podem ter certeza.

segunda-feira, julho 14, 2008

Coast to coast walk

Férias de verão e quinta-feira Liam segue com o pai para a Inglaterra. Primeiro embarcam num trem rumo à Bruxelas, dali são 2 horas e meia de Eurostar até Londres (como aliás fizeram ano passado). Depois mais um trem até o local onde iniciarão a caminhada. Isso mesmo: caminhada!!! São ao todo 300 km de pura natureza, espalhados por 2 semanas de caminhada através dos Parques Nacionais mais bonitos do país: Lake District (Cumbria, terra de Beatrix Potter, criadora do famoso personagem infantil Peter Rabbit), Yorkshire Dales e North York Moors. A caminhada começa em St. Bees e termina no pitoresco vilarejo de pescadores Robin Hood´s Bay. Este úlltimo eu conheci, assim como o Lake District - onde acampamos quando Liam tinha 4 anos e um dos lugares mais lindos que visitei na Europa (junto com as Terras Altas da Escócia, pra quem quiser dicas de viagem). E eu posso até morar em uma das mais belas cidades da Europa, mas garanto que a natureza da Inglaterra, Escócia e Irlanda é imbatível. Não tem igual mesmo!

Uma viagem recheada de aventuras, muita natureza e ar puro - bem ao gosto do garoto e do pai. Mas eu confesso que sou preguiçosa e não gosto de acampar, então prefiro um bom e tradicional Bed&Breakfast. Como se não bastasse a caminhada puxada, o pai decidiu ainda carregar a barraca de camping e toda a parafernália nas costas!!! Haja disposição, pelo amor de Deus...Só me resta perguntar: se meu filho com 8 anos já está fazendo este tipo de caminhada, o que ele estará fazendo aos 18 anos? Escalando o Monte Everest? Cruzando o continente europeu a pé? Quanto a mim, vou ficar por aqui mesmo descansando e namorando muito.

PS: Dica de cinema pra quem quer saber mais sobre a escritora mais famosa do Lake District: Miss Potter, que tem como protagonista a atriz do famoso Bridget Jones!

Kung Fu Panda!



Sábado fomos eu, Liam e F. assistir o hit do verão nas telas de cinema: Kung Fu Panda. O filme é produzido pela Dreamworks, que também trouxe um dos filmes favoritos aqui de casa: Madagascar. Pra quem curtiu e riu muito com as aventuras da bicharada em Madagascar, agora é aguardar ansiosamente pela continuação em Madagascar 2, a partir de novembro nos cinemas daqui (admito que mal posso esperar).

Mas voltando ao título deste post: o filme Kung Fu Panda é diversão garantida para a garotada e imperdível para mamães e papais que apreciam um bom filme de animação - com um toque de conto zen! Eu sou suspeita pra falar porque AMO filmes de animação, além de fã da Dreamworks fou fã declarada de TODOS os filmes da Pixar (comprada pela Disney por ser seu maior concorrente no campo de animação). E por falar em Disney-Pixar, o robozinho
Wall-e é forte concorrente do Kung Fu Panda nas telas de cinema este verão.

Agora falem sério: tem coisa melhor do que um (bom) filme infantil acompanhado de um pacote de pipocas
?!! Porque se tiver eu garanto que é ilegal, engorda e certamente não pode ser publicado aqui neste blog, rsrsrsrs.

quarta-feira, julho 09, 2008

Dos amores tranqüilos


Se amizade é coisa preciosa (como divaguei no post anterior), amor com A maiúsculo é preciosíssimo. Porque não adianta a gente fingir que é diferente, não adianta a gente tentar se iludir: tem amor e tem amor com A maiúsculo. E no final das contas, somos todos humanos e amor perfeito não existe mesmo (porque nós não somos perfeitos e nem a vida é perfeita)... Eu encontrei um amor tranqüilo, como nunca antes tinha vivido. Mas já descobri que até mesmo um amor tranqüilo tem seus dias de chuvas e trovoadas. Que depois de dias de sol podem vir dias de tormenta, insegurança e dúvidas. Que o amor não precisa necessariamente rimar com dor mas que também não é um eterno conto de fadas. Porque tem horas que o príncipe vira sapo, pra depois virar príncipe de novo (com alguma sorte e boa vontade de ambas as partes).

