terça-feira, março 27, 2007

Clarice Lispector


O nome por si só já me traz sensações boas...e acima de tudo, inexplicáveis. Clarice foi e continua sendo minha maior fonte de inspiração e felicidade. Lá pelos meus 20 anos, já tinha lido vários romances consagrados da autora, como A Paixão Segundo G.H., Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres e Água Viva...livros que marcaram para sempre a Literatura Brasileira - e a minha vida. Volta e meia ouço gente dizer que não é leitura das mais fáceis. E provavelmente não é mesmo. Mas eu sempre li Clarice em estado de transe, absorvida por cada palavra, cada frase. Porque Clarice não é para ser entendida, é para ser sentida (e provavelmente todos seus fãs concordarão comigo neste ponto).

Ao voltar ao Brasil pela segunda vez, já morando na Holanda e com planos de me instalar por aqui (e cá estou eu, 13 anos depois), tive de tomar uma das decisões mais difíceis da minha vida: que livros levar para a Holanda e que livros deixar para trás. Os que ficaram foram vendidos por meu pai (depois da morte de minha mãe porque era ela a guardiã dos meus livros) para sebos do Rio. É que meu pai nunca entendeu o valor dos livros - eu aprendi a gostar de ler com a minha mãe - e como precisava de dinheiro, não pensou duas vezes...Resultado: lá se foram livros e mais livros, dentre eles muitas edições esgotadas. Nem a minha coleção de capa dura do Monteiro Lobato escapou. Sinto o coração apertado só de pensar. Porque foram autores que marcaram minha adolescência e juventude e, em grande parte, me fizeram ser o que sou hoje.

Felizmente consegui salvar dois autores essenciais, Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu. Não poderia imaginar a minha vida sem eles. Tenho aqui nas prateleiras livros já esgotados há tempos no Brasil - verdadeiras pérolas da literatura brasileira (e porque não dizer, universal).

Para quem ainda não descobriu o mundo de Clarice, eu recomendo cautela. E sugeriria começar com o livro de contos A Felicidade Clandestina, o romance A Hora da Estrela (ou A Aprendizagem para os mais ousados) e a coletânea de crônicas publicadas em jornais: A Descoberta do Mundo.

1 comentários:

Alex disse...

Poxa, Beth... então não sou só eu que encontra estes desdobramentos de Clarice em Caio?

Você leu o que o Caio disse sobre o dia em que a encontrou pela primeira vez?

Eu postei aqui: http://fulgas.blogspot.com/2006/09/linda-profunda-estranha-perigosa.html

Muito lindo o seu blog.

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Clarice Lispector


O nome por si só já me traz sensações boas...e acima de tudo, inexplicáveis. Clarice foi e continua sendo minha maior fonte de inspiração e felicidade. Lá pelos meus 20 anos, já tinha lido vários romances consagrados da autora, como A Paixão Segundo G.H., Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres e Água Viva...livros que marcaram para sempre a Literatura Brasileira - e a minha vida. Volta e meia ouço gente dizer que não é leitura das mais fáceis. E provavelmente não é mesmo. Mas eu sempre li Clarice em estado de transe, absorvida por cada palavra, cada frase. Porque Clarice não é para ser entendida, é para ser sentida (e provavelmente todos seus fãs concordarão comigo neste ponto).

Ao voltar ao Brasil pela segunda vez, já morando na Holanda e com planos de me instalar por aqui (e cá estou eu, 13 anos depois), tive de tomar uma das decisões mais difíceis da minha vida: que livros levar para a Holanda e que livros deixar para trás. Os que ficaram foram vendidos por meu pai (depois da morte de minha mãe porque era ela a guardiã dos meus livros) para sebos do Rio. É que meu pai nunca entendeu o valor dos livros - eu aprendi a gostar de ler com a minha mãe - e como precisava de dinheiro, não pensou duas vezes...Resultado: lá se foram livros e mais livros, dentre eles muitas edições esgotadas. Nem a minha coleção de capa dura do Monteiro Lobato escapou. Sinto o coração apertado só de pensar. Porque foram autores que marcaram minha adolescência e juventude e, em grande parte, me fizeram ser o que sou hoje.

Felizmente consegui salvar dois autores essenciais, Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu. Não poderia imaginar a minha vida sem eles. Tenho aqui nas prateleiras livros já esgotados há tempos no Brasil - verdadeiras pérolas da literatura brasileira (e porque não dizer, universal).

Para quem ainda não descobriu o mundo de Clarice, eu recomendo cautela. E sugeriria começar com o livro de contos A Felicidade Clandestina, o romance A Hora da Estrela (ou A Aprendizagem para os mais ousados) e a coletânea de crônicas publicadas em jornais: A Descoberta do Mundo.

1 comentários:

Alex disse...

Poxa, Beth... então não sou só eu que encontra estes desdobramentos de Clarice em Caio?

Você leu o que o Caio disse sobre o dia em que a encontrou pela primeira vez?

Eu postei aqui: http://fulgas.blogspot.com/2006/09/linda-profunda-estranha-perigosa.html

Muito lindo o seu blog.