segunda-feira, maio 10, 2010

A outra balança



Tive um daqueles fim-de-semana ruinzinhos (porque o amor tem seus dias bons e ruins) mas já passou. No meio da confusão me veio à cabeça uma outra balança - não aquela balança de peso do post anterior mas a balança de créditos e débitos que a gente contabiliza em cada relacionamento. Seja de forma consciente ou não. Cálculos rápidos foram o suficiente pra concluir que felizmente os créditos ainda estão ganhando. Mas por via das dúvidas, volta e meia somos obrigados a parar pra conversar e estabelecer novos caminhos e possibilidades. Discutir erros e acertos, colocar os pingos nos iis antes de seguir em frente - de mãos dadas ou não. O amor é uma plantinha que precisa ser regada regularmente porque senão um dia ela morre. Quando a gente menos espera (bem verdade que alguns sabem reconhecer os sinais melhor do que outros).

Uma das coisas que mais me surpreende no amor é como a mesma pessoa é capaz de nos fazer totalmente feliz em um dia e infinitamente infeliz no outro. Uma verdade devastadora que quem ama conhece muito bem. São brigas e mal-entendidos, choques de temperamentos, discussões e concessões que povoam (em maior ou menor grau) toda relação adulta. Sem falar no choque cultural das relações multiculturais (vivo isso pela segunda vez). Ser casal às vezes cansa! Manter uma relação adulta e equilibrada cansa. Mas quem pode e deve definir os limites da nossa (in)felicidade somos nós mesmos. E mais ninguém.

Eu só sei que nos meus 10 anos de casamento aprendi (e sofri) mais do que devia. E uma das principais lições é que nunca mais vou deixar uma relação chegar ao ponto em que aquele casamento chegou. Que nunca mais vou deixar que alguém desrespeite meus limites e desconsidere minhas emoções. E nunca, nunca mais, vou deixar que me tratem como fui tratada em um passado nem tão distante assim.


Em dias como hoje, meu consolo é saber que tudo na vida passa. E passa mesmo! Foi um fim-de-semana difícil mas sobrevivemos (dizem que o amor sempre vence...). E serviu pra eu redefinir meus limites e impor algumas mudanças necessárias. O que já é uma grande vitória.

8 comentários:

Lilly disse...

Eu policio porque às vezes tenho medo que esse temor de viver a mesma história me faça desistir antes do tempo. Os créditos são sem sombra de dúvida maiores mas o trauma nos leva sem querer a super valorizar os débitos... é amiga, a vida não é fácil...

Pri S. disse...

Eu acho normal e necessário fazer um balanço periódico do relacionamento. Mas é claro que, na maior parte das vezes, isso acaba sendo ocasionado por uma briga, discussão ou um mal estar qualquer. Difícil que os momentos de felicidade suscitem discussões sobre o relacionamento. Mais fácil que isso ocorra quando "algo esteja pegando". E acho que é por aí mesmo: pesar prós e contras, sentir pra onde pende a balança, aparar arestas de acordo com o resultado e seguir em frente.

Só não vale colocar pra baixo do tapete. Acho que é isso que tentamos evitar. Vc com a lembrança dos seus 10 anos de um casamento anterior e eu com meus 7 anos. Hoje temos a certeza de que "esticar a corda" infinitamente pra fazer algo dar certo não vale a pena e tem um alto preço. Eu tb sempre presto atenção a isso.

Mas procuro acreditar que cada relacionamento é único, a pessoa com quem estou hoje é diferente e - o mais importante - EU estou modificada pelas minhas experiências anteriores. Meu olhar não é o mesmo. E isso faz muita diferença. Pode nos impedir de cometer os mesmos erros. Só não garante que não cometamos erros novos! rs Mas isso faz parte da vida, não é?

Ótima reflexão! Se todas as pessoas tivessem suas "pequenas crises produtivas", os relacionamentos seriam melhores.

Bjos!

NiNah disse...

Que reflexão boa, Beth.
As pessoas tem aquela visão de que o amor é feito de momentos, somente, felizes. Nós sabemos que não é bem assim.

Adorei, pois me fez pensar...

Bjo do lado de cá!

Anônimo disse...

"Uma das coisas que mais me surpreende no amor é como a mesma pessoa é capaz de nos fazer totalmente feliz em um dia e infinitamente infeliz no outro. Uma verdade devastadora que quem ama conhece muito bem."