O amor é como a vida: tem dias bons e dias ruins. E as brigas por si só não chegam a ser um problema - desde que sejam resolvidas a tempo e da melhor maneira possível. Eu hoje acredito que as brigas deveriam ser vistas como uma oportunidade de conhecermos melhor o outro. No momento da briga, devemos lembrar que o outro é nosso amigo e não nosso inimigo. O que não pode é deixar os ressentimentos se acumularem porque eles são veneno. O que não pode é empurrar a poeira pra debaixo do tapete.

Não, amar não é fácil. É preciso paciência, admiração e muito, mas muito amor mesmo! Vontade de aprender com seus erros e humildade pra admitir quando a gente erra. E capacidade de discernir que a culpa nunca é de um só mas de ambos. É preciso uma boa dose de autoconhecimento pra saber onde começam e terminam seus limites - porque saber definir limites numa relação é fundamental. Pra saber as qualidades que consideramos importantes no parceiro e os defeitos que podem ser relegados (ou não). Assim como também é preciso conhecer suas próprias qualidades e defeitos. E saber o que esperamos de uma relação (ao mesmo tempo sem criar expectativas demais).

A verdade é que, mais ou cedo ou mais tarde, a lua-de-mel acaba. Um dia acordamos e vemos que o príncipe também tem lá seus defeitos (the honeymoon is over). A paixão muda e as coisas tomam outro rumo, não necessariamente melhor nem pior. E depois da paixão só temos duas opções: romper mais uma relação e começar tudo de novo. Ou deixar que a paixão se transforme em um sentimento mais maduro. É quando nasce o amor. Porque a paixão não vê a pessoa como ela realmente é mas como queremos que ela seja. E o amor vê a pessoa como ela realmente é...e a aceita como um ser inteiro: com qualidades e defeitos. Se paixão é êxtase, amor é aceitação. Aceitação, plenitude, amor com A maiúsculo.

terça-feira, julho 01, 2008

Coisa preciosa

Amizade é coisa preciosa, sentimento difícil de se descrever - e nem precisa porque sentimento a gente sente e pronto! Eu sempre fui apaixonada pelos meus amigos, nutro grande admiração por cada um deles, pela pessoa que são, pelas coisas em que acreditam, pela vida que levam e até mesmo pela vida que gostariam de levar! Acima de tudo, pelo que representaram e representam na minha vida. Cada um deles é uma parte de mim refletida. Com cada um deles aprendi e continuo aprendendo. E na medida do possível (porque também sou humana), tento acompanhar suas conquistas e perdas, alegrias e tristezas. E tento estar lá na hora em que precisam. Como também tenho amigos - poucos mas tenho - que sei que estarão lá no momento em que eu precisar deles.

No mais, amizade é coisa que não se explica: ou se é amigo ou não é. Só que eu geralmente gosto da pessoa de cara (ou não) e raramente me decepciono - raramente mesmo! É uma questão de pura empatia, geralmente recíproca. Amizade de verdade é sintonia de almas. É quando a gente não precisa ficar se explicando o tempo todo, porque o outro já entendeu antes de abrirmos a boca. É quando a gente não precisa ficar se desculpando o tempo todo porque sabe que o outro aceita a gente como é. Amizade é quando curtimos as semelhanças e respeitamos as diferenças. É quando a gente dá sem esperar retribuição (e ela geralmente vem, de uma forma ou de outra e quando menos esperamos). Amizade de verdade não é meramente a presença física constante mas pensar no amigo várias vezes. E lembrar dele quando a gente assiste um filme ou vê um livro na livraria. E sorrir simplesmente por saber que ele existe e faz parte de nosso mundo.
Tecnologia do Blogger.

