segunda-feira, novembro 01, 2010

Política não se discute



Mas eu simplesmente não posso deixar este momento histórico passar em branco. Não apenas uma vitória do PT (e do povo brasileiro), como a primeira presidente mulher na história do Brasil.

Bom demais pra ser verdade, principalmente quando observo de perto a situação política na Holanda, e no resto da Europa.  Um continente inteiro virando para a direita, partidos xenófobos no poder (Holanda, Bélgica, Dinamarca e por ai vai). Isso sem falar nas ameaças de terrorismo cada vez mais presentes, xenofobia cada dia mais normal e muito mal-estar entre os imigrantes. Enfim: medo, muito medo do futuro. E eu que moro aqui no velho continente há 17 anos ando com vontade de emigrar....de novo!

Quanto às eleições brasileiras, nem vou dizer mais nada. Até porque, o Brasil está hoje nas manchetes mundiais:


RIO - Os principais jornais do mundo repercutem a vitória da primeira presidente que o Brasil já teve. A vitória de Dilma Rousseff teve como foco o fato de a candidata eleita ser a "herdeira" e "protegida" de Luiz Inácio Lula da Silva. O espanhol El País destacou em seu site que o presidente Lula "sempre deixou claro que a vitória de sua candidata era uma vitória dele próprio". A página ainda ressaltou que ela terá a tarefa de comandar o país que melhor representa o crescimento de novas potências mundiais.

Um dos mais importantes jornais do mundo, o New York Times destacou que a "ex-guerrilheira" Dilma foi vitoriosa após a promessa de "seguir com as políticas que tiraram milhões da pobreza" e tornaram o Brasil "uma das mais quentes economias do mundo". O diário americano lembrou que a presidente eleita fez parte de um governo que tirou cerca de 10% da população da extrema pobreza, "um legado grande demais para Serra superar".

O Wall Street Journal, bússola do mercado financeiro, publicou que a vitória da petista foi "selada pela ampla prosperidade econômica" e pela popularidade de seu "predecessor e mentor", Lula. Também classifica Dilma como uma "burocrata" relativamente desconhecida.

O The Washington Post seguiu a linha do Wall Street Journal, considerando que o resultado das eleições demonstram a lealdade do povo ao atual presidente.

O La Repubblica afirmou que a "pupila" do presidente Lula se elegeu dentro de sondagens que "sempre deram no mínimo 10% de margem". O jornal italiano não explorou a eleição brasileira, usando inclusive uma imagem antiga de Dilma.

Entre os periódicos franceses, o Le Monde não esconde sua simpatia e coloca a candidata petista como uma "sobrevivente de um câncer" e herdeira política do presidente "mais popular" da história do Brasil. O Le Figaro, mais crítico, destaca no título que a campanha foi "deletéria" (degradante), dizendo que o país está a "fogo e sangue" após a disputa.

O jornal britânico The Guardian destaca a história de Dilma como "ex-rebelde marxista" e a negativa do partido verde em apoiar a candidata do governo, o que lhe daria uma maioria "instantânea". O passado de luta armada da petista também foi lembrado pelo The Times.

O argentino La Nación escreveu em sua edição online que a petista "arrasou com 55,05%" dos votos. Chamada de "eleita de Lula", a vitória de Dilma foi classificada como "a boa notícia do Brasil" por um analista político do jornal.

O Clarín, por sua vez, optou por ressaltar o fato de o país ter escolhido sua primeira presidente mulher com um "contundente triunfo".

O português Diário de Notícias destaca na capa a altíssima abstenção destas eleições. "Apesar do voto ser obrigatório no Brasil, a abstenção ronda os 21%." O também português Correio da Manhã destacou que "mesmo antes do resultado oficial, Dilma já falava como presidente e disse que irá governar para todos os brasileiros".

(publicado no Jornal do Brasil)

9 comentários:

Anônimo disse...

Política se discute sim!!!! rs

Oq seria de nós sem discutir política????

Fico feliz por ser a primeira mulher eleita, será q está tudo mudando mesmo?

Bjusss

Palavras Vagabundas disse...

Beth, o melhor de tudo foi o discurso dela. Conciliatório mas firme, disse que vai governar para todos mas não vai aceitar provocações e que todos os pais de filhAs deviam olhar nos olhos das suas e dizer mulher pode sim!
abs
Jussara

Anônimo disse...

Os tucanos que me perdoem, mas estou morrendo de felicidade!!!

mensajes claro disse...

mas estou morrendo de felicidade!!!

Anita disse...

