quarta-feira, agosto 11, 2010

A guarda alternada, 5 anos depois

Depois que instalei o Feedjit, percebi que diariamente aparece alguém com uma pesquisa no google sobre guarda alternada, sendo este um dos posts mais visitados aqui no blog. Então como não tenho mesmo nada pra fazer, e como sei que falta informação sobre o assunto, resolvi fazer um update.

Já se foram quase 5 anos de guarda alternada, meu filho tinha cinco anos quando nos separamos e começamos o novo projeto. E confesso que tem dado mais certo do que errado. E como não deu mesmo pra ficar junto (às vezes não dá mesmo, né?), ao menos não preciso me sentir culpada por ter tirado o pai dele. Muito pelo contrário, com a guarda alternada ele hoje tem mais contato com o pai do que teria se estivéssemos morando os três sob o mesmo teto - uma daquelas ironias da vida. Sim, porque a gente divide os cuidados muito melhor do que antes.

Também é um grande alívio saber que o fato de ser divorciada não é necessariamente sinônimo de ser mãe solteira...Pelo menos não no meu caso mas admito que tive sorte (senão na escolha do parceiro, na escolha do pai do meu filho). E hoje tenho o grande luxo de ter tempo pra mim mesma, já que revezamos o cuidado do menino: uma semana aqui, outra lá (moramos no mesmo bairro, o que facilita muito). E quem é mãe sabe o LUXO que é ter tempo pra si mesma, principalmente nos primeiros anos de maternidade. Ainda mais quando não há família por perto pra ajudar nem grana pra creche ou coisa parecida.

No mais, o divórcio não deveria ser a primeira solução em uma crise - acho que deve-se tentar outras soluções antes de desistir - mas é preciso saber a hora de desistir (largar o osso, como dizia uma amiga). Pior do que o divórcio é viver um inferno dentro de casa. Ninguém merece: nem você, nem o parceiro e muito menos os filhos que não escolheram essa situação. E num mundo ideal, os casais viveriam felizes para sempre em casas bonitas e limpas e decoradas com muito bom gosto. Num mundo ideal, os filhos seriam felizes o tempo todo, não teriam problemas em casa nem na escola, e nunca ficariam doentes! Infelizmente, este mundo ideal só existe nos contos de fadas...isso até aparecer uma bruxa malvada pra estragar tudo!
 
Só sei que cinco anos depois do divórcio, hoje sou uma pessoa muito mais feliz e uma mãe muito melhor do que seria se tivesse mantido o que não podia mais ser mantido. Sofri muito nos últimos anos do meu casamento e verdade seja dita: nenhum filho merece uma mãe deprimida. E nem adianta querer procurar a culpa porque quando uma mãe fica deprimida é porque muita coisa já estava errada há muito tempo - experiência que vivi e não desejo a ninguém. E nem adianta culpar a mãe porque depressão é doença - quem ainda não sabe disso deve se informar urgentemente.

Enfim, entre mortos e feridos, sobrevivemos. E o que tinha tudo pra acabar mal, acabou melhor do que eu poderia imaginar. Não digo que seja uma situação ideal criar um filho em duas casas, mas hoje ele é feliz porque tem uma mãe e um pai inteiros e em condição de dar o melhor de si mesmos, individualmente. Não é pouca coisa, acreditem! Basta olhar à minha volta...

E o post acabou ficando (bem) mais longo do que eu planejava.

7 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth,

vejo um divórcio como uma situação sábia de quem já fez de tudo e vê que não dá mais certo. E quanto ao filho, ele sempre será filho dos dois e agora, como você mesmo falou, tem os pais inteiros e cheios de amor prá ele. Lindo post!

bjs, sorte em tudo viu!

Pri S. disse...

Coincidência... O meu post de amanhã, que está programado, trata de tema MUITO semelhante. Entendo perfeitamente e concordo com as suas ponderações. Apenas não tive a sorte do pai presente e interessado. Acontece... rs

Adorei o post lindo e sensível.

Beijos!

Labelle® Paz disse...

Ah amiga... Fico muito feliz por ler seu post e saber que tudo deu certo na escolha que fizeram. Meu maridôncio tem filhos do primeiro casamento e quando ele se separou, combinou com os meninos sobre total liberdade de irem e virem ao RJ para ficarem com ele. Claro, que morando em cidades diferentes, com uma distância bem grande, a maioria das visitas acontecia nas férias, mas se falavam com muita frequencia.

Quando a mãe soube que ele estava namorando [comigo] os meninos sofreram a famosa alienação parental. De repente, tudo que estava em paz, virou de cabeça pra baixo e eles não podiam mais pegar o ônibus na rodoviária para visitar o pai, e quando o pai ia à cidade, os meninos não podiam atendê-lo. Triste, mas acontece.