Remorso?

De uma coisa vocês podem estar certos: remorso todo mundo tem. Eu ontem estava lendo uma revista (holandesa) com um artigo sobre o assunto. To cut a long story short, a conclusão básica é que a gente costuma sentir mais remorso das coisas que não fez - ou deixou de fazer por sabe-se lá que cargas d´água - do que das coisas que fez! Claro que a gente se arrepende de algumas coisas que fez...Só que ao menos temos a glória de poder espalhar aos quatro ventos que tentamos, que corremos o risco, que aprendemos. Enfim...E tem ainda aqueles que dizem com orgulho que são o resultado de suas escolhas (o que vale pra todos nós, tenhamos orgulho ou não). Bem...se eu sou o resultado das minhas escolhas, confesso que tem dias em que acho que deveria ter escolhido melhor (e quem nunca teve um dia desses?). É que infelizmente tem escolhas na vida que a gente faz e passa anos sofrendo as consequências...E então a gente pensa que se soubesse naquela época tudo aquilo que sabe hoje, teria feito diferente. Mas naquela época aquela era a melhor escolha. Porque acreditem meus caros amigos, a sabedoria vem com a idade. Uma das grandes ironias da vida é que justamente quando somos jovens temos mais escolhas e menos sabedoria. No mais, é como diz o velho ditado: não adianta chorar o leite derramado.

Por outro lado, segundo psicólogos e especialistas de plantão, nada pior do que o remorso que sentimos por aquilo que deixamos de fazer. Aquela viagem de sonhos. A declaração de amor nunca feita. A proposta de emprego irrecusável que recusamos (valha-me Deus). Aquele amor que deixamos escapar pelas mãos por medo, orgulho ou sei lá o quê. O curso ou workshop do qual desistimos na última hora. O cãozinho ou gatinho abandonado que não levamos pra casa. Os filhos que não tivemos. Os caminhos que não trilhamos. Os mares não navegados. Em suma, as escolhas que não fizemos.

A verdade nua e crua é que cada escolha traz consigo uma renúncia. E durma-se com um barulho desses...

Coração dividido

A amizade é um amor que nunca morre.
Mário Quintana.


E com esta estória de ir pra Maastricht de última hora perdi uma festa de arromba na casa da queridíssima Bebete. Sei que não é desculpa pra dar furo nos amigos mas eu e F. já estávamos combinando esta viagem desde março, só faltava reunir os fatores favoráveis. Então com meu filho de férias na Inglaterra e a meteorologia anunciando temperaturas elevadas no fim-de-semana (verão no norte europeu é imprevisível), confesso que não pensamos duas vezes! E sim, amei Maastricht mas foi só ler o blog do Antônio (que veio de Bruxelas especialmente pra festa) pra eu sentir aquele aperto no coração. Porque a vida tem dessas coisas: tem horas que a gente fica mesmo com o coração dividido, não tem jeito. Então decidi escrever este post não pra pedir desculpas pelo furo mas pra dizer que apesar da ausência, vocês são muito especiais e estão sempre presentes na minha vida (mesmo que não no sentido literal da palavra).