Bela reflexão.Pelo meu histórico, sinceramente acho que ainda não amei de verdade,( só gostei, fui apaixonada, etc) mas sei bem como é esse sentimento de estar feliz ou infeliz por causa da mesma pessoa.
Como vc mesma disse em vários posts, vivendo e aprendendo e um dia de cada vez ... beijos do outro lado do mundo :)

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth!

REalmente TUDO PASSA, o que é bom e o que é ruim.
Nunca fui casada, mas, em namoros já vi que o negócio não é fácil, quiçá dividir cama, banheiro, responsabilidades e contas? porque o amor, paixão, fogo, viagens, tudo isso é mais fácil de dividir, mas, dividir pesos é sempre mais díficil.
Acredito que nessas horas a gente deve fazer aquele cálculo que tão bem você descreveu e ver o que está valendo a pena, se os créditos forem maiores, ótimo, é tempo de conversar e consertar o que não está bom, amando e acima de tudo respeitando o limite do outro... acho que é + ou - por aí kkkk

bjs

Brunna Mancuso disse...

relacionamentos são mesmo muito difíceis e muitas vezes eu tenho vontade de jogar tudo pro alto e ficar sozinha. mas quando se acha a pessoa certa, alguns sacrifícios valem a pena.. mas apenas alguns hehehe!

Beth Blue disse...

Pri, você falou exatamente o que eu penso: ...procuro acreditar que cada relacionamento é único, a pessoa com quem estou hoje é diferente e - o mais importante - EU estou modificada pelas minhas experiências anteriores. Meu olhar não é o mesmo. E isso faz muita diferença. Pode nos impedir de cometer os mesmos erros.

Eu costumo dizer: cometer erros é humano, repetir os mesmos erros é burrice! ;-)

Beth Blue disse...

Márcia, dividir o mesmo teto pra mim não precisa mais, hoje em dia tenho uma relação LAT (Living Apart Together) e sou feliz - o que aliás é assunto pra outro post!

como você bem disse, namorar já é difícil o bastante, quanto mais ter de dividir os pesos da vida cotidiana!!! Já fui casada e não pretendo repetir o mesmo erro, hehehe...

Tecnologia do Blogger.

A outra balança



Tive um daqueles fim-de-semana ruinzinhos (porque o amor tem seus dias bons e ruins) mas já passou. No meio da confusão me veio à cabeça uma outra balança - não aquela balança de peso do post anterior mas a balança de créditos e débitos que a gente contabiliza em cada relacionamento. Seja de forma consciente ou não. Cálculos rápidos foram o suficiente pra concluir que felizmente os créditos ainda estão ganhando. Mas por via das dúvidas, volta e meia somos obrigados a parar pra conversar e estabelecer novos caminhos e possibilidades. Discutir erros e acertos, colocar os pingos nos iis antes de seguir em frente - de mãos dadas ou não. O amor é uma plantinha que precisa ser regada regularmente porque senão um dia ela morre. Quando a gente menos espera (bem verdade que alguns sabem reconhecer os sinais melhor do que outros).

Uma das coisas que mais me surpreende no amor é como a mesma pessoa é capaz de nos fazer totalmente feliz em um dia e infinitamente infeliz no outro. Uma verdade devastadora que quem ama conhece muito bem. São brigas e mal-entendidos, choques de temperamentos, discussões e concessões que povoam (em maior ou menor grau) toda relação adulta. Sem falar no choque cultural das relações multiculturais (vivo isso pela segunda vez). Ser casal às vezes cansa! Manter uma relação adulta e equilibrada cansa. Mas quem pode e deve definir os limites da nossa (in)felicidade somos nós mesmos. E mais ninguém.

Eu só sei que nos meus 10 anos de casamento aprendi (e sofri) mais do que devia. E uma das principais lições é que nunca mais vou deixar uma relação chegar ao ponto em que aquele casamento chegou. Que nunca mais vou deixar que alguém desrespeite meus limites e desconsidere minhas emoções. E nunca, nunca mais, vou deixar que me tratem como fui tratada em um passado nem tão distante assim.


Em dias como hoje, meu consolo é saber que tudo na vida passa. E passa mesmo! Foi um fim-de-semana difícil mas sobrevivemos (dizem que o amor sempre vence...). E serviu pra eu redefinir meus limites e impor algumas mudanças necessárias. O que já é uma grande vitória.