A mulher do Lula vai fazer tao pouco quanto ele ou menos. O Lula nao deixou nenhum legado, poderia ter feito 50 vezes mais. O Brasil cresceu nao foi por causa do Lula, foi a forca do empresariado. Iria crescer de qq jeito mesmo se nao houvese presidente.
Bom, Serra e' farinha do mesmo saco... Boa sorte a Dilma e a todos nos. Vamo que vamo.

tania disse...

Oi Beth, adorei o apanhado das manchetes pelos jornais estrangeiros. Obrigada! E, claro, fiquei feliz com o resultado das eleições, já que torço pela continuidade do projeto político e econômico atual. Além disso, particularmente feliz com a ruptura que representa nesse nosso regime patriarcal brasileiro ter uma mulher (e uma mulher de fibra) na Presidência pela primeira vez.

Vejo isso como oportunidade de testemunhar e vivenciar um momento histórico irrepetível, sobre o qual eu poderei dizer amanhã para meus netos e alunos: eu estava lá.

Não espero perfeição da política nem de nada. Para mim, o que importa são essas coisas, as implicações a longo prazo, as implicações sociais e simbólicas, as repercussões...

Beijo carinhoso.

Beth Blue disse...

Sim Tânia,também estou feliz acima de tudo por saber que o programa de Lula terá continuidade nos próximos anos.

E os tucanos podem dizer o que quiserem,, mas o índice de aprovação do governo Lula é tão alto que ele conseguiu (leia-se nós conseguimos porque o povo brasileiro está aprendendo) eleger uma sucessora.

Sim, o Brasil ainda tem jeito. Fiquei triste por não estar aí neste momento, principalmente na conjuntura política atual na Europa :-(

Enfim, o Brasil deu uma lição para o mundo.

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth, simplesmente me emocionei com a vitória de Dilma do mesmo jeito que me emocionei com Lula. Tenho muitas expectativas! Adorei o texto!

Pri S. disse...

Muito bom seu apanhado de opiniões internacionais a respeito do nosso resultado nas eleições, Beth!!!

Analisando-os com crítica e discernimento, podemos perceber que eles apenas corroboram com a opinião dos eleitores brasileiros.

E cá entre nós, sou super a favor da continuidade da evolução. E estou achando o máximo termos uma mulher eleita como presidente pela primeira vez aqui em nosso país.

Entendo quando vc diz que política não se discute. Mas é inevitável deixar certas coisas passarem em branco! rs Somos seres políticos num sentido amplo, né?

Bjos!

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Política não se discute



Mas eu simplesmente não posso deixar este momento histórico passar em branco. Não apenas uma vitória do PT (e do povo brasileiro), como a primeira presidente mulher na história do Brasil.

Bom demais pra ser verdade, principalmente quando observo de perto a situação política na Holanda, e no resto da Europa.  Um continente inteiro virando para a direita, partidos xenófobos no poder (Holanda, Bélgica, Dinamarca e por ai vai). Isso sem falar nas ameaças de terrorismo cada vez mais presentes, xenofobia cada dia mais normal e muito mal-estar entre os imigrantes. Enfim: medo, muito medo do futuro. E eu que moro aqui no velho continente há 17 anos ando com vontade de emigrar....de novo!

Quanto às eleições brasileiras, nem vou dizer mais nada. Até porque, o Brasil está hoje nas manchetes mundiais:


RIO - Os principais jornais do mundo repercutem a vitória da primeira presidente que o Brasil já teve. A vitória de Dilma Rousseff teve como foco o fato de a candidata eleita ser a "herdeira" e "protegida" de Luiz Inácio Lula da Silva. O espanhol El País destacou em seu site que o presidente Lula "sempre deixou claro que a vitória de sua candidata era uma vitória dele próprio". A página ainda ressaltou que ela terá a tarefa de comandar o país que melhor representa o crescimento de novas potências mundiais.

Um dos mais importantes jornais do mundo, o New York Times destacou que a "ex-guerrilheira" Dilma foi vitoriosa após a promessa de "seguir com as políticas que tiraram milhões da pobreza" e tornaram o Brasil "uma das mais quentes economias do mundo". O diário americano lembrou que a presidente eleita fez parte de um governo que tirou cerca de 10% da população da extrema pobreza, "um legado grande demais para Serra superar".

O Wall Street Journal, bússola do mercado financeiro, publicou que a vitória da petista foi "selada pela ampla prosperidade econômica" e pela popularidade de seu "predecessor e mentor", Lula. Também classifica Dilma como uma "burocrata" relativamente desconhecida.

O The Washington Post seguiu a linha do Wall Street Journal, considerando que o resultado das eleições demonstram a lealdade do povo ao atual presidente.