Weekend break: Maastricht


Finalmente conheci Maastricht, a cidade mais antiga da Holanda (com direito a ruínas dos tempos dos romanos). Fomos passar o fim-de-semana nesta cidade holandesa que antigamente fazia parte da Bélgica (região Limburg). Arquitetura peculiar e nada holandesa, andar pelas ruas de casas brancas e paralelepípedos faz lembrar a Bretagne (região do norte da França) e a Bélgica, então você até esquece que ainda está na Holanda! Uma cidade muito charmosa, não sei porque cargas dágua nunca tinha visitado antes, além do fato óbvio de que quando a gente mora no lugar (leia-se Europa), deixa de ser prioridade. Isso talvez explique o fato de eu ainda não conhecer Bruxelas, Brugges e Antuérpia, que ficam praticamente aqui do lado. É que morando aqui não tem mais aquela correria de querer conhecer 8 países em 30 dias. Aquela sensação de que não podemos deixar de ir ali e acolá porque Deus sabe quando teremos outra chance! Eu sei que as chances virão mas no momento tenho tentado resolver outras questões mais importantes na minha vida. Eu A-M-O viajar (leia-se: sagitariana dupla) mas confesso que nos últimos anos a sobrevivência tem sido a minha prioridade - certamente depois do divórcio.

Mas voltando à viagem, achei uma oferta especial na internet (www.booking.com) e reservamos duas noites no Eden Designhotel, bem no centro da cidade. Como a cidade é pequena e o centro histórico bastante compacto, deu pra conhecer os principais pontos turísticos sem correria e ainda curtir umas cervejas num dos vários terraços às margens do rio Maas (Mosa em português, creio eu). Imperdível é mesmo a livraria instalada dentro de uma basílica gótica...Belíssima, ainda mais pra quem é rata de livraria como eu! E o que não falta nesta charmosa cidade são trendy cafés (como o badalado Blanche Dael Coffee Lovers), winebars e restaurantes pra todo tipo de budget. E o Bonnefanten Museum tem uma coleção razoável e um museum shop melhor do que o do Museu Van Gogh aqui em Amsterdam - juro por Deus! E pra quem quiser tomar um café (com ou sem torta) dentro do museu tem ainda o café Ipanema (isso mesmo!).

Maastricht (cont.)





Mulher e com muito orgulho, sim senhor


Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?

Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: 'mas agora eu tô comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?

Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta.

E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia. Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito.

Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve. Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu.

Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos e filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.

Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris.

Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher demais para ele.

Ele quem mesmo?

Texto da Martha Medeiros, dedicado (por mim) à Bebete. Força na peruca, amiga!

Asperger: dicas de livro e filme

Acabei de ler um livro muito interessante e bastante comentado na mídia nos últimos tempos: The Curious Incident of the Dog in the Night-time, de Mark Haddon. O narrador da estória é um rapaz de 15 anos que sofre da Síndrome de Asperger, um tipo de autismo que já comentei aqui antes.

Voltando ao livro, à medida em que o leitor avança na leitura, ele inevitavelmente vai entrando cada vez mais na cabeça do garoto até começar a ver o mundo sob a perspectiva dele. Só vou dizer que o livro é tão bem escrito que no final a gente acaba se sentindo autista também! Recomendo para todos que tenham contato com pessoas deste tipo. Não se trata de uma autobiografia e sim de uma obra de ficção, mas o autor certamente tem contato com uma pessoa com Síndrome de Asperger pra conseguir descrever tão bem e com detalhes tão vívidos o que passa na mente do protagonista! Interessante, divertido e instrutivo.

E agora o filme que eu sempre penso em recomendar por aqui mas acabo esquecendo. O filme se chama Mozart and the Whale e baseia-se num livro - só que diferente do Curious Incident of the Dog, ele narra uma estória verídica. A estória de um jovem casal autista (ambos têm a Síndrome de Asperger) que se conhece e se apaixona, com todas as consequências envolvidas. E direito à happy end, que obviamente não vou contar pra não estragar o prazer de vocês ao assistir o filme...Eu recomendo!

Sobre rolos e relacionamentos

Não sei se estou ficando velha, careta ou se simplesmente moro há muito tempo no Velho Continente (14 anos e juro que a gente muda sem perceber) mas tenho achado este negócio de ficar de rolo cada dia mais esquisito!!! E cheguei à conclusão de que trata-se de um fenômeno tipicamente brasileiro. Por favor, corrijam-me se eu estiver errada!