8 comentários:

Lilly disse...

Eu policio porque às vezes tenho medo que esse temor de viver a mesma história me faça desistir antes do tempo. Os créditos são sem sombra de dúvida maiores mas o trauma nos leva sem querer a super valorizar os débitos... é amiga, a vida não é fácil...

Pri S. disse...

Eu acho normal e necessário fazer um balanço periódico do relacionamento. Mas é claro que, na maior parte das vezes, isso acaba sendo ocasionado por uma briga, discussão ou um mal estar qualquer. Difícil que os momentos de felicidade suscitem discussões sobre o relacionamento. Mais fácil que isso ocorra quando "algo esteja pegando". E acho que é por aí mesmo: pesar prós e contras, sentir pra onde pende a balança, aparar arestas de acordo com o resultado e seguir em frente.

Só não vale colocar pra baixo do tapete. Acho que é isso que tentamos evitar. Vc com a lembrança dos seus 10 anos de um casamento anterior e eu com meus 7 anos. Hoje temos a certeza de que "esticar a corda" infinitamente pra fazer algo dar certo não vale a pena e tem um alto preço. Eu tb sempre presto atenção a isso.

Mas procuro acreditar que cada relacionamento é único, a pessoa com quem estou hoje é diferente e - o mais importante - EU estou modificada pelas minhas experiências anteriores. Meu olhar não é o mesmo. E isso faz muita diferença. Pode nos impedir de cometer os mesmos erros. Só não garante que não cometamos erros novos! rs Mas isso faz parte da vida, não é?

Ótima reflexão! Se todas as pessoas tivessem suas "pequenas crises produtivas", os relacionamentos seriam melhores.

Bjos!

NiNah disse...

Que reflexão boa, Beth.
As pessoas tem aquela visão de que o amor é feito de momentos, somente, felizes. Nós sabemos que não é bem assim.

Adorei, pois me fez pensar...

Bjo do lado de cá!

Anônimo disse...

"Uma das coisas que mais me surpreende no amor é como a mesma pessoa é capaz de nos fazer totalmente feliz em um dia e infinitamente infeliz no outro. Uma verdade devastadora que quem ama conhece muito bem."

Bela reflexão.Pelo meu histórico, sinceramente acho que ainda não amei de verdade,( só gostei, fui apaixonada, etc) mas sei bem como é esse sentimento de estar feliz ou infeliz por causa da mesma pessoa.
Como vc mesma disse em vários posts, vivendo e aprendendo e um dia de cada vez ... beijos do outro lado do mundo :)

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth!

REalmente TUDO PASSA, o que é bom e o que é ruim.
Nunca fui casada, mas, em namoros já vi que o negócio não é fácil, quiçá dividir cama, banheiro, responsabilidades e contas? porque o amor, paixão, fogo, viagens, tudo isso é mais fácil de dividir, mas, dividir pesos é sempre mais díficil.
Acredito que nessas horas a gente deve fazer aquele cálculo que tão bem você descreveu e ver o que está valendo a pena, se os créditos forem maiores, ótimo, é tempo de conversar e consertar o que não está bom, amando e acima de tudo respeitando o limite do outro... acho que é + ou - por aí kkkk

bjs

Brunna Mancuso disse...

relacionamentos são mesmo muito difíceis e muitas vezes eu tenho vontade de jogar tudo pro alto e ficar sozinha. mas quando se acha a pessoa certa, alguns sacrifícios valem a pena.. mas apenas alguns hehehe!

Beth Blue disse...

Pri, você falou exatamente o que eu penso: ...procuro acreditar que cada relacionamento é único, a pessoa com quem estou hoje é diferente e - o mais importante - EU estou modificada pelas minhas experiências anteriores. Meu olhar não é o mesmo. E isso faz muita diferença. Pode nos impedir de cometer os mesmos erros.

Eu costumo dizer: cometer erros é humano, repetir os mesmos erros é burrice! ;-)

Beth Blue disse...

Márcia, dividir o mesmo teto pra mim não precisa mais, hoje em dia tenho uma relação LAT (Living Apart Together) e sou feliz - o que aliás é assunto pra outro post!

como você bem disse, namorar já é difícil o bastante, quanto mais ter de dividir os pesos da vida cotidiana!!! Já fui casada e não pretendo repetir o mesmo erro, hehehe...