Hoje, os meninos são adultos, um deles pediu para morar conosco quando fez 18 anos, e todos são super apegados ao pai. Me sinto feliz por vê-los felizes e o que posso [e o que não posso] fazer, faço para vê-los sorrindo.

Parabéns pela escolha! Só quem tem a ganhar é o Liam e tenho certeza que tudo fica muito mais leve. Beijos do lado de cá.

Janine disse...

Olá Beth, acabei de postar algumas impressões minhas sobre separação,
até porque estou no olho do furacão...mas ainda não cheguei nela propriamente, estou na fase da pré-separação, me organizando...e tenho uma filha de 6 anos. Temos que pensar sobre isso... nessas horas é tão bom saber um pouco mais sobre as experiências que têm dado certo... Beijos!

Kilson disse...

Gostaria de falar que a minha separação ocorreu de maneira "civilizada", mas não foi assim.
Mesmo sendo uma opção da mãe das minhas filhas, eu ainda tentei de tudo para que ficássemos juntos, mas também não deu certo.
Contudo, o que me deixa mais triste é o fato dela colocar dificuldades para que eu possa estar com as minhas filhas.
Fico pensando em quantas mães gostariam que os pais fossem presentes nas vidas dos seus filhos e isso não acontece.
Fico feliz em ver que ainda tem pessoas que conseguem fazer as coisas darem certo, mesmo depois de uma separação.
Que Deus abençoe a sua vida!
Abraços

Beth Blue disse...

Labelle, que lástima uma situação dessas hein...pior é que é mais regra do que exceção, ouço estórios horríveis também...de gente que usa os filhos unicamente pra manipular!

Pri, fica a pergunta: coincidência ou sincronicidade? Alguns blogueiros parecem estar tão sintonizados que acabam escrevendo posts semelhantes!!!

Janine, no meu caso a fase mais difícil foi mesmo ANTES do divórcio! Depois do divórcio - apesar dos ajustes e dificuldades iniciais - minha vida começou a entrar nos eixos. Sério. Só não me arrependo de não ter me separado antes...

Kilson, que pena a sua situação...infelizmente acontece muito. Eu acho um absurdo o que algumas mães fazem, e talvez ainda mais absurdo estes pais que simplesmente abandonam a família sem a menor consideração pelo bem-estar dos filhos!!!

Lilly disse...

The story of our lives... ;-)

Tecnologia do Blogger.

A guarda alternada, 5 anos depois

Depois que instalei o Feedjit, percebi que diariamente aparece alguém com uma pesquisa no google sobre guarda alternada, sendo este um dos posts mais visitados aqui no blog. Então como não tenho mesmo nada pra fazer, e como sei que falta informação sobre o assunto, resolvi fazer um update.

Já se foram quase 5 anos de guarda alternada, meu filho tinha cinco anos quando nos separamos e começamos o novo projeto. E confesso que tem dado mais certo do que errado. E como não deu mesmo pra ficar junto (às vezes não dá mesmo, né?), ao menos não preciso me sentir culpada por ter tirado o pai dele. Muito pelo contrário, com a guarda alternada ele hoje tem mais contato com o pai do que teria se estivéssemos morando os três sob o mesmo teto - uma daquelas ironias da vida. Sim, porque a gente divide os cuidados muito melhor do que antes.

Também é um grande alívio saber que o fato de ser divorciada não é necessariamente sinônimo de ser mãe solteira...Pelo menos não no meu caso mas admito que tive sorte (senão na escolha do parceiro, na escolha do pai do meu filho). E hoje tenho o grande luxo de ter tempo pra mim mesma, já que revezamos o cuidado do menino: uma semana aqui, outra lá (moramos no mesmo bairro, o que facilita muito). E quem é mãe sabe o LUXO que é ter tempo pra si mesma, principalmente nos primeiros anos de maternidade. Ainda mais quando não há família por perto pra ajudar nem grana pra creche ou coisa parecida.

No mais, o divórcio não deveria ser a primeira solução em uma crise - acho que deve-se tentar outras soluções antes de desistir - mas é preciso saber a hora de desistir (largar o osso, como dizia uma amiga). Pior do que o divórcio é viver um inferno dentro de casa. Ninguém merece: nem você, nem o parceiro e muito menos os filhos que não escolheram essa situação. E num mundo ideal, os casais viveriam felizes para sempre em casas bonitas e limpas e decoradas com muito bom gosto. Num mundo ideal, os filhos seriam felizes o tempo todo, não teriam problemas em casa nem na escola, e nunca ficariam doentes! Infelizmente, este mundo ideal só existe nos contos de fadas...isso até aparecer uma bruxa malvada pra estragar tudo!
 