Explicando melhor, os homens holandeses não parecem ter esta mania de fugir de compromisso, medo (pânico) de assumir seus sentimentos e aquele eterno blábláblá que a gente cresce ouvindo no Brasil. E não se iludam, quanto mais alto o nível cultural do brasileiro mais moderno o discurso, desde a velha amizade colorida até relações abertas e a bissexualidade tão defendida por Caetano (eu só digo uma coisa: cada macaco no seu galho). Ou isso ou simplesmente os holandeses têm uma situação financeira que permite morar junto, aquela velha estória de quem casa quer casa. Porque eu acredito - ou gostaria de acreditar - que um dos principais motivos pelo qual o espécime brasileiro prefere ficar anos de rolo ao invés de assumir um relacionamento é a falta de grana - pura e simplesmente! Mas talvez eu esteja simplificando uma questão complexa.

De qualquer forma, fico sempre surpresa ao ver a quantidade de mulheres sozinhas no Brasil. Não é de se admirar que muitas delas arrumem marido na Internet e venham de mala e cuia pra cá, fenômeno cada vez mais comum deste lado do atlântico (e lamento informá-los mas não foi o meu caso). Todo mundo sabe que no Brasil tem mais mulher do que homem mas mesmo assim! Tem gente que já parte da teoria de que as mulheres ficaram fáceis e se jogam...outros insistem que os homens é que não querem assumir mais nada hoje em dia. Eu acho tudo muito estranho. Ainda mais porque não vejo nada disso aqui na Holanda. Nem vou falar de Europa porque cada país é uma estória então prefiro não arriscar palpites. O que vejo à minha volta são casais indo morar juntos (nota bene: a tendência da Holanda e países escandinavos nem é casar e sim morar juntos). Casais tendo bebês e se conformando (talvez até demais) à vida adulta. Eu nunca fui dessas mulheres de sonhar com marido e casa cheia de crianças (muito pelo contrário, hehehe), mas também não acho que a outra opção (o rolo) seja melhor. No final das contas, quem você está tentando enrolar: o outro ou você mesma(o)?

Eu gostaria de acreditar que existe um caminho do meio. Que os relacionamentos estão em fase de transição e os papéis femininos e masculinos em constante reavaliação nas últimas décadas, isso todo mundo está careca de saber. O que eu queria saber é o rumo que estamos tomando...E se uma amiga vive brincando que gostaria de escrever uma tese antropológica sobre o orkut, a minha tese seria sobre rolos. Falando sério, que fenômeno mais curioso...

E já que estamos falando de relacionamentos modernos, um modelo cada vez mais popular nos EUA e Europa (especialmente Escandinávia) é o relacionamento LAT (Living Apart Together). Um relacionamento essencialmente monogâmico (não confundir com casamento aberto) em que cada um vive na sua casa, embora passe boa parte do tempo comutando de uma casa a outra (o que mais tenho feito este ano, rsrsrsr). Ou seja, vive-se juntos mas ao mesmo tempo cada um preserva seu espaço. Já comentei aqui no blog que me parece a situação ideal (até prova em contrário), especialmente pra quem já foi casado, já morou junto, etc. Novamente, a situação financeira dos dois deve permitir porque juntar os trapos e dividir as contas é sempre mais fácil (entre aspas). Por essas e outras, não acredito que uma relação deste tipo tenha chances de sucesso no Brasil.

To cut a long story short, acho que ficar de rolo é válido até uma certa idade (eu arriscaria dizer até os trinta mas sabe-se lá). Depois dessa idade, parece que as pessoas estão com medo de assumir seus sentimentos e de se tornarem adultas. A famosa Síndrome de Peter Pan. Porque amar e ser amado não é caretice e sim uma das necessidades mais básicas do ser humano. Disso, meus caros amigos, vocês podem ter certeza.