O La Repubblica afirmou que a "pupila" do presidente Lula se elegeu dentro de sondagens que "sempre deram no mínimo 10% de margem". O jornal italiano não explorou a eleição brasileira, usando inclusive uma imagem antiga de Dilma.

Entre os periódicos franceses, o Le Monde não esconde sua simpatia e coloca a candidata petista como uma "sobrevivente de um câncer" e herdeira política do presidente "mais popular" da história do Brasil. O Le Figaro, mais crítico, destaca no título que a campanha foi "deletéria" (degradante), dizendo que o país está a "fogo e sangue" após a disputa.

O jornal britânico The Guardian destaca a história de Dilma como "ex-rebelde marxista" e a negativa do partido verde em apoiar a candidata do governo, o que lhe daria uma maioria "instantânea". O passado de luta armada da petista também foi lembrado pelo The Times.

O argentino La Nación escreveu em sua edição online que a petista "arrasou com 55,05%" dos votos. Chamada de "eleita de Lula", a vitória de Dilma foi classificada como "a boa notícia do Brasil" por um analista político do jornal.

O Clarín, por sua vez, optou por ressaltar o fato de o país ter escolhido sua primeira presidente mulher com um "contundente triunfo".

O português Diário de Notícias destaca na capa a altíssima abstenção destas eleições. "Apesar do voto ser obrigatório no Brasil, a abstenção ronda os 21%." O também português Correio da Manhã destacou que "mesmo antes do resultado oficial, Dilma já falava como presidente e disse que irá governar para todos os brasileiros".

(publicado no Jornal do Brasil)

9 comentários:

Anônimo disse...

Política se discute sim!!!! rs

Oq seria de nós sem discutir política????

Fico feliz por ser a primeira mulher eleita, será q está tudo mudando mesmo?

Bjusss

Palavras Vagabundas disse...

Beth, o melhor de tudo foi o discurso dela. Conciliatório mas firme, disse que vai governar para todos mas não vai aceitar provocações e que todos os pais de filhAs deviam olhar nos olhos das suas e dizer mulher pode sim!
abs
Jussara

Anônimo disse...

Os tucanos que me perdoem, mas estou morrendo de felicidade!!!

mensajes claro disse...

mas estou morrendo de felicidade!!!

Anita disse...

A mulher do Lula vai fazer tao pouco quanto ele ou menos. O Lula nao deixou nenhum legado, poderia ter feito 50 vezes mais. O Brasil cresceu nao foi por causa do Lula, foi a forca do empresariado. Iria crescer de qq jeito mesmo se nao houvese presidente.
Bom, Serra e' farinha do mesmo saco... Boa sorte a Dilma e a todos nos. Vamo que vamo.

tania disse...

Oi Beth, adorei o apanhado das manchetes pelos jornais estrangeiros. Obrigada! E, claro, fiquei feliz com o resultado das eleições, já que torço pela continuidade do projeto político e econômico atual. Além disso, particularmente feliz com a ruptura que representa nesse nosso regime patriarcal brasileiro ter uma mulher (e uma mulher de fibra) na Presidência pela primeira vez.

Vejo isso como oportunidade de testemunhar e vivenciar um momento histórico irrepetível, sobre o qual eu poderei dizer amanhã para meus netos e alunos: eu estava lá.

Não espero perfeição da política nem de nada. Para mim, o que importa são essas coisas, as implicações a longo prazo, as implicações sociais e simbólicas, as repercussões...

Beijo carinhoso.

Beth Blue disse...

Sim Tânia,também estou feliz acima de tudo por saber que o programa de Lula terá continuidade nos próximos anos.

E os tucanos podem dizer o que quiserem,, mas o índice de aprovação do governo Lula é tão alto que ele conseguiu (leia-se nós conseguimos porque o povo brasileiro está aprendendo) eleger uma sucessora.

Sim, o Brasil ainda tem jeito. Fiquei triste por não estar aí neste momento, principalmente na conjuntura política atual na Europa :-(

Enfim, o Brasil deu uma lição para o mundo.

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Beth, simplesmente me emocionei com a vitória de Dilma do mesmo jeito que me emocionei com Lula. Tenho muitas expectativas! Adorei o texto!

Pri S. disse...

Muito bom seu apanhado de opiniões internacionais a respeito do nosso resultado nas eleições, Beth!!!

Analisando-os com crítica e discernimento, podemos perceber que eles apenas corroboram com a opinião dos eleitores brasileiros.

E cá entre nós, sou super a favor da continuidade da evolução. E estou achando o máximo termos uma mulher eleita como presidente pela primeira vez aqui em nosso país.

Entendo quando vc diz que política não se discute. Mas é inevitável deixar certas coisas passarem em branco! rs Somos seres políticos num sentido amplo, né?

Bjos!