Só sei que cinco anos depois do divórcio, hoje sou uma pessoa muito mais feliz e uma mãe muito melhor do que seria se tivesse mantido o que não podia mais ser mantido. Sofri muito nos últimos anos do meu casamento e verdade seja dita: nenhum filho merece uma mãe deprimida. E nem adianta querer procurar a culpa porque quando uma mãe fica deprimida é porque muita coisa já estava errada há muito tempo - experiência que vivi e não desejo a ninguém. E nem adianta culpar a mãe porque depressão é doença - quem ainda não sabe disso deve se informar urgentemente.

Enfim, entre mortos e feridos, sobrevivemos. E o que tinha tudo pra acabar mal, acabou melhor do que eu poderia imaginar. Não digo que seja uma situação ideal criar um filho em duas casas, mas hoje ele é feliz porque tem uma mãe e um pai inteiros e em condição de dar o melhor de si mesmos, individualmente. Não é pouca coisa, acreditem! Basta olhar à minha volta...

E o post acabou ficando (bem) mais longo do que eu planejava.

7 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth,

vejo um divórcio como uma situação sábia de quem já fez de tudo e vê que não dá mais certo. E quanto ao filho, ele sempre será filho dos dois e agora, como você mesmo falou, tem os pais inteiros e cheios de amor prá ele. Lindo post!

bjs, sorte em tudo viu!

Pri S. disse...

Coincidência... O meu post de amanhã, que está programado, trata de tema MUITO semelhante. Entendo perfeitamente e concordo com as suas ponderações. Apenas não tive a sorte do pai presente e interessado. Acontece... rs

Adorei o post lindo e sensível.

Beijos!

Labelle® Paz disse...

Ah amiga... Fico muito feliz por ler seu post e saber que tudo deu certo na escolha que fizeram. Meu maridôncio tem filhos do primeiro casamento e quando ele se separou, combinou com os meninos sobre total liberdade de irem e virem ao RJ para ficarem com ele. Claro, que morando em cidades diferentes, com uma distância bem grande, a maioria das visitas acontecia nas férias, mas se falavam com muita frequencia.

Quando a mãe soube que ele estava namorando [comigo] os meninos sofreram a famosa alienação parental. De repente, tudo que estava em paz, virou de cabeça pra baixo e eles não podiam mais pegar o ônibus na rodoviária para visitar o pai, e quando o pai ia à cidade, os meninos não podiam atendê-lo. Triste, mas acontece.

Hoje, os meninos são adultos, um deles pediu para morar conosco quando fez 18 anos, e todos são super apegados ao pai. Me sinto feliz por vê-los felizes e o que posso [e o que não posso] fazer, faço para vê-los sorrindo.

Parabéns pela escolha! Só quem tem a ganhar é o Liam e tenho certeza que tudo fica muito mais leve. Beijos do lado de cá.

Janine disse...

Olá Beth, acabei de postar algumas impressões minhas sobre separação,
até porque estou no olho do furacão...mas ainda não cheguei nela propriamente, estou na fase da pré-separação, me organizando...e tenho uma filha de 6 anos. Temos que pensar sobre isso... nessas horas é tão bom saber um pouco mais sobre as experiências que têm dado certo... Beijos!

Kilson disse...

Gostaria de falar que a minha separação ocorreu de maneira "civilizada", mas não foi assim.
Mesmo sendo uma opção da mãe das minhas filhas, eu ainda tentei de tudo para que ficássemos juntos, mas também não deu certo.
Contudo, o que me deixa mais triste é o fato dela colocar dificuldades para que eu possa estar com as minhas filhas.
Fico pensando em quantas mães gostariam que os pais fossem presentes nas vidas dos seus filhos e isso não acontece.
Fico feliz em ver que ainda tem pessoas que conseguem fazer as coisas darem certo, mesmo depois de uma separação.
Que Deus abençoe a sua vida!
Abraços

Beth Blue disse...

Labelle, que lástima uma situação dessas hein...pior é que é mais regra do que exceção, ouço estórios horríveis também...de gente que usa os filhos unicamente pra manipular!

Pri, fica a pergunta: coincidência ou sincronicidade? Alguns blogueiros parecem estar tão sintonizados que acabam escrevendo posts semelhantes!!!

Janine, no meu caso a fase mais difícil foi mesmo ANTES do divórcio! Depois do divórcio - apesar dos ajustes e dificuldades iniciais - minha vida começou a entrar nos eixos. Sério. Só não me arrependo de não ter me separado antes...

Kilson, que pena a sua situação...infelizmente acontece muito. Eu acho um absurdo o que algumas mães fazem, e talvez ainda mais absurdo estes pais que simplesmente abandonam a família sem a menor consideração pelo bem-estar dos filhos!!!

Lilly disse...

The story of our lives... ;-)