Coast to coast walk

Férias de verão e quinta-feira Liam segue com o pai para a Inglaterra. Primeiro embarcam num trem rumo à Bruxelas, dali são 2 horas e meia de Eurostar até Londres (como aliás fizeram ano passado). Depois mais um trem até o local onde iniciarão a caminhada. Isso mesmo: caminhada!!! São ao todo 300 km de pura natureza, espalhados por 2 semanas de caminhada através dos Parques Nacionais mais bonitos do país: Lake District (Cumbria, terra de Beatrix Potter, criadora do famoso personagem infantil Peter Rabbit), Yorkshire Dales e North York Moors. A caminhada começa em St. Bees e termina no pitoresco vilarejo de pescadores Robin Hood´s Bay. Este úlltimo eu conheci, assim como o Lake District - onde acampamos quando Liam tinha 4 anos e um dos lugares mais lindos que visitei na Europa (junto com as Terras Altas da Escócia, pra quem quiser dicas de viagem). E eu posso até morar em uma das mais belas cidades da Europa, mas garanto que a natureza da Inglaterra, Escócia e Irlanda é imbatível. Não tem igual mesmo!

Uma viagem recheada de aventuras, muita natureza e ar puro - bem ao gosto do garoto e do pai. Mas eu confesso que sou preguiçosa e não gosto de acampar, então prefiro um bom e tradicional Bed&Breakfast. Como se não bastasse a caminhada puxada, o pai decidiu ainda carregar a barraca de camping e toda a parafernália nas costas!!! Haja disposição, pelo amor de Deus...Só me resta perguntar: se meu filho com 8 anos já está fazendo este tipo de caminhada, o que ele estará fazendo aos 18 anos? Escalando o Monte Everest? Cruzando o continente europeu a pé? Quanto a mim, vou ficar por aqui mesmo descansando e namorando muito.

PS: Dica de cinema pra quem quer saber mais sobre a escritora mais famosa do Lake District: Miss Potter, que tem como protagonista a atriz do famoso Bridget Jones!

Kung Fu Panda!



Sábado fomos eu, Liam e F. assistir o hit do verão nas telas de cinema: Kung Fu Panda. O filme é produzido pela Dreamworks, que também trouxe um dos filmes favoritos aqui de casa: Madagascar. Pra quem curtiu e riu muito com as aventuras da bicharada em Madagascar, agora é aguardar ansiosamente pela continuação em Madagascar 2, a partir de novembro nos cinemas daqui (admito que mal posso esperar).

Mas voltando ao título deste post: o filme Kung Fu Panda é diversão garantida para a garotada e imperdível para mamães e papais que apreciam um bom filme de animação - com um toque de conto zen! Eu sou suspeita pra falar porque AMO filmes de animação, além de fã da Dreamworks fou fã declarada de TODOS os filmes da Pixar (comprada pela Disney por ser seu maior concorrente no campo de animação). E por falar em Disney-Pixar, o robozinho
Wall-e é forte concorrente do Kung Fu Panda nas telas de cinema este verão.

Agora falem sério: tem coisa melhor do que um (bom) filme infantil acompanhado de um pacote de pipocas
?!! Porque se tiver eu garanto que é ilegal, engorda e certamente não pode ser publicado aqui neste blog, rsrsrsrs.

Dos amores tranqüilos


Se amizade é coisa preciosa (como divaguei no post anterior), amor com A maiúsculo é preciosíssimo. Porque não adianta a gente fingir que é diferente, não adianta a gente tentar se iludir: tem amor e tem amor com A maiúsculo. E no final das contas, somos todos humanos e amor perfeito não existe mesmo (porque nós não somos perfeitos e nem a vida é perfeita)... Eu encontrei um amor tranqüilo, como nunca antes tinha vivido. Mas já descobri que até mesmo um amor tranqüilo tem seus dias de chuvas e trovoadas. Que depois de dias de sol podem vir dias de tormenta, insegurança e dúvidas. Que o amor não precisa necessariamente rimar com dor mas que também não é um eterno conto de fadas. Porque tem horas que o príncipe vira sapo, pra depois virar príncipe de novo (com alguma sorte e boa vontade de ambas as partes).

O amor é como a vida: tem dias bons e dias ruins. E as brigas por si só não chegam a ser um problema - desde que sejam resolvidas a tempo e da melhor maneira possível. Eu hoje acredito que as brigas deveriam ser vistas como uma oportunidade de conhecermos melhor o outro. No momento da briga, devemos lembrar que o outro é nosso amigo e não nosso inimigo. O que não pode é deixar os ressentimentos se acumularem porque eles são veneno. O que não pode é empurrar a poeira pra debaixo do tapete.

Não, amar não é fácil. É preciso paciência, admiração e muito, mas muito amor mesmo! Vontade de aprender com seus erros e humildade pra admitir quando a gente erra. E capacidade de discernir que a culpa nunca é de um só mas de ambos. É preciso uma boa dose de autoconhecimento pra saber onde começam e terminam seus limites - porque saber definir limites numa relação é fundamental. Pra saber as qualidades que consideramos importantes no parceiro e os defeitos que podem ser relegados (ou não). Assim como também é preciso conhecer suas próprias qualidades e defeitos. E saber o que esperamos de uma relação (ao mesmo tempo sem criar expectativas demais).

A verdade é que, mais ou cedo ou mais tarde, a lua-de-mel acaba. Um dia acordamos e vemos que o príncipe também tem lá seus defeitos (the honeymoon is over). A paixão muda e as coisas tomam outro rumo, não necessariamente melhor nem pior. E depois da paixão só temos duas opções: romper mais uma relação e começar tudo de novo. Ou deixar que a paixão se transforme em um sentimento mais maduro. É quando nasce o amor. Porque a paixão não vê a pessoa como ela realmente é mas como queremos que ela seja. E o amor vê a pessoa como ela realmente é...e a aceita como um ser inteiro: com qualidades e defeitos. Se paixão é êxtase, amor é aceitação. Aceitação, plenitude, amor com A maiúsculo.

Coisa preciosa

Amizade é coisa preciosa, sentimento difícil de se descrever - e nem precisa porque sentimento a gente sente e pronto! Eu sempre fui apaixonada pelos meus amigos, nutro grande admiração por cada um deles, pela pessoa que são, pelas coisas em que acreditam, pela vida que levam e até mesmo pela vida que gostariam de levar! Acima de tudo, pelo que representaram e representam na minha vida. Cada um deles é uma parte de mim refletida. Com cada um deles aprendi e continuo aprendendo. E na medida do possível (porque também sou humana), tento acompanhar suas conquistas e perdas, alegrias e tristezas. E tento estar lá na hora em que precisam. Como também tenho amigos - poucos mas tenho - que sei que estarão lá no momento em que eu precisar deles.

No mais, amizade é coisa que não se explica: ou se é amigo ou não é. Só que eu geralmente gosto da pessoa de cara (ou não) e raramente me decepciono - raramente mesmo! É uma questão de pura empatia, geralmente recíproca. Amizade de verdade é sintonia de almas. É quando a gente não precisa ficar se explicando o tempo todo, porque o outro já entendeu antes de abrirmos a boca. É quando a gente não precisa ficar se desculpando o tempo todo porque sabe que o outro aceita a gente como é. Amizade é quando curtimos as semelhanças e respeitamos as diferenças. É quando a gente dá sem esperar retribuição (e ela geralmente vem, de uma forma ou de outra e quando menos esperamos). Amizade de verdade não é meramente a presença física constante mas pensar no amigo várias vezes. E lembrar dele quando a gente assiste um filme ou vê um livro na livraria. E sorrir simplesmente por saber que ele existe e faz parte de nosso mundo.